A primeira coisa que Hermione mais estranhou, foi ver Dany já em pé. Geralmente, ela estaria roncando enquanto Hermione é quem teria de a fazer acordar de todas as formas possíveis. Logo entendeu que deveria ser por causa da “coisa” que ela queria fizer, como havia falado no dia anterior.

–– Hermione, você acordou? –– perguntou Dany. –– Ah, que ótimo, agora levante logo.

–– O que deu em você? –– questionou Hermione, perguntando-se mais para si mesmo do que para Dany, que tinha o típico sorriso no rosto.

Quando as duas desceram as escadas, já estava quase na hora das aulas começarem. Dany teve que se sentar com Hermione no “grupo de nerds”, e teve de responder algumas perguntas que estes faziam. “Se eu soubesse por onde começar, eu já teria começado. Mas Hermione iria questionar o que eu estaria fazendo, droga...” pensava ela, enquanto tentava disfarçar a vontade de ir embora com um sorriso amarelo.

Quando Harry e Rony chegaram, ela agradeceu, porquê poderia falar com alguém, que também não falasse de livros e feitiços e deveres, como Hermione sempre fazia. Ela começou a dizer e perguntar como era Hogwarts, e as pessoas ao seu redor, a olharam com pena, dela não poder ver o paraíso que era aquele castelo. Também notaram que Snape olhava bastante para Dany, quando Hermione também percebeu isso, pegou-a pelo uniforme e arrastou-a para a biblioteca com si.

–– Ok, eu vou ler pra você. –– disse Hermione, praticamente jogando os livros por cima da mesa.

–– Não precisa! –– disse Dany, negando com a cabeça. –– Daqui a pouco temos aula, do que isso vai adiantar? Sério, Hermione, não gaste seu tempo comigo assim.

–– Tudo bem, então. –– disse por fim, se sentando ao seu lado, mas logo abrindo um livro.

–– Então eu disse “tomara que lhe peguem”... –– disse uma voz, um pouco alta demais para quando está em uma biblioteca. –– E ela me abraçou, pedindo para mim não contar a ninguém e então eu não contei, porquê sou uma pessoa boa. –– Algumas meninas suspiraram.

–– Sério mesmo, Draco? –– perguntou Hermione, virando-se para olhá-lo.

–– Sim, sério mesmo, Granger. –– ele respondeu, dando um sorriso satisfeito. –– “Tomara que lhe peguem”, ouviu, Hall?

–– Ora, seu... –– começou Hermione, já se levantando, mas uma mão puxou seu braço antes que pudesse fazer isso.

–– Só... Ignore, Hermione. –– disse Dany, e ao sentir que Hermione não estava totalmente confiando no que ela disse, sorriu. –– Ora, vamos, temos aula!

Foi Dany quem puxou Hermione, e saiu praticamente correndo dali, sendo seguida pelas zombarias e risadinhas.

[...]

Depois das aulas acabarem, todos desceram para o Salão Principal, incluindo uma Dany sorrindente e saltitante. Ela reclamara a aula toda por comida, e em uma das aulas, até pensou em dizer que iria ao banheiro e buscaria comida na cozinha, mesmo não tendo nem idéia de onde poderia ser. Daria certo, se ela não contasse a idéia para Hermione, que brigou e brigou e brigou, fazendo Dany desistir.

–– Ah, finalmente! –– agradeceu ao se sentar, e sentir o precioso cheiro da comida. –– Porquê eles não distribuem comida nas aulas?!

–– Porquê a maioria das pessoas, ficam satisfeitas só com o café da manhã. –– respondeu Hermione, falando pausadamente por ver o desespero de Dany para comer.

–– Mas eu não! –– ela disse, tossindo logo em seguida por estar com a boca cheia.

–– Vai com calma, Dany. –– disse Rony, mas quando viu a comida a sua frente, fez a mesma coisa que ela.

Ficaram horas daquele jeito: comendo. Pichi havia aparecido, o que Dany teve a capacidade de estranhar, já que o mesmo a abandonara praticamente desde a hora que ela havia descido do expresso. E foi isso que ele fez novamente, depois dela se enganar com seu choro e dar-lhe comida.

