A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 16
Capítulo 15. Eu sou ninja!


Notas iniciais do capítulo

Olaa :D Mais um cap para vocês, espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377768/chapter/16

Capítulo 15. Eu sou ninja!

POV Edward

Papai estava certo, acabei por ficar a noite inteira vasculhando a floresta e não encontrei o rastro de minha namorada. Não consegui captar seu cheiro, muito menos a sua mente. Frustrado e cansado tive que voltar para casa.  Eu estava exausto tanto fisicamente quanto mentalmente, mas eu precisava ir para o colégio. Bella estaria lá. Pelo menos foi essa a visão de Alice.

Meu coração ficava pequeno em meu peito apenas em imaginar toda a confusão que sua cabeça deveria estar.

Minha ansiedade era tanta que eu fui o primeiro aluno a parar seu carro no estacionamento. Liguei o rádio tentando me distrair, mas a angustia era maior a cada aluno que chegava e não era a minha Bella. O sinal para a primeira aula tocou e nada dela. Percebi então que Alice não disse a hora em que ela apareceria então eu teria que ter paciência e aguardar.

Me mantive quieto, muito mais do que nos últimos dias, e acabei levantando a curiosidade de meus amigos. Ângela veio toda animada para falar do retorno de Bella e estranhou completamente o meu silêncio. Ela sugeriu uma briga entre eu e minha namorada, mas ficou sem resposta. Não queria tratá-la mal, mas eu não estava em meus melhores humores.

Querendo evitar um ainda maior mal estar entre meus amigos passei o almoço com tio Emm e tia Rose que já estavam a par da história que envolvia minha namorada. Chocados é eufemismo para descrever o que os dois estavam. E tive que passar todo o almoço escutando o debate entre os dois, desde como ela não percebeu o que era, como ela nunca atacou ninguém, e até mesmo como as coisas devem ter esquentado entre nós dois para ela me atacar.

Quando o final da aula finalmente chegou eu já estava sem esperanças de que ela fosse aparecer, porém eu a avistei perto do estacionamento e não gostei nada do que vi.

Os olhos de Isabella estavam arregalados enquanto o homem a segurava pelos braços. Ela estava assustada era notável para qualquer um que visse a cena de longe.

Foi então que meus olhos aguçados conseguiram perceber que o homem de cabelos castanhos como os de Bella não era apenas um humano. Era um vampiro e não do tipo bonzinho. Os olhos vermelhos pareciam furiosos enquanto ele a arrastava a força para o estacionamento.

– Me larga! - reclamou ela, seu sotaque se atenuando pelo nervosismo.

Senti o veneno em minha boca e o rosnado se formar em meu peito.

– Tio Emm... Tem um vampiro tentando pegar Bella. - disse sobre a respiração.

Segundos depois tio Em e tia Rose estavam ao meu lado.

– Se acalme Edward, não podemos fazer uma cena. - lembrou Rose.

– Me larga! Está me machucando! - Bella tinha lágrimas nos olhos enquanto tentava puxar seus braços.

O vampiro nada dizia. Apenas a olhava de modo furioso.

– Já chega. - grunhi e segui em direção aos dois.

Ao que parece não fomos os únicos a perceber a pequena confusão. Os alunos observavam curiosos a diferente movimentação e já cochichavam entre si.

Coloquei minhas mãos sobre os ombros de Bella e olhei fixamente para o vampiro arreganhando os meus dentes. Senti a presença de tio Emm e tia Rose se aproximando. O vampiro desviou o olhar rapidamente para eles e então voltou para mim. Imediatamente soltou a garota que tremia sob minhas mãos.

Puxei-a colando suas costas ao meu peito e pousei uma de minhas mãos em sua barriga. Suas pequenas mãos foram para cima da minha a segurando com firmeza.

– O que você quer. - perguntou tio Emm se colocando entre nós e o vampiro.

Ele não parecia muito feliz com a nossa chegada, mas também não parecia sentir medo por estar em minoria.

– Eu só vim conversar com a minha filha. - respondeu ele olhando diretamente para Bella que ficou tensa em meus braços.

Meus olhos arregalaram.

Bella tremia em meus braços e apertava cada vez mais forte minhas mãos. Ela estava apavorada. Não havia sinais de que ela gostaria de conhecê-lo, pois era óbvio para mim que ela não fazia ideia de quem era ele. Então ele poderia ser o presidente que eu não deixaria ele falar com ela.

