I Will Be... escrita por Luisa Stoll, Jeane


Capítulo 2
Os papéis


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey, gente, realmente peço desculpas pela demora, foi erro nosso, enrolamos demais pra postar... espero que não tenham perdido a vontade de ler por causa disso :/

Soooo... Enjoy it, porque eu não sei quando vamos conseguir escrever mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378156/chapter/2

POV Mackenzie

Eu olhava para as pessoas lá em baixo... podia parecer loucura estar sentada sobre a grade do térreo, mas eu me sentia confortável ali.

Percebi minha irmã aparecendo há alguns metros.

– Mackie? - perguntou ela. Ela parecia preocupada com algo. Ou mais do que isso...

– Luisa... O que houve? - falei, pulando para o chão e indo lhe abraçar. - Teste de Aptidão? - perguntei.

Ela assentiu com a cabeça.

– E quem sabe algo mais do que isso... Mamãe vai me matar quando perceber... Estou rezando para que ela não descubra...

– O que houve criatura? - perguntei.

– Mack, esqueceu-se das câmeras aqui do terraço? Eles só não filmam nossos pensamentos porque ia dar muito trabalho e tédio pra eles. Vamos pro meu quarto conversar.

– Okay... - falei, espantada.

Descemos até o quarto de Luisa. Aquela imensidão de livros e azul... Em sua cama, sobre um edredom azul, havia alguns papéis. Fui até lá e os peguei. Comecei a olhar, mas apenas vi códigos.

– Esse é o motivo. - falou ela, distraída.

– Estavam na sala dela? - perguntei.

– Sim. - falou. - Esses são apenas cópias. Eu tirei enquanto mamãe não estava olhando.

– E... Você esqueceu-se de colocar de volta no lugar onde ela deixou? - perguntei, batendo a mão na minha cara.

– Quase isso... Esqueci-me de fechar a gaveta...

– Santa inteligência, Luisa, como você foi esquecer isso?

– Mamãe entrou na sala e me pegou mexendo no computador dela. Você achou que eu lembraria de todos os detalhes?

– Ok... E o que você disse pra ela?

– Que estava fazendo uma pesquisa escolar, no que eu não sei como ela acreditou, já que minhas aulas acabaram...

– Para nossa sorte, mamãe não prestou atenção nisso... Tivesse dito que estava imprimindo algo que eu tinha lhe pedido... Seria mais fácil de ela acreditar...

– Me safei por um tempo, Mackie, mas e agora?

– Agora? Esperar pra ver...

Fui olhar alguns códigos. Aquilo não fazia o mínimo sentido para mim. Era algo como:

•--• •-•• •- -• --- •• -• ••-• •- •-•• •• •••- •-••

– O que raios isso quer dizer??? - perguntei, com raiva.
Alguém bate na porta.
Eu escondo rapidamente os papéis sob a coberta e sento em cima.


– Mamãe? - pergunta Luisa, abrindo a porta.

– Soube que vocês estavam aqui e vim ver como minhas lindas filhas estavam... - disse ela. Ai... Isso tudo é falsidade?

– Nós estamos bem, mamãe... Conversando sobre aquele trabalho sobre a história da Audácia que eu imprimi hoje... - comentou Luisa, tentando esconder a preocupação.

– Eu acho que estou ficando muito esquecida... - falou Jeanine. - Você se lembra de eu ter deixado a gaveta onde estavam alguns papéis, aberta?

– Você deixou sim, mamãe... Pensei em fechar, mas daí pensei que não ia fazer diferença... - Luisa fala, dando de ombros. Ela CERTAMENTE não podia pertencer à Franqueza.

– Ah, ok... - falou Jeanine, dando de ombros. Aqueles olhos cinzentos me fuzilavam. - Eu jurava que tinha fechado a gaveta... Mas não teria como mais ninguém ter aberto, já que eu estava com as chaves... Bom, preparada para o Grande Dia, Luisa?

– Sim, mamãe. - falou ela, confiante.

Mas eu sabia que não estava.

– Vou deixá-las estudando agora. Já atrapalhei o suficiente.

Jeanine virou as costas e saiu do quarto.

