The King In The North escrita por CiaMon


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Há quanto tempo hein!!
Desculpem a demora, eu estou postando apenas quando eu tenho o proximo capitulo pronto, assim eu nunca fico sem att nessa fic. Como eu terminei o capitulo 4 agora, vou postar o 3 aqui para vocês lerem.

Essa fic é originalmente curta, sem muitos capítulos e eu quero mantê-la assim para eu poder terminar =D por isso, se você acha que as coisas estão indo rápido demais, não é verdade, eu só estou mostrando o que é realmente importante.
Um beijo e boa leitura.



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Capitulo Três

Quanto mais Stiles lia, mais fora de contexto ele se encontrava. Os livros eram escritos por pessoas diferentes, o que ele devia a falta de nexo entre os anos. Mas quanto mais ele se afundava nessa história, mais perguntas que respostas ele obtinha.

Segundo o próprio livro, o reino foi prospero durante seus 370 primeiros anos, até que uma onda de bruxas invadiu a Terra do Leste de New Albion. Elas eram fortes, e a luta durou por cerca de 20 anos até que foram expulsas da região. Essa havia sido a primeira aparição delas. No Estado Maior (atual Reino do Norte) foi onde foi concentrada a luta, pessoas foram mortas, casas incendiadas, saques, roubos e histeria coletiva dominou o reino; um grupo de bruxas acabou fugindo ao final da luta. Nessa guerra, porém, os reis Talia e Charles acabaram morrendo para proteger seus filhos e o reino.

Laura, sendo a filha mais velha e única mulher, com a sociedade matriarcal como era; a filha Talia assumiu o poder no estado maior e começou a restaurar a cidade, que estava destruída. Porém, seus tios, reis dos principados locais, não gostaram do aumento na taxa de impostos, bem como as obrigações a cumprir demandadas pela moça. Os estados amigos teriam que fornecer matéria prima, trabalhadores, dinheiro e ainda acolher os refugiados.

Laura era de personalidade forte e um pouco arrogante. Rápido, os irmãos de sua mãe queriam tirá-la do poder. Os estados tinham políticas e economias autônomas e livres, viviam sob o mesmo pedaço de terra juntos apenas para manter a unidade territorial. Viviam sob o governo do estado maior por ser o mais bem equipado. Ela queria mudar isso, criar um estado com todo o poder centralizado em suas mãos, formando cidades-estados que ficariam sob o seu governo e responderiam as suas demandas. A nobreza ficou insatisfeita e houve revoltas contra Laura no poder. Seu reino durou por 80 anos, quando acabou sendo morta durante a batalha. O reino estava novamente sem um rei e sob um governo provisório. Basicamente, a história do livro dois.

Stiles parou de ler o livro e descansou a cabeça em seu travesseiro. Agarrou a folha com o desenho do lobo negro e ficou olhando para ele, perguntando-se se podia realmente o rei ser um lobo enorme. E Stiles estava curioso. Curioso demais para ficar parado ali, esperando as respostas caíres do céu, ou do teto, no caso.

Levantou-se de rompante da cama, vestindo a roupa de caça e resolveu sair da casa. Allison e Lydia estavam fazendo compras e seu pai estava em negócios, o que pela sua pouca experiência, ele entendia que ele demoraria a chegar a casa. Fugindo pelo jardim, ele invadiu a floresta, sorte sua que a casa dava perto dela, uma vez que ela cobria o reino. Depois de passar por vários galhos, folhas e muitos insetos, ele chegou ao muro do castelo. Ele era coberto com trepadeira morta e seca, as pedras pareciam, no entanto, as mais novas. Não tinha como pular, era alto demais, mas como era sortudo, olhando para os lados ele descobriu um buraco na base.

Ele não passaria de pé nem agachado. Ele teve que se deitar no chão para passar. Depois de arrastar-se por alguns segundos, todo seu corpo estava dentro. Era como areia onde ele estava. Não areia realmente, mas parecia terra clara e muita poeira. Sua roupa estava suja de terra e seu rosto também, mas não era problema agora, ele havia entrado! Começou a caminhar, cauteloso para onde ia. Ele não parecia perto do castelo, o que o deixou confuso. Mas ele logo avistou a alta torre.

