A Rosa De Masyaf escrita por Akiel


Capítulo 17
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a todos que acompanharam essa fanfic até esse momento. Por favor, continuem a acompanhar essa história. Me deixará muito feliz continuar a saber que estão lendo e acompanhando a segunda fase.



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A Rosa de Masyaf

Decisão

– Quem poderia ser o erro que abre o resto do caminho iniciado por Anna? – Desmond vira o rosto ao ouvir a voz de Clay. Um rápido olhar de volta confirma o desaparecimento da ladra italiana – Quem poderia estar conectado a filha de Ezio? Compartilhar com ela?

O verbo chama a atenção de Desmond e Dezesseis sorri ao perceber que o mais novo começa a compreender. Compartilhar. Olhos azuis. Cabelos negros. Efeito de sangramento natural.

– Sophie. – Desmond diz em um sussurro.

– Sophie. – Clay confirma.

– O que tem sua irmã? – Shaun questiona ouvindo o ex-bartender.

Percebendo o assunto da conversa entre os assassinos, William se aproxima da porta e dos dois rapazes.

– Onde ela está? – Desmond pergunta.

– Por que você quer saber disso agora? – William pergunta antes que Shaun possa dizer qualquer coisa.

– Eu preciso encontrá-la. – o ex-bartender responde se voltando para o pai.

– Sophie está segura, cumprindo as próprias missões. – o líder da Irmandade diz de modo incisivo – E você precisa cumprir a sua e achar a chave.

Sentindo a resposta queimando na garganta junto com a vontade de contar toda a verdade sobre os avisos de Anna e Clay para o pai, Desmond decide permanecer em silêncio e apenas se afastar. O assassino segue até o Animus e, pelo menos uma vez, decide obedecer ao pai. No fim, quanto mais cedo ele achar a chave e abrir a porta, mais cedo ele poderá ir atrás da irmã.

xACx

Horas mais tarde, durante a sessão, Desmond se sente sendo desconectado do Animus inesperadamente. O rapaz senta na cadeira e olha para Rebecca, que se dirige a ele de modo hesitante:

– Algo aconteceu, Desmond. A Abstergo tem o seu pai.

– Onde?

– Itália – Shaun responde – No mesmo lugar onde eles mantinham você.

– O que vocês estão esperando? – Desmond questiona saindo da máquina – Vamos.

– Tem mais. – Rebecca diz.

O ex-bartender se aproxima da mesa da técnica, que coloca um vídeo para rodar. No monitor do computador, Desmond vê o pai amarrado em uma cadeira e Vidic o rondando, ameaçando a segurança de William caso o assassino não entregue a Maçã. Não vendo outra escolha, Desmond decide ir até a Abstergo resgatar o pai, pois apesar de tudo, William ainda é o pai dele.

É claro que, uma vez na Abstergo, os templários não facilitam o trabalho de Desmond, colocando guardas no caminho, incluindo Daniel Cross. É uma perseguição intensa, mas o assassino consegue derrotar o templário e seguir para a sala onde Vidic mantém William. Utilizando a Maçã, Desmond faz com que todos os guardas se matem e a Vidic. Uma vez com o artefato na mão, é fácil para que pai e filho deixem a Abstergo.

xACx

Mais uma vez de volta ao Templo e às memórias de Connor, Desmond assiste enquanto Juno pede para que o filho de Haytham esconda a chave em um lugar onde ninguém possa encontrar. O local escolhido por Connor é o túmulo do filho de Aquiles, com quem compartilha o nome. Em posse dessa informação, Desmond e os outros seguem até a antiga casa dos assassinos, escavando o túmulo de Connor Davenport a procura da chave.

– Acho difícil acreditar que haja algo aqui que valha a pena ser encontrado. – o comentário, dito por uma voz calma e feminina, chama a atenção dos assassinos, que se viram para a origem do som.

Uma mulher sorri e se aproxima. A luz dos relâmpagos revela a pele negra da desconhecida, que contrasta com as vestes vermelhas. Fios longos e ondulados emolduram o rosto marcado pelas rugas da idade, mas nem por isso menos belo, cabelo tão escuro quanto os olhos que observam os quatro assassinos com claro divertimento.

