I Knew You Were Trouble escrita por ddessamoretz


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Desculpe demorar, mas tiver que ralar pra passar na recuperação de Matemática. Só passava no Nyah pra dar um olhada.



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Chegamos no shopping e Claire começou a vagar pelo estacionamento a procura de uma vaga para o maldito carro. Passamos cinco minutos inteiros procurando e tentando impedir Claire de estacionar em lugares reservados para cadeirantes e velhinhos. Depois de procurarmos mais Claire já estava indo em direção as vagas proibidas quando em uma última tentativa Vivian fez a asiática frear para escutar seu argumento dramático e sentimental.

– Você não pode fazer isso Clary. Não pode fazer isso com essas pobres pessoas - começa - Sabe por que fizeram essas vagas? Porque a maioria das pessoas não se preocupam com o fato de elas não conseguirem estacionar. - os olhos de Vi estava conseguindo prender a atenção da baixinha - Gostaria que no futuro três adolescentes preguiçosas pegassem a vaga que estava reservada pra você? - a essa hora já tinham lágrimas brilhando nos olhos da loira - Pense nessas pessoas Claire. Não tenha um coração mal - e então ela desaba em lágrimas.

Eu realmente não sabia se ela estava sendo sincera ou atuando. Até porque, Vivian é uma ótima atriz. Quando tínhamos 11 anos, ela quase me fez acreditar na existência do homem do saco. Era impossível não não pensar se era mesmo verdade, ela falava com tanta determinação e certeza. Mas eu tinha visto aquele brilho travesso escondido sob aquele olhar de pânico.

– Tudo bem! - Claire grita socando o volante do carro em frustração - Droga Vi! Para de chorar pelo amor de Zeus!

Vivian enxuga as lágrimas silenciosamente e quando a morena olha para frente acelerando o carro novamente, ela gira a cabeça e dá um piscadinha.

Reviro os olhos.

Procuramos por mais algum tempo e encontramos uma vaga. Um pouco distante do shopping, mas nada que uma pequena caminhada não possa resolver.

Descemos do carro e começamos o trajeto de pé até o shopping. Quando chegamos, antes de dar dez passos dentro do lugar escutamos um alto e sonoro "Claire". Viramos para encontrar um garoto correndo em nossa direção, e outro no seu encalço. Ele para de frente para Claire.

– Nossa! Como você mudou! Pra melhor é claro. Apesar de que eu gostava do seu cabelo preto também. - o rapaz exclama surpreso. Os cabelos ruivos e desalinhados caiam em seus olhos cinzentos e quando ele moveu o braço para tocar em uma mecha de Claire pude ver a manga da camisa cinza que usava agarrar seus bíceps fortes.

Minha amiga franze o cenho como se tentasse descobrir de onde o conhece, e quando ele pisca maliciosamente ela pula nos braços dele gritando "Ursinho". Eu estranho o apelido, até porque Claire não é de dar apelidos carinhosos para as pessoas, até agora ela só deu apelidos feios para mim e Vi, outra coisa é ela pular nos braços dele, nem depois de eu voltar de um viagem de dois meses ela fez isso. Tudo bem. Admito que eu estou com ciúmes, mas só um pouco.

– Você também mudou pra caramba! Cadê aquele saco de ossos que eu conhecia? - ela pergunta com um sorriso no rosto. A esse ponto já estou procurando uma fonte pra tentar me afogar.

Vivian chega perto e sussurra só pra eu ouvir:

– Como um pedaço de mal caminho desse já foi um saco de ossos? Parece que o amigo dele também está feliz com as visitas. Ta olhando pra você como se fosse a última coca do deserto. Eu disse que esse vestido iria valorizar sua silhueta cheia de curvas. - ela diz.

– Você sabe que não são curvas tão impressionantes. - replico.

– Querida... Todos do sexo masculino deveriam tomar cuidado para não sofrerem um acidente enquanto trafegam pelo corpinho da minha amiga. - ela olha para onde a baixinha está conversando com o ruivo, e depois para o amigo do ruivo, e então faz biquinho - Parece que vou ficar segurando vela. - Ela olha de novo a tempo de ver mais dois jovens se aproximarem do grupo - Ou não.

