A Little Surprise escrita por RHathaway


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!!! Desculpe a demora, tive uma semana muito cheia!!!
Espero que gostem!!
Boa leitura!



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Casamento. Não é comum entre os dhampirs, principalmente aqueles que são guardiões. Ontem à noite depois da grande surpresa de Dimitri, por que cá entre nós uma casa é uma grande surpresa, eu não havia pensado nas consequências das minhas ações.

Eu queria casar com Dimitri? Diabos, sim!

Mas minha protegida, Lissa, é a ultima representante Dragomir, o que a põe como prioridade entre os strigoi, moroi e guardiões, sem falar do interesse politico que Tatiana tinha em Lissa. Plantões duplos, festas entre a realeza, mais os plantões exigidos pela Corte, as expedições... Não seria fácil ficarmos juntos.

Mas olhando para o anel na minha mão e para o homem adormecido ao meu lado, eu não conseguia ver isso como uma experiência ruim. Na verdade todos os meus sonhos estavam se tornando realidade. Aliás, a realidade estava ainda melhor que meus sonhos.

Eu havia conseguido me tornar a Guardiã oficial de Lissa e ela estava finalmente segura, estávamos na Corte, eu conhecera meu pai, aparentemente tinha uma casa, uma posição de respeito entre os guardiões, liberdade e mais que tudo isso, eu tinha Dimitri.

Finalmente estávamos juntos. Aquele último ano tinha sido o pior. Todos os feriados e fins de semana foram ocupados por insistência da rainha, eu havia perdido a conta de quantas festas, comitês, reuniões sociais e pequenos encontros para tomar chá entre a realeza eu havia acompanhado Lissa.

Todos aqueles eventos haviam sido mais entrevistas extensas sobre as posições politicas de Lissa que qualquer outra coisa, e ela sempre se saia bem. Não pude evitar um pequeno sorriso de orgulho, Liz havia se sobressaído e encantado as pessoas a sua volta.

Mas fora por causa desses eventos eu não vira Dimitri por nove meses. Eu estava morrendo de saudade dos meus pais e de cada um dos meus amigos. Diabos eu sentira falta até mesmo do garoto Tocha! Eu apostava que o inferno não era pior que aulas de calculo intermináveis, horas e horas em pé ouvindo professores falando coisas entediantes e nenhum russo pra beijar.

Coloquei uma mecha do seu cabelo sedoso de Dimitri atrás da orelha. Ele suspirou e se aconchegou mais em mim. Eu podia ter sentido falta da minha família e amigos, mas nada se comparava a falta que Dimitri tinha feito. Eu pensava nele nos momentos mais importunos e surpreendentes.

Eu o amava, disso não havia dúvida, afinal eu me casaria com ele não é mesmo? Oh meu deus! Eu vou me casar! O vou dizer a Janine? E Abe? Eu não queria nem pensar no que Janine diria ou pior faria, quando descobrisse do nosso ro...

Eu congelei, de repente a cena que havíamos feito na cafeteria da Corte voltou aminha mente. Na mesa em que estava estavam sentados dois dos guardiões de Lissa, Hans, Tasha, Cristian e...

- Oh meu deus!

Eles já sabiam do meu romance com Dimitri. Isso, pensei com veemência, é ótimo!

- Bom dia – a voz rouca de Dimitri me tirou dos meus pensamentos caóticos.

- Bom dia, Camarada. – não pude evitar sorrir, quando se tem um russo como aquele nos braços os problemas com os pais soam brincadeirinha de criança.

Ele suspirou e me beijou, seus lábios provocaram os meus suavemente e ele continuou descendo. Seus lábios roçaram na minha bochecha e têmpora.

- Sabe ontem na cafeteria antes de você entrar e me agarrar na frente de todo mundo eu estava conversando com algumas pessoas.

- Ah é? – disse desinteressado beijando minha mandíbula.

- Os guardiões da Lissa, Hans...

- Humm.

- Liz, Cristian, Tasha...

- É mesmo?

- Meus pais. – ele estava no meu pescoço naquele momento.

- Oh. – nossos olhos se encontraram e um momento de entendimento ocorreu entre nós.

