Prostituta Do Governo escrita por Peregrino das Palavras


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Val e Carlos, aiai. Vamos conhecer esses personagens ainda mais. (Vocês já perceberam que eu não sei mais o que colocar aqui na nota e.e)



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O parque era lindo - sim aceitei o convite, Pru vai ter que esperar mais um pouquinho - muitas árvores, lagos, e crianças, sim as crianças, elas corriam, brincavam, gritavam, riam, e me faziam pensar na minha infância.
Depois que mamãe morreu eu não podia sair de casa para ir no parque perto de lá. Não que eu não podia, mas não sentia vontade. Não tinha mais minha mãe para poder me apoiar, meu pai tinha virado um bêbado que gritava, muitas vezes, com a gente, minha irmã não parava em casa porque teve de começar a trabalhar para nos ajudar a sustentar a família, e meu irmão não conversava comigo, só ás vezes e devo admitir que era a pessoa que mais me entendia naquele furacão de sentimentos que eu sentia. Eu ficava no meu quarto o dia inteiro, desenhando, escrevendo ou apenas deitada, nada me fazia feliz ou me dara interesse na época. Chegava momentos que eu não sabia o que fazer. A vontade era de me esconder debaixo do universo que era meu cobertor e de la não sair mais. Parecia que algo, um tipo de ódio, criava-se dentro de mim e ia crescendo tomando posse do meu corpo. Mas ódio do que? Nem eu mesmo sabia, quem era o culpado de tudo? Eu ficava puta com todos, e gritava com os mesmo, fiquei sem comer por dias, emagreci a ponto de meu pai ter que me levar pro hospital. E o que isso me resultou? Um ano de atraso na minha vida. Repeti o primeiro colegial. Bem isso são águas passadas que borbulham na minha cabeça....Vamos esquece-las.
Logo minha atenção voltou para Carlos, que enquanto andava olhava para mim. Fiquei surpresa, escondi o rosto.
-Olha ali - ele apontou para uma quadra a uns dez metros na nossa frente - Estão jogando vôlei, você curte?
Olhei para a quadra, os times eram só de homens, tinha apenas uma ou duas mulheres, não dava para ver ao certo.
-Gosto, mas você não vai querer ir lá vai?
-Por que não? Vamos vai, o que pode acontecer? Temos que abrir portas que nos possibilitem novos caminhos. Vamos conhecer pessoas novas, queimar calorias, nos divertir, nos conhecer melhor - falava enquanto listava o que dissera com os dedos.
vero, vamos la então - vero, faz tempo que não falo isso  
Chegando lá, Carlos fez um gesto para que eu parasse, para que ele pudesse falar com os caras. Claro que eu não parei. Não queria ser dependente dele.
Chegamos em um cara negro, careca, de shorts e camiseta branca, aparentemente, toda suada.
-Posso ajudá-los? - Disse o cara, que eu deduzi que tinha um metro e noventa e cinco.
-Oi, eu sou o Carlos, e essa é a Valentina, queríamos saber se poderíamos jogar 
Era assim que ele convencia as pessoas? Educado mas não eficiente.
Como eu previ, o cara recusou.
-Mano, não vai dar, os times já estão cheios.
-Vamos lá, qual é o seu nome - insistiu Carlos
-Me chamem de Beto.
-Então Beto, - Carlos virou de costas com Beto para conversarem em "particular", mas eu ainda conseguia escuta-los - eu estou tentando conquistar aquela garota, nós nos conhecemos a pouco, e já vi que ela  é muito especial
O que foi aquilo. Ah Carlos, seu...seu...maldito. O que eu pensei lá? Nada. Não tinha o que pensar, mas Carlos queria me conquistar. 
Eles conversaram mais algumas coisas, que eu não pude ouvir, por fim Beto alegou:
-Está bem, mas se vocês querem tanto assim jogar, será vôlei em dupla, vocês dois contra Luiz, e como vocês são misto, Andreia. 
Cara, cara, caraaaa. Que injusto, os dois eram tipo, gigantes. Luiz era um branquelo, ruivo e muito magro, só que alto, então não o subestimei. A menina que deduzi ser a Andreia, era linda, tinha um corpão, e era alta. Seu cabelo estava preso como rabo de cavalo, e era negro intenso.
-Sugiro um empate - disse para Carlos
Ele riu
-Bem, você ficam no campo A - Beto disse pra gente - e vocês no campo B
A quadra era de areia. Melhor que a de concreto. Mas fazia tempo que jogara vôlei, acho que a última vez, foi no colegial, em um campeonato, vencemos.
-Vocês começam, já que "desafiaram" a gente - Beto falou fazendo o sinal de aspas com as mãos
Desafiar soou meio, "Arg vamos ganhar, você são ruins, Arg!"
Beto jogou a bola para Carlos, que jogou para mim
-Saca ai
Pelo menos eu gosto de sacar. Peguei a Wilson joguei ela pro alto, e por um erro de cálculos bati os dedos nela. Na hora pensei que tinha quebrado os quatro dedos. A bola bateu na rede e caiu no nosso campo. Os jogadores riram. Coloquei os dedos na barriga e agachei, o que fez Carlos se alertar e vir até mim
-Tudo bem? Deixa eu ver
Mostrei os dedos
-Peguei de mau jeito a bola
-Calma, só ta dolorido, não quebrou nada - disse enquanto analisava os dedos com a mão. - Mas está tudo bem? Quer parar?
-Claro que não.
-Então vamos lá.
No mesmo instante Andreia gritou
-E ai? Querem um médico ou vamos continuar jogando?
Beto pegou a bola e lançou para Luiz, que sacou muito bem, levantei a bola, Carlos preparou pra mim, e eu cortei. Mas Andreia bloqueou e a bola caiu no nosso campo
-Puta que pariu - soltei sem querer - ah desculpa é que eu sou muito competitiva -disse para Carlos que riu e assentiu
-Talvez na próxima, linda - perturbou-me Andreia
-É talvez - retruquei
O jogo foi indo, fizemos pontos e eles também, é claro. Por fim eles precisavam de mais um ponto para vencerem.
Luiz sacou, levantei, Carlos passou, Luiz pegou de manchete para que Andreia passasse, Carlos passou direto com um toque
-Desculpa não dava
-Tudo bem - perdoei
Andreia pegou com outro toque, e passou para Luiz que ia cortar
-Não! Volta para mim - gritou Andreia
Luiz o fez, e Andreia cortou, vi a bola vindo em minha direção e a última coisa que lembro foi uma pancada na minha testa, MUITO forte, e depois outra, quando cai e bati a cabeça no concreto, que era onde a quadra acabava. Tudo ficou escuro
 


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Notas finais do capítulo

Andreia VADIA, apenas....



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