Be Your Everything escrita por Rainy


Capítulo 20
Capítulo 19- Gritei como gazela e fiquei sem beijo


Notas iniciais do capítulo

Não pessoas, eu não morri. To aqui, vivinha da silva e agora com meus lindos 16 anos o// ~~palmas, palmas~~
PS: eu sei que deveria rolar a festa da praia com Nikath, mas resolvi deixar pro próximo cap. Hoje só tem Ivath ou Kiván (Katherine + Iván)
Boa leitura ^^



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– Eu não vou colocar meus pés nisso ai! – exclamei pela milésima vez, tendo a esperança de que isso entrasse na cabeça do ser idiota (e gato) a minha frente.

Eu havia decidido que não estragaria a minha noite por conta da pequena discussão com o Niko. Fui andando determinada até o carro em que Iván me esperava e em poucos segundos vi a paisagem da fazenda desaparecer.

O trajeto até a cidade foi calmo, tranquilo. Acho que Iván não estava no clima de conversar e agradeci mentalmente por isso. Eu poderia até tentar, mas tirar Niko do meu pensamento, nesses dias, me parecia uma tarefa extremamente impossível! E então eu lembro que neste exato momento ele pode estar com a vagabunda e meu estômago embrulha.

Que ódio, que ódio, que ódio, que...

– Chegamos. – Iván anunciou e só depois percebi que já tínhamos estacionado.

Isso que é bom de cidade pequena. Tudo é perto.

Saímos do carro e fomos até o que eu achava ser o centro da cidade. Estava lotado de gente e as lojas esbanjavam as cores da bandeira dos Estados Unidos. Pessoas se fantasiavam do famoso ''Tio Sam'' e umas se vestiam de... Águias?!

Desviei o olhar daquela terrível cena e Iván foi me guiando até um parque na rua. A música alta incomodava meus ouvidos, as crianças corriam de um lado para o outro segurando sorvetes e pirulitos, homens com pernas de pau passavam em meio a tantas pessoas, uns gordos se empanturravam com asas de frango e dois deles começaram a brigar pela ultima do pote.

Cidade caipira é muito estranha...

– Vamos aqui. – Iván pegou na minha mão e me puxou.

Ele. Pegou. Na. Minha. Mão.

Ele. Ainda. Está. Com. A. Mão. Dele. Na. Minha.

Pareço. Uma. Retardada. Pensando. Desse. Jeito.

Desculpa, mas é o efeito. Efeito do Iván, porque por incrível que pareça eu não me desvencilhei dele. Nem por um segundo pensei tirar a minha mão do calor que a mão forte e máscula dele emanava. Era macia e... Como posso dizer?... Fofa? Ah, sei lá. Nunca fui muito boa com esses termos técnicos.

O que vocês precisam saber é: Eu gostei desse contato.

Por mais ''leve'' que fosse. Por mais bobo e pequeno que possa parecer para alguns, mas para mim só ocasionou uma explosão de borboletas – ou elefantes – no meu estômago.

Finalmente parei de olhar para nossas mãos entrelaçadas e ergui minha cabeça para fitar o garoto sexy ao meu lado. Acho que só agora que realmente fui reparar no quão belo Iván é. E isso pode até não ser o adjetivo mais comum para caracterizar alguém, mas é que a sua imagem é tão bonita. Tão perfeita.

Os cabelos cor de mel de Iván estavam grandes, mas puxados para trás. Seus olhos estavam da cor verde bem marcante e se fixavam na multidão, procurando por alguma coisa que eu nem ao menos me importava em saber o que era. Suas vestes se resumiam a uma camisa xadrez azul escura que se encaixava perfeitamente ao seu corpo, calça jeans pretas e um par de sapatos também pretos. Dois botões da sua camisa estavam abertos e eu sinceramente queria poder abrir o resto...

Que isso, Katherine! Sua safada sem vergonha. Não vai fantasiar com o Iván. Logo ele que é irmão do garoto que você gosta! – disse minha consciência.

Mas o Niko nem é namorado dela... Que mal há em paquerar só um pouquinho? Ainda mais com um gostoso desses... – outra voz na minha cabeça.

Eu parecia estar naquele conflito de Katherine Boa versus Katherine Má.

Dá só um beijinho nele... Só pra ver se é bom. Ninguém vai saber...

– NÃO! – só percebi a merda que fiz quando todos voltaram à atenção para mim.

Droga.

– Calma Katherine, é só um brinquedo.

– Quê?! – olhei confusa para Iván, mas devia estar com a pior cara possível porque ele começou a rir.

– A roda gigante. – apontou para a monstruosidade a nossa frente. – É só um brinquedo. Vamos.

– Eu não vou colocar meus pés nisso ai! – e agora chegamos à parte interessantemente assustadora da noite.

Não é que eu não goste de brinquedos que dão certa adrenalina, até porque eu ando de montanha russa, mas roda gigante é diferente. Você fica parada e suspensa a sete milhões de metros de altura. O pior é quando você olha pra baixo e ao invés de ver pessoas só consegue enxergar formigas.

– Ah, vamos! – insistiu. – Não vá me dizer que tá com medo. – arqueou a sobrancelha e sorriu, desafiador.