Ele estava na parte de trás do castelo, e por isso estava tão estranho. Ele andou para lá, parando para passar a mão nas pedras firmes que sustentavam a estrutura estrondosa e pomposa. Era magnífico, Stiles admitiu, mesmo que um pouco sem cor. Ele sorriu largo e caminhou devagar, olhando para os lados e atentando os ouvidos. Mas só havia o som do vento fraco e claridade do sol.

Lá dentro, parecia outro lugar. Ele não estava no Reino do Norte, ele estava em um mundo estranho, distante, calmo, bonito. E quando ele ganhou a entrada do castelo ele avistou seus três pequenos amigos lobos dormindo amontoados em baixo da macieira. Junto deles ia um lobo maior, de pelugem escura. Isaac estava montado nele e Erica montada no resto o corpo de Isaac. Boyd ia montado em Erica e a cabeça afundada no pescoço de Isaac e o lobo maior.

Stiles sorriu, perguntando-se como podia isso ser tão fofo. Ele queria desenhar esta cena agora, gravá-la para sempre. Mas ele não tinha tempo, realmente. Ele veio investigar. Tentando não acordá-los, ele caminhou para dentro do castelo, que tinha as portas abertas. O salão de entrada era grande, com uma enorme escada que levava para cima.

Iam dois salões ao lado, mas ele sabia que o que ele procurava não estava ali. Estava lá em cima, e foi por isso que ele subiu. Correndo, talvez, ele chegou onde queria. Era a biblioteca. Onde tudo, absolutamente tudo, todas as informações estava contida. Não tinha iluminação em uma das salas e quando ele abriu a porta, a única coisa iluminada na sala era uma flor azul que estava presa em alguma coisa que brilhava também.

Ele se aproximou, mesmo batendo nos livros e tocou. Na hora, ele sentiu como se perdesse todos os sentidos, ele havia sido transportado há um lugar estranho, onde imagens rodavam na sua cara. Monstros matando humanos, lobos enormes matando humanos, e humanos fazendo o mesmo.

- Fuja! Fuja Derek! – ele escutou alguém gritar, uma mulher. Ele viu o rosto dela, era como o desenho de Tália.

Ela se transforma em lobo e ataca o próximo humano. As imagens mudam de repente e ele está vendo a imagem de Laura sendo morta. Um homem grita o nome dela de costas. As imagens mudam, o lobo de pelugem escura que estava com os filhotes parece dilacerando um corpo, tudo está coberto de sangue. As imagens mudam, ele vê Kate e vê o lobo negro. Ele vê os dois brigarem. Stiles vê os dois lobos maiores e negros atacarem a moça e ele vê mais sangue. Ele vê Chris...

As imagens não param, seus olhos estavam já chorando quando tudo passa. Ele cai no chão, ofegante e quando olha para os lados ele vê uma estatua com um homem meio lobo meio humano, sem saber distinguir. Os olhos são vermelhos brilhantes e Stiles grita. A imagem é real para ele, mas apenas uma estátua para qualquer um. Ele se arrasta para longe e acaba batendo em outro que era igualmente horrendo. Ele grita de novo e toma-se de pé, olha para onde se encontrava a flor mágica e vê a fera enorme e negra lhe encarando e mostrando o dente.

Stiles corre, quando ele chega ao corredor ele se depara com os outros lobos e corre na direção contrária, indo mais para dentro do castelo. Ele não para de correr quando sente os olhos dos animais em si. Ele pensa: eu vou morrer! Eu vou morrer aqui! É covarde, mas ele estava horrorizado. Quando ele chega ao fim do corredor há apenas um quarto e ele entra, colocando uma cadeira na porta.

Ele fecha as janelas, as cortinas. Pega a espada do cavaleiro de metal ao lado e empunha-a na mão, ficando entre as duas únicas entradas. Ele ia matar qualquer um que entrasse, ele não iria morrer sem lutar. Ele escuta arranhões na porta e escuta o nome de Heather, mas sua respiração pesada acaba abafando tudo. Ele não quer escutar.

