A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo, girls!

Não me matem, mas o encontro no terraço não entrou nesse. Fica pro próximo, ok?

Esse capítulo é MUITO importante, sobre o tempo que Damon ficou fora.

Boa leitura!



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Damon Salvatore acordou em um motel de beira de estrada. O local não era nada agradável, ele não teve muitas escolhas depois de ter dirigido centenas de quilômetros desde que saiu de Mystic Falls. Ainda não tinha muita certeza do que estava fazendo. Ok, o aviso tinha vindo de alguém que ele confiava, mas ainda assim era tudo bastante inesperado.

O aviso, na verdade uma mensagem de texto no celular, chegou a ele algumas horas depois de Elena tê-lo mandado embora, logo após eles terem sido surpreendidos pela tia dela, Jenna, em um momento quente dentro do carro dele. Damon estava na banheira da sua suíte na mansão Salvatore, com a cabeça recostada e os olhos fechados. Ouviu o breve toque avisando a chegada da mensagem e o seu primeiro pensamento foi para Elena, sorriu ao se lembrar de como ela pareceu apavorada com a situação. Para umas coisas, como o que estavam fazendo no carro, Elena era uma mulher, para outras era apenas uma menina. Mas então Damon se lembrou de que, a menos que tivesse descoberto sozinha, Elena não tinha o número dele. Fez uma anotação mental para resolver isso da próxima vez que se vissem e saiu da banheira para checar a mensagem.

Sua primeira reação foi de descrença, aquilo não fazia o menor sentido. O remetente, porém, não tinha porque inventar algo assim. Damon não via Will há anos, contudo não tinha porque acreditar que o amigo pudesse o estar traindo ou tramando qualquer coisa contra ele. Conhecera Will algumas décadas antes, em uma de suas piores fases desde que tinha se transformado em vampiro, e se tornaram amigos sem muito esforço. Costumava vê-lo de anos em anos, pela amizade e também pelos serviços de falsificação de documentos que Will prestava entre os imortais. Vampiros tinham que constantemente conseguir novos documentos, com data de nascimento modificada, para manter a idade que tinham quando se transformaram.

Portanto, quando viu aquela mensagem assinada por Will, um cara que além de ser seu amigo também contatava uma infinidade de outros vampiros vindos de toda parte, Damon acreditou. Passou aquela noite em claro, repassando tudo o que tinha acontecido com ele nos últimos 145 anos, e pela manhã havia decidido partir. Fez uma pequena mala, levando apenas o essencial para alguns dias, apesar de estar dizendo a si mesmo que talvez não voltasse mais à cidade. Ou talvez, quem sabe, voltasse para dar adeus a Elena, afinal ela merecia pelo menos isso. A ideia de não voltar a vê-la o incomodou mais do que ele gostaria.

.

Damon pagou a conta no motel e saiu para comer alguma coisa. Havia dirigido por alguns minutos quando avistou dois garotos andando pelo acostamento. Parou o carro bem ao lado deles. Os meninos se sobressaltaram no primeiro momento, mas logo viram que o sujeito no carro provavelmente só queria uma informação. Aproximaram-se para tentar ajudar.

- Eu não estou perto de Crawford, estou? - Damon perguntou.

- Não - um dos meninos, não devia ter mais de 17 anos, disse meio em dúvida e se virou para o amigo - ele está?

- Acho que não... Mas está indo pro lado errado, cara.

- É mesmo? - Damon se espantou e desceu do carro. Olhou para o lado da estrada de onde ele tinha vindo e apontou. - Então é pra lá?

- Tenho quase certeza que sim. Não sei, você devia perguntar em uma das pousadas que ficam por ali... Eles devem saber.

Damon, que estava mais perto dos garotos do que eles tinham percebido, apenas sorriu quando seus olhos azuis escureceram, as pálpebras tornaram-se avermelhadas e tênues linhas negras surgiram ao redor dos olhos.