- Mas acho que sua filha não quer conversar com você. - respondi seco a abraçando mais forte, querendo que de alguma forma ela se sentisse segura.

Minha estrangeira estava tão nervosa que eu podia sentir seu coração batendo contra o meu peito. O homem irritou-se com minhas palavras e deixou que um rosnado baixo se formasse. Correspondi arreganhando os meus dentes, mas quem interferiu mesmo foi tia Rose.

- Ela está com medo e confusa... Não é o momento para um encontro de família. Porque não vem com a gente enquanto Edward explica as coisas para ela? - ela não foi mal educada, mas também não usou um tom muito amigável.

O vampiro fitou com seriedade sua filha, que eu jurava que a qualquer momento fundiria seu corpo ao meu, e enfim assentiu afastando-se.

Tio Emm e tia Rose caminharam com ele até o carro do casal. Trocaram algumas palavras e então se separaram. Meus tios entraram no carro enquanto o vampiro se afastava a passos rápidos.

Foi só quando ele desapareceu de nossas vistas que Bella relaxou em meus braços e se pôs a chorar. Virei-a para abraçá-la de frente. Meu alivio por tê-la em meus braços era gritante. Minha vontade era algemá-la a mim e nunca mais a soltar.

- Está tudo bem agora. - murmurei tentando acalmá-la.

- Não, não está bem! - afastou-se bruscamente do meu abraço, mas eu não larguei sua cintura.

Ela me olhava com sofrimento.

- Eu mordi você... - sua voz trêmula, seu sotaque completamente acentuado. - Eu... Eu... Suguei seu sangue. - estremeceu. - Eu... Me perdoa. Eu não sei o que está acontecendo. Eu... Me perdoa! - implorou.

Segurei seu rosto banhado de lágrimas entre minhas mãos.

- Bella, calma. - pedi repleto de compaixão. - Você não precisa me pedir perdão. O que aconteceu é completamente normal...

- Normal?! Eu bebi sangue! - ela começava a ficar histérica e não estávamos em um lugar muito bom para ataques histéricos.

Querendo acalmá-la eu colei meus lábios aos seus. Beijei-a ternamente, com amor e adoração. Seu coração se acalmou e quando me afastei existia medo em seus olhos.

- Você não me machucou assim como eu não te machuquei. Eu também te mordi Bella... Eu também bebi seu sangue.

Sua expressão totalmente confusa diante das minhas palavras me dava vontade de colocá-la em uma redoma de vidro.

- Isso é algum tipo de fetiche estranho?

Eu daria risada se a situação fosse outra.

- Venha, vamos conversar em outro lugar. Aqui tem muitos bisbilhoteiros.

Segurei sua mão e a levei até o meu carro. Ela sentou tensa no banco do carona e ficou em silêncio enquanto eu colocava o carro em movimento. Segui para a sua casa imaginando que tio Emm tenha mandado o vampiro segui-los até a minha casa.

- Edward...

- Sim?

- Você viu os olhos dele? - sussurrou assustada.

Mordi meus lábios. Ela não aceitaria aquilo bem.

- Sim. Eram vermelhos.

- Eram lentes?

- Não. Não eram.

- Então como...

- Eu prometo que explicarei tudo a você Bella... Mas não acho que começar pelo porque dos olhos do seu pai...

- Ele não é meu pai!

Fiquei em silêncio após sua pequena explosão. Acho que ela não percebeu que rosnava até eu parar o carro e desligá-lo.

Abruptamente ela parou arregalando seus olhos e levando suas mãos a sua garganta. Achei melhor não tocar no assunto do rosnado e partir para o começo daquela longa conversa.

- Tudo bem... Eu entendo que você não queria pensar nele como seu pai. Acho que sua cabecinha está rodando naqueles sonhos e lembranças que você tem com o tal demônio de olhos vermelhos. Mas pare de pensar nisso por enquanto. Chegaremos lá. Agora eu quero que me diga como andam os seus sentidos.

- Como assim?

- Sua visão não está melhor?

- Ela está estranha. - retrucou com uma ruguinha entre seus olhos.

- Sua audição?

- Sua voz soa diferente... E a dos seus tios também.

- Você não se sente mais forte?

Seus olhos se perderam enquanto ela pensava. Pude observar com clareza a surpresa dominar seu rosto e então a incerteza surgiu.