- Talvez, se você fugir bem rápido pra Rússia Janine não se importe e Abe não descubra.

Ele apenas riu.

- Aposto que ele descobre. Mas não, obrigado. Estou exatamente onde quero estar e não vou sair daqui.

- Tem certeza? Abe pode ser difícil e Janine, insuportável.

- Posso lidar com eles, Roza. Posso lidar com qualquer coisa para estar ao seu lado.

- Eu te amo. – disse suavemente. Dimitri me lançou um daqueles seus pequenos sorrisos, aqueles que eu lutava muito pra conseguir. Ele entrelaçou nossos dedos, beijou minha mão e o anel que ele pôs ali.

- Eu também te amo, minha noiva.

E me beijou. E eu me esqueci dos meus pequenos problemas. Por um tempo.

_____x_____

Abe morava numa casa, ou melhor, em uma mansão na área mais rica da Corte. Foi pra lá que nós nos dirigimos, eu e Dimitri, depois de um divertido café da manhã. Eu estava nervosa, o que não era meu normal. Mas aquela era uma ocasião especial.

Quando o mordomo de Abe atendeu a porta eu quase disse que tinha batido na porta errada, mas não o fiz.

O mordomo nos guiou até um escritório confortável onde meu pai estava.

Abe nunca se vestia de forma comum. Hoje seu paletó era azul marinho, sua camisa vermelha rubi e ele usava uma espécie de lenço preso na camisa esmeralda. Ele brilhava tanto naquelas roupas que eu tinha que desviar o olhar.

Meu pai era um comerciante, ou gangster na minha opinião, invejado e temido por outras pessoas. Quando minha mãe me apresentou a ele eu fiquei chocada. A respeitada guardiã Hathaway havia se envolvido com um mafioso? Aquilo me provou que todo mundo tem um passado e que ninguém é perfeito. No inicio nós não éramos próximos, na verdade nossa relação era um tanto desconfortável. Mas com o tempo eu comecei a respeita-lo e de certa forma amá-lo, mas apesar de sermos muito parecidos, não éramos próximos.

- E ai, velhote? Acordado há essa hora, e eu jurando que iria tirar você da cama.

- Homens como eu não permanecem em repouso muito tempo, garotinha. Mas posso ser surpreendido, por exemplo, eu não esperava que vocês saíssem da cama muito cedo, não é mesmo Guardião Belikov?

Meu deus, eu tinha um pai ciumento e nem um pouco sutil, sim eu sou uma garota de sorte. Seus olhos estavam em Dimitri e brilhavam de forma perigosa. Eu me pus na frente dele e sorri.

- Podemos nos sentar? – ele fez um gesto com a mão na direção dos sofás num canto afastado da sala. E pra minha surpresa se levantou e nos guiou pra lá.

- Quer alguma coisa pra beber, Belikov?

- Aceito, senhor.

Meu pai se moveu na direção do armário de bebidas. Sem hesitar ele serviu um pequeno copo de uísque pra ele e vodca pra Dimitri. Eu só esperava que ele não tivesse colocado cianeto naquele copo. Pra mim ele não ofereceu nada.

Ele entregou o copo pra Dimitri e se sentou no sofá na nossa frente, entre nós havia uma pequena mesa de madeira.

- Então o que gostaria sobre o que gostariam de conversar?

Eu o encarei. Até agora eu não sabia como falar com ele. Aquele homem era meu pai, alguém que minha mãe se certificara de manter longe de mim durante minha infância, alguém em que eu confiava cegamente, sem nenhum motivo concreto. Até aquele momento eu segurava a mão de Dimitri de forma que meus dedos não estivessem no campo de visão de Abe.

Depois de hesitar um segundo permiti que ele visse meu anel. Seus olhos se prenderam nele e escureceram.

- Nós vamos nos casar. – disse desnecessariamente, ele apenas ergueu uma sobrancelha, - E gostaríamos de te pedir algo.

- Obviamente não é minha permissão. – disse num tom quase frio.

