Hunter - The Scape escrita por HannahHell


Capítulo 14
Capítulo 13.




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Fomos para a fazenda onde meus avós moravam, era um lugar enorme, tinha um pomar, campo de treinamento, um estábulo e a casa era enorme, acho que conseguia superar a sede da Associação.

 

Eu e Vincent entramos lá, era uma casa de campo luxuosa, com móveis rústicos e decoração campestre, que dava um ar confortável que lembrava férias.

 

Vovó me puxou até meu quarto, ficava no primeiro andar bem em frente à escada, era um quarto pintado de branco, com alguns pôsteres de bandas de rock dos anos setenta e oitenta. Em baixo da janela tinha uma grande cama de casal com uma colcha listrada preto e vermelha. A parede da esquerda era escondida por um armário embutido de madeira escura e na parede da direita havia uma porta para o banheiro e os pôsteres.

 

-Essa é a cópia do quarto do seu pai, sempre que nos mudamos deixamos um quarto arrumado do jeito que ele deixou quando foi embora – ela comentou e algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto – sempre tive esperança que um dia ele voltaria.

 

Eu a abracei forte – o quarto é lindo, papai tinha um bom gosto musical – comentei tentando parecer forte.

 

Ela deu um sorriso e nos afastamos – sim acho que no guarda-roupa tem os CDs dele, se quiser ouvir fique a vontade, minha linda loirinha – ela passou os dedos pelo meu cabelo e desceu as escadas.

 

Entrei no quarto e joguei minha mala em qualquer canto, deitei na cama e fiquei olhando e teto.

 

-Led Zeppelin? Ramones? Seu pai tinha um gosto interessante para música – Vincent comentou entrando no quarto.

 

-Sabe, eu até comecei a imaginá-lo com uma gravata na testa, segurando uma escova como microfone e cantando “I don’t wanna grow up” a plenos pulmões – comentei rindo enquanto sentia uma lágrima correr dos meus olhos para o lençol.

 

-Eu não consigo imaginar algo assim vindo dele – ele comentou sorrindo. Vincent estava parado em pé do meu lado e tinha um olhar divertido.

 

-Você o conheceu?

 

-E que vampiro não conheceu seu pai? Ele é uma lenda, até nós, vampiros, respeitamos um adversário à nossa altura – ele contou olhando pela janela – de qualquer maneira ele matou meu pai. Não que o velho não merecesse, mas eu preferia ter feito as honras. Meu sobrinho fugiu de casa com a ajuda do seu pai e da sua mãe, se bem que o moleque era uma ovelha negra, mas meu irmão nunca os perdoou.

 

-Nossa, vocês têm história – comentei me sentando.

 

-É pode-se dizer que sim, mas de uma coisa eu sei, meu sobrinho teve uma boa razão para fugir com eles – Vincent disse isso e saiu do quarto. E isso me deixou curiosa qual deve ter sido essa razão?

 

Levantei-me e desci para a sala, meus avós conversavam com Vincent, falavam algo sobre a tal da destilação, mas por usarem termos científicos nem prestei atenção – estou indo para os estábulos – anunciei e saí da casa.

 

O caminho para os estábulos era ladeado por simpáticos arbustos cheios de flores vermelhas, a caminhada não era muito longa. Não levei mais de cinco minutos para chegar.

 

Havia várias baias, mas apenas quatro delas estavam ocupadas, passei os olhos pelos quatro cavalos que as ocupavam e escolhi uma égua muito bela. Era, provavelmente da raça Paint Horse, tinha as patas brancas e o corpo mesclado branco com preto, a cabeça, crina e rabo eram pretos.

 

-Oi garota – cumprimentei entrando na baia, fiz carinho na cabeça dela para que ela me conhecesse e comecei a colocar a cela, cabresto, rédea, essas coisas para poder montar.

 

Quando acabei eu montei nela, animais geralmente não gostavam muito de mim, mas essa égua foi com a minha cara, do mesmo jeito que eu fui com a cara dela.

 

Fomos galopando pela propriedade, ao chegar ao pomar parávamos de vez em quando em algumas árvores para comer algumas frutas. O sol não estava muito quente, apenas forte o suficiente para esquentar meu corpo para não precisar usar nenhum agasalho.

 

-Belle, sua avó está te chamando para ir comer alguma coisa – Vincent disse aparecendo do meu lado.

 

-Certo – eu fiz a égua dar meia volta e começamos a voltar para a casa, com Vincent nos acompanhando. Embora estivéssemos bem rápido parecia eu ele estava apenas caminhando. Essa maldita super velocidade dos vampiros me irrita.

 

Parei nos estábulos e deixei a égua por lá para tomar água, comer comida e descansar. Depois eu e Vincent fomos andando para a casa.

