Eu estava chegando em casa, depois da caminhada matinal que fazia todas as manhãs. A Costura tinha voltado ao normal. Tudo voltou ao normal. Não se falava mais sobre mortes, dor ou sobre a Capital, nem sobre os Jogos Vorazes, se bem que eles ainda ensinavam aquilo nas escolas. Também eu não havia tido mais pesadelos. Era uma manhã de outono maravilhosa. Havia chovido durante alguns dias, mas hoje o dia estava ensolarado. Feliz. Até aquele breve momento. Tinha pensado em ir a floresta mas fiquei com preguiça, até porque hoje era aniversário da Catnip, minha filha. Se fosse a alguns anos anos atrás, eu não estaria nem cogitando a ideia de ter um filho, ainda mais dois, e ainda mais com Peeta. Nós tínhamos preparado para ela uma coisa especial.

  Entrei em casa, na Aldeia dos Vitoriosos e chamei por Peeta. Mas ele não respondeu. Chamei por Catnip, e ela não respondeu. Chamei também por Josh, meu filho, mas tudo que eu ouvia era o som da minha respiração acelerada. Nem mesmo Buttercup estava lá. Onde estão vocês?, pensei. Não poderiam ter ido longe. Talvez tivessem ido até a praça. Mas algo me dizia que não. Comecei a correr pelos cômodos. Por que estou correndo? Perguntei a mim mesma. Abria as portas dos quartos, dos banheiros, mas nenhum sinal deles. Então fui para o único local que me restava. O jardim dos fundos. Onde haviam várias Prímulas Noturnas enfeitando-o . Então o forte cheiro de sangue que entrou pelas minhas narinas embaralhou minha visão e depois eu caí de joelhos. Mas eu não caí pelo cheiro de sangue. Eu caí porque vi Peeta, Josh, Catnip e Buttercup...

...Mortos.