The King In The North escrita por CiaMon


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Anes de mais nada, eu quero agradecer imensamente "Stilinski" por me deixar uma recomendação. Eu fiquei muito emocionada e realmente feliz com o que está escrito. Eu agradeço o carinho e consideração imensamente.

Desculpem mesmo a demora, eu não estava pensando em desenvolver esse capitulo assim, mas eu decidi dar a Lydia algum espaço desde que ela se tornou um personagem importante na trama.
Eu espero que gostem e desculpe, novamente, a demora!



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Dias depois do encontro com o médico e Stiles ainda não sabia o que fazer com as novas informações que possuía; ele não sabia o que fazer sabendo que sua irmã e amada eram a mesma pessoa e que as duas morreram por sua causa, ele não sabia como lidar com o fato de que ele era um enviado dos deuses para parar um massacre, ele não sabia como lidar com o fato de ter que contar para Derek que ele era, na verdade, um príncipe que se transvestia de mulher para viver em uma família que caçava a cabeça deles e que – ironicamente – ele estava ali para protegê-lo. Eram muitas informações novas e era preciso tempo para digerir as informações. Mas a disposição de tempo era algo que não lhe era permitido no momento; um grande evento estava se aproximando e ele começou a sentir muito inseguro quanto à profecia de Birgit.

Chris e Allison tinham saído para a cidade e como Stiles estava ultimamente preso dentro do próprio quarto, Lydia ficou encarregada de cuidar dele. Geralmente, ela iria discutir com o pai, Lydia realmente gostava de ficar na cidade com seus amigos e não em casa, afastado de todos, e no mais perto da floresta, mas dessa vez nenhuma briga foi necessária. Os dois estavam na porta observando a carruagem recuar em seu mais longe quando Lydia se virou e disse:

– Vista sua roupa de caça, nós vamos à floresta.

Dizer que Stiles estava surpreso era pouco; Lydia nunca os acompanhou na caça, mas aparentemente ela também havia sido muito bem treinada como Allison, se sua roupa e postura era qualquer coisa perto. A roupa dela era em tom purpura profundo e ao invés de carregar um arco consigo, as correias de sua roupa iam repletas de facas e frascos. Ele contou cerca de dez armas no corpo da sua irmã e se perguntou o quanto ela poderia ser habilidosa nelas. Lydia sorriu para ele e Stiles agarrou com força seu arco; ele não sabia o que estava por vir e pode ou não ser bom para ele.

Os dois saíram de casa e entraram na mata pelo jardim. Andavam a passos lentos, sem se preocupar com o tempo, eles podiam ouvir os pássaros e o vento contra as arvores, mas não muito mais do que isso. Ela passava pelas arvores olhando com certa devoção para elas, Stiles estava surpreso. Eles andavam em silencio e ele logo percebeu que eles estavam entrando no lugar que Chris disse ser proibido. Desde que haviam entrado na floresta, os dois não haviam trocado uma palavra e então, quando finalmente cruzaram a fronteira, Lydia começou a falar.

– Eu sei Heather. Pai sempre nos diz que não podemos entrar nessas terras por que há uma maldição muito antiga... Não que eu acredite, é claro. Isso são histórias para crianças.

– Nem tanto... – sussurrou.

Mas no silencio da floresta sua voz soou alta. Ela lhe deu uma olhava calculada e ele tentou disfarçar sem se negar, olhando para os lados. Eles continuaram sua caminhada lenta.

– Que seja! Eu costumo vir aqui para colher ervas... – ela comenta, parando sobre um pequeno ramo e cortando-o. – Elas servem para muitas coisas, desde venenos a remédios...

Stiles escutou um barulho na floresta e ficou ainda mais atento, rodeando sua irmã que estava mais preocupada com as plantas no chão com que pudesse acontecer ao seu redor. Ela voltou a andar como se não estivesse acontecendo nada e por um segundo, Stiles a perdeu de vista. Correndo para frente ele acabou encontrando-a novamente agachada, no meio de outra frase.

– Isso por que a família da nossa mãe fez algo muito ruim para reino. Mas eu ainda quero sair daqui, eu não quero estar presa nessa terra horrível. – ela disse, olhando nos olhos da irmã.

