Hitler E Sua Escova escrita por Harpia
Notas iniciais do capítulo
Muitas revelações!
Para silenciá-la, agarrando suas mãozinhas, ele a deu um beijo. Sem saber como reagir ao calor que lhe invadiu seus quadris, a escova retribuiu, permitindo que ele se apoiasse sob seu corpo de plástico. Quatro batidas na porta o fez parar e imediatamente limpar os lábios molhados com a manga do uniforme esverdeado.
– Viu? – ela se zangou, cruzando os braços e subindo em cima da tampa da privada. – Você não gosta de mim de verdade.
– Nein nein nein! – Adolf rebateu franzindo o rosto atraente, socando a porta repetidas vezes. – O que mais tenho que fazer para lhe provar o que sinto?
– Me apresente aos seus amigos e a todo o comitê como sua esposa. Me peça em casamento! - sugeriu, andando em círculos pelo cubículo.
Passando a mão na testa suada causada pela tensão, resolveu ser franco duma vez só. – Eu já sou casado, escova!
Num choque indescrítivel, a escova ficou boquiaberta enquanto seus olhos estavam vazios e inexpressivos. Não havia restado absolutamente nada para dizer ou contestar, a explicação já estava dada e ela jamais poderia competir com aquilo. Provavelmente sua esposa lhe daria tudo o que ela não poderia, contudo, não desistiria.
Ouvindo seu coração estourar como vidro, ela paralisou e questionou num tom sereno, olhando para a própria fisionomia. Gostaria de ter conhecimento sobre o acontecimento e todos os detalhes. – Quando essa desgraça aconteceu?
Hitler deu as costas, sem coragem de fitá-la, sem coragem de enxergar os rastros de sua destruição na face da escova. Esclareceu:
– Há pouco mais de cinco anos.
– Eu te odeio – ela arfou como seu último suspiro. – Nunca odiei tanto alguém.
– Odeia ou ama? – sorriu maliciosamente cínico.
– Foda-se.
Ele virou-se subitamente e a ergueu no alto entre o polegar e o indicador. – Não, não me odeie. Eu precisava de um álibi para quando você voltasse para mim.
– Você já transou com ela?
– Ás vezes temos que fazer sacrifícios para conquistarmos o poder – admitiu indiretamente e abaixou a cabeça.
Ela pigarreou e cuspiu no chão. - Nunca mais escovarei sua boca.
Desesperou-se. – Por favor, entenda. Eu precisava de uma fachada, quem confiaria num líder que não tem família? Como eu serviria de exemplo para a nossa sociedade alemã?
– Família? ADOLF HITLER VOCÊ ESTÁ PLANEJANDO TER UMA FAMÍLIA COM ESSA VADIA? - a escova berrou, chorando.
Precisando de uma pausa para retomar o fôlego, explicou mais abertamente. – Ela não é uma vadia, é uma ótima amiga que sabe tudo sobre você e que aceitou me apoiar.
Sacudindo a cabeça tentando se conformar, a pobre determinou antes de dar um passo em direção à janela. – Acho que talvez eu deva ir embora.
– Fique comigo –– Hitler a puxou delicadamente pelo quadril, apertando-a contra si como antes.
Ela o apartou outra vez. – Me dê um motivo por que eu não tenho mais nenhum! A única solução agora é te esquecer e me jogar no lixo!
Do outro lado das paredes (especificamente no corredor dos dormitórios), dois membros do comitê escutaram o dialogo sem sentido de seu Superior.
– Hitler está falando sozinho no banheiro - o chanceler gargalhou enquanto puxava seu assistente social para também botar a orelha na porta.
Acariciando as cerdas da escova, seu amado prometeu. – Tenho uma surpresa para você. Não irá se arrepender.
Arregalou os olhos, deixando seu lado pessimista de lado. Ele a fazia romanticamente derreter. – Qual surpresa?
– Se eu te contar não será mais surpresa... – mordeu o lábio inferior, se fazendo de difícil.
– Me dê uma pista para que minha ansiedade não seja em vão.
Passando um dedo sob o bigode, ele pegou a amada em seus braços e a guardou no bolso interno. – Já pensou em se tornar humana?
Seus olhos resplandeceram com reflexos que pareciam tremer. – Humana?
Se não havia pensado nessa possibilidade antes, agora era a hora.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Me fortaleçam com reviews