Caçadora De Vingança escrita por A Granger


Capítulo 22
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Sem muitas notas hj, mas espero que gostem (até pq tive bastante trabalho fazendo esse cap)



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POV Julia

Quando ele me prensou contra a árvore a única coisa que pensei foi que tinha finalmente deixado o cara irritado. Eu não esperava que ele me beijasse. Na verdade, só me dei conta de que ele estava me beijando quando eu mesma aprofundei o beijo sem resistência nenhuma por parte dele. Mas nessa hora já era tarde demais para eu me controlar e PORRA!! O FILHO DA MÃE BEIJAVA BEM PRA CARALHO.

(https://www.youtube.com/watch?v=pZ_Bnu_RbQM N/A: a letra não tem muito haver com oq acontece, mas escrevi tudo daqui em diante ouvindo essa musica; como conselho continue a ler quando a musica começar; mas se ñ quiser ouvir ñ tem problema; é só que essa foi minha inspiração pra terminar esse cap)

Eu quase soltei a arma quando a mão dele que estava na minha cintura subiu até o meu pescoço. Nunca tinha sido beijada daquele jeito. Era quente, mas suave e, mesmo com nossas línguas disputando espaço de um jeito ávido e até apressado, era gentil. Beijar ele era a melhor coisa do mundo e eu não queria que acabasse; mas, por um segundo, minha consciência se manifestou e eu soube que não podia continuar com aquilo. Antes que nosso fôlego acabasse eu consegui afastar o rosto dele do meu.

--Chega. Para – consegui dizer com firmeza, mas minha respiração descompassada fez com que eu não parecesse tão firme assim.

--Eu não quero parar e nem você quer mesmo que eu pare – ele respondeu e, mesmo respirando de um jeito tão irregular quanto eu, conseguiu parecer mais firme; talvez porque estivesse falando a verdade e eu não.

--Você não pode afirmar isso – eu rebati mesmo sabendo que ele tinha razão.

--Posso sim – ele me contrariou estreitando os olhos e aproximando o rosto do meu até nossos lábios quase se tocarem outra vez, mas ele parou firme encarando meus olhos enquanto nossas respirações se misturavam.

--Com base em quê? – eu perguntei tentando manter o foco nos seus olhos e não nos lábios dele roçando nos meus.

Ele deu um pequeno sorriso antes de me responder em voz baixa de um jeito que eu não ouviria se ele não estivesse com o rosto tão perto quanto estava.

--Foi a sua língua que buscou a minha – ele falou ainda com aquele sorriso, mas depois ficou sério e eu pude ver isso no olhar dele – Eu já vi o que você é capaz de fazer e sei, por causa disso, que não deixaria que fizessem algo com você que você não quer que façam. Não vou mais me segurar, Julia. Se quiser mesmo que eu pare – ele puxou minha arma até o cano da mesma estar contra seu pescoço de novo – Vai ter que atirar em mim.

Eu fiquei sem reação com essa resposta. Não impedi a tempo que ele me beijasse, mas esse foi um beijo rápido e logo os lábios dele estavam descendo, primeiro pelo meu queixo, depois mandíbula e então meu pescoço.

--Ford...Para – consegui dizer, mas não foi, nem de longe, tão firme quanto eu queria.

--Atira – ele sussurrou contra minha pele e aquilo me fez arrepiar.

Ele soltou a arma e suas duas mãos me seguraram pela cintura me pressionando mais contra a árvore as minhas costas. Ele distribuía seus beijos desde a minha mandíbula até a gola da jaqueta que eu vestia por cima de uma regata, mas mesmo podendo, ele não ia além disso. Era como se me provocasse; como se estivesse me esperando atirar ou afastá-lo de um jeito convincente. Só que eu não queria afastá-lo, não o queria longe, mesmo não admitindo, não queria que ele parasse. Quando seus lábios passaram para o outro lado do meu pescoço minha mão livre subiu aos fios de cabelo dele sem minha permissão. Minha cabeça era a única coisa que continuava insistindo para que eu o parasse; continuava me dizendo que eu não podia continuar; que eu tinha que afastá-lo; que o mais seguro, E CERTO, era eu afastá-lo. Mas quem disse que meu corpo aceitava isso?