- Talvez um pouco... - respondeu confusa. - Edward o que está acontecendo?

- Vem, vamos entrar e lá conversamos.

Eu sei que estava adiando o inevitável, mas eu realmente não sabia como dizer a ela que ela era, assim como eu, uma híbrida. Seria muito difícil para minha estrangeira aceitar que ela tem o sangue daquilo que ela chama de demônio. Honestamente tenho medo da sua reação.

- Você está me deixando ainda mais nervosa e confusa. Me diz de uma vez Edward o que é que eu tenho. O que é que está acontecendo comigo?

Seu desespero me tirou de meus pensamentos e eu a puxei até o sofá da sala sentando-me ao seu lado. Segurei suas mãos.

- Você acredita em vampiros? - seu rosto ficou sem expressão.

Aguardei pacientemente sua resposta que veio de forma sussurrada.

- Se tivesse me perguntado isso alguns dias atrás eu diria que não.

- Então você acredita?

- Eu não sei Edward. - se encolheu.

Apertei mais forte suas mãos.

- Você já reparou em como meus pais e meus tios são diferentes das outras pessoas?

Seu coração disparou dando sua resposta.

- Sim, eles são todos vampiros. São fortes de um jeito que você nem pode imagina. São ágeis e bebem sangue.

Sua respiração se agitou, mas eu não poderia parar agora.

- Minha família bebe sangue animal, não gostamos de atacar pessoas.

O medo começou a dominar suas feições.

- Meu pai se apaixonou pela minha mãe quando ela ainda era humana. Dessa paixão eu nasci e ele teve que transformá-la. Por causa disso eu sou diferente da minha família. Eu sou o que chamamos de híbrido, metade humano, metade vampiro. - respirei fundo. - Assim como você.

Isabella ficou parada, completamente parada. Acho que ela tinha entrado em estado de choque. Suas mãos estavam frias nas minhas e seu coração batia agitado.

Incomodado com sua reação levantei soltando suas mãos e corri até a cozinha pegar um copo de água para tentar acalmá-la. Ao chegar à cozinha levei um susto ao vê-la quase destruída. Havia cacos de vidro pelo chão e pedaços de plástico também. A porta da geladeira estava caída assim como a do armário.

- Talvez um pouco. - murmurei irônico repetindo as palavras de minha namorada.

Peguei um copo d'água e rapidamente voltei para a sala. Suspirei ao vê-la chorando e sentei ao seu lado. Ela me olhou desolada.

- Ele é mesmo meu pai não é?

- Tudo indica que sim.

- Ele matou minha mãe Edward... Acho que matou as duas. - chorou.

Repousei uma de minhas mãos em sua bochecha.

- Ainda não sabemos se foi ele.

- Eu me lembro dos seus olhos.

- Todos os vampiros que se alimentam de humanos possuem olhos vermelhos. Pode ter sido qualquer outro. - falei com cuidado, também havia a possibilidade dela ter matado sua mãe ao nascer, mas não achei boa ideia tocar nesse assunto.

Ela chorou ainda mais. Entreguei-lhe o copo, mas assim que ela segurou o mesmo quebrou-se entre seus dedos. Bella me olhou com um misto de irritação e tristeza. Sorri com compaixão a puxando para os meus braços.

- Leva um tempo para controlar a força. - expliquei.

Fiquei em silencio apenas acariciando seus cabelos. Aos poucos ela parecia se acalmar.

- Acho que vai levar mais um tempo para que minha cabeça aceite essa ideia. - murmurou.

- Nem tudo é ruim como você imagina. Não somos demônios.

Ela ergueu sua cabeça para olhar diretamente em meus olhos.

- Eu nunca disse que você era um demônio e nem ninguém de sua família, vocês já me mostraram o contrário. Mas... Ele...

- Não vamos falar sobre ele, ok? Pelo menos não por agora. Não acho que você vai conseguir fugir desta conversa por muito mais tempo, porém eu quero te mostrar as coisas boas de ser o que somos. Venha cá. - puxei-a pela mão seguindo para fora da casa.

Levei-a para a clareira que ela tinha me apresentado.

- Esse lugar parece mais bonito do que antes. - murmurou.

Sorri.

- Você nunca bebeu sangue não é? Nunca mesmo.

Minha estrangeira me mandou um olhar irritado. Dei risada.

- Ok...E quanto a carnes mal passadas?