Ele não sabe quanto tempo está ali, mas os lobos não entraram. Isaac ainda o chama, vez ou outra, mas Stiles não responde, ele só caminha, de um lado para o outro no quarto. Sua cabeça gira, como se tudo fosse muito difícil e ele estivesse bêbado. Era questão de tempo até eles entrarem, ele tinha que ter um plano. Sentou-se na cama com tudo, abraçando a cabeça e amaldiçoando a hora em que decidiu invadir o lugar, tão errado!

- Saia do meu quarto, humano! – Derek gritou, dizendo algo pela primeira vez.

Stiles levantou a cabeça, levantando-se e indo até o armário de Derek. Ele procurava alguma coisa entre as roupas, na penteadeira, no banheiro, mas nada. Ele não sabia o que procurava e o que quer que fosse ele não achou. Voltou para a cama, caindo nela e suspirando. Ele pensou em seu pai, em Scott, em Melissa, em Heather...

- É por isso que eu digo para não se envolver com estes humanos... Eles não sabem lidar com nós... – diz um estranho.

- Algo aconteceu lá dentro, por isso ele está assustado. – Isaac disse – Ele vai sair quando estiver pronto.

- E então poderemos matá-lo! – o estranho disse, animado.

- Não! – Derek disse – Ninguém toca na garota.

- Ah, Derek... Você é tão complacente... – o estranho diz novamente.

- Por que você não vai chamar o doutor, Peter? – disse Derek – Os garotos vão com você...

O tempo passou e Derek voltou a falar, tentando fazer a garota abrir a porta. Mas nada faria Stiles mudar de ideia. Derek não pretendia machucá-la, ele não gosta dessas coisas e era por isso que não era ele para ser rei. Era Laura, sua irmã, a destinada, a forte, a letal. Ele não servia para isso, Derek sabia. Os homens de sua família não serviam para governar, as mulheres sim.

Seu tio Peter tinha sido casado com uma linda Alfa do Oeste e havia sido o maior exemplo de governo mal sucedido de um homem. Ele era taxado de louco, apesar de ter devoção imensa para sua mulher e suas duas filhas, no entanto, era ele quem governada seu reino. E seu governo havia sido um grande caos e desordem. Ele não queria o seu assim.

- Heather, abra a porta. Conte-me o que aconteceu lá... – Derek disse.

- Eu sequer sou Heather... – Stiles sussurrou suspirando – Eu vou morrer assim... É mais fácil simplesmente abrir a porta que ficar adiando este fim...

Derek com a sua superaudição acabou ouvindo a declaração da menina. Isso o deixou confuso, confuso demais quando ela realmente puxou tudo o que prendia a porta e destrancou-a. Ele ouviu os passos dela recuarem e sua boca foi para a maçaneta, tentando abrir. Ele não conseguiu. Derek tentou bater as patas, mas também não teve efeito.

- Abra a porta, eu tenho patas, lembra-se? – Derek disse e Stiles riu.

- Calma; pequeno lobo, calma. – sussurrou, destravando a porta, com o coração acelerado.

Derek empurrou com a cabeça, colocando apenas ela dentro do quarto e procurando o corpo da menina. Estava de pé lá e Stiles tremeu levemente quando encontrou seus olhos com Derek. O lobo entrou no quarto, pegando o cheiro de medo que ele exalava. Cheiro que Derek nunca sentiu em Heather, realmente. O lobo negro foi se aproximando e quando estava cara a cara com Stiles, cheirou a perna do garoto.

Derek esfregou seu rosto nas coxas de Stiles, cheirando-a cuidadosamente. Quando se afastou um pouquinho, Stiles caiu nos seus joelhos, com os olhos doloridos. Ele agarrou-se no pescoço da fera negra e abraçou-o. O lobo não moveu um músculo, sem saber o que fazer. O menino (agora que Derek finalmente reconheceu o cheiro) não chorava, mas também não dizia nada; Derek também não.

