Desventuras Em Série - Novo Começo escrita por Alice Baudelaire


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Então, ai está mais um capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/376329/chapter/6

Violet, Klaus, Sunny e Beatrice estavam parados em frente a mansão Barella. Klaus usava uma roupa escura, tanto as calças quanto a camisa. As meninas todas usavam vestidos escuros em tons do negro ao cinza. A intenção era não chamar a atenção.

- Bem vindos, Baudelaires e pequena Snicket.- disse o mordomo dos Barella, um senhor de pernas finas e barriga grande. Usava um óculos com lentes muitos grossas e tinha um sorriso simpático no rosto. Seu nome era Humbert.

- Olá Humbert. – disse Violet, a única que conhecia o mordomo no momento.

- Olá – disseram Sunny e Beatrice. Klaus só acenou com a cabeça.

- Sra. Barella está esperando vocês – disse ele, guiando os irmãos pelos corredores da mansão. Na rua fazia um calor quase desconfortável, mas dentro da casa a temperatura era amena. Nas paredes via-se fotos de gerações, provavelmente todos antepassados da família Barella, e eram todas mulheres esbeltas e homens galantes.

- Aqueles são Tereza e Victório Barella, eles eram um belo casal. – disse o mordomo Humbert, apontando para um casal de jovens pintados em uma tela. Havia um homem alto de olhos castanhos e cabelos escuros, ao seu lado uma jovem mulher com cabelos e olhos cor de mel e olhos enormes.

- Aquele é Lorenzo Barella, gêmeo da senhora Alice, que aparece com seu marido Henrique Barella. Eles eram primos distantes, Alice e Klaus Barella, mas formaram um belo casal.

Tanto Lorenzo quanto Alice tinham os grandes olhos de sua mãe, mas com a cor escura. Seus cabelos eram levemente ondulados e escuros como os do pai. Ambos apareciam sorrindo nas fotos, com um sorriso que pendia para o lado esquerdo do rosto. Na outra foto, onde apareciam Alice e Klaus ela mantinha o sorriso torto, mas seus olhos estavam voltados ao loiro alto ao seu lado.

- Ali está Sirius, filho de Alice e Klaus. Ele se parece com a mãe. – comentou Hembert – faz pouco tempo que fizeram esse quadro, ele deve ter a idade de Violet.

O garoto moreno que habitava o quadro de Sirius era uma cópia idêntica do garoto que Violet havia conhecido na noite do baile. O pintor deveria ter um talento absurdo.

- Ah, chegamos – disse o mordomo, abrindo uma porta de madeira com cavalos esculpidos – Sra. Alice?

- Sim? Ah, eles chegaram. – quem disso isso foi uma mulher de cabelos escuros, mais escuros que chocolate, com alguns fios brancos nele. Tinha em torno de quarenta anos ou mais, mas era uma senhora bonita e talvez um pouco rechonchuda, os olhos castanhos e escuros eram os mesmos do retrato que eles viram antes. – bem vindos a minha cara!

A mulher foi até os irmão e os abraçou, o que os deixou um pouco sem jeito. Ela usava um vestido vermelho simples e tinha cheiro de limão e algo como flores de laranjeira. Os irmãos retribuíram o abraço.

- Eu era amiga de Beatrice e de Kit, fico feliz de poder estar com os filhos delas sobre as minhas asas... – a mulher disso, com os olhos brilhando um pouco – Eu fiquei viúva muito cedo, logo depois de Sirius nascer, seu nome foi uma homenagem ao meu marido, Klaus.

- Sim, é o costume dar aos filhos os nomes dos amigos que partiram, não é? Essa é a pequena Beatrice, leva o nome da nossa mãe por vontade de Kit.

- Sim, eu desconfiei que sim. – disse Alice, passando as mãos pelos cabelos de Beatrice, que sorriu. – estão prontos para terem aulas?

- Poderia... explicar melhor essas... aulas? – perguntou Klaus.

- Há turmas com mais ou menos as mesmas idades, de literatura à herbologia, até mesmo esgrima. Essas coisas podem ser úteis se formos reabrir a organização. – disse a anfitriã – além disso dá uma função aos ex voluntários, ensinar é uma boa maneira de ajudar o mundo.

- é uma bonita missão. – constatou Klaus.

