A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Hey, ladies!

Priscila Mikaelson Salvatore, muito obrigada pela recomendação! *-------*
O que você disse sobre a fic "Tem tudo aquilo que gostariamos de ver do nosso casal" cabe muito bem especialmente nesse capítulo rsrs. Ele tem algo que eu sei que estávamos esperando... Obrigada pelos elogios *-*, pela confiança. E por ler e gostar tanto!

Espero que gostem do capítulo, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/376006/chapter/27

Elena acordou cedo e observou aliviada que Damon enfim conseguiu ter uma boa noite de sono. Ele andava muito inquieto desde a morte do irmão, por isso a garota vinha dormindo na mansão desde o fatídico dia, numa tentativa de ajudar o namorado a superar aquela perda. Por mais que Damon não admitisse em palavras, ela sabia que ele vinha sofrendo terrivelmente com o que aconteceu.

Depois de uma semana de noites mal dormidas, ele parecia realmente tranquilo no seu sono. Elena sorriu. Era bom vê-lo assim, tão calmo e tão seguro deitado ao seu lado. Os olhos fechados suavemente, a consciência refugiada em um cantinho da sua mente… E as dores esquecidas, pelo menos por um tempo.

Tempo. Esse assunto não saía da sua cabeça. Estava com Damon há alguns meses e não conseguia se imaginar de outra forma. Chegava a ter dificuldades para se lembrar de como era não tê-lo em sua vida. Agora que sabia como era dividir os momentos, fossem eles bons ou ruins, com o seu vampiro, ela simplesmente não era capaz de conceber uma realidade diferente. Pelo menos não uma na qual fosse feliz.

Sendo sincera consigo mesma, a garota ficou assustada quando percebeu a extensão dos seus sentimentos por aquele vampiro que se auto intitulava um serial killer em recuperação. Tinha certeza que ninguém, vivo ou morto, aprovaria a relação dos dois se soubessem quem Damon realmente era. O problema, ou a solução, era que ela sabia e não se importava. Tudo o que ele já tinha feito antes, nos seus longos 145 anos de vampirismo, e tudo o que ainda poderia vir a fazer tornava-se irrelevante diante da certeza que ela tinha mais forte do que nunca.

Elena o amava. E amava com tudo o que aquele vampiro era, não apesar dos seus defeitos, mas por causa deles. Ela queria cada parte daquele que poderia ser um assassino consciente em um momento e o mais doce e romântico dos homens no minuto seguinte. Era loucura, não fazia o menor sentido, mas era verdade.

E ela ficou feliz por ser dessa forma.

Queria ficar com Damon cada segundo do seu tempo, dormir e acordar ao seu lado, conversar por horas sobre qualquer assunto, certa de que nunca ficaria entediada. Com ele era assim, ela não via o tempo passar, sempre queria mais. Necessitava de mais. Sabia o que teria que fazer para alcançar isso. Precisava apenas que ele a quisesse na mesma proporção.

Elena estendeu a mão para tocar o rosto do namorado muito suavemente. Ele era lindo, era muito especial e era seu. Para sempre. Era impossível não sorrir com a perspectiva.

– Estamos felizes hoje. – Damon abriu os olhos e se deparou com a expressão sonhadora da namorada.

– Dormiu bem? – ela disse e se inclinou para encontrar seus lábios num beijo de bom dia.

Damon aproveitou para fazê-la rolar na cama, deixando-a por cima de seu corpo. Elena sorriu largamente. Ele estava bem e agora só ia ficar melhor. Agradeceu aos céus por ele estar se recuperando e voltando a agir normalmente. Apesar da semana inteira que ficaram quase o tempo todo juntos, foram escassos os momentos em que puderam realmente relaxar ou namorar. O vampiro não tivera cabeça pra isso, nem de longe. Mas agora sim, ela já podia ver o olhar de desejo no seu homem.

– É impossível não dormir bem com você aqui… Desse jeito eu vou ficar mal acostumado.

– Você não seria o único.

Elena tocou os lábios de Damon com os seus e suspirou satisfeita quando ele aprofundou o beijo e a acomodou melhor junto de si, deixando-a parcialmente ao seu lado, os dois com os corpos muito próximos e entrelaçados. A garota imediatamente começou a percorrer todo o abdômen do namorado com as mãos, enquanto sua boca deslizava pelos seus ombros… Então foi Damon quem suspirou e apertou os braços em torno dela, no momento em que sentiu os delicados lábios lhe fazerem uma carícia no pescoço.