- Acho que não vou precisar.

.

Ele sabia muito bem pra que lado ficava Crawford, no estado de Nebraska, e os garotos estavam errados. Pelo menos eles serviram para alguma coisa, pois ele estava faminto, e tiveram sorte por estarem juntos, o que acabou resultando em uma perda de sangue menor pra cada um. Agora eles teriam uma dor de cabeça, mas logo ficariam bem.

Crawford era uma cidade pacata, o que contrariava as teorias que Damon tinha de como deveria ser o lugar onde você quer passar despercebido. Na última vez que ele quis um lugar pra se alimentar sem preocupações ele tinha ido pra New York. Crawford não era nem de longe tão populosa e agitada.  Muito menos divertida. Ele chegou de noite e rodou um pouco antes de procurar um lugar para ficar. Não havia muitas opções noturnas, aquela era uma cidade talvez até mais pacata que Mystic Falls.

Foi só no dia seguinte que Damon notou que esse era o ponto. Ninguém imaginaria que ela, justamente ela, estivesse em um lugar como aquele. Desse ponto de vista, aquele era o lugar perfeito. Teve que procurar um pouco, especialmente porque as pessoas da cidade pareciam ter uma espécie de imunidade a sua hipnose. Ou todos ali estavam protegidos por verbena ou já estavam sob o efeito de alguma compulsão. Dadas as circunstâncias, Damon deduziu que a segunda opção era a verdadeira.

No fim do dia, finalmente encontrou alguma pista válida. Viu uma mulher saindo de uma casa tranquilamente, apesar de ter um filete de sangue escorrendo pelas costas, a despeito do lenço mal colocado no pescoço, que logicamente estava lá para ocultar as marcas deixadas pelas presas. Por um instante, ele quis deixar toda aquela história absurda para trás, entrar no carro e voltar para Mystic Falls. Queria ver Elena, saber o que ela estava fazendo - esperava que ela não tivesse voltado ao cemitério -, se tivesse um pouco de sorte talvez ela até estivesse querendo vê-lo também.

Mas Damon sabia, com cada fibra do seu corpo, que tudo o que ele tinha vivido nos últimos 145 anos o haviam conduzido a esse momento. Cada gota de sangue que ele bebeu, cada vez que ele usou uma das suas habilidades, cada pessoa que ele eventualmente matou. Tudo o havia levado a esse ponto. Então, ele foi até a casa.

Não estava trancada e ele não precisou de um convite para conseguir entrar. A casa estava escura, uma única luminária na parede fornecia luz ao ambiente. Uma pessoa normal não poderia ver a mulher esguia elegantemente sentada na poltrona de encosto alto a um canto. Mas Damon podia.

- Katherine.

Damon quase não ouviu a própria voz ao pronunciar o nome daquela que ele vinha buscando a mais de um século.

- Damon. Parece que conseguiu me encontrar dessa vez.

- O que nos leva a questão de por que eu não consegui isso antes - Damon reuniu cada pedaço de si, vivo ou morto, para manter a voz firme. - O que você fez?

- Não quer saber onde eu estive?

- É desnecessário diante da quantidade de mudanças que vampiros são obrigados a fazer em um século e meio. Estou mais interessado em saber como. Era pra você estar presa em um tumba selada por um feitiço embaixo das ruínas da antiga igreja de Mystic Falls - ele respirou fundo ao lembrar-se de tudo o que fez para descobrir um jeito de abrir aquilo e tirá-la de lá. - O que você fez, Katherine? Como você está aqui?

- Bem, obviamente estou aqui porque não estou lá - os músculos de Damon se retesaram com o deboche na voz dela. Katherine continuou: - eu nunca estive. Eu escapei, Damon. Naquela noite em 1864, quando você e Stefan morreram por mim, eu escapei. Não exatamente graças a vocês, mas eu consegui. O sacrifício que vocês fizeram foi em vão, não que eu não tenha apreciado... Por falar nisso, como está Stefan?