– Ufa, ela acha que está ficando louca. - disse Luisa, quando teve certeza de que ela estava bem longe.

Eu ri.

– Que macumba você usou para isso acontecer? - perguntei, brincando.

– Hã? - perguntou ela, confusa.

– Ah, Lui, fala sério... Como você fez pra ela cair nessa desse jeito? Tipo... Ela é uma representante da Erudição, escolhida pelo seu alto QI... Ela não acredita assim tão fácil no que os outros dizem... Não é como se fosse um cordeirinho da Amizade...

– O nome disso é confiança, cara irmã. Mamãe sempre confiou em mim, porque eu sempre evitei mentir para ela... Ela não iria acreditar em qualquer um...

– Entendi... Só espero que ela continue confiando, pois vamos precisar mentir muito mais...

– Mas devo dizer maninha, que isso tem cara de blefe... - continuei. - melhor você tomar cuidado...

– NÓS temos que tomar cuidado... Esse segredo é nosso agora.

POV Charlie
Seus cabelos ruivos caiam com impressionante suavidade sobre seus ombros cobertos por um fino tecido azul escuro como seus olhos.

Todo dia ela se senta exatamente no mesmo lugar, sempre com um livro diferente e sem nenhuma companhia.

Parece tão esperta...

Eu me sento do outro lado do refeitório e nos nossos poucos 30 minutos de intervalo, eu a observo sem nem ao menos piscar os olhos (juro que não sou psicopata).

Como consigo estar tão encantado por uma pessoa que nem ao menos sei o nome?

Pelo menos por uma vez na vida, gostaria de ter a coragem de alguém da Audácia. Gostaria de conseguir falar com ela.

Ela desgruda os olhos de seu livro e olha em minha direção.

Engulo em seco. Isso nunca havia acontecido antes.

Encaro-a por exatos 5 segundos e então desvio o olhar.

Sinto minhas bochechas esquentando.

Vejo pelo canto dos olhos ela esboçar um sorriso.

Ajeito os óculos e me afundo na cadeira. Maldita timidez!

Forço-me a retribuir o sorriso.

Olho bem no fundo de seus olhos tempestuosos e ficamos assim por algum tempo. Apenas nos encarando e sorrindo.

Finalmente ela se volta para seu livro e o fecha bruscamente. Ela está caminhando em minha direção. Cada vez mais perto...

Eu acho que vou desmaiar.

Será que ela consegue ouvir o quanto meu coração está batendo alto a essa distância?

Quando ela está a cerca de 3 metros da minha mesa, um cara tatuado da Audácia a pega pelo braço.

Os dois trocam algumas palavras e até alguns beijos brutos que prefiro não olhar.

Droga! Não sabia que ela tinha namorado.

Ele a conduz para fora do refeitório e quando eles chegam a porta, ela olha pra mim por um milésimo de segundo. Parece culpada. Então ela levanta a mão e acena, antes que seu namorado possa a puxar com força para fora do recinto.

Sinto meu estômago se contrair em uma pontada de ciúmes e as borboletas que antes lá estavam agora parecem ter saído pela boca.

Senti alguém cutucar meu ombro. Virei-me e lá estava Mary, minha irmã.

– Hey, Charlie. Eu vi você olhando pra garota. - falou ela.

– Hã... Er...

– Quer saber o nome dela? - disse, com um sorriso malicioso.

– Qual é o nome dela então? - Perguntei a Mary, curioso.

– Essa é Mackenzie Matthews, filha de Jeanine Matthews. O namorado dela não é flor que se cheire, então tome cuidado, Charlie. - falou ela.

Lancei-lhe um sorriso triste.


POV Mackenzie

– Ruiva, eu e os caras vamos invadir a Abnegação essa noite e, como diria sua mãe "vandalizar" - Jace ri de modo sádico - Tá afim? Posso te buscar ás 2h30?

Um calafrio percorre minha espinha. Da última vez que fugi de casa para sair com ele minha mãe gritou comigo até meus ouvidos explodirem.

– Ahn... 2h30 da tarde? - arrisco incerta e minha resposta vem pouco tempo depois em forma de gargalhada - Jace, é sério, você sabe que minha mãe...

