O grande dia chegou e adivinhem? Eles marcaram pra nós todos casarmos juntos! E outra... No dia do meu aniversário! Grande presente que eu vou ganhar! Mas nós todos juntos... Vai ser estranho. E longo... Muito longo... Mas eu nem ligo! O negócio é casar de uma vez antes que o Yamato mude de ideia, ou a Hikari.

Nós três estávamos no salão fazendo o cabelo, a cabeleireira deveria estar xingando por dentro a Mimi, minha nossa como ela é exigente... Nem eu estou aguentando mais!

— Pelo amor de Deus Mimi! Escolhe essa porcaria logo! – ela e Hikari trocam olhares.

— Nossa ela está muito estressada, não é Hikari?

— E estou ouvindo o cochicho de vocês!

— Que isso... – elas não falam mais nada e Mimi finalmente escolhe a droga do penteado dela, quem manda ter cabelo grande? Mas realmente ando muito estressada e não sei por quê.

Depois de tudo pronto, seguimos pro salão de festa da igreja. Hikari estava uma pilha de nervos. Paramos na entrada.

— Quem vai entrar primeiro? – Mimi já se posiciona, é claro...

— Quer ir depois dela Hikari? – pergunto.

— Pode ir.

— Você vai. Porque se resolver correr eu te seguro!

— Sora eu não vou fazer isso.

— Mesmo assim! – ela suspira e acena com a cabeça.

Mimi se posiciona ao lado do pai e para na porta, fico na ponta dos pés pra ver lá dentro e consigo ver os três parados um do lado do outro. Hikari agarra o braço do pai.

— Você está bem minha filha? – me aproximo, mas não muito pra ouvir a conversa.

— Estou papai... Só estou nervosa.

— Por quê? Você tem dúvidas? – se ela disser sim, será uma mulher morta!

— Não. Só assusta saber que daqui pra frente vou ter que ser mais madura – tive que rir, ela vira pra trás me olhando assim como o pai dela.

—... Hikari... Para de bobeira... – me aproximo dela. – Você sabe muito bem que é a mais madura de todas nós. E o Takeru te escolheu do jeitinho que você é, sem tirar e nem botar nada... – ela sorri e o pai dela a olha também sorrindo.

  - Obrigada Sora!

— Por nada – fiz alguma coisa? Meu pai se aproxima e segura meu braço.

— Você tem certeza disso minha filha? Você é tão novinha!

— Pai... Estou fazendo 24 anos!

— Então! – viro os olhos.

— Pai, por favor... 

Enquanto meu pai tentava me convencer a mudar de ideia, Mimi já estava entrando. Logo em seguida Hikari e depois eu e meu pai, que ainda estava falando. Vamos andando devagar pelo tapete vermelho, quando chega ao pequeno altar meu pai me abraça forte e cochicha no meu ouvido um “ainda da tempo” o olho repreensiva e me viro pro Yamato, ele sorria como nunca. Yamato se aproxima e pega minha mão dando um beijo nela. Começo a ver tudo embaçado. Ai!

— Está tudo bem? – ele sussurra no meu ouvido.

— Acho que sim – ele faz carinho no meu rosto me olhando preocupado, olho pro lado e vejo Taichi sentado em um dos bancos da frente. Ele sorri pra mim, dou um sorriso sem graça e olho pro padre a nossa frente.

— Estamos reunidos aqui para celebrar a união de Joe Kido, Mimi Tachikawa, Takeru Takaishi, Hikari Yagami, Yamato Ishida e Sora Takenouchi – precisava mesmo falar tudo isso?

Ele faz aquele discurso enorme. Nesse momento eu queria dormir. No fim de tudo e depois de os sins e um grande SIM que o mundo todo ouviu com toda a certeza. - é isso mesmo, veio da Mimi - finalmente a cerimonia acabou. Aleluia!

Não precisamos nem sair, porque a festa ia ser ali no salão mesmo. Só tivemos que cumprimentar todo mundo. Se não bastasse ter que falar com todos os meus convidados, também tenho que falar com os das duas. Só a Mimi deve ter convidado todo o planeta!

— Eu preciso sentar.

— Está tudo bem com você? – Yamato pergunta segurando meu rosto.

— Por que está perguntando isso?

— Você está pálida.

— Estou bem! – ele dá um beijo na minha testa e faz carinho no meu rosto. Viro pro lado e ai meu Deus! Taichi estava parado na minha frente e não olhava pra mim...

— Será que eu posso te dar os parabéns? – olho de lado pra Yamato, a pergunta foi pra ele. Yamato estava sério olhando Taichi, ai meu Deus...

— Eu já volto! – saio correndo para o banheiro, que situação horrorosa! Chego lá e começo a passar mal, nossa foi tão forte assim essa cena pra isso?

— Sora você está bem? – por que logo a Hikari tinha que me achar?

— Vou ficar... Acho que aquele negócio que estão servindo não me fez bem...

