A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Hey, my girls!

Preparadas para mudanças? Esse capítulo tem um ar um pouco diferente dos anteriores...
Espero que gostem. ;)

Boa leitura!



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– No que está pensando? – Damon perguntou com os lábios encostados nos cabelos da jovem mulher em seus braços.

Estiveram conversando sobre os últimos preparativos para a formatura dela na universidade, o que aconteceria em alguns dias. Aos vinte e dois anos, Elena estava para se formar em Literatura Inglesa pela Whitmore College, a mesma instituição que seus pais e sua tia haviam frequentado.

Há alguns minutos, porém, ela se pôs em silêncio e ficou apenas olhando para o campus, voltada para a visão privilegiada que tinham de onde estavam, no terraço de uma das casas de fraternidade, mas sem realmente ver a paisagem que se estendia diante deles. Seu pensamento estava distante.

– Na noite em que nos conhecemos. – Elena respondeu.

– E isso é uma coisa boa ou ruim?

A pergunta dele tinha razão de ser. Embora seu primeiro encontro fosse uma memória agradável, havia sido naquela mesma noite que Elena sofreu um trágico acidente com os seus pais, que morreram deixando-a órfã. Aquela era sempre uma data agridoce para se lembrar.

– Boa. Ótima, na verdade. – desencostou-se do peito do seu namorado para ver os seus olhos quando dissesse… - Eu quero fazer, Damon.

– Fazer?… - seu primeiro pensamento foi para algo muito específico, mas não arriscaria dizer e estar errado. Aquilo precisava partir dela. Se Elena estivesse se referindo a fazer um mero passeio, por exemplo, ele não queria levar a sua cabeça para o outro assunto. Embora sua própria mente lhe avisasse que era disso mesmo que estavam falando.

– A transformação. – ela sorriu, confirmando as suspeitas do vampiro.

– Não quer esperar mais? – esperou que ela dissesse que não.

Se fosse considerar apenas a própria vontade, Damon a teria transformado assim que lhe deu o anel, anos antes. Mas preferiu deixar que ela crescesse mais, pensasse melhor… Mudasse de ideia. Ele não queria forçá-la naquela vida, por mais que quisesse tê-la por cada segundo da eternidade.

– Já faz cinco anos, acho que esperamos o suficiente. – ela disse convicta. – A não ser que você tenha desistido…

Estava só provocando-o, sabia perfeitamente que ele continuava querendo-a, e muito. Do contrário, Damon Salvatore, um vampiro que poderia estar em qualquer parte do mundo usufruindo dos prazeres da imortalidade, não estaria nos arredores de Mystic Falls, acompanhando cada passo do amadurecimento de uma frágil humana.

Ele vira sua satisfação a cada nota alta que tirava na escola, sua frustração com as dificuldades em uma ou outra matéria, e a ajudara pacientemente a superar esses pequenos obstáculos. Esteve ao seu lado quando ela se formou no ensino médio e quando foi admitida na universidade. Dirigiu o carro até o campus, levando sua bagagem no porta-malas quando Elena se mudou para o dormitório da Whitmore. Assim como não se importou em pegar horas de estrada no meio da noite, inúmeras vezes, só para matar as saudades causadas por aquele namoro à distância.

Quando ficou demais para os dois, Damon não hesitou em deixar sua mansão em Mystic Falls para ir viver em um apartamento próximo à universidade, somente para estar mais perto dela. Um lugar onde Elena passou a ficar mais tempo do que no quarto que dividia com as amigas. E para onde ela se mudou definitivamente no último ano do curso.

Àquela altura, todos que os conheciam tinham consciência da profundidade da sua relação e ninguém se chocou por saber que eles estavam morando juntos. É claro que a reação das pessoas seria outra se soubessem que o homem com quem Elena Gilbert vivia era um vampiro.

– Acha que tem alguma chance de eu não querer?

– Não sei, me diga você… - moveu-se no chão onde estavam e ficou sentada no colo dele, com uma perna de cada lado do seu corpo. – Tem certeza que me quer pela eternidade? Parece bastante tempo…

Do jeito que estavam, as partes mais íntimas dos seus corpos se tocavam ousadamente, apenas separadas por algumas peças de roupas.

– Alguma dúvida? – ele se mexeu sob o seu corpo e um suspiro sôfrego escapou dos lábios dela.

– Talvez… Acho que você pode ser mais claro. – insistiu, com o corpo ardendo de desejo.