O vampiro passou os dedos pela nuca de Elena, enrolando-os nos cabelos lisos e massageando de leve o local. Ela continuou a sugar-lhe a pele com empenho, deixando que sua língua se movimentasse de forma cada vez mais provocante… Até que apertou os dentes e sugou. Damon parou o que fazia, não pela fraca dor que ela lhe causou inicialmente, mas pela surpresa do ato. Estavam habituados a compartilhar sangue, vinha sendo muito mais prazeroso para os dois do que qualquer um deles poderia supor, mas essa forma de agir era nova. Normalmente, ela bebia a partir de um corte que ele fazia no próprio braço ou na mão, mas dessa vez ela o estava mordendo.

Como uma vampira.

Ele deixou que Elena pegasse o quanto quisesse, fechou os olhos e usufruiu da onda de prazer que lhe era proporcionada. Quando Elena decidiu que era suficiente, ela não ergueu a cabeça para encará-lo. Apenas deitou no seu ombro observando a marca da mordida desaparecer. Por um instante, teve medo que ele não a quisesse da mesma forma como ela o queria.

– Elena? – Damon chamou depois de alguns minutos.

– Hmmm? – ela se ergueu um pouco. Os olhos azuis a fitavam com ansiedade.

– Lembra que eu tinha uma coisa pra entregar a você? – ele disse, passando o polegar no canto dos lábios dela para limpar um pouquinho de sangue que sobrara.

Praticamente tinha esquecido, com tudo o que aconteceu depois, mas agora lembrava. Na noite após o concurso de Miss Mystic Falls, Damon a levara até a mansão com o propósito de lhe presentear com algo… que ele duvidava que ela fosse gostar. Mas a garota já queria apenas por saber que vinha dele.

Ela assentiu, imaginando o que seria. Lembrava também que ele parecera muito ansioso com a reação que ela teria. Damon se levantou e foi até um dos armários do quarto. Voltou de lá com algo que cabia na sua mão.

– Você não tem que aceitar. – ele disse, novamente ansioso. – É uma coisa que eu providenciei pensando no futuro… Não precisa usar e nem guardar com você, se preferir. Eu só quero que você saiba que isso existe e é seu.

O vampiro entregou-lhe um pequeno saquinho, do tipo que se usa para presentear com joias. Elena sentiu o coração acelerar ao pegar o minúsculo embrulho. Tentando não tremer, a garota desatou o laço que o fechava, virou o saquinho na palma da mão e viu o delicado anel que Damon estava lhe dando. Era de ouro branco, com um lápis-lazúli no centro.

– Damon… - foi a única coisa que conseguiu dizer, sem conseguir tirar os olhos do objeto.

Em qualquer namoro, presentear a mulher com um anel sugere uma proposta para algo mais sério. No mínimo, aquela joia poderia ser interpretada como um anel de compromisso. Mas isso era em qualquer namoro.

A relação de Damon e Elena não se encaixava entre os casos convencionais, eles não eram qualquer casal. Era uma humana de 17 anos e um vampiro de 170. Um vampiro que usava um anel muito específico para ser capaz de andar no sol sem queimar até a morte. E agora ele estava lhe dando um anel… Aquilo não era sobre um compromisso qualquer, a sugestão era muito maior.

– É um… - ela começou, mas não conseguia dizer as palavras.

– Um anel pra andar no sol. – ele completou. – Lembre-se, você não precisa aceitar.

Damon a observou segurar a joia cuidadosamente. Teve a impressão que ela ia dizer algo… Amaldiçoou-se por ter feito o que fez. Era cedo demais, é claro que ela não iria querer. Perguntou-se que ideia absurda foi essa de dar algo assim a uma jovem mulher como Elena, que com certeza tinha planos para o futuro, planos que certamente não incluíam se tornar uma morta-viva, uma espécie de monstro como ele. Por pensar dessa maneira, Damon não estava esperando ver o que nesse momento acontecia diante dos seus olhos.