A expressão irritada desapareceu completamente dando lugar a uma curiosa.

- Eu adoro carne mal passada, na verdade super mal passada, daquelas que o boi ainda está mugindo.

Ergui uma sobrancelha e recebi uma careta em troca.

- Aposto que no Brasil você costumava comer com frequência carnes desse jeito.

- Sim... Mas eu nunca poderia imaginar que isso era por causa...

- Não Bella, não tinha como você saber. Eu apenas estou pensando em como você aguentou tanto tempo sem sangue, sem apresentar nenhum abatimento. Eu tentei uma vez e quando cheguei a vinte e cinco anos sem sangue quase morri de fraqueza.

Ela arregalou seus olhos.

- Quantos anos você tem?!

Edward você é um idiota! Existiam maneiras mais sutis de você dizer que somos imortais.

- Er... Faço 97 dia 20 de junho.

Bella ficou me encarando por incontáveis minutos até finalmente deixar sua cabeça tombar para o lado e murmurar.

- Você está muito bem conservado.

Gargalhei com suas palavras.

- Isso quer dizer que eu...

- Sim, você também é imortal. Paramos de crescer quando chegamos a nossa maior idade.

- É por isso que você parece mais velho que os outros garotos.

Assenti.

- Não é só a imortalidade que é legal em sermos o que somos. Feche seus olhos.

Ela fez o que eu pedi. Sorri.

- Agora concentre-se e me diga o que está escutando.

- Os pássaros.

- Se concentre mais Bella, preste atenção apenas naquilo que você escuta. Sem distrações.

- Ok... - suspirou.

Eu me deleitava em assistir seu rosto mudar de expressão.

- O que é esse "tuntum" "tuntum"?

- Meu coração.

Minha estrangeira arregalou seus olhos. Sorri.

- Feche de novo e concentre-se mais... Tente buscar algo distante.

- Eu... Consigo escutar um rio.

- Ele está a 3 quilômetros daqui.

- Passos... São leves... Alguém mastigando... Talvez seja um animal...

Eu me sentia muito feliz com a sua curiosidade, o medo não tinha mais lugar em seu lindo rosto.

- Sim é um veado.

- Como você sabe?

- Com o tempo a gente aprende a identificar os sons. Você logo, logo fica boa nisso. Agora vamos a uma coisa ainda mais legal e... Bella!

- Desculpe. - suas bochechas coraram ao perceber que ela não prestava atenção em minhas palavras.

- Tudo bem... Nós também nos distraímos com facilidade. Seja com os diversos sons que escutamos, seja com detalhes que nossos olhos captam ou com os nossos próprios pensamentos.

Ela assentiu como uma boa aluna.

- Agora venha cá. Quero te ensinar a controlar sua força.

- Oh! Isso é ótimo. Eu ainda quero ter uma casa para viver.

Ri de suas palavras.

- Acho que primeiro você tem que entender que você é muito mais forte do que imagina. Nossa força funciona de um jeito simples. Quanto mais sangue tomamos mais fortes ficamos. Se nos alimentarmos com frequência podemos igualar nossa força e velocidade com um vampiro. Então temos que tomar muito cuidado em segurar as coisas. É como se tudo fosse uma linda pena. Você não quer estragá-la a esmagando então toma todo o cuidado possível.

- Ok... E com que vamos trinar?

- Começaremos com coisas mais resistentes e depois vamos diminuindo.

- Ta.

Caminhei observando as coisas a nossa volta até que encontrei uma pedra que parecia pesada aos olhos humanos. Agachei a levantei sem muitos problemas.

- Vou jogá-la para você. - avisei.

- Você está louco?! Essa pedra vai me amassar!

- Você pode se surpreender. - e sem mais enrolação a joguei.

Bella em vez de tentar segurá-la se desesperou e tentou se proteger dando uma espécie de golpe na pedra que partiu em duas caindo secamente ao chão.

Minha estrangeira arregalou seus olhos e me olhou. De repente um largo sorriso espalhou-se pelo seu rosto.

- Eu sou ninja!

Gargalhei alto. A morena me surpreendia com suas frases absurdas.

- Ok ninja, agora segure a pedra. - pedi erguendo uma pedra ainda maior e a joguei para ela.

Bella segurou sem nenhum problema.

- Uau! Isso não parece pesar mais do que um pacote de açúcar.

- Sim... Agora coloque no chão com cuidado.

