Nova York, em algum lugar

Eu algum lugar? Exatamente. Eu estou em uma praça, que eu não sei onde fica. Simplesmente pedi o uma pizza pra Hannah ter o que comer e sai de casa pra me distrair, fui andando, andando e cá estou eu. 

Minha relação com a Hannah já melhorou um pouco, mas eu ainda não consigo abraça-la nem coisas do tipo. Nick me ligou algumas vezes, eu não atendi, então ele desistiu. Pretendo voltar pra Stanford daqui umas duas semanas.

Hannah evita falar do Tomás perto de mim, mas continua sendo fã, inda fica vendo notícias sobre ele, só que no seu quarto. Eu ultimamente não fiz nada, além de chorar de vez em quando, coisa de Alice....

Um trovão interrompeu meus pensamentos, olhei para o céu e vi que já estava repleto de nuvens pretas, que pareciam estar carregando uma grande tempestade. Levantei-me do banquinho onde estava sentada e comecei a caminhar. 

...

Começava a chuviscar e eu ainda não havia chegado em casa, provavelmente estava perdida, só não queria admitir isso de uma vez. Uma velha senhora passou por mim e me lançou um olhar caridoso.

- Perdida querida ? - A velha senhora me perguntou, acho que eu deveria estar com uma cara de desespero

- Eu acho que sim - Respondi - Estou muito longe do hotel Skyline? - Perguntei 

- Do Skyline? Está longe sim, e muito. Sugiro que pegue um ônibus minha querida - Falou 

- Droga! - Falei, na verdade eu havia pensado, só que alto demais 

- Droga? Será mesmo ? - A senhora falou 

- O que? - Perguntei confusa, a chuva começava a cair mais forte

- Prevejo que hoje será o começo de tudo, minha jovem - A senhora disse, novamente eu estava confusa. 

- Começo de que ? - Perguntei. Ela não me deu ouvidos e saiu andando em passos rápidos, logo ela dobrou a rua e não pude mais enxerga-la.

Continuei caminhando, tentava achar uma terminal de ônibus mais nada. Nova York parecia vazia. A chuva apertou e eu já pingava, quanto mais eu andava, mais chuva caia, e mais desesperada eu ficava. 

Sentei-me em um banco qualquer, de uma rua qualquer e comecei a chorar. Acabei de ter uma decepção familiar, decepção amorosa e agora estou perdida. O que aquela senhora quis dizer com " O começo de tudo.." Tudo o que? 

Senti uma luz forte mirar meu rosto de repente, quando a luz finalmente se apagou, pude enxergar uma grande carro preto parado em minha frente. Levantei-me rapidamente e voltei a andar em passos rápidos, o carro me seguia, dei o impulso pra começar a correr quando ouço:

- Alice, espera ai! - Alguém de dentro gritou. Fui me aproximando devagar da janela do carro

- Tomás?! - Exitei assim que vi o ser que estava dentro do carro 

- Entra, rápido! - Ela falou destrancando a porta. Entrei no carro, não falei nada, nem ele.

- E então...Como me achou ? - Quebrei o silêncio

- Não sei - Ele respondeu sem tirar o olho do volante 

- Como assim não sabe ? - Perguntei 

- Senti que deveria vir até essa rua então eu vim, e achei você - Ele respondeu 

- Estranho - Falei 

- E você, como veio parar aqui ? - Dessa vez, ele perguntou 

- Não sei. Senti que deveria sair por ai caminhado, então eu sai e ai você me encontrou - Falei irônica, ele sorriu 

- Vai ver foi telepatia - Tomás disse sarcástico 

- Sabe que acho que foi - Falei, o assunto se encerrou ali 

Tomás seguiu dirigindo o carro, não perguntei onde estávamos indo, deixei ele decidir. Encostei minha cabeça no vidro embaçado e ali fiquei...

Finalmente Tomás parou o carro, nós dois saímos e ele se dirigiu até uma casa, fui atrás. A casa era grande, não era a mesma do dia do jantar, acho que essa casa é só dele. 

- Então...Quantas casas você tem ? - Perguntei

- Várias, mas prefiro essa. Essa é só minha, sem mãe, nem pai, nem irmão - Ela respondeu sorrindo e indo até a cozinha 

- E pensar que eu viajei até aqui só pra conseguir um quarto - Falei me enrolando em uma toalha que ela havia me dado 

- Então você veio até aqui, sendo obrigada a ir no meu show, por um quarto? - Ele perguntou enquanto fazia alguma bebida 

- Sim, na verdade um quarto só pra mim, acho que você não gostaria de dividir um quarto com a Hannah - Falei, e ele riu 

- E então, como você está ? - Ele perguntou me alcançando uma caneca com chocolate quente

- Em relação ao seu irmão? - Perguntei sentando no sofá, ele assentiu - Superando

- Ele é um babaca - Tomás falou

- Na verdade, não é não - Falei

- Todo mundo sempre defende ele. Eu posso até ser o astro da família, mas ele sempre vai ser o preferido. - Tomás falou 

- Pensa pelo lado dele, não deve ser fácil ter um irmão que é um super astro da musica - Falei, ele parecia não estar muito a vontade 

- Deixa pra lá, como eu já te disse todo mundo defende ele, até você, e olha o que ele fez com você - Tomás falou

- Não quero falar sobre isso - Falei um pouco irritada 

- Como quiser - Ele assentiu. Ficamos em silêncio por um bom tempo. Nenhum de nós tinha nada pra falar. Acho que nesse momento qualquer assunto acabaria em briga. 

- Bom - Tomás quebrou o silêncio - Tem um quarto de hospedes no segundo andar, lá tem roupas, banheiro... 

- Como assim? Não vai me levar pra casa? - Perguntei 

- Estamos muito longe da sua casa, precisamos descansar, amanhã eu te levo...Boa Noite - Ele falou e me deu um beijo na bochecha

Fiquei um tempo na sala, ainda digerindo todas aquelas informações e logo subi pro quarto. Lá em cima era um pouco maior que o andar de baixo, aquela casa era grande demais, dava até pra se perder lá dentro.

Entrei no quarto, tomei banho, vesti uma camiseta velha que tinha em um dos armários e me deitei. Dormi rápido, depois de tudo aquilo que eu tinha passado, sono não me faltava....