– M-Mas é c-claro que não. Eu a-amo roda gigante! – gaguejei. Incrível como eu faço isso nas piores horas possíveis. – É só que eu estou com fome...

– Depois eu pago um lanche pra você. Vem. – esse garoto tem problema. Me puxa como se eu fosse uma boneca de pano e até agora não soltou a minha mão. Não que eu me incomodasse e...

Espera... Eu não me incomodo com isso? Hum... Algo está estranho.

Iván me guiou até uns dos bancos e sentamos em seguida. Um senhor velho e barrigudo fechou a trava e foi até uma cabine que parecia ser mais antiga que a minha tataravó.

– Pode segurar minha mão se estiver com medo. – o deus grego sexy me pegou de surpresa ao sussurrar no meu ouvido, fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem. Sua voz era arrastada e sensual, calorosa e melódica.

Mesmo a claridade não estando muito boa, eu pude ver Iván esboçar um sorriso. Seus lindos e perfeitos dentes brancos só o deixavam mais bonito.

Que tentação.

Espantei os pensamentos pervertidos que estavam em minha mente na mesma rapidez com que eles vieram.

Ele é irmão do Niko. Ele é irmão do Niko. Ele é gato. Ops... Ele é irmão do Niko...

A droga do brinquedo começou a subir. Não teve outra. Comecei a gritar igual uma gazela louca e dei um tapa no peito de Iván, me encolhendo nele assim que aquele troço parou de subir e ficamos no alto.

– Merda, merda, merda, merda... – fechei os olhos com força e aperte a camisa de Iván. Aconcheguei minha cabeça em seu pescoço e fui respirando com dificuldade.

– Katherine... – é impressão minha ou meu nome ficava mais bonito quando ele o pronunciava? – Calma. Olha pra mim.

Neguei.

Eu nunca mais mexeria um músculo sequer. Não enquanto estivesse naquela máquina projetada pelo capeta.

– Confia em mim. – uma mão quente foi de encontro as minhas costas, a acariciando com o maior cuidado possível.

O.k. Acho que estou tendo um AVC agora mesmo.

Fui separando o meu rosto do pescoço sensual – sim, acho até o pescoço dele sensual. Algum problema? Se tiver, morra. Mentira, não morra. Só sofra lentamente. – milímetro por milímetro. Quando finalmente os meus olhos encontraram os seus, um sorriso involuntário brotou em minha boca.

Ah, esses olhos verdes. Essa boca vermelhinha e carnuda. Talvez ela seja macia, mas pra isso eu precisaria testar... Mas não posso! Não, não e não!

Meu Deus, eu virei uma tarada. Como é o nome daquelas pessoas viciadas em coisas sexuais... Gente... Ah, esqueci! Enfim, estou safada. Safada pelo Iván. Iván Romanov. Irmão do meu... Do meu... Do Niko! Irmão do idiota do Niko. Do inútil do Niko. Do perfeito do Niko.

Acho linda essa minha habilidade de lembrar desse ogro-acéfalo-idiota-gostoso-estúpido-canalha do Niko.

– Katherine, você está bem? – soltei o ar que mal sabia que estava segurando assim que ouvi a voz de Iván me trazendo de volta para a realidade.

Era impressão minha ou o rosto dele estava mais perto do meu?

Nããããão... Coisa da minha cabeça. Só pode. Né?

– Estou sim. – sorri de canto e fitei seus olhos. Eles estavam mais brilhantes do que o normal e agora ele me encarava tão terno. Tão carinhoso.

Ah, Iván, por que eu não me apaixonei por você?

– Katherine, eu queria te beijar.

Ah, morri.

Faleci.

Mande um beijo para os meus pais e diga que mesmo os odiando, eu os amo – saudades da coerência. E no meu enterro, por favor, quero flores de cerejeiras. Nada de rosas vermelhas. Muito clichê e tem cara de filme babaca.

– Mas não vou. – oi?! Como assim não vai?!

– Quê?! – exclamei. Mas não vai me beijar por que, gente? Por acaso o meu dente tá sujo? Ou os meus gritos de gazela o assustaram? Sabia que devia ter ficado quieta, mas tenho medo de altura. Por favor. Sou diva, mas sou humana.

Menos, Katherine. Bem menos.

Iván ficou quieto por uns segundos, abaixou sua cabeça e o nosso único contato era a mão dele que acariciava a minha cintura. Não preciso nem dizer o que aquele toque estava causando em mim. Também não preciso dizer os pensamentos para menores de 21 anos que eu, inconscientemente, estava tendo.

– Eu não vou por que... – suspirou e voltou a me olhar. – Porque eu sei que você gosta de outra pessoa. – ia negar, mas ele me interrompeu. – Tá estampado na sua cara. Mas tudo bem, não tem problema. Eu entendo. – que vontade de morder esse garoto! – Mas um dia eu vou beijar você. Só que nesse dia você vai me querer da mesma forma que eu te quero. – deu um beijo na minha testa e saiu do banco.

Nossa, quando é que voltamos pro solo? Eu nem percebi a droga do carrinho descendo.

Só agora me dei conta do que aconteceu. Eu estava num encontro com o Iván, o cara mais perfeito desse mundo e ele disse que iria me beijar, mas só quando eu o desejasse.

O problema é que eu desejo outro.

Ai, Iván. Lindo Iván... Por que não você, Iván?


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