- Não, senhor. – Dimitri falou antes que eu tivesse chance, - Gostaria que me perdoasse por isso, eu esperava que Rose chegasse só daqui a três dias. Quando a encontrei não consegui esperar mais para pedi-la.

Vi surpresa passar rapidamente pelos olhos de Abe, antes que ele acenasse curtamente com a cabeça.

- Nós viemos aqui – disse chamando sua atenção pra mim, - pra lhe pedir algo. – repeti. – Eu, na verdade, gostaria que você... – fechei os olhos por um segundo, - nós ainda não definimos a data, mas... – Maldição, pensei, diga logo!

- Eu gostaria que você me levasse até o altar.

Seus dedos afrouxaram em volta do copo antes de aperta-lo novamente, com força.

- Como? – sua expressão era atordoada, quase confusa.

Respirei fundo e disse o que há muito tempo eu queria falar.

- Eu sei que minha mãe não permitiu que você se aproximasse de mim durante minha infância, mas... Você é meu pai, e eu o amo e o respeito e me deixaria muito feliz se você me levasse até o altar e me entregasse ao homem que eu amo.

- Kiz...

Ele se moveu de forma muita rápida para um moroi. Meu pai colocou o copo na mesa entre nós, contornou-a, se sentou ao meu lado e agarrou minha mão livre. Ele me encarou, em seus olhos haviam várias emoções que eu não sabia nomear.

- Filha, não culpe sua mãe por ter nos mantido separados, ela fez o que achou o que era certo e melhor pra você. – ele respirou fundo como eu fiz há alguns segundos. – Eu não acredito que foi o certo, mas... Eu sempre amei você. Eu não a conhecia, mas você era minha criança, minha amada menininha e sempre foi difícil me manter longe de você. Quando eu conheci a mulher que você se tornara, eu amei ainda mais. E a respeitei também.

Eu tenho muito orgulho de você. Da mulher que se tornou, de suas conquistas. Eu tenho muito, muito orgulho de chama-la de filha. – um pequeno soluço escapou de meus lábios.

- Eu me sinto honrado em ser seu pai e nada vai me trazer mais alegria do que leva-la até o altar e vê-la se casar com o homem que ama.

Eu joguei meus braços ao seu redor e o apertei com força, enterrei meu rosto úmido em seu pescoço e deixei as lágrimas fluírem sem restrição. Aquele pequeno pedaço de mim que sempre quis a presença e o amor de um pai, finalmente se completou.

- Eu te amo, papai.

O tremor correu por ele todo e seus braços me apertaram ainda mais.

- Eu também te amo, minha pequena princesinha, minha linda filha.

Não sei quanto tempo o abracei, mas eu o segurei com força. Quando nos separamos ele secou minhas lágrimas e colocou algumas mechas do meu cabelo atrás da orelha. Ele roçou seus lábios delicadamente na minha testa e bochechas.

Levantou os olhos e encarou o homem atrás de mim, que eu tinha certeza que sorria.

- E quanto você, Belikov, não espere que eu permita que você me chame de pai. E é melhor você não magoar minha garotinha ou eu vou até o inferno para encontra-lo e você não vai gostar quando eu acha-lo. – a última parte foi dita como uma clara ameaça.

Eu sorri. Aquele homem era, com toda a maldita certeza, meu pai.

______x______

Eu hesitei muito e demorei muito pra sair de lá, por várias razões, mas principalmente que depois de sair de lá eu teria que seguir para a próxima fase, ou melhor, dizendo, a próxima pessoa. Minha mãe.

E como se não bastasse Abe insistiu, de uma forma que deixava claro que ele não aceitaria um não como resposta, que Dimitri permanecesse. Eu não gostei nem um pouquinho da ideia, mas com Abe me enxotando pra fora de um lado e um Dimitri resignado me dando um pequeno beijo e me mandando embora, eu não tive escolha a não ser ir à direção do dormitório dos guardiões, onde minha mãe morava, com uma belíssima e excelentíssima carranca de frustação.

Minha mãe ao contrario de Abe, Dimitri e eu, Lissa e até mesmo Cristian não tinha uma casa própria, apesar de seu moroi ter fixado residência na Corte, ela insistia em morar em um quarto no prédio dos guardiões.