O corpo dele me prensava contra o tronco daquela árvore e eu não queria que fosse diferente. Quando as mãos dele começaram a subir pela lateral do meu corpo eu não consegui segurar um suspiro. Eu queria aquilo; e muito mais até, eu me arriscava a dizer. Todo o meu corpo reagia a ele de um jeito que me deixava sem entender como aquele cowboyzinho vindo de um fim de mundo podia ter tanta influencia sobre mim.

Eu já tinha conhecido homens com uma boa pegada; caras que sempre se esforçavam para agradar de um jeito que toda garota, depois de ficar com ele, saia contando às amigas o quão bom ele era. E, acredite, alguns eram bons mesmo. Mas eu nunca senti com nenhum deles o que estava sentido naquela hora por causa das caricias do Ford. Chegava até a me irritar o jeito como meu corpo reagia a ele de forma tão rápida. Quando as mãos dele tocaram a pele dos meus ombros por baixo da jaqueta eu soube o que aconteceria se eu não parasse aquilo logo. Na verdade soube o que EU acabaria fazendo se aquilo não parasse.

Os dedos dele acariciavam a pele dos meus ombros com delicadeza; vez ou outra passando por cima da alça do meu sutiã, por baixo das alças da regata. Minha mão livre estava no pescoço dele enquanto a outra segurava frouxamente a arma. Senti os lábios dele se aproximarem do meu ouvido.

--Ainda quer que eu pare? – ele me perguntou num sussurro; sua voz estava rouca, o que me fez arrepiar e tenho certeza de que ele notou.

--Sim – sussurrei de volta, para aumentar a raiva que já estava sentindo de mim mesma minha voz fez questão de falhar duas vezes nessa única palavra.

--Não é o que parece – ele provocou mordendo de leve minha orelha me fazendo estremecer – Se quer mesmo porque ainda não atirou?

--Porque, apesar de tudo, não quero te machucar – respondi de olhos fechados conseguindo controlar a voz um pouco melhor.

Senti o corpo dele se afastar. Não muito, mas o suficiente para não mais me tocar. Suspirei; não sei se de alívio ou reprovação. As mãos dele se colocaram aos lados do meu corpo apoiadas contra a árvore e senti sua respiração contra meu rosto. Abri os olhos encontrando o olhar irritado dele sobre mim. Sua respiração estava pesada como se ele tentasse se controlar. Eu não entendi o que estava acontecendo nem tive reação aquele olhar dele.

--Me machucar – ele falou devagar como se testando o significado das minhas palavras; depois soltou um riso irônico, baixo e curto – Me machucar, Julia? Você sequer sabe do que está falando.

--Olha aqui seu.... – tentei discutir pra ver se ele se afastava mais, mas fui interrompida.

--Olha aqui você!!! – ele me cortou irritado, depois sua expressão mudou para chateada – Eu sou mesmo o cara mais idiota e estúpido do mundo por, conhecendo a pessoa a menos de cinco dias, dizer que já estou apaixonado por ela - meus olhos se arregalaram ouvindo isso e tenho certeza que, pela surpresa que senti, minha boca estava levemente aberta – É isso mesmo o que você ouviu, McClean. Eu estou completa e estupidamente apaixonado por você e sequer precisei daquele primeiro beijo pra isso. Tudo o que tive que fazer foi olhar uma única vez pra você. Sabe; eu tinha que ter aceitado de uma vez o que você disse sobre ir embora assim que pudesse. Devia ter ficado quieto e na minha. Assim eu não teria feito o que acabei de fazer e, consequentemente, não teria esperanças por você ter correspondido aos meus beijos. Mas daí ouço você dizendo que não quer me machucar. Mas já que vai ser assim, Julia. Me faz um favor – disse ele e sua mão direita segurou arma em minha mão direita e a colocou mirando em seu braço; num lugar que não causaria dano nem um perigo real – Atira. Se tudo o que sente por mim for só atração física como parece ser; mesmo eu não sabendo como pode ser só isso já que não existem motivos reais para alguém sentir isso por mim – ouvindo isso pensei: “Ele não tem noção do quanto é gostoso???”; sei que não devia pensar nisso, mas na hora não me impedi, ainda bem que fiquei quieta e ele continuou – Se foi só por isso que correspondeu então; por favor; atira logo.

--Tá louco?!?!? – perguntei tentando afastar a arma dele – Não vou atirar em você.