- E-Eu vi aquelas coisas, aquelas cenas de morte... – ele sussurrava – Eu vi as pessoas morrendo na guerra das bruxas. Eu vi sua irmã, Laura, eu vi Tália, céus, eu até vi Kate e Chris... – soluçou – Vocês passaram por tanta coisa, tanta coisa ruim...

- Está tudo bem... – disse simplesmente, apesar de ter várias perguntas para o menino.

- Não, não está. – Stiles se afastou – Eu sinto muito...

- Está tudo bem... – disse, esfregando seu rosto no pescoço de Stiles.

Stiles sorriu de leve, passando as mãos nos pelos do pescoço do animal. Os fios eram gostosos e macios, ele afundou os dedos e parecia que havia ainda muito mais, deveria ser muito quente, ele pensou. Derek também gostou do carinho, mesmo que não admitisse. Afastaram-se e se encararam, Derek moveu a cabeça de lado e rodou em volta do garoto. Parou em sua frente e jogou as patas no garoto, o fazendo cair todo no chão.

Stiles riu e Derek mostrou os dentes, esfregando o focinho em Stiles de novo. Ele subiu as mãos e agarrou no pelo de Derek e o lobo lhe lambeu o rosto. Era molhado e um pouco nojento, mas Stiles não ligou muito, era gostoso de uma forma estranha. O lobo deitou-se em cima do garoto e ficou lhe encarando.

- Você deve voltar para sua casa, seu pai deve estar chegando... – Derek disse, deixando a cabeça nas patas.

- Você o conhece? Quero dizer, assim, o que é essa coisa que vocês têm? – perguntou, lembrando-se da forma que seu pai agiu.

- Aconteceram muitas coisas em nossos passados... Atos errados, decisões erradas e consequências que deixaram marcas para a vida... – disse Derek, com dor.

Stiles sentia a dor nos olhos do animal, ele sabia que alguma coisa estava muito errada com sua família. Allison era ótima arqueira e caçadora; Lydia era boa curandeira e em fazer chás medicinais; essas eram habilidades que apenas a família poderia saber, caso contrário, suas irmãs seriam mortas por bruxaria e se não, seriam expulsas das terras do Norte.

– Em outro momento, poderemos conversar. Eu também quero saber mais sobre o que você viu... – Derek continuou, levantando-se de cima do menino – E sobre você... – disse, lambendo-lhe o rosto de novo.

- Eu também... – disse, fechando os olhos – Quero saber de tudo... – disse passando as mãos nos pelos do lobo gigantesco.

Stiles não pôde ver o olhar no rosto do lobo, mas era de leve surpresa. As orelhas estavam de pé e o rabo balançou animado. Derek rolou para o lado, caindo de barriga para cima ao lado do garoto, virando-se logo depois. Stiles riu e sentou-se quando Isaac chegou correndo e pulando em cima de si. Boyd e Erica entraram logo depois, inclinando-se para Stiles fazer-lhes carinho.

- Está tudo bem? – Boyd perguntou.

- Está sim...

- Você está triste... Nós podemos sentir isso... – Isaac falou.

- Deixem-no em paz! – Derek mandou, deitando a cabeça nas patas – Ele já teve muita bagunça por hoje...

- Isso é apenas ciúme, por que você é um lobo ranzinza que não ganha carinho de ninguém... – disse Erica.

Isaac pulou fora de cima de Stiles para amenizar a situação. Derek olhou bravo pra a loira branca, que tomou o lugar de Isaac sobre Stiles e o lobo cinza pulou em Derek, mordendo o pescoço do maior. Derek começou a brincar com o lobo pequeno. Jogou-o no chão e pôs a pata em seu peito, mordendo-lhe o pescoço. Isaac riu na sua voz humana e se soltou, saindo do quarto correndo. Voltou, segundos depois, com um lobo escuro e segundo maior na sala, ele estava sendo carregado na boca. Quem o carregava era um lobo estranho, o mesmo lobo que estava dormindo com os três, Stiles reconheceu.

- Me ponha no chão, Peter! – Issac resmungou.