- Sim, mas o que acham de se juntarem as turmas? As aulas são opcionais, claro, mas algumas eu indico que façam, como as de códigos, tanto as para decifrar quanto as para escrever. As de defesa corporal e esgrima eu também acho importante. Fiquei sabendo que Sunny é talentosa nessa última.

- Sim, sou mesmo. Ainda tenho dentes fortes, apesar de que eu acho que é melhor usar um florete em vez dos caninos. – falou Sunny – embora pensar nisso me traga más recordações.

- Pelo que sei da vida de vocês todas as suas recordações devem ser más. – comentou Alice.

- Nem tanto, eu tive meus irmãos. – disse Sunny – quanto menos momentos felizes nós temos mais brilhantes as lembranças boas ficam.

Alice sorriu ao ouvir aquilo, o que fez os irmãos se sentirem seguros e até mesmo compreendidos.

- Aqui estamos, Beatrice e Sunny podem ficar aqui na aula de Como Os Utensílios Mais Improváveis Podem Salvar Sua Vida Se Usados Da Maneira Correta – disse Alice – Klaus e Violet, venham comigo.

Sunny e Beatrice entraram na sala um tanto receosas e foram recebidas por um professor baixinho com um careca no alto da cabeça. Ele parecia feliz em ter novas alunas e bombardeou as meninas com muitas perguntas, o que foi bom já que Sunny e Beatrice não eram tímidas.

Alice guiou Klaus e Violet por outro caminho, indo para outra sala mais a frente no corredor. Essa era uma sala clara e cheia de espelhos nas paredes. Havia floretes nas paredes, uma sala de festas transformada em um local de treinamento.

Haviam seis pessoas na sala, dois pares lutando e Duncan e uma garota ruiva estavam ao lado do professor, ele parecia ter torcido o pulso, já que o professor segurava um saco de gelo sobre o local. A garota parecia nervosa.

- Foi um ataque bruto demais, Ella. – disse o professor. Era um homem de cerca de quarenta anos, alto e moreno.

- Eu pedi desculpas e você já disse isso três vezes, pai. – respondeu a garota. Seus olhos eram escuros e ela tinha sardas no rosto. Estava um pouco vermelha, o que destacava isso ainda mais.

- Mesmo assim, você só pode colocar força total quando estiver lutando contra mim ou contra Sirius, se não, não será uma luta justa. – repetiu o professor e pai de Ella.

Ella resmungou alguma coisa, mas Duncan soltou um gemido de dor quando o professor mexeu no seu pulso e ela ficou em silencio.

- Com licença – disse Alice, chamando a atenção do professor. Ella pareceu muito feliz ao ver a mulher, ficando ao lado dela quase no mesmo instante. – tenho dois novos alunos.

- Novos alunos? – disse o professor, curioso, se colocando ao lado de Ella. Eles tinham os mesmos olhos escuros, mas o cabelo vermelho Ella deveria ter herdado da mãe.

- Sim, esses são Violet e Klaus Baudelaire...

- Violet! – disse Quigley, cortando Alice e indo em direção da Baudelaire com um grande sorriso. Seus olhos azuis demonstravam alegria. Ella soltou um risinho.

Violet ficou levemente vermelha, mas juntou sua mão com a de Quigley e deixou ela ali. Os outros alunos usando máscaras de esgrima ficaram curiosos e foram em direção a porta. Uma das duplas de combate era Isadora e Sirius, ambos parecendo irritados. A outra garota fazia par com Quigley era uma loira pequena, com um semblante mal humorado.

- Isso é ótimo – disse o professor – vocês podem me chamar de J. sou o pai de Ella também. Eu vou levar Duncan aqui para a cozinha e fazer algo sobre o pulso dele, Julie vai saber o que fazer, enquanto isso porque você não faz par com o garoto ali, Ella? Quigley pode ir com Violet, já que vejo que não vão se soltar e Marta, você pode descansar agora.

- Finalmente. – resmungou a garota loira, provavelmente Marta.

Alice seguiu com J. para levar Duncan até a cozinha, Quigley estava falando para Violet como funcionava um florete, e ela estava incrivelmente interessada.

- Essa é sua arma. – disse Ella, depois de puxar Klaus para um canto e dar-lhe uma arma – ela é uma extensão do seu braço, parte de você, assim como qualquer arma. Se você entende as armas elas entendem você, por isso é só usá-la com respeito e pelo motivo certo que elas nunca vão falhar com você.