Ela fez o que eu pedi. Então parti para galhos mais frágeis. Ela quebrou alguns ficando com um biquinho incrivelmente lindo e frustrado, entretanto não demorou para conseguir controlar a sua força e quando pedi para fechar suas mãos com uma flor entre elas, ela o fez com extrema sutileza não amassando a margarida.

Aproxime-me sorrindo e peguei a flor a colocando em sua orelha. Bella soltou um risinho e eu lhe roubei um beijo rápido.

- Agora vou te mostrar como é correr.

Ela fez uma careta.

- Eu já fiz isso. É angustiante.

- Só foi angustiante porque você estava confusa e com medo. Agora você sabe exatamente o que está acontecendo e eu estarei ao seu lado segurando sua mão.

- Ok.

Não demorou para nossos risos se perderem entre as árvores. Bella acabou por gostar da história de correr e começou a apostar corridas comigo. Sorri deixando-a ganhar algumas vezes, mas diferente de ontem eu havia me alimentando direito de modo que minha força e velocidade eram superiores a ela que tinha absorvido pouco sangue.

Inesperadamente eu entrei em sua frente fazendo-a se chocar contra mim e nós dois cairmos ao chão. Sua gargalhada fazia meu coração se encher de alegria. Era como se nada mais de ruim fosse acontecer, como se nossas vidas fosse apenas um riso solto no ar.

Sem controlar a vontade avassaladora eu puxei sua nuca e beijei sua boca. Ela logo se animou montando em meu corpo e correspondendo o ósculo com avidez. Apertei suas pernas tão animado quanto ela. Minha estrangeira começou a descer seu beijo para o meu pescoço e não tardou a lamber minha pele. Eu estava adorando o carinho, mas ela estava agindo mais como predadora do que como namorada.

Antes que ela enfiasse seus lindos dentinhos em meu pescoço novamente eu inverti nossas posições. Usando minha velocidade eu prendi seus pulsos sobre a sua cabeça e mordi com delicadeza seu queixo enquanto pressionava meus quadris nos seus. Bella soltou um gemido que quase me fez esquecer o que estava prestes a propor.

Afastei meu rosto para olhá-la nos olhos. Foi impossível não sorrir para sua expressão completamente entregue ao desejo.

- Eu nunca quis tanto alguém quanto quero você. - sussurrou.

- Eu também querida, eu também... Isso também faz parte daquilo que somos. Tudo fica mais intenso conforme nossa parte vampira é alimentada. Nossos sentimentos principalmente. E eu entendo completamente o quanto é bom morder nosso parceiro, acredite em mim, nada foi mais alucinante do que beber seu sangue, mas...

- Eu não lembro.

- O que?

- Não lembro de você me mordendo... Só lembro de estar tão... Tão entregue aquilo que estava sentindo que não percebi que você tinha me mordido e que eu tinha correspondido a mordida. Só fui perceber o que eu tinha feito quando você me empurrou. - murmurou perdida em seus próprios pensamentos.

- Desculpe tê-la empurrado, foi apenas uma questão de sobrevivência. Você não estava controlada e bebia alucinada sem se dar conta. Estava movida pelos seus extintos.

- Me desculpe.

- Não peça desculpas. O que aconteceu é natural, era seu lado vampiro requerendo alimento. E honestamente eu fico feliz por ter sido comigo, se você atacasse uma pessoa talvez ela não sobrevivesse e eu sei o que isso causaria a uma alma doce como a sua.

Bella estremeceu embaixo de mim.

- Prometo não atacá-lo mais.

- Por tudo o que é mais sagrado não repita uma coisa dessas! - pedi fazendo-a me olhar em dúvida. - É bom morder o parceiro... É até meio sexy. Geralmente no er, no ato, os vampiros se mordem... Segundo papai e tio Emm a sensação é indescritível. E pelo aquilo que eu senti quando te mordi eu não duvido das palavras deles.

Suas bochechas estavam tão coradas que eu sentia o calor vir até mim.

- Mas agora... Nesse momento, não é recomendado que você me morda. Não que eu não fosse gostar. - sorri torto. - Mas você ainda não está acostumada a beber sangue e vai acabar colocando boa parte para fora assim como fez da primeira vez. É preciso ir com calma. Outro motivo é que você está faminta demais, pode acabar me deixando fraco como aconteceu ontem e tenho certeza que vai ficar se culpando por isso.