– O que faz nessas terras, William? – a mulher questiona.

– Margareth. – o líder da Irmandade diz se aproximando, abraçando e sendo abraçado pela mulher.

Ao ouvir o nome, Desmond sai do túmulo de Connor e vai até onde o pai e a mulher estão. Margareth nota a chegada do rapaz e se afasta de William, indo até o ex-bartender e o abraçando com força. O assassino retribui o abraço com a mesma intensidade.

– Desmond! – ela diz – É tão bom vê-lo!

– Essa é Margareth Shaw. – William explica notando os olhares questionadores de Shaun e Rebecca – Ela é uma das melhores assassinas que a Irmandade já teve.

Ao ouvir William, Margareth solta Desmond e sorri para os outros dois. Rebecca e Shaun se apresentam e cumprimentam a assassina.

– O que você faz aqui? – o líder da Irmandade questiona.

– Meu trabalho. – Margareth responde – Eu estou auxiliando outros assassinos em um reconhecimento. – ante as palavras da mulher, William assente.

Desmond olha do pai para Margareth e de volta. Há algo a mais nas palavras da assassina, que apenas William parece reconhecer e isso intriga o assassino mais novo.

– Boa sorte com o seu. – Margareth diz para William e então se vira para Desmond – Cuide-se, menino.

Desmond assente e Margareth se despede.

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Finalmente de posse da chave, os assassinos retornam ao Templo e se preparam para abrir a porta.

– Acho que é isso. – Desmond comenta brincando com o amuleto na mão.

– Estamos atrás de você. – Rebecca afirma tocando o ombro do assassino e William assente confirmando.

Juntos, todos seguem até a porta. Desmond coloca a chave no compartimento e a porta brilha intensamente por um momento para, no outro, ser desbloqueada. Com o caminho livre, eles seguem em frente até o final da trilha, onde, mais uma vez, a voz de Juno pode ser ouvida.

– Sim... Venha... – ela diz e uma densa neblina começa a circular pelo lugar – Aqui... Finalmente. – a imagem da mulher se materializa na frente de Desmond – Agora conhece nossa história. Como tentamos. Como falhamos. Todas as nossas esperanças extintas... Exceto uma. – Juno toca o globo localizado sobre um pedestal – Seu toque. Uma centelha. Uma centelha para salvar o mundo.

– Espere! – uma nova voz diz e então Desmond vê Minerva aparecer e se aproximar – Não toque no pedestal!

– Minerva? – o ex-bartender diz como se estivesse tentando confirmar o que vê.

– Você... – Juno diz – Mas como? Você se foi! Destruiu o dispositivo!

– Na verdade você achou que havia somente um?

– O que está acontecendo aqui? – William questiona dando um passo à frente e tocando o ombro do filho.

– Você não deve libertá-la. – Minerva diz se voltando para Desmond.

– Libertá-la? – o assassino pergunta.

– Juno habita essas paredes, aguardando libertação. – Minerva responde – Eu vou explicar. Enquanto nós tentávamos salvar o mundo, ela quis fazer tudo para conquistá-lo. Ela usou nossas máquinas para acionar seus planos. Adivinhação por meio dos números. A existência de um padrão. A compreensão dos cálculos permite dominar o tempo. Esse era o meu foco. E, então, criei o olho que nos ajudaria. Mas ela o usou para seus próprios objetivos. Quando descobrimos a traição, nós demos um basta. E, então, partimos. Mas primeiros nós os chamamos... Para tentarem de novo. Achamos que seria seguro sem ela. Agora vejo que fomos enganados. Ela sobreviveu. Ela resistiu. E então ela começou a trabalhar... Por séculos, Tinia e eu caminhamos pelo mundo tentando recuperar a centelha da civilização. Compartilhamos da forma que pudemos. Nós não éramos os únicos. Mas devido a todo o poder que obtivemos, a morte ainda nos encontraria. Só que eu tentaria ver pela última vez se tínhamos sido bem-sucedidos.

– É por isso que está aqui agora? – Desmond questiona.

– Esperava que vocês encontrassem este lugar... – Minerva responde – E concluíssem nosso trabalho. Mas é tarde demais. Vocês e os Templários disputaram o que deixamos para trás. Desperdiçaram séculos. E por isso perderam a chance. Você não pode querer impedir o fim agora, Desmond. Apenas sobreviver.