O garoto olhou diretamente em seus olhos e sentiu um calafrio subindo em todo o seu corpo. Quando Lydia ia falar de novo, no entanto, um coelho passou correndo por seus pés e ela se assustou, recuando e algo grande e negro caiu contra ela. Olhando para o que tinha caído sobre ela viu uma grande pelugem preta e cravou uma de suas facas contra a garganta do animal estranho. O animal se sacudiu e gritou de forma aguda, mordendo a perna dela, fazendo Lydia gritar mais uma vez. Foi em segundos e Stiles não reagiu. Ele escutou o grito de Peter em sua mente e a voz nítida de agonia de sua irmã. No próximo segundo estavam os lobos menores chorosos ao lado enquanto Peter se levantou tentando arrancar a arma de sua garganta.

Stiles não sabia o que fazer naquele momento, ele correu para ajudar sua irmã que estava em prantos, vendo a carne da perna perfurada e sangrando. Stiles tentou estancar a ferida quando percebeu que os lobos menores iam avançar contra Lydia. Ele colocou-se em frente a ela na mesma hora em que os animais avançaram e ele recebeu as três mordidas; gritou de dor, sentindo sua pele ser rasgada de um lado e as presas perfurarem de outro. Ele caiu contra sua irmã em agonia profunda, os dois chorando de dor. Os três lobos se afastaram quando um rosnado poderoso soou ao lado deles e finalmente Derek estava ali.

Ele agarrou a faca que estava no pescoço de Peter com a boca e a jogou para longe, enquanto os três lobos jovens foram averiguar o estado do lobo que não se movia mais, só chorava. Stiles estava dizendo a sua irmã para se acalmar, mas ela só chorava e chamava o seu nome mais e mais, abraçando-o forte. Ele sentia todo o seu corpo dolorido e fraco e percebeu quando ela se mudou para pegar outra faca e atacar o lobo que estava se aproximando deles devagar. Com uma força que ele não sabia se tinha, levantou o braço machucado e prendeu as mãos de Lydia no chão, ela olhando assustada e traída.

– O que aconteceu aqui?! – Derek perguntou visivelmente irritado olhando entre os dois.

– Ajude-nos, por favor... – Stiles pediu, olhando para o lobo negro antes de desmaiar sobre sua irmã.

Lydia apressou-se em se mover, mas Derek rosnou para ela.

– Fique quieta! – Derek disse entre o rosnado e ela olhou surpresa e estática para o animal – Vocês três levem Peter para o castelo, eu vou levar os humanos.

– Você está pensando em leva-la para o castelo?! Ela tentou nos matar! – Erica disse, rosnando para Derek.

– Faça o que eu estou mandando, agora! – ele gritou contra seus lobos e todos eles encolheram.

Os três lobos, ainda consternados começaram a tentar colocar Peter sobre suas patas, mas o corpo estava rígido demais e ele não tinha nenhum controle de qualquer parte.

– Queima... – Peter resmungou e os três lobos choraram.

– Ele está paralisado, é um veneno... – Lydia resmungou ofegante – Se vocês nos ajudarem, eu posso fazer uma antidoto para ele...

– Você também nos ouve? – Derek disse e rosnou quando Peter finalmente ficou em pé apoiado entre Boyd e Isaac com um gemido agudo. – Eu vou ajuda-los, mas não por você, caçadora...

Derek se aproximou dos dois humanos e caiu sobre suas patas. Erica arrastou o corpo de Stiles para cima do corpo de Derek e Lydia fez o mesmo, ainda tremendo. Peter conseguia mover ainda um pouco de suas patas, os outros dois lobos estavam arrastando-o para que ele andasse maiores distancias, mas era muito lento. Derek resolveu deixar os humanos no castelo e voltar para buscar seu tio depois. Ambos precisavam de curativos. Ele abandonou os dois humanos em um dos quartos e correu de volta para a sua família. Ele pegou Peter pelo pescoço e começou a arrastá-lo sem muito carinho, mas o lobo mais velho deveria entender.