– Vai amarelar de novo, água de salsicha? - ele zomba, mas dessa vez parece desapontado e irritado - Tá, então terei de chamar a Linds... - ele ameaça.

Cerro os punhos e conto mentalmente até dez. Fixo meus olhos no sol poente.

Estamos sentados nos altos muros da escola. Eu e Jace apreciamos a altura. Talvez essa seja nossa única coisa em comum.

– Isso é ridículo, Jay - protesto sem olhar em seus olhos - Parece que tudo tem que ser do seu jeito sempre!

– Mentira, se fosse tudo do meu jeito te forçaria a ir, não é mesmo? - Jace diz com falsa inocência.

Bufo. Ele já está começando a me irritar de novo. - Pense no meu caso, Mackie - Jay coloca uma mecha de meu cabelo atrás do ouvido e beija meu pescoço lentamente.

Ele sempre sabe como me fragilizar. O puxo pela gola da camiseta e devolvo-lhe seu beijo.

– É uma graça quando você me chama de "Mackie", sabia? - acaricio seu braço forte coberto por inúmeras tatuagens.

– Eu sempre sou uma graça - ele retruca e faz menção de descer - Ah, se resolver ir, me liga.

Quando vi que ele já estava longe, pulei do muro. Claro, tinha que acontecer alguma coisa errada: Consegui torcer meu pé. Tentei levantar, mas não conseguia apoiar o pé no chão.

E aquela parte da escola estava deserta. Me perguntava como eu conseguiria sair dali.

O lugar era perigoso e estranho, e já começava a escurecer. Foi quando uns 4 garotos da Audácia, fortões, apareceram.

– Ui, a gatinha machucou o pé? - perguntou um deles, sarcasticamente.

Sujou...

Como eu iria conseguir escapar?

Fiz uma patética tentativa de me levantar, mas assim que coloquei minha mão no chão como apoio, caí de novo, dessa vez de cara no chão.

Os garotos da Audácia imediatamente formaram um coro de risadas e eu corei. Não sei ao certo se de vergonha ou de raiva.

Eles começaram a se aproximar ainda mais. Eu estava começando a ficar com medo. Aquele não era bem o tipo de pessoa com quem eu gostaria de terminar uma tarde de sexta-feira...

– Quer uma ajudinha, florzinha? - o mais alto deles se dirige a mim.
Um loiro esquisito com um boné se agacha até que nossas testas roçarem. Desvio o rosto quando ele começa a falar:

– Oh, pobrezinha - ele acaricia minha bochecha e sinto meu estômago se revirar.

– Será que em todo final de frase vocês colocam um diminutivo? - digo tentando soar o mais confiante possível.

– Olhem só, o cone de sinalização sabe falar - piadas sobre ruivos de novo. Se ouvisse mais uma dessas hoje... Não poderia responder pelos meus atos.

– E também sei cuspir, seu porco imundo - retruco e meu cuspe acerta o alvo: bem no meio de seus lábios entreabertos.

"Feche a boca se não entra saliva", penso comigo mesma e enquanto seu cérebro pequeno processa o que acabou de acontecer, me preparo mais uma vez para correr.

Me preparo para correr. Mas alguma coisa me impede de fazê-lo. Por audácia ou burrice, chuto as partes baixas de dois daqueles homens. Mas é claro que eu não deveria ter feito isso, e começo a correr, por mais dor que sinta ao apoiar o pé no chão. Tento ignorar meu pé torcido.

Mas um som de passos não tão desconhecidos me impedem de continuar. Um outro rapaz aparece ali. Pelas roupas, ele é da Franqueza.

– O que estão fazendo com ela??? - grita ele. Sei que já o vi na escola, mas não o conheço realmente. Porque ele estava me defendendo?

– E quem você acha que é, magricelo? - disse um rapaz da Audácia, se aproximando com os punhos cerrados.

E então minha visão escureceu. A última coisa que senti foram braços não muito fortes me envolvendo. E lembro-me de ter ouvido:

– A garota está passando mal. Por que você não a deixa em paz?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Will Be..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.