O restaurante não é um lugar luxuoso, mas é agradável. Fica a beira da praia, a lua reluz sobre a água e cria um brilho lindo e romântico. Eles se sentam em uma mesa, de onde podia se ouvir as ondas quebrando na areia. O ambiente é todo em madeira, algumas mesas e velas se espalham pelo lugar e uma música suave toca ao fundo.

- isso é meio estranho, sabia? – ela comenta olhando para Nick tentando descobrir se só ela tinha a sensação de que isso era errado. Ela já tinha jantado com ele outras vezes, mas com todos da equipe.

- eu não acho, nós sempre fomos amigos, qual o problema? – ele diz tentando disfarçar a apreensão que está sentindo.

- Nicky... – ela diz balançando a cabeça e ele somente sorri. Soa tão familiar quando ela o chama de Nicky, e ele não pode deixar de pensar no quanto ele gosta da companhia dela.

- faz tempo que não fazemos isso, desde... – ele se cala lembrando-se do seu quase estupro. Seu coração se aperta, era culpa dele ele não deveria ter deixado ela sozinha. Mas a verdade é que para não fazer besteira ele preferiu sair com outra mulher, o que foi um erro que ele não iria repetir dessa vez, mesmo que ele faça a maior burrada de sua vida.

- não acabou muito bem. – ela diz se lembrando do quanto doeu ver ele a deixando por uma garota.

- prometo concertar as coisas. – ele diz sorrindo docemente para ela. Seus olhares se encontram mais uma vez isso está acontecendo frequentemente desde que ela saiu do lab. de L.A. qualquer um a sua volta consegue perceber uma tensão entre eles. O garçom se aproxima fazendo os dois desviarem o olhar. Ele lhes entrega o cardápio.

- sugira alguma coisa não somos daqui – Nick diz já que viu nos olhos dela que não fazia a menor idéia do que era aquilo e nem ele, só sabia que tudo tinha peixe de todos os jeitos.

- o que mais sai é o nosso filé ao molho especial. – Nick olha para ela que não precisa dizer nada e ele sabe exatamente o que ela quer dizer, ele a conhece somente com o olhar.

- tudo bem. – ele responde e o garçom pega os cardápios de volta.

- um vinho branco para acompanhar?

- por favor – Nick diz e o garçom se retira. – então a Lindsay já foi para a faculdade?

- ela vai mês que vem. – ela diz com um sorriso de orgulho, mas não de felicidade. Se sentiria ainda mais sozinha depois que a filha fosse embora. Talvez fosse um bom momento para ter Nick ao seu lado.

- como se sente? – ele pergunta preocupado, sabe que ela é muito apegada à filha e que as duas só têm uma a outra. Mesmo antes de Eddie morrer, Catherine cuidou da filha sozinha e ele admira muito isso nela, sua garra, sua persistência, adora ver como ela é dura na queda.

- bem, vou morrer de saudade, mas é a vida. – ele concorda com a cabeça, não colocando muita fé, imaginando o quanto seria difícil para ela.

- quando sai de casa minha mãe disse que estava feliz em se livrar de mim, mas uma semana depois meu pai me ligou dizendo que ela chorou durante dois dias. – Nick diz e Catherine o olhou achando suas palavras nem um pouco encorajadoras.

- só estou dizendo que é melhor que você não chore, por que se eu visse minha mãe chorando eu não teria vindo. – ele diz e Catherine concorda levemente com a cabeça.

- não é uma coisa fácil, mas eu estou me preparando. – o garçom volta com seus pratos. Eles comem e conversam sobre tudo, menos o laboratório. Isso era bom não ter que falar do motivo que os mantinham longe um do outro.

Com muita freqüência Nick se perdia em seus olhos, no seu sorriso, em seus gestos. Ele estava achando cada vez mais difícil se concentrar em não fazer nada com ela. Quando terminam de comer começa a tocar uma musica lenta que Nick sabe que ela gosta.

- vamos dançar! – ele diz tomando a mão dela e a puxando para que ela se levantasse. Ele a guia para a pista de dança, onde alguns casais dançavam lentamente. Ele envolve as mãos em volta da sua cintura e ela coloca os braços em volta de seu pescoço, seus corpos se encaixam perfeitamente como eles começam a balançar suavemente no ritmo da canção.

Ninguém podia negar que eles eram bons nisso, talvez eles se conhecessem tanto a ponto de prever cada movimento que o outro faria. Eles tinham uma química que faziam deles um belo casal, mesmo que um casal de amigos.

Ela mantinha uma distância razoável dele com medo da proximidade, mas ele a gira e a puxa para mais perto colando seus corpos. Ele sabe que é perigoso, mas ele a quer mais que tudo. Seu cheiro o embriaga, ele respira levemente em seu ouvido causando arrepios nela.

- eu adoro dançar com você, deveríamos voltar a fazer isso. – Nick diz em seu ouvido.

- é, desde que não me troque por outra loura oxigenada. – ela diz fazendo Nick sorrir em seu pescoço.

- sabe que eu tenho uma queda por loiras. – ele responde, mas não era isso que ela queria ouvir. – eu teria ficado com você, mas você sabe o que teria acontecido. – ele completa, ela sabia que não acabaria bem. Ele cola suas testas para olhá-la nos olhos. Ninguém havia olhado para ela com tanta intensidade como ele olhou, com tanta paixão como ele olhou.

- eu jamais me perdoaria se alguma coisa acontecesse com você, na verdade eu ainda não me perdoei. – ele diz.

- já disse que a culpa não é sua. – ela responde. Ele balança a cabeça em negativa, ele sabe que alguma coisa era culpa dele, afinal foi dele o convite e ele a deixou sozinha. Ele continua olhando profundamente em seus olhos, a vontade de beijá-la cada vez maior, ele começa a aproximar suas bocas. Mas Catherine quando percebe onde isso estava indo se afasta.

- podemos andar um pouco? – ela pergunta. Ele acenou com a cabeça e paga a conta.