— Sei... – ela espera eu terminar, minha nossa não posso nem imaginar o que está acontecendo lá fora que me dá enjoou de novo! Levanto e tento me recompor, quando me olho no espelho fico assustada, nem a maquiagem disfarçava minha cara de morto vivo.

— Eu estou horrível!

— Calma, também não é assim! Está se sentindo bem?

— Estou meio tonta...

— Quer que eu avise o Yamato?

— Não Hikari. Já passou. Não se preocupa – ela me olha com medo e sai do banheiro. Um tempo depois eu também saio, Yamato estava na porta esperando, ele se aproxima e segura minha mão.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Tenho Yama, não se preocupa.

— Hikari disse que você estava tonta – diz preocupado. Vou matar a Hikari!

— Já passou amor, não se preocupa – faço carinho no rosto dele, ele pega minha mão e beija, sorrio. -... O que aconteceu... Depois que eu saí? – ele fica me olhando sério e eu queria muito não ter perguntado!

— Aceitei os parabéns dele. Ele sempre tentava me ligar, mas eu não queria falar com ele. E hoje como estava frente a frente conseguiu falar o que queria.

— E o que era? – ai! Acho que vou ter que voltar pro banheiro...

— Pediu desculpa pelo que fez comigo... E com você... – ai meu Deus o que ele contou pro Yamato?

—... E você? – ele respira fundo e eu queria voltar pro banheiro, mas me segurei.

— Falei que essas coisas não se resolvem num simples pedido de desculpa, eu não confio nele como antes... – banheiro ai vou eu!

— Só um minuto – entro no banheiro de novo, ai que coisa horrível! Odeio passar mal! Não tinha mais o que sair do meu estomago. Quem entra no banheiro dessa vez é Mimi, ai não...

— Sora está tudo bem? Yamato está doido ali fora com você aqui dentro.

— Acho que comi algo estragado...

— Minha nossa! O que você comeu pra eu não comer também? – ela sabe animar uma pessoa, não é?

— Ai não sei Mimi! Vamos sair daqui, não aguento mais! – sigo pra fora do banheiro.

— Sora o que está acontecendo com você?

— Não sei, acho que comi algo estragado... Mas já passou – ele fica me olhando preocupado.

Depois desses acontecimentos horríveis, não foi mais tocado no assunto do Taichi ai eu fiquei bem.

Quando a festa acabou fomos pra casa, Yamato ia morar no mesmo apartamento que eu, mas ainda não tinha levado todas as coisas dele. Chegamos e eu fui direto tomar banho. Depois deito na cama acabada. Que preguiça das grandes!

— Está melhor mesmo? – estava deitada de frente pra ele na cama fazendo carinho em seu rosto, ele tinha comprado uma cama de casal pra gente.

— Estou sim – ele me beija. – Mas... Estou muito cansada... – Yamato faz biquinho, tive que rir.

— Tem certeza? – own... Faz carinho no meu cabelo.

— Prometo que recompenso amanhã... – ele sorri.

— Posso cobrar então? – dou uma risadinha.

— Pode! – ele me puxa pra mais perto e me envolve em seus braços, depois disso não lembro de mais nada!

 Acordo no dia seguinte recebendo vários beijos e sorrio.

— Vamos levantar bela adormecida?

— Daqui a pouco... – faço biquinho, ele sorri e me dá um selinho.

— Vamos... Eles já vão...

 Íamos até o aeroporto com Takeru e Hikari, eles iam pra Itália em lua de mel. Nojentos! Eu e Yamato não íamos sair em lua de mel agora. Por causa da faculdade e também do trabalho dele, mas prometemos que quando acabasse a facul e quando fosse as férias dele íamos.

 Mimi também não ia, o que a deixou louca e fez falar por dias no meu ouvido. Joe não poderia deixar agora o hospital, tinha acabado de se formar, antes era só estagio, agora ele foi contratado de verdade.

Levantei e seguimos pra lá. Hikari estava toda empolgada. Quando chegamos, ela me abraçou forte. Taichi também estava lá e conversava com Takeru um pouco distante de onde eu estava.

— Vou sentir saudade!

— Mas você vai voltar, né? – pergunto rindo. Ela ri também e depois abraça Mimi.

— Você vai me contar todos os detalhes depois! –Mimi diz sorrindo maliciosa, rimos. Começo a ver tudo embaçado, mas não demonstro a ninguém.

— Sora... – ai não! Será que ela percebeu? - Vamos ao banheiro comigo?

— Vamos.

— E eu? – Mimi pergunta histérica.

— Vamos também amiga! – Hikari nos puxa pro banheiro. Quando chegamos, ela parou na nossa frente com um olhar estranho.

— Que foi? – ela abre a bolsa e tira uma caixinha dela.

— Toma, faz! – pego a caixinha e arregalo os olhos a olhando.

— Por quê?

