A Elfa Escarlate escrita por Koda Kill


Capítulo 22
Mesa cheia na cantina


Notas iniciais do capítulo

Ooooi Yoruuuu! Obrigada por ler minha história! Fiquei muito feliz de te ver por aqui ^^ Espero que goste do capitulo.



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Aprendi a tolerar o Will conforme os dias da detenção passavam. É claro que nós ainda discutimos muito e irritamos um ao outro. Eu xingava ele mentalmente umas 15 vezes por dia, mas não me atrevia a piorar a minha situação. Vai saber o que ele faria. Aquele mago era muito imprevisível. Já estávamos chegando quase no final do mês de detenção e minhas habilidades tinham melhorado drasticamente. Sentia até um frio na barriga de pensar que estava alguns passos mais próxima dos meus sonhos.

Exceto pelo fato de estar apaixonada por um humano que provavelmente levaria à minha morte, é claro. Não consegui achar uma brecha para ir vê-lo e meu coração doía de saudades. Alternava entre sorrisos, mensagens e sonhar acordada com medo, preocupação, tristeza e muita saudade.

Sentia que estava ficando louca, alternando de humor como quem troca de roupa. Pelo menos consegui ligar para ele na semana passada e escutar sua voz mais uma vez. Era como receber um presente. Senti arrepios quando ele disse o meu nome. Sinto um calor só de lembrar. Valeu a pena fazer uma corrida para o meio da floresta com o celular escondido na roupa. 

Infelizmente quanto mais o tempo passava, mais dispersa eu ficava da minha vida no instituto. Minhas notas caíram e Will parecia cada vez mais irritado comigo. Ava também estava suspeitando de algo, eu notava seus olhares. Mesmo tentando disfarçar ao máximo e ter muito cuidado, ela ainda me pegava rindo sozinha ou com o pensamento muito longe. Por isso mesmo eu não havia conseguido uma brecha para vê-lo.

Ela estava muito atenta aos meus movimentos. Uma hora eu ia ficar sem desculpas. A minha sorte é que ela estava muito ocupada com Íris criando o Jornal da escola. Estava mais para revista de fofocas na verdade. Passava muito tempo fora e isso me ajudava. Cada segundo de liberdade que eu tinha eu aproveitava para trocar mensagens com Yuri. Confesso que eu não sabia muito bem o que dizer a ele. Eu não podia contar sobre o meu dia, sobre minhas aulas, sobre a minha vida e nem ele sobre a vida dele, o que tornava a comunicação difícil. 

Agora mesmo durante a aula de história humana eu estava distraída e folheava o livro enquanto pensava sobre Yuri e o que poderíamos conversar, alternando entre quando vamos nos ver novamente e nos imaginar juntos novamente. Olha esse sentimento me deixava muito estúpida. Suspirei aliviada quando a professora finalmente nos dispensou. Eu não estava nem um pouco interessada em aprender sobre as organizações criminosas humanas e o quanto eles podiam ser perversos.

— Nossa eu to morrendo de fome! - Ralhou Ava me arrastando em direção à cantina. 

— Ai que susto garota!

— Ah, para de ser assustada, o que você tem? Ta sonhando com o próximo namorado?  - Brincou ela me deixando meio nervosa.

— Sonhando com o final de semana isso sim. - Desconversei.

— Bem lembrado, vai ter uma festa IN-CRI-VEL na C.A.V.E e você não vai escapar dessa vez. - Até parecia que ela estava se deliciando em me ver sofrer. Será que eu atraia esse tipo de pessoa? Resmunguei enquanto pegamos nossa comida. Pelo menos consegui arrastá-la para a mesa mais distante e escondida de todas. 

— Por favor me diga que aquele não é o Gildar  vindo sentar com a gente. - Falei encarando incrédula enquanto Gil e um amigo que parecia ser um meio demônio. 

— Annnn… 

— E ai Luna! - Gil nem esperou convite e já foi logo sentando na nossa mesa assim como seu amigo. - Esse é o Yuri, meu melhor amigo. - Senti meu coração disparar com a menção do nome, que coincidência. Tentei disfarçar dando um cumprimento com a cabeça que Yuri retribuiu. Ele parecia muito cansado, talvez até mais que eu.

— Oi - Disse Ava ao meu lado. Ela parecia curiosa.

— Queria te agradecer pela ajuda com a Stella- Disse Gil com um enorme sorriso. - Deu super certo.

— Ah, não foi nada. - Respondi desconfortável.

— E aí vadias? -  Íris sentou-se ao lado de Ava de forma barulhenta.

— Já soube do sucesso do Jornal? - Disse Ava entusiasmada. - Precisamos fazer uma reunião. - Elas podiam achar que estavam sendo discretas, mas o olhar conspiratório que trocaram parecia bem óbvio pra mim. Gildar ajeitou a postura caricatamente quando percebeu Íris ao seu lado. Tão previsível.

— É a história do troll bombou! Todo mundo está falando sobre isso. - Disse jogando seu cabelo dramaticamente. - Vamos fofocar lá no quarto depois de comer? Você pode vir também Luna. - Uau! Quanta generosidade. Como se eu fizesse questão de participar e ela estivesse me fazendo um enorme favor.

— Ah não posso, tenho detenção com aquele chato do professor Will. - Pela primeira vez a detenção me servia pra alguma coisa. Quase fiquei feliz de ter que aturar olhar pra aquele mago. Yuri bufou de repente.

