A Bruxa Cega. escrita por JéssHiddleston


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado a todos que comentaram no 1 capítulo. Aqui está o dois, e espero deixar um *suspense* em vocês. Desculpem qualquer erro.



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Quando Dany finalmente estava dormindo, ouviu alguém chamando-a. Era a voz de Hermione. Ela quase imediatamente levantou a cabeça, em sinal de que estava acordada, mas não disse nada, por não confiar na voz que provavelmente a aquele ponto deveria estar rouca.

–– Ande logo, levante daí. –– dizia Hermione, tentando a levantar por trás. –– Ou vamos nos atrasar, e ainda é o primeiro dia.

–– Hermione, pra que isso tudo? –– perguntou Dany, deixando o peso do corpo cair sobre os braços de Hermione. –– É o primeiro dia, é normal chegar atrasada.

–– Óbvio que não! –– retrucou, desistindo e se sentando na cama. –– Peguei os livros, os meus e os seus. São lindos, e muito grandes, pena que você não pode vê-los.

–– Agradeço por ser cega. –– ela disse. –– Porquê provavelmente esses livros são bem mais grandes que o tempo da minha vida.

–– Que coisa pra se dizer, Dany! –– indagou Hermione, ouvindo-a rir.

Depois de séculos, as duas desceram. Dany ainda estava se perguntando como Hermione estava agüentando aquilo tudo; livros pesados, dela e de Dany, em um braço e o outro com Dany o segurando. Quando desceram as escadas, quase deixaram que tudo fosse para o chão, incluindo principalmente Dany, que conseguiu ficar de pé e dizer um “olé” irritando profundamente Hermione.

As duas se sentaram na frente. Dany não queria, mas Hermione insistiu em dizer que lá ela ouviria tudo e aprenderia mais, bobagem. A primeira aula havia sido de Transfiguração, com Minerva, que deixava a aula ainda mais chata quando estava calada. Dany tinha um grande respeito por Minerva, mas passar deveres e se sentar enquanto via o sofrimento dos alunos, era uma injustiça, isso porquê ela era uma “tagarela”. Hermione copiou os deveres para Dany, assim quando terminou os dela. Dany dissera-lhe que não precisava daquilo, porquê ela sabia escrever, mesmo que saísse uma coisa que nem ela mesma poderia explicar de onde saiu. Quando ela estava deitada sobre a mesa, quase dormindo, foi acordada por dois garotos que corriam ofegantes.

–– Francamente, eles não sabem o que é acordar cego? –– reclamou Hermione, sem tirar os olhos do que estava fazendo.

–– Eu disse que era normal chegar atrasada. –– disse Dany, ainda deitada. –– Quem é?

–– Quem você acha? –– perguntou de volta. –– Harry e Rony. De Rony eu até não reclamo, mas de Harry, Harry Potter?! Nunca! Existe algo chamado “despertador” e também á aqueles que acordam cedo por própria vontade, como eu. Mas uma celebridade como ele, não poderia fazer isso de forma a-l-g-u-m-a. Não acha isso uma calamidade, Dany?

Hermione a olhou e viu que ela já estava dormindo. Outra calamidade, dormir em plena aula quando se tem tantas coisas para aprender.

–– Dany! –– chamou. –– Se não acordar, vou te deixar aqui.

–– Por favor, faça isso. –– respondeu, virando o rosto para o outro lado.

Dany passou o resto da aula, dormindo. Muitas pessoas que estavam ao seu lado, achou que deveriam fazer o mesmo, mas ao tentar, Minerva gritou dizendo que se tentassem de novo, levariam um presentinho dela nada agradável.

Dany queria também participar da aula, queria ficar com tédio e com dor na mão por escrever por muito tempo e dizer que não via a hora das férias chegarem. Mas, como todos e ela, principalmente, já sabia, isso seria um sonho que ela nunca conseguiria tornar realidade.

[...]

Quando saíram, Dany estava com cara de sono e com tinta sobre uma das bochechas. Andar ao lado de Hermione havia se tornado uma das piores coisas desde que chegara, porquê ela não falava nada além de livros e livros e mais livros, que Dany nunca lera na vida e que pela descrição que Hermione dizia, também não pretendia ler.

Dany ouviu Fred e George gritando seu nome bem ao longe, e quando tentou responder, foi surpreendida por um abraço duplo, que a fez sorrir.

–– Quer explodir alguns vazos sanitários com a gente, Dany? –– perguntou George.

–– Não, obrigado. –– ela respondeu. –– Eu não quero ser expulsa logo no meu primeiro dia.

–– Até porquê vocês não irão fazer isso. –– disse Percy, chegando por trás de todos. –– Que prazer em vê-la aqui, Daenerys.

–– Nossa, é mesmo. –– começou Fred, se agaichando como se fosse pedir Dany para acompanhá-lo em uma dança. –– É um extemo prazer em vê-la aqui, Daenerys.

–– O que vocês estão aprontando? –– perguntou Rony, tentando arrumar o uniforme que insistia em cair. –– Eu disse para a mamãe apertar mais esse negócio!

–– Rony! –– gritou George, o abraçando. –– Oh, Rony, é um prazer vê-lo por aqui!

Percy somente lançou um olhar de tédio para os gêmeos, se virou e continuou a andar. Lá atrás, todos riam, incluindo até mesmo Rony, que não havia entendido ainda o porquê de tanto “prazer em vê-lo”.

–– Ele ficou metido assim desde que se tornou “O Monitor”. –– disse Rony.