Por isso eu tive que atravessar a sala comunitária, sentindo os olhares curiosos e chocados lançados na minha direção e principalmente para a minha mão esquerda, e subir dois lances de escada para encontrá-la.

Quando bati na porta uma voz brusca e típica da Guardiã Hathaway me mandou entrar, o que eu fiz. Não fiquei surpresa ao encontra-la sentada em uma escrivaninha estudando umas plantas da Corte ou lendo qualquer coisa referente à nossa profissão. Mas ela ficou surpresa ao me ver, eu vi isso no seu rosto, antes que ela colocasse a mascara fria em seu rosto novamente. Whoa, minha mãe estava brava.

- Você precisa de algo? – ela perguntou bruscamente. Eu suspirei alto e fechei a porta, aquilo seria difícil. Ao contrario de Abe ela não me ofereceu uma cadeira ou me disse para me sentar em algum lugar, ela simplesmente me encarou. Eu me sentei na sua cama.

- Mãe, - comecei, - precisamos conversar.

- Sobre o que você quer conversar, Rosemarie? – sim, ela estava com muita raiva.

- Você sabe sobre o que, mãe. – ela apenas ergueu uma sobrancelha, coisa que me irritava profundamente por que eu não conseguia fazer, como se me desafiasse a dizer as palavras em voz alta.

- Sobre meu relacionamento com Dimitri.

- Não. Nós precisamos conversar com o seu relacionamento com seu ex-instrutor. Há quanto tempo isso vem acontecendo, Rosemarie?

Ela estava preocupada percebi de repente. Ela estava preocupada com a reação das pessoas e em quais seriam as consequências para minha reputação. Saber disso fez com que eu suavizasse meu tom.

- Há tempo suficiente para contar.  

- Como você deixou isso acontecer, Rose?

- Eu... Eu não sei como responder essa pergunta, mãe.

- Ele alguma vez machucou você? Forçou você? Você sabe que pode contar tudo pra mim, filha. Eu nunca vou te julgar.

Olhei pra ela chocada. Machucar? Forçar? E desde quando ela não me julga? Foi quando eu percebi que ela não estava preocupada com a reação das pessoas ou com minha reputação, ela estava preocupada comigo.

Eu atravessei a sala, peguei uma cadeira e me sentei na frente dela.

- Mãe, - disse pegando as mãos dela, - nunca, jamais Dimitri me forçou a fazer nada que eu não quisesse, ou me machucou. A não ser quando tentou me dar um pé na bunda. Eu me apaixonei por ele e ele por mim. Nós mantemos um relacionamento platônico – pouquíssimo platônico, mas minha mãe não precisa saber disso, - enquanto ele era meu instrutor.

Ela olhou pra nossas mãos como se como se buscasse palavras pra se expressar, foi quando ela viu o anel. E ela engoliu seco.

- Mas o que? – disse chocada encarando meu anel.

- Eu também vou me casar com ele. Me escute, por favor. Eu não sou mais uma garotinha indefesa há muito tempo, eu sou uma mulher. Eu o amo, mãe. Mais do que posso colocar em palavras e confio nele com tudo que eu tenho. Eu também sei que ele me ama. Ele desistiu da guarda de Lissa por mim e...

- Você realmente o ama. – ela me interrompeu suavemente e parecendo surpresa. Não era uma pergunta, mas eu respondi mesmo assim.

- Sim, eu amo. E ele também me ama.

- Sim, eu vejo. Eu só não entendo por que eu nunca soube nada. Por que você não disse nada.

- Por que tinha e sinceramente ainda tenho medo da sua reação e ele era meu instrutor, eu tinha certeza de que ela não seria boa.

Ela se levantou e passou a mão nos cabelos.

- Então o que veio fazer aqui?

- Você é minha mãe, sua aprovação é importante pra mim e eu gostaria que ficasse feliz por mim. – disse me levantando – Vou casar com o homem que eu amo e sou guardiã da minha melhor amiga, eu estou feliz e queria que no mínimo ficasse feliz por mim. Se não pode então eu acho melhor eu ir.