Os lábios da garota que ele amava se curvaram em um sorriso quando ela lhe entregou o anel de volta com uma mão, ao mesmo tempo em que lhe estendeu a outra.

– Coloca pra mim?

Sem acreditar no que estava ouvindo, fez o que ela lhe pediu. Delicadamente, deslizou o anel no seu dedo, deixando-o perfeitamente encaixado. Elena só se deu o tempo de ver como ficava e no instante seguinte colou seus lábios nos de Damon. O vampiro a envolveu e ela percorreu seus braços com as mãos, enquanto ele a deitava na cama.

– Elena… Você quer mesmo esse anel? – ele disse, ainda nervoso. Aquilo era tão surreal que custava a acreditar. A possibilidade de ela não ter entendido bem o significado do presente lhe parecia mais provável.

– É lindo, Damon! – ela sorriu e foi beijá-lo, mas o vampiro ainda precisava saber.

– Você entendeu que tipo de anel é esse?

Elena suspirou. Ele é que não tinha compreendido. Pronunciou as palavras seguintes com muita calma, para que não restassem dúvidas.

– É como o seu… para quando eu for vampira. É claro que eu quero esse anel, Damon.

Ele segurou o impulso de beijá-la para tentar manter alguma sanidade e pensar claramente pelos dois. Aquela garota era maluca, só podia ser isso. Ele não tinha nenhum direito de fazer o que estava fazendo, induzir uma adolescente a desejar a imortalidade quando ela bem poderia ter uma vida cheia de experiências humanas.

A coisa certa a fazer era deixá-la de uma vez, desaparecer da sua vida para sempre. Elena iria para a faculdade em alguns anos, teria outros namorados e acabaria talvez se casando com algum deles, um pouco depois de se formar. Então ela teria filhos e os veria crescer, envelheceria aos poucos e um dia se sentiria feliz, ou não, pelo rumo que a sua vida tomou. Era assim que as coisas funcionavam para a maioria das pessoas e era assim que ele deveria permitir que ela vivesse.

Porém, ela o amava. E ele a amava também. Não sabia se era o ideal, mas não tinha dúvidas de que era certo. Damon disse a si mesmo que estava sendo egoísta em deixar que ela fizesse essa escolha. Para o vampiro, isso só mostrava o quanto ele não a merecia.

– Eu estava criando coragem pra te dizer que eu queria… - Elena disse, tímida. – A transformação. Vinha pensando sobre o assunto há um tempo…

– Por que não me disse?

– É que eu demorei um pouco a admitir pra mim mesma.

Ele entendia e tinha que deixar claro que ela tinha outra opção.

– Essa é a atitude mais egoísta que eu já tive, Elena. Não tenho o direito de agir assim com você… Foi por isso que eu insisti que você não precisa aceitar. Esse anel é pra que você saiba que eu te quero pra sempre. Mas eu entendo se você não quiser desse jeito.

– Acontece que eu quero, Damon. Para sempre. – disse sorrindo. Nunca teve tanta certeza de algo na vida.

Era uma lógica simples, na verdade. Se você quer estar com alguém para sempre, você tem que viver para sempre. Elena não pensava como se estivesse fazendo um esforço em se adequar à vida dele, era mais como uma consequência natural do amor que compartilhavam.

Assim como era natural sentir os beijos delicados que ele depositava na sua pele, deslizando pelo pescoço e indo para o colo, só para em seguida se deter nas partes mais sensíveis do seu corpo. Era natural que ela produzisse sons talvez altos demais, quebrando o silêncio que pairava no resto da mansão, que se agarrasse aos braços dele com força, chegando a cravar as unhas em suas costas, no momento em que ele a preenchia da forma mais doce e intensa que poderia existir.

Era mais que natural estar ali com ele, fazendo amor, conversando, sorrindo e talvez até brigando por alguma bobagem que só serviria de motivo para uma deliciosa reconciliação. Era certo. Era o que queria para a sua vida, e para a sua eternidade.

.

– Não acredito! – Caroline quase gritou quando entrou no banheiro do Grill com Elena, Bonnie e Jenna. Lá fora, nas mesas que precisaram ser colocadas juntas para acomodar todos os casais, estavam Damon, Alaric, Matt e Jeremy.

– Eu menos ainda! – Bonnie acompanhou.

