Desventuras Em Série - Novo Começo escrita por Alice Baudelaire


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu estava viajando e está frio demais pra viver, quem sobrevive com -3 graus? Bem, eu.



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Violet chegou em casa muito depois do que tinha prometido que chegaria, mas o sorriso que ela levava no rosto apagou qualquer resto de preocupação que ainda existisse em seus irmãos.

Ela se apressou para contar que os Quagmire haviam se escondido todos esses anos, assim como os próprios Baudelaire,e que ficarem chocados com a morte de Kit, assim como ficaram felizes pelo nascimento de Beatrice. Além disso Violet contou aos irmãos que logo eles renasceriam com a C.S.C. e começariam com seu trabalho como voluntários.

Enquanto falavam do futuro ele parecia algo muito real, um futuro onde cada Baudelaire usaria seus talentos para ajudar em causas que achassem justas. Mas Violet logo disse que depois da cisão muitos voluntários continuaram a exercer sua função, tanto para mal quanto para bem, por isso ainda era perigoso sair por ai sozinho.

Klaus logo interou Violet sobre o roubo do açucareiro, que se sentiu culpada por ter deixado só os irmãos. Açucareiros eram coisas delicadas.

- E agora, o que vamos fazer? – Perguntou Sunny, quando todos ficaram em silêncio pensando sobre os acontecimentos daquela noite.

- Eu ia falar sobre isso – disse Violet – o que vocês acham de voltar para a escola, Sunny e Beatice?

- O que? Da última vez que eu pisei em uma escola fui praticamente escravizada, tenho traumas com grampos de metal até hoje. – disse Sunny.

- Eu sempre quis ir a escola. – disse Beatrice.

- Não é bem uma escola, a ideia seria que vocês fossem junto com outros filhos de voluntários a casa dos Barella, que acolheram os Quagmire. Aparentemente eles tem mantido muitos órfãos escondidos. Teríamos dado sorte se eles nos tivessem achado quando nossos pais morreram, mas parece que as desventuras nos perseguiam naquela época. – Disse Violet, com um sorriso triste. Era admirável que mesmo com uma expressão tão dolorosa Violet conseguia parecer linda.

- E isso serve para nós dois também? – perguntou Klaus, tentando animar a irmã mais velha – seria interessante se pudéssemos ir a um lugar assim.

- Acho que serve, eles tem uma biblioteca incrível e uma linda estufa, acho que devem ter laboratórios incríveis também... acho que podemos começar do zero. – a expressão triste de Violet não estava mais lá.

Eles conversaram por mais um tempo, mas Violet logo mandou as meninas mais novas pra cama. Klaus parecia preocupado com muitas coisas ainda, mas Violet logo o tranqüilizou, como uma boa irmã mais velha faria. Ela sempre se sentira responsável por Klaus e Sunny e, futuramente, por Beatrice. Mas a esperanças que as coisas melhorariam enchiam seus olhos escuros com um novo brilho.

Na manhã seguinte todos eles dormiram demais. Menos Sunny, é claro.

- Vamos lá, acordem! – Sunny ia andando pelo corredor, batendo nas portas dos quartos de seus irmãos. – Acordem, seus preguiçosos, fiz café da manhã.

Sunny abriu a porta do quarto de Klaus, que era extremamente bagunçado e cheio de livros espalhados pelo chão e em cima dos móveis. Havia algumas peças de roupas também, Klaus não era uma pessoa organizada, ao contrário do que muitos podiam imaginar. Ele havia adormecido em uma poltrona, um livro estava caído a seus pés de maneira negligente. Os óculos estavam tortos e o cabelo bagunçado.

- Vamos Klaus, seja um bom irmão mais velho e levante. – disse Sunny, abrindo as cortinas do quarto do irmão. – você está babando.

Klaus abriu os olhos lentamente, de maneira preguiçosa. Depois juntou o livro, ajeitou os óculos e se recompôs.

- Bom dia Sunny. – disse ele – barulhenta como sempre.

- Ah, calado. – resmungou ela, indo para o quarto de Violet.

