No dia seguinte ao “acidente” acordei com uma baita dor de cabeça, não sei se era pela pancada ou por estar com a cabeça a mil! AH! Que filho da mãe! Fui caminhando para o trabalho. Cheguei e sentei no meu lugar, só de pensar nesse telefone tocando já me dá mais dor ainda. E pra piorar, Taichi estava na recepção com o ruivinho... Que maravilha!

— Oi Sora.

— Oi.

— Hoje vai ter um jogo importante do meu time no clube. Você quer assistir? – odeio quando as pessoas fingem que nada aconteceu! Arg!

— Vou ver se dá...

— O Yamato vai – diz isso bem sério.

— Hum... Se ele me chamar eu vou.

— Mas eu estou te chamando. Você só vai se ele chamar? – sinto a raiva na voz dele. O ruivinho olhava alternadamente pra Taichi depois pra mim.

— Se o Yamato for de verdade eu vou com ele.

— Agora vai ficar fazendo tudo com ele? – pergunta bem sério. Levanto as duas sobrancelhas o olhando sarcástica.

— Isso quem tem que saber sou eu! - o ruivinho morde o lábio pra não rir, enquanto Taichi respira fundo.

— Ok – vira e vai embora. O ruivinho acena pra mim e corre atrás dele, garoto maluco... Eu hein. 

Hoje o telefone não tocou muito, que bom! Quando deu à hora de sair, peguei minha bolsa e sai olhando o celular. Guardei ele na bolsa e olhei pra frente. Assim levei um susto.

— Ai! – digo com a mão no coração.

— Desculpa – Yamato chega mais perto e me beija com uma das mãos na minha cintura e a outra no meu cabelo.

— O que você está fazendo aqui?

— Vim te buscar – sorrio. – Quer ir ao jogo do Taichi? – o sorriso vai embora.

— Que dia?

— Agora...

— Eu tenho que ir? – faço biquinho e coloco os braços em volta do pescoço dele, ele sorri e me beija.

— Se quiser... – faz uma carinha parecida com a da Hikari, aff assim não tem como resistir!

— Tá bom, eu vou com você – ele me beija mais uma vez e a gente segue pro clube.

Chegamos e sentamos na arquibancada, Takeru e Hikari se juntam a nós.

— Está tudo bem Sora? – Hikari cochicha comigo.

— Por que não estaria?

— Não sei. Você parece nervosa.

— Estou ótima! É impressão sua – mentira, eu queria correr dali o mais rápido possível.

O jogo começa, eu nem prestava atenção... Só ficava olhando Taichi correndo. De vez em quando ele me olhava e eu desviava o olhar. O time dele ganha graças os gols que ele fez. Como eu não prestei atenção nisso, não sei qual foi o placar.

— Vamos ao vestiário falar com ele?

— O que? – pergunto nervosa.

— Vamos parabenizar ele Sora. Jogou muito hoje – ai meu Deus por que eles tinham que ser amigos?

— Pode ser... – sigo para o vestiário ao lado de Yamato querendo muito correr pra minha casa!

A gente entra e estava cheio de meninos sem camisa lá dentro, fico observando um pouquinho enquanto andava pelo corredor. Yamato finge muito mal um pigarro, o olho, ele levanta as sobrancelhas e eu coloco a mão nos olhos, ele ri.

— Com licença... Você viu o Taichi? – Yamato pergunta a um dos meninos.

— Ele está no banheiro.

— Obrigado – vira pra mim. – Vou lá falar com ele rapidinho... Me espera aqui? Sem tirar a mão dos olhos? – rimos.

— Espero! – respondo tapando os olhos com as mãos. Yamato dá uma risadinha e vai. Quando ele vira as costas tiro as mãos dos olhos.

De repente alguém coloca a mão na minha boca e me puxa pela cintura. Quando dei por mim, estava dentro da sala do treinador e Taichi fechando a porta.

— Que merda é essa? – pergunto irritada. Ele não responde, vem na minha direção e me beija sem me deixar fugir. No início tento a todo custo sair, mas depois não resisto e o beijo de volta.

Tinha uma mesa nessa sala e eu estava encostada nela. Ele estava me segurando pelo cabelo com uma das mãos enquanto a outra estava na minha cintura, estava com o corpo colado ao meu. Eu estava com as duas mãos apoiadas na mesa. Ele começa a me beijar com mais vontade e me coloca sentada na mesa, meu Deus...

Depois coloca as mãos na minha cintura, eu estava com as duas no cabelo dele, acariciando. Ele começa a descer a mão para na minha coxa e aperta, saio rápido do beijo dele.

— Acho melhor eu ir embora... – ele coloca a mão no meu rosto e me beija de novo. O que eu faço? Alguém tenta abrir a porta. A gente se separa rápido e eu o olho com pavor.

— Se esconde... – não precisa pedir duas vezes! Desci da mesa e me escondi atrás do armário. Ele abre a porta.

— Taichi! Estão te procurando lá fora! Anda vem – o treinador o leva pra fora e eu encosto a cabeça no armário. O que foi isso que aconteceu aqui? Preciso sair sem que me vejam!

Vou até a porta e coloco a cabeça pra fora com bastante cuidado, estava vazio. Saio dali e vou andando pra fora. Chego lá e tinha muita gente ali, comecei a desviar das pessoas e fui pra perto da arquibancada.

— Onde você estava? – Mimi pergunta me fazendo dar um mega pulo.

— Que susto! – digo irritada.

— Está nervosa por que? – pergunta sorrindo de lado.

— Não estou nervosa. Só não gosto de multidões – ela me olha desconfiada, mas não fala nada. Talvez porque Joe estava com ela, porque se não tinha feito o questionário completo!

— E o Yamato? – Joe pergunta.

— Não sei... Estava lá dentro, mas me perdi dele – fico esperando ali conversando com os dois, do outro lado Taichi estava conversando com algumas pessoas e não parava de me olhar. Fico de costas pra não olhá-lo.

— Ali o Yamato... – viro pra trás e vejo os dois conversando. Nossa acho que minha casa está me chamando! Melhor eu ir rápido antes que ela fique nervosa...

— Vai aonde? – Mimi segura meu braço.

— No banheiro.

— Vou com você! – essa não!

— Não precisa Mimi. Não deixe seu namorado sozinho – quando dou por mim ele também estava lá falando com Taichi, droga! Mimi nem fala nada e me puxa pro banheiro. Ai, ai, ai...

— Aconteceu algo que eu não sei?

— Não...

— Tem certeza Sora? Porque desde que eu cheguei aqui que percebi a troca de olhares entre você e o Taichi... – odeio quando ela fica reparando tudo!

— É mesmo? Nem percebi – ela me olha desconfiada.

— Desembucha de uma vez! – ai que raiva quando ela faz isso!

— Ta Mimi! – digo irritada e conto a ela o que Taichi fez na sauna, na minha casa e depois na sala do treinador.

— Acho que você ter ficado com o Yamato despertou alguma coisa nele...

— Você acha mesmo? – pergunto cínica. – Pois eu acho que ele está querendo se divertir as minhas custas! Não posso deixar isso acontecer! – ela começa a rir.

— Tipo como você impediu o que ele fez agora? – por que essa ironia dela me irrita tanto?