A estrangeira assentiu. Eu estava feliz por ela receber tudo com certa tranquilidade. Eu tinha plena consciência de que eram muitas informações em poucos dias. Infelizmente era necessário.

Levantei-me estendendo minhas mãos para ajudá-la a também ficar em pé.

- Eu acho que eu devo te ensinar a caçar.

A tranquilidade acabou naquele momento e Bella ficou branca como papel.

- Hey, fique calma. Vamos até onde você conseguir. - prometi.

Ela assentiu hesitante, porém assim que comecei a orientá-la a seguir seus extintos e deixar-se levar por eles ela esqueceu-se completamente da ideia de nojo de beber sangue. A caçada durou horas e não ocorreu bem, porém tudo estava dentro do esperado por mim.

Bella vomitou quase todo o sangue das duas primeiras presas, mas conseguiu segurar o sangue da terceira. Por fim chorou dizendo que era uma matadora de animaizinhos. Consolei-a divertindo-me com aquilo. Ela não percebia a hipocrisia de suas palavras, afinal sempre comeu carne de animais.

Ensinei-lhe também sobre o veneno que os híbridos machos possuíam que era igual ao veneno de todos os vampiros independentemente de sexo. Contei que as híbridas fêmeas não possuíam veneno e também se fossem mordidas nada lhes acontecia.

Por fim quando a noite já chegava voltamos até a sua casa.

- Eu precisava de um banho... - murmurou olhando suas roupas sujas e rasgadas devido a recente caçada.

- Tudo bem, eu te espero. - beijei a ponta de seu nariz.

- Er...

- O que foi?

- Você conhece alguém que possa concertar meu chuveiro?

- Queimou?

- Na verdade eu meio que quebrei a torneira. - suas bochechas esquentaram me fazendo gargalhar.

Recebi um soquinho em meu peito.

- Não é engraçado.

- Ok, me desculpe. - controlei meu riso a puxando para dentro. - Vou concertar sua casa.

- Jura?! - pulou alegre.

Ri de sua empolgação.

- Só espero que você tenha as ferramentas.

- Ficou um monte de bagulheira do antigo dono na garagem. Deve ter algo por lá. - deu de ombros.

E realmente tinha. A torneira de seu banheiro não ficou em suas melhores condições, mas ficou boa suficiente para que ela tomasse seu banho e amanhã compraríamos os materiais necessários para fazer um belo serviço. Enquanto ela se banhava arrumei os armários e a geladeira de sua cozinha. Para completar o serviço dei um jeito na sua porta da frente para pelo menos nas próximas horas ficasse segura.

- Edward?

- Estou aqui.

Me virei sorrindo para a morena com cheiro de sabonete e xampu em minha frente. Puxei-a colando seu corpo ao meu e roubei-lhe um beijo rápido. Seu sorriso em retorno era lindo.

- Eu quero te mostrar mais uma coisa.

- Ainda tem mais coisas que podemos fazer? - arregalou seus olhos.

Ri do seu jeito.

- Na verdade você já deve ter reparado que nossa visão é mais aguçada. - ela assentiu. - Então eu quero te mostrar uma coisa. Coloque seus braços envolta do meu pescoço. - pedi e assim que ela o fez eu saltei.

Seus braços me apertaram com o susto. Pousamos suavemente sobre o telhado e nos deitamos para olhar para o céu estrelado.

Bella ofegou.

- Isso é... Maravilhoso.

- Sim... - murmurei, porém eu não me referia ao céu e sim ao seu rosto encantado.

Após alguns segundos em silêncio ela virou seu rosto para mim.

- Obrigada por hoje.

- Eu só queria te mostrar que ser o que somos não é de todo ruim. Sei que está com medo de ser um monstro como aquele que levou suas mães. Mas o que nos faz monstros são as nossas atitudes e não nossas espécies.

- Eu sei. - suspirou deitando sobre o meu braço.

Seus olhos voltaram-se para o céu.

- Você vai estar comigo quando eu for falar com ele?

- Se você quiser, eu estarei.

- Eu quero.

- Então estarei lá.

Ela virou-se novamente para mim e beijou ternamente a minha bochecha olhando-me com seus grandes e brilhantes olhos chocolate.

- Eu amo você Edward.

- Eu também te amo Bella.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Participem do grupo no Face: https://www.facebook.com/groups/479210868793110/