Cherry Heart escrita por xxxmcxxx


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: olha, todos aqueles que acompanham a fic (e pelo que eu acredito, muito poucos) poderiam me ajudar a procurar imagens que vocês acreditem que se assimilem aos personagens (só os mais principais, claro). A ajuda de vocês me seria muito importânte, e as imagens escolhidas eu vou provávelmente tentar postar no site ( além de elas me servirem como inspiração, claro).
Agradeço muito a todos que estiverem dispostos a ajudar, beijos. ^^



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Cap. 12

Assim que começou a recuperar os sentidos, percebeu a luz quente do dia entrando no aposento por uma janela entreaberta. Deveria estar escuro ainda, deveria ser ainda de noite numa boate no meio da cidade, a música alta ainda deveria estar presente. Mas não era mais noite, não era mais o dia anterior.

Levantou a cabeça pesada do travesseiro macio bem devagar, tentando acostumar a vista ao clarão do quarto. As paredes do aposento eram completamente brancas, sem decoração, só uma mesinha ao lado da cama. Um quarto de hospital.

Levou o pulso direito a altura dos olhos, então verificou o largo tubo intravenoso pregado ali. Sentiu vontade de vomitar ao imaginar porque viera para aquele lugar. A idéia que lhe parecia melhor era de ter caído em algum momento no dia anterior e batido a cabeça com força, que a festa fosse toda um sonho, e que sua mãe e outras pessoas logo iriam aparecer com flores e coisas do tipo para levá-la dali. Infelizmente, sabia que não era isso.

- Teve uma noite boa? –Perguntou uma pessoa na porta, fazendo Yume largar a intravenosa que arranhava de leve com a mão esquerda.

-Não. –Respondeu com a foz rouca e falhando.

-Melhor do que a minha, pelo menos... –Comentou aproximando-se da cama e sentando de lado sobre ela. Segurava entre os dedos um bisturi, no qual esfregava a ponta cortante com o indicador, cuidadosamente, para não cortar-se. –Já quer saber o que aconteceu ontem a noite? –Tornou a falar.

Em resposta, Yume balançou a cabeça afirmativamente.

Crow repetiu o mesmo movimento, fixando os olhos na parede branca, então iciou sua narrativa:

“ Você não faz idéia de como Tokio tem boates. Foi difícil achar vocês no meio de tanta gente. Também não foi muito fácil entrar na Disguise Animal sem convite... Francamente, eu sabia que vocês haviam ido a uma festa, mas só decobri que vocês estavam justo naquela boate porque eu vi um Dodge Víper bem perto de lá... Bom, resumindo, você estava tão chapada quanto poderia se recordar, Tamaruu também (mas isso não seria novidade). Quando te vi, você já havia caído há um bom tempo, num sofá que compunha a decoração do bar. Então foi bem mais fácil carregá-la inconciênte. Ah, esses tubos intravenosos, talvez você já desconfie porque estão aqui, não é? Pouco tempo atrás, eu tinha certeza de que ia ficar com uma veia estourada e ficar em coma, mas até que acordou rápido.”

Um silêncio se instalou e permaneceu ali durante alguns minutos.

- Você tá bravo, não é? –Cortou o silêncio.

- Muito, mas não é com você. –Respondeu Crow.

-Com seu irmão, então?

Balançou a cabeça de um lado para o outro, em seguida baixou os olhos para o pequeno instrumento cirúrgico em suas mãos e permitiu-se cortar a ponta do indicador com ele.

-Principalmente comigo, eu acho.

 

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- Mãe! –A porta de uma casa é aberta repentinuamente. Yume entrou na sala de estar apressadamente e olhou ao seu redor, procurando pela mãe. Crow tinha acabado de descer do carro e vinha andando mais devagar, logo atrás.

- Yume! Voltou cedo, achei que ia ficar o feriado inteiro viajando com aquele seu amigo... –Ia respondendo sua mãe, então deteve-se com o olhar no garoto á porta.

- Então... é que acabamos voltando mais cedo da casa de campo dos meus avós... sabe como é, saudades de casa. –Disse apontando, numa tentativa falsa de ser discreto, para Yume.

-Mas... –Tentou, por sua vez, falar algo, mas então decidiu ficar calada. Virou o rosto em direção ao do amigo e sibilou: “Valeu”.