Lanço um olhadela ao amigo que Vi diz estar interessado em mim. Ele me encara abertamente, e quando percebe que eu estou observando coloca um sorriso cafajeste nos lábios. Desvio a atenção.

– Por favor. Em nome de todos os santos você não pode deixar isso vagando por aí sem acompanhante. - a loira suplica.

– Quem disse que ela vai vagar por aí sem acompanhante? - pergunto com um olhar malicioso - E você? Dois? Como é gulosa Vi.

Ela dá de ombros.

– Sabe como é. Quando uma oportunidade dessas aparece, temos que agarrar com unhas e dentes. Artifícios que eu vou usar e abusar hoje.

O ruivo se aproxima de nós.

– Prazer! Eu sou Vincent. Um amigo de infância de Claire. - se apresenta - Aquele é Toby - aponta para o "encarador"- e aqueles são John e Jonas - apresenta os outros dois carinhas, e acrescenta - Eles são gêmeos.

Vivian ofega, e sussurra "Ganhei na loteria" antes de avançar em direção aos dois, que olhavam para ela como se fosse um pedaço de bolo de chocolate. O que não era surpresa pra mim, já que a regata branca colada, e o short curto e justo de Vi deixava pouco para imaginação. As pernas compridas, grossas, e pálidas complementavam o pacote. E provavelmente os cabelos longos e loiros soltos, emoldurando o roto delicado estava levando os garotos a loucura.

– Prazer Vincent! Desculpe pela minha amiga. Deve ser a tensão sexual acumulada. Ela provavelmente está com um fogo inapagável. - digo. Vi mostra discretamente o dedo do meio pra mim, o ruivo ri, e eu posso jurar que ouvi os gêmeos ofegarem em ânsia.

– Vamos entrar. - Claire se pronuncia.

Toby se aproxima de mim.

– De onde vocês vem? - pergunta.

– Litoral da Califórnia. - respondo com um sorriso.

– Ouvi dizer que é muito bonito.

– Bastante. Pena que você não mora lá, poderíamos desfrutar de um bom tempo juntos. - digo maliciosa, ele corresponde o olhar.

O Nathan e Victor podem ir se ferrar. Talvez eu tivesse um relacionamento melhor com os dois se tivessem me abordado de maneira diferente.

– Garotos! Eu tenho que comprar algumas lingeries. Poderiam me acompanhar? É que eu acho que eu vou precisar de ajuda com o fecho dos sutiãs e tal. - então começa a andar em direção a uma Victoria's Secret. Eles nem precisaram de motivação. Sei muito bem que Vi não precisaria de ajuda com o fecho do sutiã, é pra esse tipo de coisa que vendedoras existem.

Logo depois todos se separam. Claire arrasta Vincent para uma loja de CDs, e eu agarro Toby e vamos em direção a livraria. Não me importa se é um péssimo local pra dar uns amassos, Claire não parecia estar afim de se pegar com o ruivo quando entrou naquela loja. Por que eu deveria ter receio? Nunca que vou desistir de uma boa livraria.

– Você gosta de ler? - pergunta. E quando olho pra ele vejo interesse na sua expressão.

– Eu amo ler. Simplesmente incrível viajar para outros lugares sem precisar tirar o traseiro do sofá. - digo extasiada.

Ele ri.

– Também adoro ler. Que tipo de leitura você curte? - pergunta.

– Aventura, romance, poesia, entre outros. - vejo a capa do romance do momento. Todas as mulheres, ou quase todas, tem um desses em casa - O que elas enxergam de tão interessante na história de uma mulher que corre atrás de um homem que não quer ela?

– Eu não sei. Minha irmã tem um desse... Ou tinha. - fala com um sorriso travesso, de garoto que aprontou.

– O que você fez? - pergunto.

– Ah. Nada de mais. Eu apenas pensava que se eu lavasse o livro depois de ter queimado ele ficaria melhor. - dá de ombros - Pena que não deu certo. Usei essa desculpa com minha irmã. Claro que ela não acreditou.

Eu começo a gargalhar e alguns segundos depois estou ofegando.

– Sim. Foi muito engraçado. - comenta rindo também.