– Assim? – ele deslizou uma mão atrevida por baixo da saia do seu vestido, indo direto para o ponto que mais pulsava.

Um toque e Elena precisou morder o lábio com força para se conter. Assentiu em silêncio, com um olhar travesso.

– Quem sabe assim?… - o vampiro afastou a fina barreira de tecido e encontrou a pele delicada e suplicante, o que a enlouqueceu ao mesmo tempo em que a sobressaltou.

– Damon… Estamos no telhado. – sussurrou.

– Foi você quem começou. – disse, sem parar o que fazia, para o deleite de Elena.

Ela olhou ao redor, estavam sozinhos lá em cima e os outros prédios ao redor eram mais baixos. Certa de que ninguém os veria, deixou-se usufruir da carícia que ficava a cada segundo mais íntima. Não demorou para que ficasse à beira do ápice. Foi só Damon intensificar um pouco seus habilidosos movimentos para que ela se entregasse a uma deliciosa onda de prazer.

– Isso é loucura… - ela riu, enquanto sua respiração voltava ao normal. – Estamos na droga de um telhado!

Inclinou-se para encontrar os lábios do namorado que também sorria, satisfeito pelo que lhe proporcionara. O beijo logo ganhou mais intensidade, Damon vinha se contendo enquanto lhe tocava, mas a verdade era que a queria com loucura. Elena não perdeu tempo em perceber, podia senti-lo pulsar contra si, tanto quanto ela estava antes quanto voltava rapidamente a ficar, preparando-se instintivamente para recebê-lo.

– Acha que alguém chega?… - ele lhe questionou. Queria-a naquele exato momento, não estava com paciência para descerem, entrarem no carro e irem até o apartamento, a um quilômetro de distância. A distância era ridícula, mas naquele momento parecia demais.

– Você pode ouvir, não? – estava tão ansiosa quanto ele.

– Não tenho muita certeza… Fico concentrado em você quando estamos…

– Acho que vou arriscar…

Damon não mostrou que concordava em palavras, mas em atitudes. Em um milésimo de segundo, a minúscula peça de tecido que a protegia sob o vestido foi retirada de uma vez, sem que ela se movesse. Elena gargalhou:

– Seu louco! Você destruiu minha…

Calada com um beijo ávido, logo esqueceu o seu protesto e passou a agradecer por ele ter feito aquilo. Estava entregue em suas mãos, que imediatamente voltaram a tocá-la sem o mínimo pudor. Eram um do outro, isso era um fato há anos. Chegava a ser absurdo que depois daquele tempo ainda ficasse trêmula nos seus braços, ainda perdesse o ar quando Damon lhe lançava aqueles olhares de admiração. Mas era assim que se sentia, que ela a fazia sentir. Cada vez que faziam amor era como se fosse a primeira e também a última. Era só nele que conseguia pensar quando estava em seus braços. Como se não houvesse nada mais no mundo além daqueles dois corpos entrelaçados. Eram tudo o que existia e tudo o que importava.

Assim como Damon desfrutava do que lhe pertencia, Elena também queria o que lhe era de direito. Cinto, botão e zíper não foram obstáculos para suas mãos habituadas a chegar naquela parte do corpo másculo. Por uns instantes, contentou-se em tocar-lhe como ele lhe tocava, mas ambos queriam mais.

Entre beijos apaixonados e carícias íntimas, ela sentiu-o ir fundo no seu corpo, o que era intensificado por ela estar sentada sobre ele. Aproveitando que a posição lhe dava alguma vantagem, Elena guiou seus movimentos do jeito que mais a enlouquecia, e ofegou maravilhada, ao ver que Damon ficava tão desnorteado quanto ela. Suportou o quanto pode, até se deixar levar pelo êxtase, caminho no qual o vampiro lhe acompanhou poucos segundos depois.

– Não chegou ninguém… - ele disse após alguns minutos, com a respiração mais calma.

– Ainda bem… - riu, ainda ofegante. – Imagina se eu fosse expulsa da universidade por fazer sexo exibicionista poucos dias antes da formatura.

– Não foi tão exibicionista… Estamos vestidos.

– Nem tão vestidos, olha o que você fez com a minha calcinha… Estou de saia, Damon. Como vou descer aquelas escadas de incêndio agora?

– Eu vou primeiro e bloqueio a visão de quem estiver passando.

– Ah, claro, muito conveniente!

