O corpo dela gelado.

O corpo dele gelado.

Os corpos unidos, apesar de pestanejarem contra.

Era preciso, se quisessem sobreviver àquele frio glacial. Não sabiam exatamente o que fazer, e quando ela entrou ali, ele não viu problema em segui-la.

Idiotas.

Era como se sentiam. Idiotas.

Completamente idiotas.

Castle não sentia como se fosse um galã, apesar de estar abraçado fortemente a ela. Kate se sentia confortável, como há muito tempo, não se sentia, e, apesar do frio, e da suposta morte, era uma boa sensação.

O corpo dele transmitia-lhe calor.

O corpo dela moldava-se perfeitamente ao seu.

Os ossos de ambos já doíam, por conta do frio gélido. Não sabiam o que fazer, e foi quando ele percebeu os dentes da musa trincando.

- Ka-Kate... – chamou ele, olhando-a de cima. Ela afundou o rosto em seu pescoço. – Co-coloque meu casaco...

Ela negou, e apertou-se ainda mais a ele.

- Cas... Castle? – chamou ela, abrindo os olhos calmamente. Ele a fitou, apertando-a ainda mais contra si. Os dedos trêmulos e finos da detetive levitaram até os lábios do escritor, que estavam prensados um contra o outro. – Eu sinto mu-uito...

- Sh-sh... – pediu silêncio, segurando os dedos dela, contra seus lábios.

A dor em seus ossos deu sinal novamente, e os dois protestaram.

Juntos.

Não sabiam se sairiam dali. Se saíssem, talvez estariam mortos, ou pior.

- Thank you... – murmurou ela, olhando-o com os olhos perdidos.

Ele a fitou, emocionado, e riu baixinho, acariciando seu rosto.

- Always.

Ela fechou os olhos, e apoiou o rosto no ombro do escritor, que a abraçou mais ainda, transmitindo o pouco de calor que havia em seu corpo, para ela.

Apesar do frio constante, ele não se sentia mais fraco. Sentia-se revigorado, feliz, apesar de tudo.

Os dedos trêmulos dela encontraram-se com os dedos firmes dele. Kate não esperou mais segundo algum. Enrolou seus dedos, e com a outra mão, fez seus rostos ficarem um de frente para o outro.

- I’m so sorry, Castle... We’re here because of me... – sussurrou ela, encostando as testas. Ele negou, e beijou-lhe a bochecha.

- Of course not... – sussurrou ele de volta, olhando-a nos olhos.

Milímetros separavam seus lábios, e ambos necessitavam daquilo. Talvez aquilo lhes transmitisse calor.

Talvez...

Foi ela quem quebrou o espaço entre os dois; beijou-lhe carinhosamente, apesar da necessidade do contato com ele.

Separaram-se. Foi ela quem quebrou o contato.

- I can’t... I’m sorry... – sussurrou ela, acariciando-lhe as bochechas geladas.

- Josh, certo? – perguntou ele, sentindo as bochechas queimarem. No sentido figurado, é claro.

Kate engoliu em seco, mas assentiu. A sensação dos lábios quentes dele, roçando nos seus foi demais para o seu autocontrole.

- Pro inferno, Josh... – e beijou-o novamente.

Castle, mesmo com pouca agilidade, por conta do frio, corroendo-lhe os ossos, conseguiu colocá-la de frente para si, colocando uma das mãos no pescoço dela, enquanto a outra ia para a cintura.

Kate fez o mesmo, levando suas mãos para seu pescoço, puxando-o mais ainda, para si.

Quando se separaram, Kate deitou sua cabeça no ombro do parceiro, enquanto ele afagava seus cabelos.

Quando menos esperava, adormeceu nos braços dele.