Começo procurar pelo livro que quero. A espera de uma vendedora para me ajudar, mas quando eu mesma vou procurar uma, encontro duas que estão muito envolvidas em uma conversa animada para prestar atenção nos clientes. O que me deixa irritada.

Vou em direção a elas e interrompo a conversa na maior cara de pau.

– Poderiam me ajudar a encontrar esse livro? Eu procurei e não achei.

– Então deve ser porque não tem. - a ruiva comenta com cara de nojo e mascando chiclete com a boca aberta.

– Deve ter no estoque. Procure pra mim por favor. - anoto o nome do livro em um papel que encontrei no balcão.

Dessa vez quem se pronuncia é a loira.

– Se ela disse que não tem. É porque não tem.

Elas estavam querendo levar uns bons tapas na cara.

– O chefe de vocês sabe que estão conversando enquanto deveriam estar trabalhando? - pergunto com um sorriso inocente. Rapidamente a ruiva do caixa digita alguma coisa e minutos depois eu estou com meu desejado livro nas mãos.

Antes de sair ainda viro pra elas e falo.

– Vocês vieram de um bordel? - as roupas que usavam eram tão apertadas que não sei como elas ainda estavam respirando.

Pego Toby pelo braço e dou o fora dali ainda ouvindo as maldições que jogavam em mim.

– Eu achei que você subiria nelas e daria uns bons tapas. - Toby comenta alegre.

– Eu iria fazer isso. Mas elas ficaram boazinhas depois da chantagem.

Uma mensagem de Claire chega no meu celular, dizendo para nos encontrarmos na frente de um restaurante italiano. Depois de procurar pelo que pareceram horas conseguimos encontrar o maldito restaurante italiano. Que não era o único do local.

"Típico da Claire fornecer informações incompletas. Devia estar com preguiça."

Sento e vejo que Vivian e os gêmeos já estavam lá. Junto com um bela marca no pescoço da loira.

"Já sei de alguém que não vai gostar disso"

Uma garçonete usando nada mais que uma mini-saia, uma camisa de mangas longas, amarrada na cintura com um nó e tênis vaio atender nossa mesa.

– Qual o pedido de vocês? - pergunta em um pesado sotaque italiano, enquanto tira um bloquinho de dentro da blusa, junto com um caneta.

Todos pegam um cardápio. John ainda olhando para o menu pergunta.

– O que você sugere? - ela se inclina até dar um visão escandalosa do seu decote e começa a apontar enquanto responde.

Vi está com um olhar de "Vou matar essa vadia". Pra sorte da garota, John nem desvia a atenção do cardápio. Não se pode dizer o mesmo de Toby e Jonas. Ainda bem que o gêmeo número dois estava fora da sua linha de visão.

– Vamos querer lasanha. - me pronuncio.

– E pizza. O melhor sabor. Com suco de maracujá. Concordam? - todos acenam.

A garçonete anota algumas coisas no bloquinho e depois o apoia na mesa e continua anotando, enquanto o decote está a amostra.

– Rosanna! - um senhor robusto berra de dentro do restaurante - Andare avanti con lui. Smettere di giocare il tuo randagio!* - grita em italiano.

– Arrivando! Che diavolo! Noi non abbiamo più pace in questo posto?* - exclama de volta.

– Perché sei vestita come una puttana?!* - ela saí da nossa mesa e vai para dentro do restaurante enquanto discute com o homem.

Algum tempo depois uma mulher robusta, mas ainda sim bonita coloca nossos pedidos na mesa.

– Desculpem minha filha e meu marido. - diz, e também posso perceber o sotaque - Buon appetito!*

Depois de comer e jogar conversa fora Claire diz que está na hora de irmos. Vivian faz biquinho, mas concorda, e então convida os garotos para festa da baixinha. Claire finge que está tudo bem, mas posso ver a linha do maxilar tensa.

Quando chegamos no carro ela põe tudo pra fora e a viajem de volta para casa foi escutando a morena gritar, enquanto eu observava o pôr do sol.


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Notas finais do capítulo

*Vamos logo com isso! Pare de brincar sua desgarrada!
*Já vou! Que droga! Ninguém tem paz nesse lugar?
*Por que está vestida como uma prostituta?
*Bom apetite!
Bem é isso gente... Bye! Até mais.
E não! Não sei falar italiano.



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