Lost West: Laços De Sangue escrita por Cavaleiro Branco, Yoru, Mast


Capítulo 2
Capítulo I - Fugitiva


Notas iniciais do capítulo

YO! Aqui quem fala/escreve é VicKurayami, UzumakiVictoria, KurozakiVictoria, Darkmoon, ou Hikari, como preferirem!
Levei quase duas horas pra escrever isso, mas finalmente terminei!

Boa Leitura!



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*Arf*... *Arf*... *Arf*...

Sua respiração falhava. Seu coração parecia que ia saltar de seu peito. Suas pernas doíam em quanto ela tentava manter o ritmo que poderia salvar sua vida.

O cheiro de seu medo se expandia no ar. Era impossível se esconder. Ela só poderia fugir. Afinal...

Eles sentem o cheiro do medo.

Capitulo I – Fugitiva

O céu, escuro como nunca antes, mostrava sua fúria com a tempestade de raios que destruía tudo que atingia. Até mesmo os Demônios estavam assustados. Até mesmo o rei olhava pela janela, um pouco pálido.

--Traga-me um copo de água. –ordenou, lançando um olhar penetrante para a pessoa atrás dele.

Ela era uma criança. Jovem, não parecia ter mais que quatorze anos, no máximo. Suas roupas rasgadas, tingidas de vermelho sangue, estavam jogadas no chão. Cabelos negros revoltosos, uma pele pálida e doentia, e com um dos olhos verdes, brilhando com o medo obvio. Seu outro olho jazia em uma poça de sangue, opaco e morto. A menina mordia os lábios com força para não demonstrar dor, embora fosse impossível. Ela apertava o lugar aonde deveria estar o olho, tentando inutilmente parar o sangramento.

Perder um olho era algo totalmente normal, para a menina, de qualquer maneira.

--S-sim, m-meu S-senhor. –respondeu ela, de cabeça baixa, com a voz encharcada de dor.

--É melhor você ir logo, se não eu vou colocar sal no buraco do seu olho, Cadela. –rosnou ele.

--S-sim meu Senhor... –falou ela, se esforçando para andar para fora, o que era bem difícil, considerando que uma de suas pernas estava virada em um ângulo estranho, provavelmente quebrada de alguma forma.

Levou cinco minutos, mas ela conseguiu finalmente pegar o copo e leva-lo até o quarto de seu mestre.

--Você demorou. –rosnou ele, olhando-a com uma expressão de aborrecimento. Ele pegou o copo de sua mão. –De quatro. Na cama. AGORA.

A ultima parte ele berrou, e a garotinha, desesperada, correu para obedecer.

O homem tomou a água e jogou o copo no chão, espatifando-o.

--Escravos... Não tem o direito de sentir dor, Pequena Alexis. –falou ele, andando atrás dela. A garota, Alexis, fechou os olhos, com medo. –Você sabe as punições que damos se você sentir dor... –ele riu, cínico. Uma dor leva a outra. Ele debruçou sobre ela, e puxou seus cabelos pretos para traz. Alexis fechou os olhos ainda mais, numa tentativa inútil de evitar o que estava por vir.

--Abra os olhos. –rosnou seu mestre. Ela não obedeceu. –ABRA SEUS OLHOS.

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A dor queimava. Alexis sentia seu olho se refazer. Ela poderia agradecer por isso, mas considerando que eles só faziam isso para que pudessem arranca-lo novamente em outro momento, ela simplesmente podia abaixar a cabeça e choramingar, algemada no canto do quarto escuro, úmido e frio em que era obrigada a ficar.

Os demônios tinham poções. Poções que curavam ferimentos, e causavam dores horríveis. Alexis os conhecia muito bem. No dia anterior tomara um para refazer o braço que foi arrancado por acidente em quanto seu mestre a estuprava.

Antes disso, havia tomado a poção para refazer sua perna, que foi arrancada durante uma punição do Exército Demoníaco.

