Eu estava tomando o café da manhã, quando escuto a voz mais irritante da minha vida. Uma garota estava na porta do salão principal. Olhei-a bem. Ela era muito diferente de mim.

Ela usava um vestido florado, um salto rosa claro, pulseiras, uma bolsinha, e tinha uma tiara de lacinho em seus cabelos ruivos soltos. Já eu, uma blusa verde soltinha, jeans preto, tênis preto e verde, um colar e uma pulseira e um coque arrumado com um laço preto, fim. Ela tinha cara de ser mimada e patricinha, enquanto eu sou um pouco... Violenta. Tem um programa que as garotas dos dois tipos são amigas. Bom, não é nosso caso.

Ela entrou pelo salão e olhava pra tudo que via. Foi passando pelas mesas e parou em frente á James, que estava do meu lado.

–OMG, James Sirius Potter? - Ela perguntou. Ain que voz enjoada!

–Hã... Eu mesmo - disse cruzando os braços. Esse idiota, que ama se amostrar para todas as garotas.

-Eu sou muuuito fã do seu pai! Li todos os livros da J.K. Rowling e assisti aos filmes. Tô aqui porque meu pai é amigo do ministro, sabe. Tenho as varinhas, roupas, tudo! Ah e você Ted, - Disse virando-se pra Teddy. - olha! Seu cabelo esta verde! Você é igual sua mãe né? Amava a Tonks e o Remus. Sinto pelos seus pais, chorei por três dias quando li a parte em que eles morriam. - Teddy estava com os olhos marejados. Ele se levantou e saiu correndo.

–Teddy, espera! - Gritei me levantando. - James vai atrás dele, ele sempre te escuta. - Disse me virando, e ele saiu correndo. Olhei para Isabela e disse:

–Você ja causou incomodo demais não acha? Acho que já deu a sua hora. - Eu disse cruzando os braços. Ele me encarou de volta e arqueou a sobrancelha e começou a me rodear e depois parou de frente de volta.

–Porque eu deveria? Olha pra você garota, olha essas roupas! Você ja se certificou se a coruja estava meio velhinha e sem querer entregou a carta na casa errada? Porque eu tenho certeza que alguém como você, só pode ser... Defeito. - Ela finalizou. Meus pensamentos estavam á mil. Agora ela tinha ultrapassado o limite. Ela acabou de cometer o maior erro da vida dela.

–Foda-se o que você pensa sobre mim. O problema não sou eu, querida, o problema é a sua presença, sua trouxa.

Assim que terminei a frase, empurrei-a para o chão com um chute, ela caiu e me encarou com os olhos arregalados. As pessoas estavam começando a se aproximar. Puxei minha varinha e gritei:

–Azaração Ferreteante! - Um jato de luz saiu de minha varinha atingindo-a bem na cara. Depois que terminei assoprei a ponta da minha varinha e guarda no bolso de trás da calça. Ela levantou e parecia meio tonta. Assim que tirou as mãos do rosto todos começaram a rir descontroladamente. O feitiço que havia usada desconfigurava o rosto da vítima, ou seja, ela estava horrenda. Ela olhou assustada para as pessoas e gritou:

–O que você fez comigo?! - Ela me olhou. Olhei pra Victorie que estava com um espelho na mão, sei lá o por que.

–Vic, amor, mostre á ela o que eu fiz. - Vic entregou o espelho a garota, que assim que se mirou nos espelho deu um grito, soltando-o no chão e fazendo-o quebrar - Opa, 7 anos de azar pra ela -. Ela me encarou assustada e saiu correndo. Logo, todos começaram a se dispersar e Lu veio correndo na minha direção.

–OMG, Onde aprendeu aquilo? - Perguntou ela ofegante, provavelmente por ter vindo correndo como uma doida.

–Li em algum lugar. E eu ainda fui boazinha. Devia ter lançado um Alarte Ascendare. Isabela Cruz? Não tem nada de cruz nela. - Resmunguei e Lu riu.

James chegou correndo e nos reuniu;

–Galera, ele não está muito bem. Há muito tempo não se fala nos pais dele. Ele mora comigo e com minha família, meu pai é padrinho dele, então nós não falamos muito no assunto...

–Entendo. Onde ele está agora? - Perguntei

–No banheiro da murta-que-geme.

–Mas é um banheiro feminino! - Disse Lu.

–Ele sabia que era o único lugar onde nunca ninguém iria acha-lo.

Pensei um pouco, tinha que ser rápida.

–O plano é o seguinte. James pegue sua capa e vá escondido o com Vic e Lucy pro banheiro, tentem conforta-lo, me esperem lá. Lu vai indo também, eu já volto. - Saí correndo em direção ao meu dormitório. Peguei um papel, pena e escrevi a carta mais rápida da minha vida. Corri no corujal, Pips veio até mim e eu disse:

–Para Harry Potter, rápido. - Ela saiu voando. Voltei correndo para o corredor do banheiro da murta-que-geme. Entrei e Teddy estava com a cabeça enfiada entre as pernas. Os outros estavam ao seu redor.

–Hey... - disse chegando pertinho dele e me ajoelhando. - Olha pra mim, você confia em mim? - Demorou um pouco mais ele foi levantando a cabeça devagarzinho. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Tinha lágrimas pelo seu rosto. Limpei-as com o dedo.

–Você confia em mim? - Voltei a perguntar, encarando-o agora.

–Confio. - Ouvir a voz dele daquele jeito me deu uma pontada no coração, meus olhos marejaram e uma lágrima escorreu do meu olho. Dessa vez ele que a limpou. Sorri e ele sorriu de volta.

–Não se preocupe, eu dei um jeitinho nela pra você. - Eu disse.

–Ai meu Deus, o que você fez Jeniffer? - Perguntou ele dando um risinho. Era como se um peso saísse das minhas costas.

–Calma, ela está viva! - Eu respondi e todos nós rimos.

–Você devia ter visto, ela acabou com a garota! – Disse Victorie.

–É ela chutou ela e depois jogou um feitiço nela! – Todos riram.

–Teddy... - Recomecei. - Sei que pra você é difícil falar, mas seus pais te amavam. Meu pai... Ele lutou na batalha contra Lord Voldemort junto com seus pais. - Ele me olhou. - Seus pais te amavam, tenha certeza. Acho que você vai entender melhor amanhã.

–O que tem amanhã? - Ele me perguntou, mas eu via a dúvida nos olhos de todos ao meu redor.

–Surpresa. - Respondi sorrindo. Dei um abraço nele e depois todos se juntaram.

–Abraço coletivo! - Gritou Lu e todos riram. Depois criamos uma estratégia para sair do banheiro.

No final, todos conseguimos. James quase foi pego, mas acho que do jeito que ele é, ja deve estar acostumado. Fomos para nosso salão comunal e olhei na janela. Afinal, estava á espera de uma carta.