– Eu acho bem conveniente. – voltou a deslizar os dedos para aquela região, que depois de tudo estava mais quente e sensível. – Você não concorda?

– Aham… - moveu o quadril para sua mão, incentivando-o a continuar. – Concordo plenamente.

.

Com seu diploma em mãos e vestida numa beca, Elena recebeu os abraços de sua família e amigos. Todos estavam lá para presenciar aquele dia tão importante e pelo qual ela havia se empenhado ao longo dos anos. Jenna era de longe a mais emocionada. Enfim sentia que tinha feito um bom trabalho com os sobrinhos. Elena estava formada e Jeremy não demoraria muito, já que também frequentava a mesma universidade, seguindo os passos do pai no curso de Medicina.

– Tenho certeza, com todo o meu coração, que seus pais estão te vendo, querida. E estão muito orgulhosos de você. – disse ao abraçar a sobrinha, que também se emocionava ao pensar nos pais.

– Sem choro, sem choro. – Alaric, o ex-professor e agora marido de sua tia, abraçou as duas.

Jeremy se juntou ao grupo, dando um motivo para Caroline interromper o momento:

– Abraço em família! Digam “x”! – munida de uma boa câmera, a amiga não perdia um segundo sequer da comemoração.

– Caroline! – Bonnie e Matt repreenderam.

– É importante demais para ser esquecido. – ela se defendeu. – Vamos, posem pra mim!

Rendidos, Elena, Jeremy, Jenna e Alaric sorriram para a câmera. Em seguida, Matt e Bonnie ficaram ao lado da formanda, e logo inúmeras fotos com todas as combinações possíveis foram tiradas, para garantir que nenhum momento escapasse.

Damon atendeu quando foi reivindicado, o que aconteceu algumas vezes, mas na maior parte do tempo ficou observando sua menina entre os dela. Elena havia crescido, se tornado uma adulta, e ainda queria ser transformada por ele. Era algo que Damon duvidou que aconteceria.

Ao presentear Elena com aquele anel que ela seguia usando, ele não pensou que a resposta seria tão pronta e favorável, e definitivamente não acreditou que a certeza daquela garota continuaria intacta, depois daqueles anos. Sua proposta para que ela esperasse algum tempo até se transformar era uma chance que ele estava lhe dando de talvez perceber que não era aquilo que ela queria para a sua vida.

Elena, contrariando todas as expectativas e tornando a realidade um imensuravelmente mais doce, havia mantido sua decisão de forma inabalável, chegando a fazer planos do que faria quando fosse imortal, listando lugares onde queria ir e coisas que queria fazer. Ela vinha pensando no seu futuro juntos com um sorriso no rosto e lhe dando a certeza, dia após dia, de que estava fazendo uma escolha consciente.

Depois de tantas provas de que ela não voltaria atrás, Damon não tinha o que questionar. Queria atravessar os séculos com Elena ao seu lado e, se essa era a vontade dela também, que assim fosse.

A comemoração pela formatura passou da universidade para a casa de Jenna e Ric, o que durou até a noite. Já era tarde quando Damon e Elena recusaram o convite para dormirem lá, e o fizeram com a desculpa de que iriam ao apartamento arrumar as malas para passar uns dias fora. Em vez disso, os dois seguiram para a mansão Salvatore.

Entraram de mãos dadas naquele lugar tão familiar que tinha presenciado tantos dos seus momentos juntos, e que nessa noite seria o cenário do mais decisivo de todos. Apesar de todas as suas certezas, Elena não conseguia evitar um certo nervosismo. Sabia, em teoria, como aquilo funcionava e era impossível não ficar apreensiva com um dos procedimentos.

Para se tornar vampira, ela tinha que morrer.

– Então… como vamos fazer isso? – perguntou enquanto penteava os cabelos, depois de um relaxante banho. Não queria deixar que Damon notasse sua tensão, para não correr o risco de ele desistir.

– Não sei. – ele correu a mão pelo cabelo bagunçado, dando voltas pelo quarto. Estava tenso o suficiente pelos dois.

– Como não sabe?

– Eu tenho que te matar, Elena.

– Você já matou um monte de gente, Damon.

– Obrigado por lembrar.

– Não é nesse sentido que eu estou dizendo. – sorrindo, colocou a escova na bancada do banheiro e foi encontrar seu nervoso namorado. – É que devia ser algo meio natural pra você, não?