– Ela está mentindo! – Juno diz – Toque no pedestal e o mundo será salvo!

– É melhor que o mundo queime do que soltá-la sobre ele. – Minerva diz.

– É mesmo? – Juno questiona de modo petulante – Mostre a ele então.

– Mas ele não vai entender isso. – Minerva volta o olhar para Desmond – É muito complicado... É...

– Me mostre. – o assassino pede.

E então é mostrado. Se você ouvir Minerva, o sol sairá vencedor. O solo rachará e soltará fogo em direção ao céu. O mundo inteiro irá queimar. Mas isso não será o fim do mundo, apenas o arauto dele. A Escuridão virá a seguir. Então, vocês surgirão... Decididos a estabelecer uma base para que tal tragédia não recaia sobre o mundo novamente. Você se tornará um símbolo para os que sobreviverem. Esperança. Conhecimento. Determinação. Você os inspirará a reconstruir. A prosperar mais uma vez. E, à medida em que o mundo se curar, a humanidade também o fará... Mas você é apenas um homem. Frágil e mortal. Você partirá do mundo deixando apenas a sua lembrança. Um... Legado. Primeiro, será lembrado como um herói. Depois, como uma lenda. E, com o tempo... Como um deus. É o destino mais cruel. Escrever palavras benéficas e vê-las serem distorcidas para o mal e a insensatez. O que estava destinado a encorajar a vida ser usado para justificar que a tirem! E agora você vê... Que aquilo que um dia foi será novamente. Então, me diga como isso é melhor?

– Ela sacrificaria vocês... – Juno continua – Sacrificaria o mundo... Por nenhuma outra razão a não ser me negar defesa.

– Eles colocarão seu povo como escravo, Desmond. – Minerva diz – E não é por isso que você luta? Não é por isso que você veio aqui? Para garantir, além do futuro, a liberdade da sua raça?

– Que futuro? Que liberdade? – Juno questiona – Bilhões de mortos e todo o ciclo recomeçará? Este mundo não conheceu nada além de dor e medo desde que partimos.

– Nosso presente para eles. – Minerva responde – E vocês veriam tudo retornar.

– Chega! – Desmond praticamente grita.

– Você não deve fazer isso... – Minerva diz.

– Daremos um jeito de terminar qualquer que seja o plano de Juno, por mais terrível que pareça. – Desmond rebate – Mas a sua opção, a que você quer... Não existe esperança nela.

– Se libertá-la... Você será destruído.

– Acontecerá em um instante. – Juno diz – Não haverá dor.

– Você não deve.

– Está feito, Minerva. – Desmond afirma – A decisão foi tomada.

– Então você deverá que viver suas consequências e morrer. – Minerva diz se afastando.

– Vocês têm que partir. – Desmond diz se virando para os outros assassinos – Todos vocês. Agora. Vão o mais longe daqui que puderem.

– Venha conosco. – William pede segurando o filho pelo ombro – Encontraremos outro meio.

– Não dá tempo. – Desmond diz.

– Filho...

– Você sabe que é verdade. Já começou. Preciso fazer isso agora. Então vão! – Desmond fala afastando as mãos do pai – Vão!

William e os outros obedecem. Juno e Minerva desaparecerem. E Desmond encara o pedestal, o coração batendo de maneira desesperada no peito. O assassino dá um passo à frente e para, sentindo que há alguém atrás de si. O ex-bartender vira o corpo e sente um tremor passar por seu corpo ao ver quem o está acompanhando agora.

– Anna... – ele diz – Clay...

– Olá, Desmond. – Dezesseis diz se aproximando.

– Você fez sua escolha. – Anna diz também se aproximando – Mas há coisas que você deve saber antes de executá-la.

– Isso não vai parar, Desmond. – é a vez de Clay falar – Essa... Guerra. Assassinos e Templários. Não vai acabar. Nem mesmo a manipulação por parte Daqueles Que Vieram Antes.

– Manipulação? – o ex-bartender questiona confuso.