Quando estavam na porta, os lobos menores ajudaram Peter a chegar ao quarto e Derek correu para onde tinham deixado os dois humanos. A ruiva tinha cortado pedações de pano e estava de frente para o corpo de sua irmã, o pano no meio do caminho. Quando ele se aproximou, percebeu porque ela estava tão surpresa. Ao invés do corpo feminino que os dois estavam esperando, havia ali um masculino muito bem construído. Derek finalmente entendeu por que o cheiro de Heather era diferente, ela era na verdade um homem.

Lydia balançou a cabeça de um lado para o outro e se afastou, olhando aterrorizada.

– Não é a minha irmã! Como pode ela ser um homem?! – gritou, voltando a chorar. – Onde está minha irmã?!

Derek compreendeu o sufoco pelo qual ela estava passando, ele mesmo queria respostas para isso tudo, mas ele podia ver o corpo pálido e ficando sem vida. Ele tinha que tomar medidas drásticas ou o menino iria morrer de perda de sangue.

– Pare de besteira e ajude ele, ele vai morrer! – Derek disse, lambendo a ferida aberta no braço dele.

– Mas, mas... – ela disse, olhando desnorteada.

– Faça, agora! – ele gritou e rosnou para ela e ela olhou assustada para ele.

Derek não queria impor a ela fazer algo como isso tendo tanto em sua cabeça, mas ela era a única que poderia ajudar o garoto. Derek não podia fazer mais do que olhar e ver a vida facilmente esvaindo do corpo dele e foi com um tremor que ele observou que estava com medo de que o garoto realmente morresse. Tremendo ela começou a passar o pano sobre as feridas. Uma ia ao braço, rasgada a pele, e mostrando o músculo ferido, e outra ia ao ombro esquerdo, menos grave; e mais uma na cintura, também com a pele resgada. Lydia estancou as feridas, com pedaços de pano que rasgou, chorando e jogou um frasco contra Derek, se encolhendo contra a parede.

Imaginando que aquilo era o antidoto para Peter, Derek chamou Erica e disse para ela dar ao lobo mais velho. Derek pegou um dos cobertores da cama e puxou para Lydia, que estava ainda encolhida e chorando contra a parede. Ele sabia o sentimento de perder sua família, ele sabia como era estar confuso e sozinho, ele sabia como era estar com medo por sua vida. Ele se aproximou dela, sentando-se nas patas traseiras e resmungando para ela.

– Não se preocupe, quando ele acordar ele vai explicar tudo para nós...

– Quem é você? – ela disse, fungando – Por que você se preocupa? Você é só um animal inútil! Eu nem sei quem diabos ele é e eu não sei onde está a minha irmã verdadeira! Nunca mais vou ver meu pai e Allison e vou morrer aqui, devorada por monstros! – ela voltou a gritar e a chorar se afastando dele.

Derek se afastou dela sem dizer uma palavra mais, indo encontrar o seu tio e filhotes. Foi com certa felicidade que ele viu o homem dormindo junto dos filhotes, Isaac abriu os olhos assim que Derek chegou ao local, saindo de debaixo das patas de Peter e esfregando seu focinho contra o pescoço de Derek. Derek suspirou e caiu ao lado deles, lambendo o rosto de Peter. O lobo mais velho soltou um grunhido e abriu um dos olhos observando meio turvo a forma de seu alfa e uma bola cinza rolando entre os dois.

– Eu estou bem... – Peter resmungou, sentindo Erica e Boyd saírem de suas costas r entrarem entre o corpo dos dois lobos maiores. – Como está o garoto e a menina?

– Você já sabia? – Derek perguntou surpreso, bicando Isaac para ele se aquietar entre eles.

– Eu a escutei gritando... – Peter suspirou e afundou a cabeça contra o tronco de Isaac – O que você vai fazer?

– Eu preciso falar com Deaton, o menino precisa de curativos sérios. A menina está melhor, mas ela também precisa de médico. – ele disse sentindo a cabeça de Isaac se remexer seu pescoço e bateu nele de novo.

– Você não pode, o Festival é daqui dois dias e ele está ocupado com as obrigações... – Peter respondeu e começou a roncar.