 

Meus avós nos esperavam na varada, havia uma grande mesa cheia de guloseimas, bolos, sucos, doces, pães dos mais variados tipos, chás, etc.

 

Sentei-me e já comecei a colocar fatias de bolo e pão no meu prato e a encher meu como de suco de laranja.

 

-Calma, a comida não vai fugir – minha vó brincou lançando-me um sorriso amável.

 

-Não sei, vai que alguém decida desistir do sangue e comece a preferir bolos – comentei e isso fez todos rirem.

 

-Não se preocupe, Anagulosa, eu serei fã de sangue por um longo tempo, pode comer com calma.

 

-Eu não gostei do Anagulosa – reclamei enquanto comia o terceiro pedaço de bolo.

 

-Para onde vai tanta comida? – Vincent perguntou para meus avós claramente me ignorando de propósito.

 

-A mãe dela era do mesmo jeito, sempre comendo mais do que o necessário, acho que era por isso que ela passava grande parte do tempo treinando – vovó contou sorrindo.

 

-E a senhorita também tem de treinar, agora que está em um lugar protegido, se continuar a comer dessa maneira irá engordar – vovô disse sabiamente.

 

-Certo, vou treinar depois de comer – concordei.

 

A comida estava muito boa e conversar com meus avós era muito agradável, mas assim que o assunto acabou eu fui para a área de treinamento. E, para variar, Vincent me acompanhou.

 

-Você não precisava vir – comentei no caminho, já conseguia ver o largo campo com alguns alvos para treinar a mira. E um barracão para fazer o condicionamento físico e treinar ataques com sacos de areia, e outros.

 

-Já que está aqui, você vai me ajudar a treinar combate – anunciei andando para o centro do campo aberto.

 

-Certo, como vai ser, vamos lutar até você desistir ou você vai tentar me bater enquanto eu desvio sem dificuldade – Vincent comentou arrogante.

 

Tudo bem as duas opções eram válidas, mas eu não posso dizer isso em voz alta – eu vou te atacar e você vai se defender.

 

-Opção dois então.

 

Ele se preparou e eu também, respirei findo e olhei fixamente para ele, pensando qual a melhor maneira de atacar, me decidi por algo mais direto.

 

Corri na direção dele com os punhos fechados, mas quando estava quase o socando ele desviou para o lado. Virei para tentar o acertar, mas novamente ele desviou. Tentei chutes, tapas, todo tipo de golpe, mas ele sempre desviava.

 

-Você devia parar de se fixar na visão – ele comentou sorrindo cínico.

 

-E como você quer que eu não me fixe na visão, eu preciso ver onde eu estou socando – retruquei retomando minha posição de luta, talvez se eu achasse um padrão para os desvios dele eu consiga o acertar. Com isso em mente voltei a o atacar.

 

Desviar para esquerda, direita, direita, aparecer atrás de mim, esquerda, esquerda. Não seguia um bom padrão, na verdade não seguia nenhum padrão.

 

-Eu já disse você está confiando muito na visão e se esquece dos outros quatro sentidos.

 

-E o que você espera que eu faça? – indaguei olhando-o desafiadora.

 

-Simples, feche os olhos – ele me pediu – confie em mim – certo acho que eu não tenho nada melhor para fazer, então fechei meus olhos – respire fundo e relaxe o corpo – ele pediu colocando a mão nos meus ombros.

 

-Certo – eu fiz o que ele falou.

 

-Agora concentre-se apenas em mim, mas não abra os olhos em nenhum momento.

 

-Tudo bem – acenei com a cabeça e senti as mãos dele pararem de tocar meus ombros. Ouvi o som abafado dos seus passos rápidos, seu cheiro adocicado de flor de velório ficava variando de forte para fraco. Conforme o tempo foi passando essas características ficavam mais perceptivas.

 

-Agora tente me atacar – ele pediu bem próximo do meu lado direito, mas percebi que logo ele se afastou.

 

Fiquei parada escutando e sentindo para ver se conseguia achar o momento certo. Na minha mente eu já conseguia vê-lo, o caminho que ele fazia, por onde ele iria passar no próximo segundo.  Concentrei-me num ponto e o ataquei. Senti meu punho passar pela blusa dele e pegar de raspão a pele fria dele.

 

-Viu, se você aperfeiçoar seus instintos será imbatível – ele disse parando na minha frente – pode abrir os olhos.

 

-Onde eu acertei? – perguntei curiosa e ele apontou a região das costelas. Olhei ao meu redor, o sol já estava se pondo no horizonte – acho que por hoje está bom de treinamento.

 

-Concordo – ele sorriu para mim e voltamos para a casa, onde um delicioso jantar me esperava.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem *--* Aiai, queria ter um professor como o Vincent... ai ai...
anyway, mandem reviews são elas q me dão mais gás para escrever o/



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