--PUXA LOGO A MERDA DO GATILHO, MCCLEAN!!! – ele gritou quase me assustando – Quando você for embora vai doer – ele continuou, respirando de um jeito descompassado – Vai doer muito, Julia. Eu sei que vai. Então, por favor, me deixe sentir uma dor real da qual eu possa reclamar. Ao menos assim eu vou ter uma marca pra me lembrar de que você realmente existiu. De que tudo o que aconteceu não foi só minha imaginação fértil demais criando uma garota diferente de todas as outras que existem, mas que, mesmo assim, como às outras, também não me quis.

--O problema é que eu quero – eu murmurei sem notar e no instante seguinte minha mão livre cobriu minha boca enquanto eu e Ford arregalávamos os olhos – Merda. Caralho. Puta que pariu. Maldita boca. Estúpida. Porque falei isso??? – eu murmurei tão rápido que nem eu me entendi direito.

Ele ainda parecia não acreditar no que tinha acabado de ouvir. Estava tão surpreso que nem me impediu de sair andando de um lado pro outro enquanto continuava a me xingar.

--AAAHHH; CARALHO – eu gritei irritada parando a um passo dele e voltando a encarar os olhos arregalados e surpresos do Ford – Certo; que se dane. Tá legal – falei pra ele – Eu admito. Tentei não notar o que estava sentindo. E estava conseguindo até aquela porcaria de beijo – suspirei irritada – Mas você tem razão; é burrice gostar de alguém que você acabou de conhecer. Então vamos fazer o seguinte: ignoramos o que acabou de acontecer; voltamos; daí amanhã eu sumo da sua vida e pronto. Tudo volta a ser como era antes.

Eu disse isso e me virei para ir até os cavalos, mas ele me segurou pelo pulso e me puxou para trás. Bati contra seu peito e nos encaramos.

--Nada vai ser como antes. Acha mesmo que vou te deixar ir depois de saber que, pela primeira vez na vida, tenho uma chance, mesmo que minúscula?

--Acredite – consegui me afastar um pouco – Você não quer se envolver comigo. Quem e o quê eu sou não vale a pena.

--Quem decide isso sou eu.

--Quando se envolver comigo põem em risco a vida da pessoa quem decide isso sou eu – falei firme.

--Eu já estou mais do que envolvido – ele falou pra mim me puxando pela cintura enquanto uma de suas mãos ia pra minha nuca – Se quiser mesmo que eu pare agora é que vai mesmo que me dar um tiro. Só assim vou te deixar ir embora.

--Eu faço o que eu quiser fazer, Johnson – falei pra ele tentando parecer ameaçadora, mas a proximidade com seu corpo e a mão dele trazendo meu rosto cada vez mais para perto não ajudou muito nisso.

--Só me dando um tiro você escapa de mim, McClean – ela falou beijando o canto da minha boca – Eu não to nem aí pro que você é nem pros perigos que estar com você pode me trazer. Eu to apaixonado por você e é só isso o que me interessa.

Quando ele me beijou de novo parte de mim ainda queria afastá-lo; ainda queria manter ele longe de toda a merda que era a minha vida. Mas acho que na hora eu pensei: “Se não posso proteger uma única pessoa, de que valeu tudo o que treinei e aprendi??”. Quando os lábios dele tocaram os meus eu travei a arma e a soltei no chão. Eu não iria afastá-lo; eu não queria afastá-lo. Daí em diante tudo foi acontecendo como uma fileira de dominós caindo; um de cada vez e a cada segundo mais rápido.

Eu nunca gostei de caras possessivos e que gostavam de comandar a relação, mas quando ele tomou a iniciativa de colocar as mãos por baixo da minha camisa eu posso dizer que gostei. Depois disso não sei explicar como acabamos deitados na grama. Minha jaqueta e as camisas dele estavam em algum lugar no chão a nossa volta. Ford alternava entre beijar meu pescoço e meus lábios, mas não passava da gola da regata. Ele estava me provocando; e conseguiu. Eu mesma puxei minha regata tirando-a do meu corpo e logo depois puxei ele para um beijo. Aquela altura as coisas já estavam mais do que quentes. Eu sabia no que ia dar; e era exatamente isso o que queria.