- Rose, espere. Me desculpe, eu... Eu estou muito chocada ainda e... Um casamento é um passo muito importante filha, você tem certeza que é isto que quer?

- Dimitri é o que eu quero. Ele é um homem romântico e de acordo com ele casamento é quase uma obrigação. E pensando bem, não vai ser um grande esforço me casar com ele.

- Mas você está disposta a planejar toda a cerimonia? E quanto a Lissa? Você vai abandona-la?

- É claro que não. Sou sua guardiã e ela é minha moroi e nada vai mudar isso. E quanto à cerimonia acredito que Liz vá fazer isso por mim.

Minha mãe suspirou e sentou. E o jeito que ela olhou pra mim me fez pensar que fora um erro vir até aqui. Pela primeira vez pensei que ela me visse como um erro. Uma gravidez não desejada que atrapalhou sua carreira de guardiã. E como se não bastasse a criança, no caso eu, não era um dhampir comum, mas alguém rebelde e com mania de quebrar regras, isso só causara mais problemas e acréscimos ruins na sua reputação.

Só de pensar que ela me considerava um peso em sua vida já causava uma dor tão grande que tudo que eu queria fazer era virar as costas e correr pra longe dali. Mas a lembrança da preocupação em seu rosto me fez hesitar.

- Se é isso que você quer, se isso que vai fazer você feliz, se é disso que você precisa vou apoiar você. – fiquei atordoada com aquela declaração, aparentemente eu não sabia julgar bem seus sentimentos. – E se você não se importar, eu gostaria de ajudar a planejar a cerimonia.

Poderia ser para qualquer filha na mesma posição que eu, prestes a se casar, que aquelas palavras soassem comuns, mas para mim foi como um convite de paz. Nós nunca nos demos bem, minha mãe e eu, nos primeiros anos eu exigia saber quem era meu pai, de tal forma que nossas discussões se tratavam só disso, e cada vez minha mãe aparecia menos.

As frases nos cartões se tornaram mais curtas, até que não houve nem cartões nem presentes. Quando fui trazida de volta pra academia seu e-mail foi tão caloroso quanto um cubo de gelo. Nós nos afastamos mais e mais a cada ano. No último ano, depois do ataque na escola que ela começou a se aproximar de mim, lentamente, tão lentamente que não tínhamos feito qualquer progresso até agora.

Quando meus olhos se encheram de lágrimas, e se ampliaram surpresos, ela se levantou e veio até a mim. Eu estava chocada com suas palavras, principalmente por estar esperando uma facada e não um sinal de afeto.

- Oh, Rose. – ela disse quando percebeu as lágrimas, ela pra minha completa surpresa, se levantou e me abraçou.

Fazia muito tempo que minha mãe não me abraçava, fazia anos que ela não envolvia seus braços ao redor do meu corpo de forma suave e aconchegante. Como uma mãe. O foi e gesto juntamente com suas palavras que me fizeram chorar. Por que pela primeira vez ela estava aceitando quem eu era, minhas escolhas e estava me dizendo isso.

Quando nos afastamos percebi que ela também chorara e isso foi um grande incentivo para melhorar nossa relação.

- Vamos fazer um jantar lá em casa amanhã, ou melhor, Dimitri vai cozinhar, ele está ansioso para anunciar aos quatro cantos do mundo que conseguiu me convencer a casar com ele.

- Onde ele está?

- Ele esta com Abe. – disse fazendo uma careta, eu ainda não gostava daquela ideia. Os olhos da minha mãe brilharam com interesse.

- É mesmo? Talvez eu dê uma passadinha na casa de Abe antes dele terminar com seu noivo.

- Ai meu deus, não quero nem pensar o que vocês farão com ele. O jantar será as sete, você estará lá?

- É claro. – eu a abracei novamente.

- Obrigada, mãe.

_____x____

Ainda faltava uma pessoa pra saber das novidades, era a última e essa eu tinha certeza que ficaria feliz por mim.

Lissa estava desfazendo as malas, coisa que eu teria que fazer mais tarde, quando eu bati e entrei. Como a mansão dos Dragomirs estava em reformas a rainha Tatiana havia cedido uma parte da área oeste do palácio para Lissa, uma grande honra de acordo com ela.