- Não te interessa como está meu irmão, se você tivesse qualquer interesse por qualquer um de nós você teria nos avisado. Teria voltado.

Katherine sorriu: - Está magoado?

Ela se levantou, ficando na direção da luz. Era impressionante como ela e Elena eram idênticas, a diferença estava apenas no cabelo: Katherine tinha longos cachos, enquanto o cabelo de Elena descia liso pelas costas.

- Meu doce e inocente Damon... - ela disse se aproximando. Damon deu um passo para trás, mas a vampira não se deteve. - Sua insistência em me encontrar não foi muito conveniente para mim nesse tempo, mas não posso dizer que estou triste em vê-lo...

Damon ficou estático quando ela o beijou, mas não por muito tempo. 145 anos de vampirismo o haviam conduzido a isso... e o momento não foi como deveria. Katherine foi surpreendida pela interrupção e em milésimos de segundo Damon estava do outro lado da sala.

- Não tão simples, Katherine. Não vou fazer de conta que você não me fez de idiota... 145 anos , Katherine! Por que diabos você não apareceu antes? Por que eu precisei descobrir pelos meus próprios meios onde você estava? Você compeliu essa cidade inteira, pelo amor de Deus! O que diabos há de errado com você?

Damon teve o cuidado de não mencionar Will e a mensagem dizendo que ela estava nessa cidade. Não queria causar problemas ao amigo.

- São muitas perguntas, Damon. Por que não esquece isso agora e aproveita o resto da noite?

- Porque eu não sou seu brinquedinho, não estou a sua mercê!

- Não é o que essa sua busca incansável por mim me fez entender, Damon. Stefan nunca me amou como você...

- Mas você não podia deixá-lo, podia? Você tinha que dar seu sangue pra ele também, porque você não podia ficar sem um de seus brinquedos. Agora eu vejo como você sempre foi uma vadia egoísta, você só pensou em si mesma e no seu prazer.

- No nosso, Damon. Acredite em mim, eu tinha tantos planos para nós! Mas não foi possível, o destino foi implacável e me impediu de tornar isso realidade. Mas, veja só, nós somos imortais, Damon! Nós temos todo o tempo do mundo, as regras não se aplicam a nós. Nós podemos ser felizes agora, foi por isso que eu não fui embora quando vi que você chegou a essa cidade. É a nossa hora, Damon. O mundo é nosso, vamos ficar juntos: eu, você e Stefan!

Em um movimento que ela não esperava, Damon a prendeu contra a parede, segurando em seus ombros.

- Você está me dando nojo, Katherine. Você não vai dizer mais nenhuma palavra ou, Deus me ajude, mas eu vou calá-la para sempre.

Ela se soltou em um movimento.

- Você nunca poderia, Damon. E não porque eu sou séculos mais velha e mais forte que você, mas porque você nunca machucaria aquela que você ama.

Ele pensou por um instante.

- Tem razão, Katherine. Eu nunca poderia machucar a mulher que eu amo.

Um sorriso presunçoso surgiu nos lábios dela. Era impressionante como rostos tão iguais eram capazes de produzir sorrisos tão diferentes. Damon prosseguiu:

- Mas, veja só, eu não vejo essa pessoa por aqui.

O sorriso de Katherine sumiu e deu lugar a um olhar de apreensão.

- Damon, eu não gostaria de te machucar, então não tente nada estúpido.

- Não se preocupe, Srta. Pierce. Eu não vou mais te incomodar. Minha procura acabou, eu não tenho mais nada para fazer aqui - foi em direção à saída, deixando a vampira atônita para trás. - Você não me afeta mais, Katherine. Adeus.


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Notas finais do capítulo

So, girls, desculpem por fazer vcs esperarem mais pela próxima cena delena, mas foi muito necessário colocar esse capítulo aqui antes.

Até o próximo, com o encontro delena!

Xoxo ;)