Ele passou a mão por baixo da minha cintura e nos puxou até ele estar sentado na grama e eu no colo dele. Minha cabeça ficou um pouco mais alta que a dele e eu gostei disso. Beijei seu pescoço enquanto as mãos dele circulavam em minha cintura sobre a barra da calça. Segurei seu rosto e o encarei; havia algo errado. Ele estava com uma expressão envergonhada.

--O que houve? – sussurrei.

--Eu não tenho uma camisinha – ele me falou também sussurrando com uma expressão desapontada.

A camisinha; eu sequer tinha me lembrado disso. O que não era normal, já que era uma das primeiras coisas que eu procurava ter por perto quando ia pra cama com alguém. Ele não estava me encarando; parecia com vergonha e isso me fez sorrir porque qualquer outro cara sequer teria se preocupado em avisar isso.

--Hey – puxei o rosto dele pra me encarar, sorri e o beijei – Juro pra você que nunca fiz isso sem proteção e que tenho certeza absoluta de que estou limpa quanto ao que diz respeito a doenças. Se puder jurar o mesmo pra mim eu deixo esse seu lapso passar – sussurrei o final no ouvido dele – Eu quero você Johnson; e quero agora.

Senti o corpo dele se arrepiar.

--Não é só contra doenças que serve a camisinha, Julia – ele falou, mas a voz dele estava fraca; não era um argumento que convencia nem a ele. Eu estava pronta para responder com alguma piada sem graça quando ele me encara sério e continua – Não tenho nenhuma doença; posso jurar isso pra você. Até porque...bem; eu..eu nunca... – ele começou a gaguejar e a ficar vermelho.

Eu o encarei erguendo uma sobrancelha. Não acreditei no que estava ouvindo.

--Péra; Ford você é... – nem consegui terminar a frase e comecei a rir; soltei uma gargalhada alta demais e ele me encarou sério e irritado – Certo; ok...Desculpa. Não devia ter rido, mas é que... – segurei o riso de novo – Qual é?? Você tem o que; 24 e nunca....

--Não foi por falta de vontade – ele me interrompe irritado.

Naquela hora parte de mim estava se mordendo pra continuar a zuar com ele; só que uma outra parte parecia muito satisfeita em saber que eu era a primeira, mesmo que eu não pudesse falar isso sobre ele. Parei de rir, mas ele não me encarava então não viu. Desci minhas mãos pelo abdômen dele até o cós de sua calça e ele me olhou surpreso. Eu só sorri e continuei o que estava fazendo. Acho que depois disso ele entendeu que eu não me importava mais com camisinha nenhuma e muito menos com o fato dele ainda ser virgem.

Posso dizer que continuamos de onde havíamos parado só que ele ficou mais calmo, menos nervoso e mais confiante. Quando nossas roupas sumiram dos nossos corpos o sol já estava se pondo e tenho certeza ao dizer que, aquela foi a melhor noite da minha vida. E, pra um cara virgem, Ford se saiu melhor do que eu poderia imaginar.

Tudo com ele foi diferente. Posso dizer que me arrependo de ele não ter sido meu primeiro; se minha primeira vez tivesse sido com ele tenho certeza de que seria muito melhor do que foi. Mas ainda posso dizer que Ford foi o primeiro e único homem a conseguir algumas coisas. Foi o primeiro cara que me levou pra cama sem camisinha; foi o primeiro que fez meu corpo reagir a cada toque; foi o primeiro que me fez arrepiar quando gemeu meu nome; foi o primeiro cujo nome eu chamei; foi o primeiro a me fazer chegar ao ápice antes dele. Com Ford tudo foi mais forte e intenso. Cada toque dele tinha mais do que só desejo; tinham carinho.

Nunca me senti tão bem transando com outro cara. Era como se ele soubesse, instintivamente, tudo o que deveria fazer; todas as formas de me satisfazer; os jeitos certos de me tocar. Quando ficamos exaustos ele puxou a manta que usávamos para por baixo da cela dos cavalos (estávamos perto do tronco onde eu tinha deixado a cela do Vulcano; o cavalo que usei para chegar até aqui) e a estendeu no chão nos colocando deitados sobre ela. Mesmo exaustos a noite estava fria o bastante para procurarmos nossas roupas. Só alcançamos nossas calças e a camisa de botões dele. Ele colocou a camisa sobre mim enquanto deitávamos. E pela primeira vez na vida, eu estava experimentando muitas coisas novas com ele naquela noite, me permiti relaxar nos braços de alguém. Eu o abracei de volta escondendo meu rosto na curva do pescoço dele sentindo cheiro de grama, terra, suor e o cheiro de algum sabonete que ele deveria usar.