— Odeio aquele cara. - Olhei novamente surpresa pra ele. Finalmente alguém que não babava Will.

— Pois bem que eu queria estar no seu lugar. - Disse íris com um sorriso debochado. Eu a ignorei.

— Finalmente alguém que me entende! - Falei encarando-o. 

— Não é? Ele simplesmente começou a pegar no meu pé loucamente do NADA! Eu não fiz nada!. - Gil olhou para ele desconfiado. - Eu juro!

— Eu te entendo, ele também adora encher meu saco. 

— Não sei se vou sobreviver até um o final do ano. - Confessou ele parecendo exausto. Pelo menos ele não estava se derretendo pela Íris, então ganhava um ponto comigo.

— Bom eu vou indo antes que ele resolva me dar mais uma semana de tortura por chegar 0.5 minutos atrasada. 

— Diga que eu mandei um beijo. - Disse Íris com um sorriso sonhador. Dei um sorriso forçado. Até parece! Era estranho comer com tantas pessoas, geralmente éramos só eu e Ava. E mais por minha causa. Não era necessariamente ruim. Talvez por não estar rodeada de ninfas.

Encarei a porta por alguns segundos antes de suspirar  alto e entrar no centro de treinamento. Aqueles eram os últimos dias de detenção, incrivelmente eu não me sentia aliviada. Talvez fosse culpa de todas essas mudanças de emoção que eu tenho sentido. Não conseguia me sentir muito motivada, não via perspectiva. Acho que uma hora eu teria que escolher entre Yuri e minha carreira e não conseguia imaginar o que eu escolheria ou como seria minha vida. Will estava jogado por sobre sua mesa com seus cabelos soltos espalhados por todo lugar. Parecia preocupado com algum dos seus documentos. Estava tão concentrado que não notou que eu me aproximava.  Bati as mãos fazendo um barulho muito alto.

— Professor! – Exclamei alto juntamente com o barulho. Ele deu um pulo na cadeira batendo suas pernas na mesa. Ao mesmo tempo uma espada caiu do alto e se cravou no tatame bem ao lado dele. Minha boca se abriu de surpresa. Os rumores eram mesmo verdade, aquilo era muito surpreendente. Aquela espada caiu do nada, não tinha nada por perto. De onde poderia ter surgido? Ele teria que ter conjurado ela. – Uau – Exclamei inconscientemente. Will me fulminou com os olhos. Ele parecia selvagem com aquele visual. – Então é verdade que você tem um arsenal invisível. 

— Não sei do que você está falando. – Mentiu ele organizando seus papéis em uma gaveta e levantando da mesa. Ao passar pela espada ela desapareceu como uma miragem. Não vou mentir, aquilo foi muito impressionante.

— Claro. – Disse respeitando seu segredo. Ele se aproximou de mim.

— Já terminou de se divertir às minhas custas?

— Mas é meu passatempo favorito! – Reclamei tirando onda com sua cara. Ele apenas me olhou feio e resolveu me ignorar.

— Precisamos conversar. – Nossa aquilo parecia sério, deveria me preocupar? Senti meu coração bater que nem um louco. Passei alguns segundos imaginando freneticamente o que poderia ser e se ele tinha desconfiado do meu segredo. Engoli em seco e acenei sem dizer nada. – Mas não aqui. – Ele estendeu sua mão para mim. Bufei contrariada. – Confia em mim?

— Nem um pouco. – Ele sorriu.

— Que bom. – Ele continuou com sua mão estendida. – Vamos apenas conversar, dou minha palavra. – Hesitei um pouco desconfortável. 

Ele poderia me levar para qualquer lugar, até mesmo para uma sela do calabouço ou para as masmorras. Suei frio enquanto ponderava. Ele apenas esperou pacientemente. Acho que se ele quisesse me prender não pediria permissão apenas o faria. Ainda mais que suas habilidades eram tão superiores às minhas. Estendi minha mão e o toquei. Ele me puxou para um abraço me sufocando com seu perfume masculino e me preparei para aquela experiência desagradável. Fomos sugados e cuspidos novamente. Só não cai porque ele me segurava em seus braços.

Eu o empurrei e fiz um gesto com a mão para que ele esperasse. Me apoiei em uma árvore e fiquei alguns momentos tentando convencer a comida a continuar no meu estômago. Ajudou não ter quase nada, minha pressão baixou consideravelmente. Senti o suor escorrer pela minha nuca e tentei recuperar a minha compostura. Quando senti que estava melhorando comecei a olhar ao meu redor tentando entender onde nós estávamos. Parecia a trilha para o Ronneys, naquele mesmo lugar em que ele disse que eu tinha potencial. Mas com certeza não poderia ser. Não conseguia imaginar o que ele estava pretendendo.

— Para onde estamos indo? – Ele fingiu que não me escutou. Contive alguns xingamentos e a vontade de lhe bater. Odiava quando ele fazia isso comigo.

— Vem logo. – Reclamou seguindo em frente. Respirei fundo e o segui. Nós estávamos realmente na trilha para o Ronneys, eu conseguia identificar depois de fazer aquele caminho um milhão de vezes. Mesmo assim foi difícil acreditar quando o vi caminhar em direção à porta. Aquilo era alguma pegadinha?

— Mas o que diabos... – Murmurei entrando atrás dele.


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Notas finais do capítulo

Alguma suspeita de porque o professor Will resolveu encher o saco do meio demônio yuri do nada? kkkkkkkkkkk



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