- Bom, Crow, você gostaria então de jantar conosco hoje? –Sugeriu a mãe de Yume, sorrindo de forma cativante.

-Hm?!

- Claro, seria um imenso prazer. –Crow passou as duas mãos no cabelo e sorriu vitorioso, fazendo uma careta de leve para a garota enquanto a mãe desta não estava olhando.

- Mãe... eu não acho uma boa idéia. Ele COM CERTEZA tem mais o que fazer...

-Não tenho, não.

- Ótimo! Yume, por que você não vai destrair o Crow enquanto eu termino as coisas aqui na cozinha?

- Hah, fazer o quê... Tá bom. Vamos, Crow. –Suspirou levando o moreno pelo braço, subindo pela escada.

- Você tem uma casa pequena... –Ia comentando o garoto enquanto andavam pelo corredor. – Nossa, se eu correr, acho que atravesso a casa inteira em menos de cinco segundos...

- Chegamos. –Empurrou Crow sobre um puff em seu quarto.

- Uau, nunca entrei com tanta facilidade no quarto de uma garota assim antes e não apanhei!

Yume encobriu a boca por um instante, o que fez o garoto achar que ela iria tossir ou algo do tipo, mas após alguns segundos pressionando a mão sobre os lábios, ela soltou uma gargalhada alta como não fazia a tempos.

- Não entendi. –Crow coçava a testa, com o cenho franzido.

- Eu só te imaginei apanhando de uma multidão de garotas, só isso.

- É, não é fácil ser desejado. – Debochou.

Ambos começaram a rir, talvez não só devido ao comentário, mas pelo clima agradável dali.

- Yume...?

- Sim?

-Posso te perguntar uma coisa?

- Claro que pode. – A menina tombou a cabeça para o lado de curiosidade.

- É que só vi e já ouvi falar da sua mãe... então eu queria saber... – Ele parou, sem saber como continuar. Mas Yume já sabia qual seria a pergunta.

- Ah, ele já morreu, quando eu tinha sete anos.

Crow encarou-a por um certo período, com os olhos expressivos.

-Sinto muito. – Foi a melhor coisa que encontrou para falar.

Ela, percebendo o desconforto do garoto, logo pôs-se a acalmá-lo. Comentar sobre isso já não era mais difícil, na verdade, tinha passado a conviver com essa perda apenas sorrindo e recordando de bons momentos. A única dor que havia conseguido superar (e superar sozinha), em sua vida, graças ao apoio que sempre tivera a todo momento de sua mãe.

- Não tem problema. –Disse, por fim. – Eu já aprendi a lidar com isso. –Então voltou a sorrir de leve, levando Crow a sorrir junto.

A mãe de Yume, sra. Maiko (ou melhor, senhorita) era uma pessoa simples, fácil de lidar. Era muito baixa, tinha a aparência igual a da filha, e sempre estaria lá quando esta precisasse, mas isso é outro caso. Já Crow, era básicamente como qualquer “criança” rica e descuidada pelos pais. Em especial, gostava mais da mãe, e isso era evidênte; no entanto, havia aceitado morar com o pai (separado da mãe) para manter distância do irmão e das mágoas que esse havia causado-lhe tantas vezes no passado.

- Eu acho que se meu pai estivesse morto, me daria o mesmo tanto de atenção quanto agora. –Crow ia debruçando-se de costas sobre o puff lilás.

- Você não se dá muito com a sua família, não é? –Yume juntou-se a ele, puxando a cadeira de rodinhas da mesa do computador para perto.

- Não importa, quer dizer, existe a família sanguinea que você escolhe, e a família de laços que você escolhe. Acho que eu apenas prefiro a família que eu escolhi. –Sorriu inclinando-se para a garota dos olhos liláses.

- E qual família é essa?

- Os meus amigos, eu acho. As pessoas com quem eu trabalho na Cherry Heart, principalmente.

- Eu sou sua amiga, não sou?

- Aham.

- Então, quem eu sou na sua família?

- Ahm... A empregada da família?

Yume fez uma expressão surpresa e revoltada, estava prestes a xingá-lo quando este continuou:

- Ok, ok, você seria outra coisa... o cachorro, que tal?

 

 

 


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