Derek olhou embasbacado quando percebeu que se tio tinha definitivamente caído no sono, mas ele compreendeu que Peter deve estar cansado. Deixou-se em alerta para o andar de cima e tentou descansar ao mesmo. Não demorou mais do que alguns minutos ele escutou um farfalhar e um resmungo. Se afastando de seus filhotes, Derek subiu para o quarto onde Lydia e Stiles estava. Observou a menina colocando o corpo do garoto sobre a cama enquanto e, se enrolando com a coberta que Derek lhe deu, ela foi para a porta. Ele percebeu que a menina estava mancando e foi até ela, para mantê-la em pé e ela olhou estranha para ele, com um carinho que ele não conhecia há um bom tempo.

– Derek... – ela disse, passando a mão sobre o pelo negro dele se apoiando – Você precisa ajudar Stiles... – Derek podia dizer que não era ela quem estava falando aquilo, Lydia não conhecia o garoto - Ele é muito importante...

– Quem é... – ele ia perguntar quem era, mas a menina caiu contra ele inconsciente no segundo seguinte.

Derek resmungou sem entender nada e, confuso, arrastou a garota de volta para perto do garoto inconsciente na cama. Ele colocou um dos travesseiros sobre o chão e a menina em cima, ele não conseguia leva-la para cama com suas patas e ele acabaria machucando-a se fizesse com a boca. Cobrindo-a devidamente ele subiu para cama, metade do corpo sobre o colchão e cheirou o menino. Ele estava melhor, mas não bom ainda. Ele lambeu o rosto de Stiles pensando em quem diabos era esse garoto e o que estava acontecendo no seu reino. Ele acabou dormindo ao lado dele e sequer percebeu quando a ruiva acordou e saiu do quarto.

Lydia percebeu na hora que aquele era o castelo do Rei do Norte, o lugar estava abandonado e sujo e ela estava um pouco receosa de andar por ali, mas era necessário. Arrastando-se pelas paredes do quarto, ela finalmente chegou onde queria: o banheiro. Foi com alivio que ela abriu o encanamento e viu água cristalina saindo dali. Levou a agua para a boca e sentiu alivio, estava sedenta. Observou uma jarra ali e uma banheira e começou a enchê-las. Retirou o pano de cima do seu machucado e observou o ferimento aberto, enjoada. Jogando a agua sobre ele não a deixou melhor, ardia como fogo em sua pele e muito do sangue já estava seco, tento que fazê-la esfregar a ferida que fazia doer ainda mais.

Ela escutou um resmungo na porta e se virou exasperada, olhando para um lobo negro pouco menor que o que estava dormindo na cama. Na mesma hora ela se lembrou do animal que ela havia ferido e se perguntou como ele poderia estar bom tão rápido. Ela tremeu quando ele se aproximou, percebendo que ele carregava uma caixa na boca e deixou a coisa caída ao lado da banheira. Ela olhou desconfiada para ele, mas o lobo não disse nada, só deitou nas próprias patas, olhando para ela.

– Pegue isso para se curar. – ele disse, irritado.

Ela se abaixou rápido, pegando com velocidade a maleta e quando abriu encontrou vários frascos e algumas agulhas e linhas.

– Huh... Obrigado... – ela disse meio receosa ainda, mas o lobo só grunhiu. – Você é um mal-humorado? - sussurrou

– Você costuma ser amistoso com quem te esfaqueia?– o lobo respondeu sarcástico.

– Bom ponto... – ela respondeu no mesmo peso

Voltando sua atenção para a maleta, ela retirou a agulha e a linha e começou a costurar a pele. Doía como nunca e ela não impediu as lagrimas de cair de seus olhos. Quando ela terminou, o lobo se levantou e ajudou-a a ficar de pé deixando-a se apoiar em seu tronco para andar. Os dois caminharam de volta para o quarto onde Derek tinha acordado e estava fungando em Stiles. Quando os dois entraram, Derek levantou a cabeça e olhou para ela, o rabo abanando e um lado para o outro.