Era sempre a mesma dor, embora algumas vezes mais fraca, outras mais forte. No geral, quanto mais consciente ela estava, mais dor sentia.

Geralmente, seu mestre a deixava sentir a dor da Poção da forma que ela estava, mas dessa vez, irado pela desobediência, a havia drogado com drogas que a deixavam mais aleta e acordada.

Foi naquele momento que Alexis ouviu o som do trovão, rasgando o céu, bem como a parede de sua jaula de pedra.

Assustada, Alexis se levantou e olhou pela abertura timidamente.

Gritos, sangue, pessoas correndo. A chuva de trovões causou um caos enorme entre os Demônios, que foram pegos de surpresa.

A garota vomitou todo o liquido branco que fora obrigada a engolir, ou pelo menos parte dele e tossiu.

Ninguém estava prestando atenção nela.

Uma adrenalina extremamente forte a vez parar, momentaneamente, de sentir a dor. Ela quebrou as correntes enferrujadas e quebradas que a seguravam e colocou as roupas ensanguentadas que viu no chão. Cautelosa, ela saiu, olhando para todos os lados. E correu.

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A menina arfava em busca de ar. Seu olhos já havia terminado de se refazer, mas outros ossos machucados, como o das costelas e da perna esquerda não teriam a mesma sorte. A poção já havia deixado de fazer efeito a alguns minutos.

Ela teve que parar para tossir, quando ouviu um som de galope, notando que a chuva de raios havia parado.

Inferno... Pensou, sentindo o desespero e medo que se acumulavam. Eles estão atrás de mim...

Não havia como se esconder. Os demônios sentiriam o cheiro do medo. Eles sentiriam a hesitação, o desespero... Ela só podia fugir e sair do território dos demônios. Uma vez lá fora, ela poderia evitar o território dos lobisomens e fugir pelas montanhas a oeste. Ela sabia que poderia fazer isso. Conhecia cada um dos territórios daquele deserto infernal, tendo sido vendida de lá pra cá e acolá varias e varias vezes. Só esperava que não morresse de fome e sede...

Fome...

A dor no estomago, tontura e fraqueza eram quase insuportáveis. Sua ultima refeição havia sido a quase um mês, e ela não bebia água havia quase dois dias. Poderia muito bem morrer de fome ou desidratação antes de chegar às montanhas.

Ela continuou correndo, ouvindo o galopar dos cavalos chegar cada vez mais perto.

Por favor, por favor, por favor! Rezou internamente. Eu já estou quase lá!

Em sua corrida desesperada, Alexis viu o Caniôn, a limitação natural do território dos Demônios. Uma vez que atravessasse a ponte, poderia desamarrar as cordas e então fugir. Levaria dias para que os Demônios atravessassem o Caniôn a pé.

Ela ouviu o som de algo cortando o ar e se jogou no chão, vendo um machado passar por cima de sua cabeça e cortar uma das cordas que seguravam a precária ponte do Caniôn. Alexis levantou e correu, segurando na corda restante. Não poderia atravessar, mas...

Ela começou a desamarrar a corda, mas foi impedida por um machado que evitou por um triz, e cortou a tal corda. A força da ponte levou Alexis para baixo, e ela bateu a cabeça na parede de pedras, terra e areia do outro lado. Ouviu os gritos de raiva do outro lado, mas estava zonza. Com um esforço, ela começou a usar a corda como uma escada de cordas para subir, sentindo o sangue descer quente e pegajoso por seu cabelo e nuca, até pingando na parede. Subiu, mais e mais, até que finalmente saiu do Caniôn. Deu um passo e caiu, inconsciente, no chão, vencida pela dor, fome, sede e exaustão.

Poderia morrer. E desejou isso. Melhor morrer do que viver mais um segundo naquele inferno.

Mal sabia ela que outro garoto que passava por ali tinha outros planos.


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Notas finais do capítulo

MATTA AOWZE!

PS: Reviews?