Os braços dele me envolveram de um jeito protetor. Eu nunca me senti protegida, nunca. Nem quando sabia seguramente que nada poderia me atingir eu senti essa sensação de proteção que senti na hora em que os braços dele me seguraram com firmeza me mantendo perto. Era quente e aconchegante. Me fez abaixar todas as minhas defesas e simplesmente me deixar levar por aquela sensação boa de segurança. Quando percebi já estava quase dormindo e a única lembrança que tenho é o som da voz dele sussurrando que não me deixaria.

O estranho foi acordar agora à pouco. Ainda estou nos braços dele enquanto Ford dorme tranquilo do meu lado. A sensação de segurança e proteção ainda continuar, mesmo com ele estando tão mais indefeso do que eu. A pouca claridade do sol nascendo me mostra o corpo dele enquanto eu relembro cada detalhe da noite anterior. Os ombros; a parte superior e partes do abdômen dele estão arranhados e sei que foram minha unhas as responsáveis por isso. Olhando as mancas vermelhas nos ombros dele tento imaginar em como estão as marcas que sei que deixei em suas costas.

Agora eu estou aqui. Deitada sobre um dos braços dele. Meu cotovelo direito apoiado no chão ao lado do rosto adormecido de Ford com minha cabeça apoiada em minha mão de modo que a mão esquerda fique livre para tocar o rosto dele de leve. Não que ela tenha ficado apenas no rosto, mas deixa isso pra lá.

Os raios de sol começaram a nos atingir e os olhos dele se movem devagar, se abrindo pela metade e voltando a se fecharem. Eu ergo uma sobrancelha achando aquilo estranho, tava na cara que ele tinha acordado.

--Me diz que eu não estou sonhando? – ele murmura me fazendo sorrir.

Aproximo meu rosto do ouvido dele e sussurro:

--Suas mãos ainda estão em mim, Johnson. É meio óbvio que isso é real demais pra ser um sonho.

Os olhos dele se abrem rápido e me encaram. Gosto dos olhos dele; aquela cor castanha clara me lembra mel; me acalma. Sinto as pontas dos dedos dele tocarem meu rosto e fecho os olhos.

--Se ainda está pensando em sumir no mundo do mesmo jeito misterioso que apareceu aqui é bom ir desistindo dessa ideia – ele falou descendo seus dedos para o meu pescoço – Eu não vou deixar. Por mim você não saia dos meus braços nunca mais, só que, como sei que isso é pedir demais, me contento em te manter na mesma cidade.

Solto um riso baixo e abro os olhos encarando-o. Ele tinha um sorriso maravilhado no rosto. Como se o simples fato de me ver ali fosse o bastante para transformar qualquer coisa ruim na mais perfeita das ocasiões; e, pra ele, talvez fosse.

--Eu não posso ficar aqui pra sempre, Ford – falo acariciando o rosto dele do mesmo modo que ele havia feito a pouco comigo e seus olhos também se fecham – Eu ter vindo aqui ter sido a escolha certa ou não uma hora eu vou ter que voltar. Ainda sou o que sou e tenho coisas que só eu posso fazer.

--Certo. Me contento em receber ligações todos os dias e visitas regulares – ele brinca e depois me encara – É sério, Julia. Não quero ter que me afastar de você, mas, se isso for mesmo necessário, eu vou aceitar e esperar você voltar; só espero que realmente volte.

--Se apaixonar por mim foi a pior escolha da sua vida, sabia? – falei um pouco triste porque sabia que era verdade.

--Não foi uma escolha – ele fala me fazendo encará-lo curiosa; Ford sorri quando vê minha expressão e gira nossos corpos até ele estar sobre mim – Pode ser a coisa que mais vai me machucar e me fazer sofrer. Mesmo assim eu não me arrependo. Ao me arrependo porque você vale a pena – ele termina antes de me beijar de leve.


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Notas finais do capítulo

Sério, gente; COMENTEM PORFAVOOOOORRR
Eu quero saber a opinião de vcs; principalmente nesse cap *---* então sejam bonzinhos cmg e comentem, tá???
Bjs p vcs