- Não gosto de armas. – disse Klaus, arrumando a armação dos óculos e olhando com reprovação para o florete em sua mão. – sou do tipo que é a favor de resolver as coisas na conversa e racionalmente.

- Lutar é algo muito racional – disse Ella – além disso, as vezes é necessário.

- Tudo pode ser resolvido de maneira pacífica, violência nunca é a resposta – retrucou Klaus.

- Típica resposta, mas não é porque você sabe usar uma arma que você tem que usar uma arma – respondeu Ella – sabe, o que você faria se tivesse um ladrão que é ótimo lutador andando na sua direção e se você perder pra ele, ele levará suas irmãs? Vai conversar com ele ou vai libertar o cara selvagem que existe dentro de você e lutar com ele até a morte? – Ella fez alguns movimentos toscos de karate, do tipo que você faz quando quer fingir que sabe lutar, mas no caso dela aquilo era uma encenação.

- Tentar libertar o cara selvagem que existe dentro de mim? – perguntou Klaus, dando-se por vencido.

- Se bem que essa cara de sono e esses óculos tiram muito da sua imagem, sabe? Acho que você nem deve ter um lado selvagem, ou ao menos perdeu ele ou usou para marcar a página de algum livro que nunca mais pegou pra ler. Acontece comigo, vivo perdendo cartas ou folhetos importantes porque deixo eles marcando páginas...

- Eu deveria ficar ofendido? – perguntou Klaus, irritado.

- Sim, e libertar seu lado selvagem. A tal da psicologia reversa, entende? Digo que você parece manso, e de repente você rasga a camisa e mostra que é um cara super selvagem e tal. – tagarelou Ella.

- Eu gosto dessa camisa. – disse Klaus, olhando para Ella como se ela fosse louca.

- Essa não é a questão. – disse ela, como se ele fosse idiota – estou tentando tornar você um homem maduro e habilidoso, porque não tenta me ajudar?

- Porque eu não quero ser o homem maduro e habilidoso que você tem em mente.

- Talvez se nós dois nos vestirmos de piratas ou mercenários você entrasse no clima...

- Não vou me vestir de mercenário.

- Então de pirata você se veste?

- Não, sem chance.

- Talvez alguns filmes com muita pancadaria ajudem...

- Não gosto desses filmes.

- Ou então algumas horas de esportes de luta...

- Você está ao menos me escutando?

- Você gosta de animais?

- O que?

- Poderia fingir que é um leão, se isso faz você se sentir selvagem.

- Eu não...

- Ou melhor, um tigre! Sim, um tigre seria melhor...

- Você...

- Sim, é isso que vamos fazer!

- O que? – Klaus estava chegando ao limite de sua irritação – o que você...?

- Vamos ver filmes de pancadarias vestidos de piratas e fingindo que somos tigres! Sim! Isso é perfeito! Sou um gênio!

- Não! – disse Klaus, puxando Ella que tentava arrastá-lo para fora da sala – Não! Pare de falar, nem que seja por alguns segundos, droga! Não vou ver filmes de pancadaria, nem me vestir de pirata e muito menos fingir que sou um tigre!

Ella olhava para ele com os grades olhos escuros e Klaus quase se arrependeu de ter gritado com ela, mas de repente a garota abriu um sorriso tão grande que parecia quase brilhar, mostrando as duas covinhas que tinha nas bochechas.

- Cada dia eu me surpreendo mais com você, Ella. – disse Sirius, fazendo Klaus lembrar que não estava sozinho com a garota. – Nunca achei que você conseguiria irritar um cara tão sério quanto Klaus, mas você se supera.

- Obrigada, obrigada – disse Ella, se soltando dos braços de Klaus e fazendo uma reverencia para os demais presentes. Klaus estava ficando novamente irritado.

- O que diabos foi isso? – perguntou Klaus.

- Estava libertando seu lado selvagem, testando minhas técnicas. Parece que você se irrita se eu falo demais, então é só preciso que eu faça isso para libertar o pirata-tigre dentro de você e fazê-lo pegar no tranco. – disse Ella sorridente.

- Isso é um golpe baixo – disse Klaus – mas agora que você me contou seu plano não acho que ainda vá funcionar.

- Veremos. – disse ela.

- Veremos. – disse ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês podiam comentar na história né, só acho :c