- Pare de correr em cima de mim, então. – disse a voz do lobo – Eu trouxe o doutor. Ele espera no salão.

- Vamos descer. – Derek disse e todos se afastaram de Stiles, correndo para o salão.

Derek começou a caminhar e Stiles ajeitou sua peruca e roupa, seguindo o lobo. Quando chegaram lá, um homem negro trajando uma camisa branca e calça azul com uma bolsa marrom esperava por eles. Era conhecido como Deaton, Stiles já o havia encontrado algumas vezes nos eventos da cidade. O homem sorriu e se aproximou de Derek, fazendo-lhe a devida reverencia. Derek rodou o homem, cheirando-o, e depois balançou a cabeça para Stiles, que ainda estava no ultimo degrau.

O garoto não se moveu e Derek grunhiu, chamando-o em sua voz humana.

- Você pode se aproximar agora.

- Ah, desculpa. – disse, meio correndo.

Stiles tropeçou e Derek deu um passo em frente, mas o garoto tomou de volta o equilíbrio e ficou cara a cara com o outro humano. Derek olhou para o menino e voltou-se para o Doutor, batendo a pata direita no chão. Ele deitou no chão, cobrindo a cabeça com as duas patas e depois endireitou-se para eles.

- O que você está fazendo? – Stiles perguntou ao lobo, atraindo a atenção do outro humano na sala.

- Estou dizendo a ele para levá-lo para casa. – disse Derek, dobrando a cabeça – As pessoas não nos escutam como você...

- Ah, é mesmo? Mas ele sabe... – Stiles se aproximou e cochichou na orelha do lobo – Sobre você, os filhotes, e essas coisas...?

- Sim, ele sabe que eu sou o Rei. Ele era amigo da Família Hale. – Disse Derek, esfregando o focinho no rosto de Stiles – Está seguro com ele.

- Ok. – respondeu.

- Interessante... – disse, sorrindo quando os dois se separaram – Eu sou Dr. Deaton.

- Heather Martin-Argent.

- Vamos, a carruagem nos espera... – disse, abrindo espaço para a moça.

Stiles caminhou para frente, olhando para trás e viu o Doutor e Derek se encarando. Derek tinha as presas e as garras para fora, Deaton acenou com a cabeça e juntou-se a moça. Quando ganharam a entrada, os quatro lobos lhe encararam, apesar de Peter ter apenas aberto os olhos. Isaac levantou-se de cima das costas de Peter e Erica recuou, ficando atrás de Boyd.

Derek olhou para eles e eles ficaram onde estavam. Stiles queria ir até eles, mas Derek parecia irredutível. Ele ia pedir, mas o lobo lhe mostrou as garras e os dentes, grunhindo para ele. Bufou, dando um tchau com as mãos para os filhotes. Deaton observava tudo curioso, ele não via Derek e os lobos socializarem com ninguém e parecia que com a mocinha ali as coisas eram diferentes. Deaton subiu para guiar, antes abrindo a porta para a moça.

- Tome cuidado no caminho. Para qualquer efeito, eu vou acompanhar a carruagem.

- Obrigado. – disse, estendendo a mão para Derek.

O lobo pôs a cabeça na mão do garoto e mandou que ele entrasse. Stiles obedeceu e Deaton com um aceno começou a guiar a carruagem. Eles seguiram até o fim da entrada e um pouco depois na estrada, onde um homem esperava. Deaton desceu da guia e o homem estranho assumiu. O doutor entrou na carruagem e sentou-se de frente para a moça.

- Então, Heather, certo?

- Sim, Dr. Deaton não é...? – disse sorrindo.

Deaton acenou e eles não conversaram mais. Stiles pensava em várias coisas que ele viu quando tocou naquela flor. Ela lhe parecia familiar, como se já tivesse visto ela em algum lugar, mas não se recordava aonde. Deaton sorria para a garota, preso em vários pensamentos. Mas a carruagem parou na entrada da casa e a menina desceu.