Esse era um quarto muito arrumado, quase metódico. As ferramentas que Violet tanto gostava estavam arrumadas em ordem decrescente de tamanho, assim como os muitos baús espalhados embaixo das prateleiras seguiam um padrão de posicionamento. As muitas peças e parafernálias que ela usava para as inúmeras invenções estavam por toda parte, mas as coisas pareciam bizarramente arrumadas.

- Violet? – Sunny foi até a cama da irmã, onde a encontrou resmungando e sorrindo durante o sono. Ah, como as pessoas apaixonadas eram clichês. Sunny subiu em cima da cama da irmã e começou a pular. – Violet está sonhando com o namorado, isso inclui muuuuitas bitocas, beijinhos, esquimós, selinhos, smoch estalados!

- Sunny?  - Violet acordou assustada – enlouquecer de vez?

- Sim, você enlouqueceu! Enlouqueceu de amor! Viu isso Klaus? Violet estava sonhando com as bitoquinhas do galante cavalheiro com olhos de safira! – disse Sunny, notando Klaus na porta do quarto. Ele ria, com cara de sono.

- Alguém acordou agitada hoje. – comentou Klaus.

- Desçam que o café já está pronto! – disse Sunny, passando correndo por Klaus e indo em direção ao quarto de Beatrice, ao qual ela nem parou para bater na porta.

- Beatice-trice-trice. – cantarolou Sunny. – hora de le-van-tar.

Sunny se aproximou da cama de Beatrice, mas parou quando notou que a menina pequena não estava sozinha. As cobertas haviam caído no chão, Beatrice se mexia muito enquanto dormia, e ao redor dos braços da garota havia uma pequena forma peluda, não maior que a mão pequena de Sunny.

- Um rato?!? – gritou Sunny, desesperada.

Logo chegaram Violet, enrolada em uma camisola branca, e Klaus, só de calças e com um livro na mão. Provavelmente pensava em usar o livro para pegar o rato, ambos foram pegos de surpresa com o grito de Sunny enquanto trocavam de roupa.

- Que diabos...? – Klaus parecia confuso.

- Sunny? – Chamou Beatrice, assustada com a movimentação em seu quarto logo de manhã. Ela ninava o suposto rato nos braços.

O rato soltou um miado.

- Mas o que...

- Não é um rato! – se defendeu Beatrice – é um gato.

Ela estendeu a pequena criatura, um gatinho preto e branco com olhos verdes. Parecia magro e um pouco doente, mostrando os dentes finos para os três confusos irmãos Baudelaires.

- Onde achou isso, Beatrice? – perguntou Violet.

- Não é isso, é a Sea. Achei na rua, a mãe dela deve ter morrido, ela estava andando do lado de fora do prédio ali da frente... Eu dei leite pra ela, ela parecia com fome, e tomou tudo. – Beatrice parecia orgulhosa de si mesma. – Vou adotar ela, porque ela não tem mãe, e vocês me adotaram, porque eu não tenho mãe. Nada mais junto.

- A gente também não tem mãe e ninguém aqui está adotando a gente. – disse Sunny – esse bicho ai parece doente.

- Ela não está doente, só está magrinha. – disse Klaus, baixando o livro e dando um sorriso fraco. – acho junto ficarmos com ela.

- Por mim tudo bem, vou me trocar. – disse Violet. Sunny deu de ombros e saiu para a cozinha. Klaus deu um último sorriso a Beatrice e fez um carinho na cabeça de Sea, que pareceu gostar, e depois foi para seu quarto se trocar. Beatrice ficou sozinha com a gatinha.

- Viu? Eu falei que eles eram legais. Vamos nos arrumar e comer, depois vamos para a mansão Barella para ter as primeiras aulas... Não te parece incrível? Violet vai ser uma voluntária e nós também. – disse ela para a gatinha. – gatos são confiáveis, podemos até treinar você para levar mensagens.

Beatrice sorriu, se trocou e amarrou os longos cabelos louros, depois desceu para tomar café com sua família e sua nova gatinha.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam e me falem se tiver algum erro de escrita :)