— Porque eu acho que você está com um bebezinho ai dentro – diz isso com a mão na minha barriga. Mimi coloca a mão na boca surpresa e eu fico assustada. – Vai lá... – entro no banheiro e faço o que estava escrito na caixinha. Volto pra parte de fora onde tinha as pias e espero o resultado. Nós três olhávamos juntas e ansiosas. A marquinha foi fazendo um palitinho rosa, e logo formou o segundo. Olhei o rosto das duas, que sorriam radiantes. Eu estou... Grávida. Coloco a mão na barriga sorrindo.

— Eu vou ser titia! – Mimi diz chorando. Eu e Hikari rimos dela.

— Minha nossa! – digo desesperada agora. – Ainda falei que não era pra gente fazer aquilo!

— Aquilo o que? – Mimi pergunta com aquele olhar... Sinto meu rosto queimar.

— Não usar proteção ué...

— Só foi uma vez?

— É Mimi! É! – ela ri. - Não contem nada disso pra eles lá fora! – peço e as duas que me olham.

— Por quê? – Mimi pergunta.

— Porque eu quero dar essa notícia ao Yamato com mais calma – elas sorriem e a gente volta pra sessão de embarque. Nos despedimos dos pombinhos e voltamos pra casa. Não conseguia esconder minha felicidade, mas ao mesmo tempo morria de medo da reação dele.

— Amor... Vou buscar o resto das coisas que faltou na casa do meu pai e depois vou um pouquinho na casa da minha mãe confortá-la um pouco... Sabe? Está sensível que o caçula a deixou... – rimos.

— Tudo bem – selinho. – Eu espero você chegar... – sussurro bem próximo aos lábios dele, que sorri e me beija. Ele sai.

Começo a pensar em uma maneira de contar a ele. Vou ficar louca! Fui até o centro da cidade e entrei em uma loja de bebês... Procurei alguma coisa legal pra comprar e me deparei com a coisa perfeita! Sorri e a comprei. Voltei pra casa e preparei um jantar pra nós dois. Coloquei algumas velas pela mesa e arrumei tudo, suspirei quando vi tudo pronto. Tomei um banho, me arrumei também e esperei ele chegar. Apaguei as luzes da casa e só deixei as velas acessas na sala de jantar. Estava nervosa pela demora dele.

Ouvi um barulho na porta e fiquei tonta, ai meu Deus!

— Sora? – estava vendo a hora de desmaiar em cima da mesa. Droga vai estragar meus planos! Ele entra na sala de jantar e me olha sorrindo de lado. – O que é isso? – me aproximo dele, que me olha de cima para baixo de boca aberta. – Uau isso tudo é pra mim? – pergunta me fazendo rir. Me aproximo dele e coloco os braços em volta do seu pescoço, ele dá uns beijos no meu pescoço com uma mão nas minhas costas e a outra no meu cabelo.

— É um jantar especial... – sussurro no ouvido dele, que para de beijar meu pescoço e levanta a cabeça pra me olhar.

— Especial?

— É... Senta ai que eu vou buscar a comida – empurro-o pra sentar na cadeira, ele senta sorrindo. Vou até a cozinha e pego as coisas do jantar, sirvo ele com todo amor e carinho. Ele não parava de sorrir. E eu estava cada vez mais nervosa.

Terminamos de comer.

— Estava maravilhoso!

— Obrigada!

— O que mais você tem pra mim? – Sussurra no meu ouvido e beija meu pescoço, quando senti o hálito dele contra minha pele fiquei arrepiada. 

— A-abre a gaveta da mesa... – Digo um pouco fora de foco depois de ele sussurrar no meu ouvido. Ele me olha surpreso e abre. Apoio os cotovelos na mesa e fico observando pra ver a reação. Ele me olha confuso e abre a caixa. Logo em seguida arregala os olhos e me olha com um enorme sorriso, os olhos dele brilhavam de uma maneira que eu nunca tinha visto antes.

— Você... – só pronunciou isso quando viu os pequenos sapatinhos brancos em sua mão. Sorrio.

— Estou grávida! Você vai ser papai! – ele levanta da cadeira e me puxa. Levanto e ele me da um beijo demorado e calmo. 

— Sora isso é incrível! – diz sorrindo como nunca. Ele fica de joelhos pra minha surpresa. – Oi meu filho. Papai não vê à hora de ver seu rostinho – diz isso com o rosto perto da minha barriga e depois a beija. E como eu já estava bem emotiva... Comecei a chorar. Yamato levanta e me abraça forte. – Que foi amor?

— Estou sensível, só isso... – rimos, ele segura meu rosto me olhando nos olhos.

— Tudo que eu desejei um dia acaba de se realizar! – sorri e o beijei de novo.

Depois dessa revelação, ele me pegou no colo e fomos pro quarto ‘comemorar’... Enfim... Agora íamos formar uma família, não vou mentir que estava assustada! Mas... Gostei de saber que ia ser mãe. É uma sensação maravilhosa! E Yamato acompanhava tudo que eu fazia. Não me deixava sozinha nunca.

Hoje olho pro passado e fico feliz de ter ido procurá-lo no aeroporto. Tenho plena certeza que fiz a escolha certa!