Prostituta Do Governo escrita por Peregrino das Palavras


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Carlos e Val, não terminam de escrever suas histórias, e a esperanças da jovem são elevadas novamente, e isso não acontecia desde a faculdade, Carlos não para de surpreender.

(Desculpem-me pela demora do capitulo)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377070/chapter/8

Na noite passada eu não pude voltar para a casa sem nada nos bolsos, então tive um cliente, que comparado ao Carlos é um bêbado, mal educado, e completamente filho da puta. 
Primeiro que o cara estava totalmente desarrumado, quando me encostei na janela de seu carro, que eu não me importo com a marca, nunca me importei já que não tinha nenhum, vi que o cara tinha acabado de sair de uma briga de bar graças aos machucados e hematomas em seu rosto,  seu bafo de cerveja  chegava até a janela e suas roupas estavam amarrotadas. 
-Eai gatinha, quanto é os seus...Guiqui - soluçou - seus serviços...guiqui.
Encarei o ser por alguns instantes e não acreditava naquilo, mas tinha, era onde eu conseguiria comprar meu pão de amanhã.
-O que você vai querer - Perguntei, rude, mas ele não estava nem ligando
-Transar...guiqui...tem essa opição?
A vontade de chutar o carro e sair andando era enorme, mas só deu um riso sarcástico e abaixei o rosto
-É 100 lindão
Não aceite, não aceite, não aceite, pedi aos céus...
-Pode...Guiqui...entrar então - falou abrindo a porta
O resto daquela noite foi uma merda, sem contar que o filho da puta pagou só metade e me expulsou de sua casa, porque sua mulher estava chegando. Mas algo de bom aconteceu naquela noite, quando eu voltava para casa, uma loja de marca ainda estava aberta, quase fechando, e na vitrine dela vi um vestido muito simpático, que ia até os joelhos, tinha duas alças nos ombros e sua cor era a minha favorita, bege, mas na sua parte inferior havia um degrade de azul, como se tinta tivesse sido jogada por toda parte. Eu simplesmente amei, e corri para dentro da loja, claro que todos que estavam dentro da loja me olharam estranho, não é normal uma mulher sem calças, apenas meia calça, blusa branca e jaqueta de couro entrar em uma loja de burgueses. Mas eu nem liguei, procurei o vestido na sessão dos mesmo, e o encontrei, levei até um vendedor, que me olhou com uma ponta de nojo e um sorriso falso, falei que queria um para meu tamanho, e ele me trouce um vestido de um número maior, com toda certeza ele caberia em mim, então perguntei o preço, e o vendendo, que era negro, careca e um pouco robusto , me respondeu que era cento e trinta reais, o dinheiro retirei da minha bolsa e completei com algumas moedas do bolso da jaqueta. Deu certinho. Fui para casa correndo experimentar, já que amava vestidos e lembrava minha infância. Eu só usava vestidos, até nos dias frios, e lembro que um dia quando eu e minha família estávamos indo para um enterro, eu quis ir de vestido, bege também, então tirei a roupa que minha mãe tinha posto em mim, de luto, e coloquei o meu vestido, quando ela viu ela se agachou me deu um beijo no rosto e me disse
-Você é louquinha, quer usar vestido toda hora.
Me deu outro beijo e saiu, o enterro era do meu avô, parte de mãe. 

Ao chegar em casa vesti o vestido e me olhei no espelho, era lindo, deu uma volta e ele voou tão suave como a onda do mar chegando na areia, e nessas voltas o degrade do azul me lembrava o azul do céu.
Depois disso, vesti meu pijama, escovei os dentes e penteei o meu novo cabelo, que eu estava adorando, mas ainda sentia saudade dos meus dreads que cortará no mesmo dia, e então fui dormir