O garoto tocha estava vendo TV enquanto Liz arrumava tudo.

- Você não tem vergonha, não? Atirado aí quando sua namorada estava com duzentos quilos de roupa pra guardar.

- Vai me dizer que veio até aqui para ajuda-la.

- Não, vim aqui para falar com minha melhor amiga e coloca-lo pra fora. Chispa garoto Tocha.

- Você vai deixa-la falar assim comigo, Liz? Tratar-me desse jeito?

- Por que não vai pegar um lanche pra nós lá na cafeteria, em? Estou morrendo de fome.

- Claro, meu amor. Mas vou pegar só pra você. – disse me lançando um olhar que ele deveria achar mortal. No instante que ele saiu fora eu me joguei na sua cama e me esparramei nela.

- Deveria ser um pecado ter uma cama tão grande e macia. – eu mais gemi, do que falei. Por um único instante Lissa deixou escapar pela ligação uma imagem do que ela e Cristian haviam feito naquela cama. Um milésimo de segundo depois eu estava fora dela.

- Eca, eu poderia ter vivido sem ter que ver isso! – Liz apenas riu.

- Então – comecei, - eu meio que vou me casar.

Eu senti pelo laço o choque que Lissa sentiu quando me ouviu dizer as palavras.

- Você só pode estar brincando! – ela praticamente gritou, quando senti sua animação e felicidade por mim.

- Não. – eu disse sorrindo e erguendo a mão esquerda. – Ele me pediu.

                Liz deu um meio gritinho e veio na minha direção. Eu sabia que podia contar com ela pra ficar feliz por mim.

                - Me deixa ver.  – ela exigiu. Eu ri e ergui minha mão esquerda na frente do seu rosto.

                - Oh meu deus, é lindo – ela disse suavemente – e é a sua cara.

                - Você tinha que ouvir o que ele disse Liz. Foram as palavras mais lindas que ele poderia ter escolhido. Eu odeio parecer como uma boba apaixonada, mas é assim que eu me sinto agora. Completamente apaixonada.

                Ela sorriu, mas pelo laço pude sentir uma pequena hesitação, um pequeno ponto de tristeza.

                - Não esquenta, - eu disse apertando sua mão, - o garoto Tocha ama você e logo, logo vai pedi-la. Diabos, talvez a gente até faça um casamento duplo. Mas se ele não te pedir você me avisa que eu resolvo problema dele rapidinho.

Isso a fez rir, mais ainda e acalmou seu subconsciente.

- O que seus pais acharam disso?

- Nesse momento Dimitri está com Abe e minha mãe, eu não ficaria surpresa se mandar pra Rússia correndo.

- Não acho que ele faria isso. – ela disse virando os olhos e voltando a guardar a roupa.

- Por que você não pede a algum serviçal fazer isso. Quer dizer você está no castelo real deve ter alguém por aí pra dobrar e guardar suas roupas.

- Eu prefiro fazer eu mesma. Mas e quanto ao casamento, já escolheram a data? E é segredo ou todo mundo já sabe?

- Não temos uma data e eu estou com um rubi na mão esquerda, isso já é sinalização suficiente. Mas amanhã vamos fazer um jantar às sete para oficializar o noivado em nossa casa.

- Como assim nossa casa?

- Ele disse que tinha uma surpresa pra mim. A pequena surpresa acabou sendo um chalé de dois andares não muito longe daqui.

- Nossa isso é ótimo. Você está realmente feliz não é Rose?

- Depois de quatro anos com aulas de física, artes e cálculo intermináveis, professores entediantes, matérias chatas, horas em pé e nenhum russo pra beijar? Liz, eu voltei do inferno direto pro paraíso. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço coments? Eu amei a cena com Abe, mas estou meio hesitante com a cena da Janine e Lissa. M e digam se ficou boa, ok?
P.S. Eu tenho outra fic, se vcs quiserem me acompanhar tá no link abaixo ok? Tbm é Romitre.
http://fanfiction.com.br/historia/374319/Believe_Me/
Bjs, R.



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