Deaton foi embora e ela entrou na casa. Não tinha ninguém lá ainda e ela se sentiu aliviada. Olhou pela janela da sala e viu, no pedaço que dava para a floresta, o lobo enorme e negro lá. Stiles sorriu e foi até lá, sentando-se no sofá e ficou olhando para o lobo, para seus olhos vermelhos. O lobo uivou alto, fazendo o sorriso de Stiles maior, e depois ele se deitou no chão.

Stiles ficou olhando para ele durante alguns segundos, até que ele viu o animal se afastar para dentro da floresta. A porta da casa abriu e suas irmãs entraram junto de Chris. O homem trazia um baú grande e as meninas sorriam. Elas lhe cumprimentaram e perguntaram por que ela estava com essa roupa.

- Eu achei que fossemos caçar hoje. Estava esperando por vocês...

- Ah, não. – disse Chris – Isso é daqui dois dias...

- Oh, desculpe. – disse, se levantando e olhando para fora, onde Derek já não estava mais – Vou me trocar então.

- Tudo bem... – disse Chris, mesmo que desconfiado da roupa suja de Heather.

Os três ficaram na sala conversando sobre o Feriado da Lua Cheia, apesar de ser sempre lua cheia no Reino do Norte. Mas Allison e Lydia estavam animadas sobre o evento. Era comum que as pessoas viajassem para visitar a grande feira e aproveitar para fazer compras. Era também, a época em que Chris ganhava mais dinheiro com a venda de seus artigos.

No outro dia, Stiles acordou relaxado. Ele tomou um longo e relaxante banho, sem precisar vestir-se como uma mulher, o que já era um grande feito, e voltou para seu quarto. Ele vestiu-se com o vestido que ganhou de Allison no dia anterior e observou, no espelho, o seu reflexo. Seus cabelos estavam grandes. Da ultima vez, ele teve que se virar com uma tesoura em casa, e por isso agora, o cabelo tinha várias falhas.

Ele precisava urgente ir a um barbeiro. Ele tinha sorte que ainda não tinha barba, por que, pelos deuses, como ele iria se virar com a cara de um barbudo. Mas foi a menor de suas preocupações naquele dia. Allison pegou o punhado de roupas sujas na cesta do quarto de Heather e, de repente, lhe ocorreu o obvio. Olhando entre as roupas de Heather, ele percebeu que nenhuma delas estava realmente suja de sangue.

Ela estava na época de sangria e a de Lydia havia passado em uma semana, Heather, no entanto, jamais comentou sobre a necessidade de mais roupas intimas nem nada parecido. E isso pareceu preocupar a morena demasiadamente. Esperando seu pai voltar da cidade, ela se sentou na sala. Estava sozinha em casa, Lydia havia arrastado Heather para se encontrar com Jackson e Danny na cidade. Pela primeira vez, Allison louvou a animação de Lydia em encontrar os garotos.

Quando Chris chegou, ele observou Allison sentada, com as penas batendo no chão de madeira e seus olhos preocupados. Chris alarmou-se a agarrou a arma que ficava ao lado da porta, mas a cara assustada que Allison mostrou o fez descer a arma e ir sentar-se com a filha. Depois de uma breve introdução de como foi sua tarde, Allison abordou o assunto.

- Heather ainda não entrou em sua sangria.

- Como assim?

- Eu estava observando suas roupas, e elas nunca são manchadas, ou ela precisa de extras. Malia me disse que apenas as roupas minhas e de Lydia tem manchas...

- Mas as garotas tem isso em idades diferente, certo? Lydia teve aos 10 e você aos quatorzes... – disse Chris, sem entender realmente o problema – O dela pode não ter chegado ainda...

- Já temos dezenove anos, papai... – Allison disse acusadora – Por mais atrasada que ela seja ainda pode ter um problema...

- E o que você sugere? Nós não podemos simplesmente perguntá-la, certo? Nós nem sabemos se isso é realmente um problema. Seria alarmá-la para nada...

- Vamos chamar o doutor. – disse Allison – Vamos até ele enquanto elas estão pela cidade, ele vai poder nos ajudar...

- Mas ele não pode realmente dizer nada sem analisá-la, Allison... – disse o pai, suspirando e coçando os olhos.