–– Deveriam pegar leve com ele. –– disse Dany.

–– Isso que você acabou de presenciar é só uma prévia do que realmente fazemos. –– riu Fred. –– Bom, nós vamos explodir agora alguns vasos sanitários, já que você não vai com a gente, Dany.

–– E é um prazer vê-la por aqui! –– gritou George, quando estava mais a frente.

–– Que aula é agora, Hermione? –– perguntou Dany, levando sua atenção novamente a ela.

–– Feitiços. –– respondeu. –– Vamos todos juntos, já que estamos aqui, certo?

–– Certo. –– responderam os três juntos.

Seguiram em frente, com Hermione parando algumas vezes para marcar um encontro pra estudar depois da aula, o que Dany apelidou de “encontro de nerds”. Ao entrarem na sala, Dany novamente sentiu todos os olhares sobre ela, o que odiava.

–– Oww, senhoria Hall! –– disse Flitwick, quando eles entraram. –– Fiquei sabendo que entraria aqui, que ótima tê-la na minha classe.

–– Obrigado. –– ela respondeu, escolhendo um lugar entre Rony e Hermione, que logo começaram a brigar porquê segundo ela, ele era um insensível.

–– Hoje vamos fazer um feitiço simples. –– recomeçou Flitwick. –– Se chama Wingardium Leviosa, não se esqueçam do que treinamos antes.

E dito isso, todos os alunos começaram a balançar suas varinhas e dizer o feitiço. Hermione já havia conseguido mais de duas vezes e mesmo assim não parou. Dany tentou mais uma vez, mas quando Hermione disse que sua pena estava se levantando, Rony a desconcentrou quando acabou se esbarrando com ela.

–– Para, para, para, para! –– ordenou Hermione, e Dany pode sentir que ela tinha tomado a varinha das mãos de Rony. –– É leviOsa e não leviosÁ.

Dany não agüentou e acabou rindo.

–– Do que está rindo, Dany? –– perguntou Hermione, virando-se para ela. –– Você também está falando errado.

Foi a vez de Rony apontar o dedo para ela e rir. Por dentro, ela até ria de si mesma, mas por fora estava com uma expressão totalmente séria.

–– Não teve graça alguma, Hermione. –– ela disse. –– Até porquê eu sou cega, e você tem que me dar um desconto.

–– Ser cega não impossibilita ninguém de fazer as coisas certas. –– resmungou Hermione, mas antes que Dany pudesse retrucar, alguma coisa explodiu na sala.

Logo a fumaça atingiu as narinas de Dany, que começou a tossir. E o sinal tocou, anunciando o termino da aula. Por todos os lugares, todos não falavam de outra coisa além da “cara do Simas”, que Dany gostaria muito de poder ver e rir como todos estavam fazendo.

–– Próxima aula? –– perguntou Dany para Hermione.

–– Poções. –– respondeu e Rony suspirou em desanimo.

–– É com o Snape. –– ele disse, quase que imediatamente batendo o livro sobre a cabeça. –– Soube que Fred e George já fizeram inúmeras coisas com ele, o que provavelmente vai ser descontado em mim.

–– Ah, pare, ele não deve ser tão ruim assim. –– disse Dany, voltando a andar.

“Ah, pare, ele não deve ser tão ruim assim.” As palavras passavam sem parar na cabeça de Dany, enquanto ela ouvia Snape andar sobre a sala dizendo coisas que fazia um Rony do seu lado soltar alguns gemidos de medo. Mas ela conhecia Snape, ou achava que conhecia. Ela tinha a impressão horrenda de que a cada coisa que ele falava, acabava olhando para ela. Alguém ria a cada um segundo do outro lado da sala, e ela pode ouvir Rony cochichar “Malfoy...”.

Os passos de Snape foram se aproximando cada vez mais dela e pararam, o que ela achou que Snape estava a sua frente. A pena que antes ela pegara para poder desenhar alguma coisa na mão, agora era apertada com força em sinal de nervosismo.

–– Seu pai ainda não voltou para casa, Daenerys? –– ele perguntou, um pouco baixo para que somente ela ouvisse.

–– Meu pai está fazendo o que gosta, protegendo as pessoas pelo mundo. –– respondeu, mesmo já sabendo que não deveria ser verdade. –– Quando ele voltar, eu com certeza o avisarei.

Todos ao redor olharam intrigados para Dany depois daquela resposta. Nem mesmo o aluno mais velho de Hogwarts teria coragem de enfrentar Snape como aquela garotinha de apenas onze anos havia acabado de enfrentar.

Snape virou-se seu olhar para Harry, que estava algumas fileiras longe de Dany. Quando ele se virou, ela limpou o mais rápido que podia as mãos, que soavam sem parar.

–– Posso saber que resposta foi aquela? –– perguntou Harry quando saíram, que também havia sido enfrentado por Snape.

–– Não, não pode. –– respondeu, assoviando e torcendo para que Pichi estivesse por perto. Quando o ouviu correndo para onde ela estava, sorriu aliviada. –– Estou indo para a casa do Hagrid, até.

–– Não, Dany! –– disse Hermione. –– Ainda temos aula, esqueceu?

–– Depois você me passa tudo. Até.

[...]

Dany bateu na porta pela terceira vez, e nada novamente. Podia ouvir Canino arranhar a porta e chorar lá dentro, mas nada de Hagrid.

–– Justo agora. –– reclamou, se sentando em uma das escadas que havia perto da porta. –– Apareça logo, Hagrid, por favor. Eu preciso de uma resposta.


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