– Ele acordou, mas adormeceu de novo... – disse Derek e Lydia suspirou.

– Saia de perto, eu vou costurá-lo... – ela disse quando chegou à cama. – Mesmo que eu não goste, eu não vou deixa-lo morrer em minhas mãos...

– Obrigado. – Derek respondeu e ela deu de ombros.

Os dois lobos esperaram lá do lado, olhando atentos quando ela começou a desfazer a faixas já cobertas de sangue. Lydia pediu outros panos e Derek correu para buscar as mantas dos quartos vizinhos. Não muito tempo depois, os três lobos acordaram e pararam na porta, olhando para Lydia rasgando com sua faca os pedaços de manta. Ela olhou para eles entrando no quarto e todos os cinco lobos olhando como uma plateia o que ela estava fazendo.

Quando começou a costurar o ferimento da cintura, ela finalmente ouviu as vozes dos outros lobos. Ela não entendia como nem porque estava entendendo aqueles animais, mas não se sentia estranho como deveria. Era definitivamente estranho, mas eles não pareciam se importar e a situação era adversa demais para ela se preocupar com o simples fato de que sabia conversar com animais. Se qualquer coisa, era algo bom em vista do que ela estava fazendo nesse momento. Quando ela girou o corpo de Stiles, percebeu que o lobo maior rosnou e cravou as garras no colchão. Fosse quem fosse esse garoto, ele era uma parte desses lobos.

Estava fazendo tudo no automático; mesmo que parecesse calma, ela estava cheia de perguntas, medos e decepções. Ela tinha que encontrar seu pai e contar para ele o que estava acontecendo, ela tinha que descobrir onde estava Heather de verdade e ela queria mais do que tudo estar de volta em sua casa. Ela nunca pensou que iria se sentir assim, com saudades de um lugar que odiava. Ela olhou pela janela e percebeu que já estava escuro e que, dali a algumas horas, o quarto entraria em profundo breu. Suspirando, ela terminou de enfaixar de volta o ombro e se virou para os lobos, que olhavam para Stiles de orelhas baixas.

– Eu preciso de fogo e comida. – ela disse e os cinco olharam para ela mostrando os dentes fazendo-a estremecer.

– Tudo bem. Peter ajude os garotos na caçada. Venha comigo, assassina. – Derek disse, movendo-se ao lado dela.

– Eu não sou uma assassina, sou uma curandeira! – disse ela revoltada, mas apoiando-se nele para andar.

– Eu não me importo. Você uma das filhas de Chris Martin-Argent, você fede como ele... – o lobo respondeu com rancor e ela ficou em silêncio.

Eles desceram para o andar de baixo e Derek jogou um monte de pedaços de madeira na lareira. Ela ascendeu o fogo com alguma dificuldade e aos poucos o fogo começou a tomar grandes proporções, deixando o cômodo quente. Quando terminaram, os lobos invadiram a casa, cada um segurando um coelho na boca, mas pararam olhando com surpresa para o fogo na lareira. Peter levou o animal morto e deixou-o no colo de Lydia, que olhou com nojo para o focinho sangrando e o animal levemente dilacerado em seu colo. Derek, no entanto, parecia orgulhoso quando os meninos correram para ele e deixaram cada um dos coelhos nos pés dele. O lobo cheirou cada um dos animais mortos e pegou um com os dentes, viajando para longe dos outros. Boyd e Erica pegaram um e Isaac agarrou o outro, indo para perto de Peter se alimentar. Lydia olhou com nojo para eles que devoravam em duas mordidas o animal pequeno.

– Onde fica a cozinha neste castelo? – ela perguntou, cruzando os braços.

Derek lambeu o focinho e voltou para o lado dela, recebendo um rosnado de Peter que estava ali perto ainda comendo. Ele rosnou de volta mandando ele se acalmar, mas Peter só puxou o resto de comida na garganta fazendo Isaac choramingar por ter perdido o restante da comida. Ela apoiou-se nele e eles caminharam para a um cômodo. Ela abriu a porta e percebeu como tudo estava arrumado, mas empoeirado. Ela se perguntou quanto tempo eles estavam vivendo ali e o que tinha acontecido com os Reis do Norte. Ela pensou que talvez aqueles lobos tivessem matado eles e agora viviam no castelo e era por isso que os reis nunca apareciam em público. Ela tremeu ao ser deixado sozinha na cozinha e lavou os utensílios, colocando agua em uma panela e acendendo o carvão do fogão. Ela não queria pensar no que estava fazendo ali e resolveu se focar na comida que tinha que preparar.