- Vamos apenas saber se é normal, caso ela precisa ser examinada, nós a levamos depois...

Chris concordou com a garota e ela sorriu indo se preparar para sair. O pai foi até a cozinha, pegando um pouco de água e tomando. Ele ainda comeu uma fruta, antes de finalmente voltar à cidade para se encontrar com o doutor. Allison e seu pai pararam no caminho para cumprimentar alguns conhecidos e depois, a ajudante de Deaton, Miss Morell, guiou-os sala adentro.

Os três se cumprimentaram e depois de Chris explicar a situação para o doutor, eles tiveram um longo discurso sobre o período de sangue da mulher. Que isso variava de pessoa para pessoa, mas o médico não poupou uma recomendação de uma visita. Eles agendaram a visita para dali a três dias.

Quando estava indo embora, resolveram passar na confeitaria, e acabaram encontrando Heather e Lydia comendo tortas com Jackson, Danny e Matt. Apesar da repudia natural de Heather por Matt (com recíproca mais que evidente), eles ainda mantinham um diálogo sem se matarem. Já era um grande avanço.

Eles voltaram para casa e Stiles se dirigiu direto para o jardim, sentando-se na cadeira de balaço. Ela deixou o sapato na entrada da casa e depois de ficar ali, apreciando o final da tarde, sorriu quando, olhando para a floresta, ela viu Erica e Isaac emaranhados entre as folhas. Ele sorriu, para os lobinhos, largo e eles correram.

Um vento forte e frio fez com que seu vestido voasse, bem como seu cabelo. Isso lhe lembrava das manhas no seu reino. O sol forte que batia contra a sacada do seu quarto, o vento forte que geralmente tinha às sete da manhã e o cheiro de terra molhada, que lá era tão fraco, mas que aqui era mais presente que nunca. Ele sentiu naquela hora o sentimento de falta, de culpa, de arrependimento. Mas ao mesmo tempo sentia-se agora livre.

Voltou para dentro de casa sob o pedido de Chris, e olhando para o homem sorridente na porta ele se lembrou das visões que teve no castelo. Ele se lembrou de Chris empunhando um besta contra Derek, ele viu Chris defendendo Kate, ele viu o homem em sua frente machucar Derek. E o sentimento de raiva estava evidente em seu coração. Por que Chris era um homem bom, Stiles percebeu isso, mas ele estava no caminho errado se achava que Kate era um ser bom.

Não. Kate era um mostro assassino que matou Heather, que matou a família de Derek. Ela era um monstro que tirava das pessoas aquilo que mais lhes importava, e não há quem possa dizer o contrário. Por que através daquela face de anjo, ela era o capeta em forma de gente. Ela era, sem sombra de dúvidas, uma alma negra.

- Heather, está tudo bem? – Chris perguntou a Stiles.

- Sim, eu só... Senti um calafrio estranho... – e isso não era de todo mentira.

- Bem, você está com uma vestimenta leve, deve ser a ventania... – o homem sorriu e Stiles forçou-se a sorrir também.

- Ah propósito querida... – disse Chris assim que Stiles andou em sua frente – Nós vamos visitar o médico em três dias...

Stiles se virou assustado e Chris apenas continuou a arrastá-lo, agora segurando seu braço, para a mesa de jantar onde as duas meninas estavam. Stiles tremeu e não conseguiu comer quase nada. Suas irmãs e pai perceberam, mas ninguém disse nada. Allison sabia o por quê.


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Notas finais do capítulo

Own, minha cachorra acabou de dar cria ha 3 filhotinhos, e eles são tão fofos que eu fico olhando e pensando em cenas de carinho-wolf entre os lobos *-----*
Mas fangirlisses(?) a parte, eu espero que vocês estejam gostando!! Obrigada a quem comentou, leu e está lendo, e favoritando também. Vocês me fazem muito feliz!! xD

Curiosidade: Se você conhece a história da origem do Estado da California, você sabe o quão parecido é a descrição da tomada de terras pela Família Hale. Mas é só uma curiosidade mesmo xD~

Obrigada mais uma vez =DD