Não sonhei com nada, mas estava super entusiasmada, já que ia ver Carlos novamente. Falta três horas ainda para o nosso encontro, mas já comecei a me arrumar. Penteei meu cabelo, escovei meus dentes, coloquei meu vestido e minha sapatinha sem salto e azul bebê. Depois de tudo isso faltava menos de duas horas, para meio dia e meio, e foi nessas horas que eu fiquei cantando junto com meu CD do Wild Child, e regando minha plantação de morangos e rosas. E tive a ideia de comer alguns e colher algumas rosas, as quais pensara em dar para Carlos. Quando faltava menos de uma hora para o encontro sai de casa, tranquei o pequeno portão e a porta e fui andando com passos leves sobre minhas sapatilhas até a cafeteria Ca de Fé. Vi, pela vitrine do lugar, Carlos de costas sentado no balcão, falando com alguém no celular. Entrei e ouvi o tintilar dos sinos sobre minha cabeça, ao mesmo tempo Carlos olhou para minha direção e ficou com ar de surpreso, acho que meu sangue foi para meu rosto ao mesmo tempo que ergui os ombros e dei um sorriso. Ele me chamou com um  gesto da cabeça, e fui. Sentei-me do lado dele. 
-Uou, é você mesmo, Valentina? - Perguntou para mim e sorrindo, óbviamente
-Sou, e você é mesmo o Carlos? - Perguntei e lembrando que esqueci as rosas em um vaso na cozinha/sala
-Sou sim, e você garçom e você mesmo Daniel? - Ele perguntou lendo o crachá do garçom na nossa frente, tal que deu uma risada para não nos mandar tomar no cú.
-Vão querer alguma coisa? 
-Eu vou querer um café e um pão na chapa. E você Val?
-Hmmm, deixe-me ver - disse olhando minha bolsa de alça fina, apra ver quanto poderia gastar.
-Não, não, eu pago. - Disse Carlos pondo a mão educadamente em meu ombro
-Não mesmo, você não precisa fa....
-Eu insisto - Ele me cortou
Assenti e fechei minha bolsa
-Vou querer, então, um suco de laranja e....hmmm. um pedaço de torta de frango. Já que o Carlos está pagando.
-Pode deixar - disse o garçom que se retirou.
-Bem aqui está seu celular - disse Carlos tirando o mesmo do bolso e me entregando o Nokia
-Muito obrigado, e desculpa ter deixado lá.
-Que isso. E se não parecer muito abuso meu, você está muito linda. Claro que sentirei saudades dos dreads. Mas você está muito linda.
Fiquei vermelha
-Muito obrigada. - Respondi finalmente olhando para ele. - E se não for muito abuso meu. Eu adorei sua blusa dos Ramones.
Quando disse isso ele mesmo se olhou como se não soubesse se estava ou não com a blusa.
-É esses caras são o máximo 
-Muito. - concordei
O celular dele tocou, e para não atrapalha-lo, fiquei mirando uma mesa do outro lado da cafeteria. Onde uma família, formada por pai, filho e duas filhas estavam comendo. O garoto, a filha maior e o pai conversavam e riam, e a menina só ficava calada, concordando com eles ou só rindo, mas muitas vezes flagrava-a triste. Me identifiquei muito. Eu, meus irmãos e meu pai. Era assim nossa vida. Comíamos fora, já que papai não sabia cozinhar, os três conversavam muito mas eu não, já que era nova e não tinha minhas opiniões formadas ainda.
Quando voltei para Carlos ouvi ele dizer
-...não, não posso agora, nem nunca, nós terminamos...-ele desligou o celular
Me senti um pouco feliz e confusa, quem era?
-Me desculpe era...
-Não, não precisa explicar, você não me deve satisfações - o cortei
-Estamos quites?
-Quites do que? - me perdi
-De cortes
-Ah, me desculpa, eu...
Ele riu e olhou profundamente em meus olhos, fiquei quieta na hora, aproximamos nossos rostos, e no mesmo momento o garçom chegou e colocou o suco de laranja e o café, só que ao contrário, o café para mim, e o suco para o Carlos.
-Acho que ele se enganou - Carlos disse
-Sim, não gosto de café de manhã, só de tarde.
-Por quê? - Ele perguntou
-Me deixa de mau humor
Ele concordou e deu uma golada no café, e então chegou a torta e o pão. Comemos em silencio. Quando acabamos Carlos propôs.
-Vamos ao parque nacional?



 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaah, é muito amor '--'. SHUAHUSAU o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prostituta Do Governo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.