Enquanto retirava a pele e cortava a carne do animal, ela percebeu que estava chorando. Ela não conseguia ignorar toda a situação, ela sabia que não deveria ter saído de casa sem permissão nem ter ido contra as ordens de seu pai, mas ela já se sentia costumada com aquela parte da floresta. Não era sua primeira vez, mas essa foi aparentemente a ultima de sua vida. Ela chorava por sua vida, por sua família e por todos os que acreditava terem morrido ali. Olhando para a faca em suas mãos e o animal dissecado sobre a mesa ela pegou a faca e colocou contra o peito, tentando furar-se com a arma. Seria melhor morrer assim, pensou, ela se tornaria comida para aqueles animais de qualquer forma; mas sentiu medo de tirar a própria vida e das consequências que viriam desse ato, o que os deuses fariam em seu julgamento.

Ela gritou com força jogando a faca longe, sentindo-se impotente, fraca e decepcionada consigo mesma; começou a bater com força as mãos contra a mesa até cair em seus próprios pés, soluçando. Ela não sabia mais o que fazer, só sabia que queria sair dali e estar com sua família mais do que nunca. Perguntou-se quando seu pai voltaria para casa e daria falta deles, se ele saberia onde procurar e se ela estaria viva até lá. Voltou a cortar a carne e fez uma sopa para comer, tentando se acalmar e não pensar muito; depois, fez uma tigela para dar ao homem ferido no quarto e agarrou a vassoura para se apoiar e não colocar muita força sobre a perna machucada. Quando voltou para sala, percebeu que os lobos tinham desaparecidos e subiu para o quarto. Da porta, ela pode escutar o lobo negro conversando com o homem inconsciente.

– Eu não sei quem é você, Stiles. Mas eu quero que fique bem... Por favor, Stiles...

Ela deixou a tigela cair no chão em espanto, ela não podia acreditar que o príncipe que tinha desaparecido ha um ano do reino do leste, Stiles Stilinski, estava ali inconsciente e machucado no castelo dos Hale. O príncipe que sua irmã dizia nas cartas que apenas as duas trocavam estava ali em sua frente, quase morto. Ela se lembrou da ultima carta que recebeu de Heather e percebeu, com angustia, que sua irmã estava morta; ela não quis acreditar nas palavras de sua irmã quando leu a carta que dizia que elas não iriam se encontrar mais, ela tinha certeza que iriam tanto que um mês depois eles receberam uma carta do governo do leste para busca-la. Mas agora ela percebe que, afinal, não era para busca-la viva, mas sim para que pudesse ser enterrada com sua família.

Quando o lobo apareceu na porta em sua frente ela olhou para ele e, no lugar do animal enorme e negro, ela viu por um segundo um homem. Um homem que adornava vários quadros dessa mansão; ela viu o rei, Derek Hale. Olhando sem palavras para ele, ela recuou alguns passos e finalmente percebeu que todas as histórias que seu pai e irmã contavam estavam certas. E se isso era verdade quando Heather disse que sua tia morta - e bruxa - estava voltando para o Reino do Norte a fim de exterminar a família Hale ela estava falando do que aconteceria em dois dias. O Festival da Lua Vermelha estava próximo e ela não tinha como contatar sua família para que pudessem se defender. Ela era a única que sabia disso e devia ter acreditado enquanto ainda tinham tempo para se preparar e se defender do ataque.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que Lydia foi um pouco chorona, mas ela estava em choque... Ela pôde escutar os lobos por que Hunda está influenciando-a para que ela possa ajudar Stiles e Derek em sua jornada.
E agora, as coisas começaram a, finalmente, ficar complicadas!
Eu vejo vocês no próximo capitulo!