– Meu Deus, isso é um anel de compromisso. Elena, eu não pensei que fosse tão sério… - Jenna disse. – Quer dizer, são poucos meses desde que vocês… Oh, céus. Eu não sei como devo agir.

– Vocês estão exagerando. – a garota tentou puxar a mão com o bendito anel, que as três estavam examinando. – Foi só um presente.

– Isso não é um presente, é uma mensagem! – Caroline disse.

– Sou obrigada a concordar, amiga. – Bonnie riu. – Um cara não dá um anel à namorada assim, sem mais nem menos. Todo mundo sabe o que anéis insinuam.

– Bem que você disse que era sério. Põe sério nisso, ele está caidinho por você!

Elena sorriu e deu de ombros. Elas não estavam erradas. Era muito mais que um mero presente, aquela joia representava a decisão mais importante da sua vida.

– Ele disse alguma coisa quando te deu? Algo em especial? – Jenna perguntou.

A tia não conseguia ignorar uma pontinha de preocupação. Como uma “garota”, era óbvio que estava encantada. Mas como guardiã, ficava apreensiva com o futuro da sobrinha. Queria que Elena terminasse os estudos, fosse para uma boa faculdade e conseguisse estabilidade em alguma profissão antes de pensar em se casar. Talvez estivesse sendo precipitada e seu receio não tivesse fundamento, mas o fato era que Damon era alguns anos mais velho que sua sobrinha e parecia realmente levar a relação com ela bem a sério.

– É apenas um anel, meninas. Relaxem! E não, Jenna, eu não pretendo correr pra me casar quando terminar o colégio. – riu. – Eu sei que é nisso que você está pensando.

– Bom, eu…

– Não vou fazer nenhuma bobagem, ok?

– Tudo bem. Desculpe, foi só um pequeno susto. E o anel é lindo.

.

– Quando vamos fazer? – Elena perguntou logo após estacionarem em frente à casa dos Gilbert.

– Estava pensando… Temos tempo. Não é uma má ideia esperar um pouco.

Ela franziu a testa. Havia decidido que se transformaria e, ao invés de Damon aproveitar que ela tinha sangue de vampiro no organismo naquele exato momento, ele lhe dizia pra esperar.

– Você já parou pra pensar em tudo o que isso implica? Você vai parar de envelhecer, o que significa que em poucos anos terá que deixar a cidade por muito, muito tempo. Só vamos poder voltar aqui depois de décadas, quando todos que nós conhecemos já estiverem mortos.

Ela sentiu um nó na garganta. Jeremy. Jenna. Os amigos. É claro que já havia pensado nisso, mas dizer em voz alta tornava tudo mais real.

– O que sugere, então?

– Eu sugiro que a gente espere um pouco. Vamos deixar você crescer mais – sorriu. – Você aproveita a sua família enquanto isso e depois da transformação ainda teremos alguns anos de folga, até alguém começar a questionar a sua juventude.

A ideia era tentadora. Poderia ainda ter um bom tempo com as pessoas que amava, antes de iniciar a sua eternidade.

– E você? As pessoas não vão notar que você está sempre lindo e tudo o mais?

Ele riu.

– Eu me transformei numa idade que facilita o disfarce. Consigo passar por vinte e poucos até uns trinta anos. É outro motivo pra você aguardar mais. Já pensou se em todo lugar que formos as pessoas ficarem esperando que você se matricule na escola? Teria que fazer o ensino médio umas trocentas vezes.

– Ah, Deus me livre!

– Viu? Vamos fazer isso com calma. – pegou a mão dela que levava o anel e beijou-lhe as costas, para em seguida entrelaçar seus dedos nos dela.

– Tudo bem, mas não pense que eu vou desistir no meio do caminho. – brincou.

Damon sorriu com sua perspicácia e a puxou para um beijo. Quando seus lábios se separaram, ela apertou mais suas mãos e reafirmou, só para o caso de ele ter alguma dúvida.

– Eu te amo, Damon. Eu escolhi o meu futuro, e ele é com você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, aí está o presente de Damon. Gostaram, meus amores? rsrs

Lembrando que faltam 3 capítulos para o final e não, não teremos segunda temporada. ;)

Até mais!
Xoxo ;)