–– Eu já estou indo. –– disse Hermione. –– Você vem comigo ou vai ficar, Dany?

–– Estou indo também. –– respondeu, se levantando.

Em menos de um segundo, algum aluno, também do 1° ano empurrou Dany quando passou correndo ao seu lado. O pior não foi ela ter sido empurrada, e sim, ter beijado totalmente sem querer Draco! Todo o Salão se explodiu em risinhos pervertidos, assim como uma garota explodiu dando um grito perto de Dany.

–– Ops, foi mal. –– disse Dany, já sabendo que estava ficando vermelha.

–– FOI MAL?! –– gritou a garota que havia se levantando, Pansy. –– O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?! AH, É, SÓ PODIA SER A CEGA DA HALL!

Dany saiu correndo, sem destino algum na cabeça. Ás vezes batia nas paredes e acabava xingando, o que chamou muito a atenção da maioria dos quadros que a chamavam para saber o que tinha acontecido, mas ela somente gritava que não era nada. Quando achou um lugar, que na mente dela, era escuro o bastante, sentou-se no chão e deixou as lágrimas caírem. Todas elas, principalmente aquelas que ela tinha que segurar quando mais queria deixá-las cair, e que eram substituídas por sorrisos falsos que ninguém nunca parecia descobrir.

–– Hall? –– chamou uma voz. –– Você está aí?

–– O que você quer, Draco? –– perguntou de volta,ainda com a cabeça abaixada. –– Eu já pedi desculpas.

–– Não é isso. –– ele disse, se aproximando e sentando ao lado dela. –– Queria pedir desculpas pela Pansy. É que ela... bem... tem um interesse estranho comigo.

–– Não quero saber de suas namoradinhas. –– ela disse, com a voz chorosa que logo foi percebida. –– Agora já pode ir embora.

–– Tem certeza que vai ficar bem? –– ele perguntou, e Dany quis mais do que nunca dizer “Não, óbvio que não!”.

–– Sim, tenho. Pode ir. –– ela disse somente, e então os passos dele foram sumindo aos poucos.

Dany não sabia quanto tempo havia passado ali, sentada e chorando, mas lembrava-se de alguém, loiro e branco, carregar-lhe até sua cama.

[...]

–– Dany! –– gritou Hermione pela terceira vez. –– Acorde!

Eram 00:00 em ponto quando Hermione abriu a porta do quarto, e encontrou Dany deitada na cama. Depois que ela havia saído correndo do Salão Principal, as pessoas ficaram preocupadas e Dumbledore mandou que todos fossem a procurar, até mesmo Hagrid havia saído para procurá-la, mas ninguém havia achado. Foi um choque e tanto para Hermione vê-la ali, sendo que ela havia procurado Dany, principalmente, no quarto.

–– O que foi? –– perguntou Dany, confusa.

–– Como você veio parar aqui?! –– voltou á perguntar.

–– Não sei... –– respondeu. –– Acho que foi alguém que me trouxe para cá.

Hermione sentou-se ao seu lado, e suspirou aliviada por ela estar ali. Depois olhou-a de canto com um sorriso estranho, um sorriso que a maioria tinha no rosto quando Dany e Draco haviam se beijado.

–– Então, como foi? –– perguntou Hermione, tentando segurar a risada.

–– Como foi o que? –– perguntou de volta.

–– Ah, para de fingir que não sabe! –– disse Hermione, dando-lhe um leve empurrão com os ombros. –– O seu beijo com Draco! Como foi?

–– Aquilo foi um incidente, só isso. –– ela disse, e tirou os tênis. –– Agora vamos dormir, e tire esse sorriso pervertido da cara que eu sei que deve estar!

Hermione deu uma risada e desejou boa noite para Dany, mas as duas só fingiram estar dormindo, Dany sempre fora horrível em fingir essas coisas, já que sempre acabava abrindo um dos olhos e estragando todo o desfarçe.

–– Hermione... –– começou Dany. –– Sabe o Draco? Então, depois que eu saí correndo, ele veio atrás de mim. –– Colocou as mãos por debaixo da cabeça, e acabou sorrindo antes de dizer a última coisa: –– Ele não é tão ruim assim, né?