– Você acredita em tudo que eles dizem? – Dezesseis questiona – O que garante a você que eles não mentem? Eles cometem erros, Desmond. Não veem coisas que acontecem. – Clay se aproxima de Anna, mas mantém o olhar no outro rapaz.

Anna não estava nos cálculos deles. Desmond pensa, se lembrando do que foi dito por Clay antes. O olhar do assassino cai sobre a ladra italiana e diante de si, o ex-bartender vê Anna sorrir e se aproximar ainda mais, até que não haja distância os separando. Desmond levanta a mão e toca o rosto da italiana, sentindo a pele macia sob seus dedos.

– O que você precisava me mostrar? – ele pergunta – Essa é a sua última chance.

– Esse é o momento para mostrar. – Anna responde e toca o pescoço do assassino – O seu caminho ainda não terminou. Falta uma parte. – segurando na nuca do rapaz, a ladra faz com que Desmond encoste a testa na dela – Ela está perdida. Encontre-a. Ache o que ela tem que te mostrar.

Em sua própria mente, Desmond vê imagens sobrepostas do Templo, de Sophie, de Anna e Clay. De Juno. E de si mesmo. Mas o assassino não consegue extrair uma ordem ou um significado das imagens que vê.

– Não esqueça. – Anna pede abaixando o toque para os braços do rapaz e dando um passo para trás – Você nunca estará sozinho.

– Nós estaremos com você. – Clay diz se colocando ao lado de Desmond – A cada passo.

– Ache-a e, talvez, você possa colocar um fim nisso. – a filha de Ezio diz – Pelo menos para você.

Desmond assente e volta o olhar para o pedestal, indecisão e confusão consumindo a mente e o coração.

– Execute sua escolha, mas não tema. – a italiana diz se aproximando do pedestal e sendo seguida por Clay. Anna ergue a mão, a oferecendo a Desmond – Não há o que temer dos erros.

Desmond aceita a mão oferecida e se aproxima do pedestal. Anna se aninha no peito no assassino, o abraçando e encostando a cabeça no ombro coberto pelo casaco. Ao lado do ex-bartender, Clay coloca uma mão sobre o ombro de Desmond e a outra sobre a mão que o assassino coloca acima do pedestal. Respirando fundo e, com o braço livre, abraçando a ladra em seu colo, Desmond abaixa a mão, colocando-a sobre o pedestal. Calor e dor percorrem o corpo do assassino, mas duram apenas um momento. Logo, resta apenas escuridão.

xACx

Relutantes, os outros assassinos caminham para fora do Templo, mas Shaun e Rebecca param assim que percebem que William parou alguns passos atrás. O historiador se vira e questiona:

– Está tudo bem?

Mas William não responde. O assassino nem ao menos ouve a pergunta do britânico. Para a surpresa e, até certo nível, medo do líder da Irmandade, uma luz azulada toma conta de tudo ao redor, cegando-o para as paredes e qualquer coisa que possa haver no Templo. Ele ouve uma espécie de clique e se vira, sentindo que alguém se aproximou. Surpresa se desenha na face de William quando ele vê a figura que o encara, mas antes que ele possa falar alguma coisa, a imagem se pronuncia:

– Eu não sou quem você acha que sou. – Anna diz – Mas ele precisa de você. – uma pausa e um passo à frente – Ele estava errado. Você não deve partir sem ele. Ajude-o a encontrar o que ele tem que achar. Ajude aos dois. Eles precisarão de você. Que você confie neles.

E então, a luz se desfaz, os contornos do Templo retornam e William se vê ladeado por preocupados Shaun e Rebecca. Sem prestar atenção nos mais novos, o assassino retorna ao ponto onde deixou o filho e o que encontra prende sua respiração e paralisa seu coração por um segundo.

Desmond está no chão, inconsciente e com o braço coberto por queimaduras. Mas não é isso que surpreende o líder da Irmandade. É ver que o filho é ladeado pela garota que ele viu – tão parecida com sua própria filha – e Clay. O assassino assente na direção de William e toca o ombro de Anna. Os dois então desaparecem.

E nada além de silêncio resta no Templo.

A Rosa de Masyaf continua em Memórias de Sangue


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem comentários. Críticas e sugestões são sempre bem vindas. Obrigada.

A continuação "Memórias de Sangue" se encontra no meu perfil.



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