– Não nesse caso. Há uma diferença colossal entre ferir uma pessoa qualquer e tocar dessa forma em você. Eu te amo, como é que eu posso…

– Qual é, deve ter um jeito rápido e fácil. Sem muita dor, de preferência.

– Tem. – admitiu. Mas isso não tornava a situação mais fácil para ele. Para nenhum dos dois. - Ainda assim eu tenho que te machucar.

– É parte do processo. – ela disse tanto para o namorado quanto para si. - Que jeito é esse?

Ele hesitou um instante, mas disse por fim:

– Quebrar o pescoço.

Elena engoliu em seco e reprimiu um ímpeto de levar às mãos ao local que seria ferido. Por que não podia ser que nem naqueles livros em que basta uma mordida e está feito?

Respirou fundo, reunindo toda a sua coragem e seu desejo de ficar com aquele lindo vampiro que ela amava tanto para sempre. Sorriu para acalmá-lo e se aproximou mais, ficando a um passo dele.

– Ok, vamos fazer então.

Esperou que Damon vencesse a pouca distância que ainda havia entre os dois e a matasse de uma vez. Ambos sabiam que ela estava com sangue de vampiro o suficiente no corpo. Nos últimos anos, haviam garantido que ela sempre estivesse preparada para uma transformação repentina. Não deixaram brecha para que algum mero acidente, por exemplo, impedisse que os dois passassem a eternidade juntos. Elena poderia ter morrido a qualquer momento naqueles cinco anos, e ainda assim ela se transformaria em vampira.

Porém, isso nunca aconteceu. Sua vida não foi ameaçada de nenhuma forma, e por isso o próprio Damon precisava resolver a situação. Matar sua amada para que ela pudesse viver para sempre.

Ele deu o passo que faltava, levou uma mão ao seu pescoço… E a abraçou.

– Isso é difícil, sabia? – disse em seu ouvido.

– Quer tentar outra forma? Alguma que você não precise fazer? - ela sugeriu, mas esperou que o vampiro não aceitasse. Não sabia se teria coragem para se enforcar ou cortar os pulsos… Morrer não era tão fácil, quando se queria fazer isso por bem.

– Não. – ele sabia que tinha que poupá-la da dor, do medo… Tinha que ser rápido e indolor.

Do abraço, Damon ergueu o rosto dela para um beijo calmo, que foi se intensificando aos poucos. Logo a envolveu pela cintura e os guiou para a cama, onde a deitou suavemente.

– Está me distraindo? – ela percebeu.

– Está funcionando? – levou os lábios ansiosamente pela curvatura do seu pescoço.

Ela assentiu com um sorriso e se entregou ao momento, se concentrando nos toques carinhosos e cheios de amor. Damon parou por um segundo para morder o próprio pulso e em seguida entregá-lo a Elena. Imediatamente, ela passou a sugar com vontade, como se nunca mais fosse experimentar aquela sensação, como se daquilo dependesse sua vida.

Seus lábios estavam com gosto de sangue quando Damon novamente os tocou. Devagar, ele moveu seus corpos até ficarem sentados na cama, de forma que pode facilmente tocar o pescoço de Elena com as duas mãos. E, assim, entre beijos e carícias, quando ela estava envolvida demais para se dar conta do que estava prestes a acontecer, Damon fez apenas um movimento. Firme, ágil, fatal.

Tão rápido que o único som no quarto foi de um breve suspiro. Era o último sopro de vida de Elena Gilbert.

Seu corpo amoleceu nos braços de Damon, que a segurou junto de si, lembrando a si mesmo que ela logo iria acordar, que não estava morta. Mas Elena estava. Deitou-a na cama, tomando cuidado para que ficasse confortável, embora soubesse que ela não sentia absolutamente nada. Seu corpo empalideceu e esfriou à medida que o de Damon se retesava. Horas se passaram e ela ainda não estava lá.

Foi só com o nascer de sol, como se ele anunciasse uma nova vida e não apenas um novo dia, que algo mudou. O corpo até então desfalecido voltou a buscar por ar e os olhos se abriram sobressaltados para encontrar os de um vampiro ansioso, que não se afastara nem por um segundo, e que ela sabia que estaria ao seu lado para sempre.

Logo percebeu onde estava e sorriu, como se tivesse dormido por apenas alguns minutos. Sabia exatamente o que estava acontecendo. Não era mais uma humana, mas ainda não era uma vampira.

Elena Gilbert estava em transição.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam dessa transformação? E da passagem de tempo? :)))

Até o próximo!
Xoxo ;)