A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls!

Estava com saudade de vocês *-*. Boa leitura!



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– Ok. Vestidos comprados, cabelos planejados, coreografia dominada… Elena, vocês faltaram aos últimos dois ensaios!

Caroline estava com sua check-list para o concurso de Miss Mystic Falls, a ser realizado no dia seguinte. Elena não estava preocupada com o assunto, afinal estava participando apenas porque era uma coisa que a mãe gostaria que ela fizesse. Além disso, ela tinha a sorte de namorar uma vampiro de 170 anos que havia presenciado a invenção do evento e a criação da tal dança, que ele sabia de cor. Eles não precisavam frequentar os ensaios oficiais para saberem exatamente o que fazer quando a música começasse. Elena preferia muito mais ensaiar no quarto de Damon, numa das muitas noites que ela passava na mansão Salvatore, do que com a primeira-dama ditando as regras de cada passo.

– Relaxa, Car. Coreografia dominada.

– Tenho certeza que estou olhando para a nova Miss Mystic Falls neste momento. – Bonnie voltou para a mesa do Grill onde as três estavam e encarou as amigas. – Vocês vão arrasar.

As três sorriram e Elena aproveitou o momento de descontração:

– E você e o Jer?

– Ah, Elena…

Bonnie ainda ficava contrangida, apesar de Elena sempre insistir que estava bem com isso. Sua melhor amiga saindo com o seu irmão recém recuperado das drogas não era algo de que pudesse se queixar. Elena estava, na verdade, feliz como há muito tempo não se sentia. Seu irmão estava com Bonnie, sua tia com o professor Alaric e ela namorando Damon há dois meses sem notícias do inconveniente irmão dele. Não podia reclamar de nada.

– Você sabe que tem meu apoio. – ela reafirmou.

– Obrigada, é só que… sei lá, é meio estranho pra mim ainda.

– Só porque ele é dois anos mais novo que você, Bonnie?! – Caroline se manifestou. – Olhe pra Elena. Damon é oito anos mais velho que ela e eles são perfeitos juntos!

Elena sorriu pra si mesma. Oito anos? Não exatamente…

– Acha que a situação é estranha? – a loira prosseguiu. – Experimenta sair com o ex-namorado de uma de suas melhores amigas.

Desiludida com Tyler, Caroline havia convidado Matt para ser o seu par no concurso e as saídas pós-ensaios estavam evoluindo rapidamente.

– Eu aprovo os dois casos, vocês sabem. – Elena deixou claro.

– É claro que você aprova. Depois que sua abstinência de sexo acabou graças ao Salvatore você é toda sorrisos. – Caroline brincou.

Elena então sorriu largamente, mas acrescentou:

– Nossa relação não é só sobre isso.

– Claro que não. Inclusive vocês estavam falando sobre os pinguins do Ártico quando faltaram aos ensaios.

– Nós ensaiamos em casa, se quer saber.

– Antes ou depois de transarem? – Bonnie disse.

Elena quase ficou chocada com a pergunta, mas admitiu:

– Antes e depois. – as amigas caíram na gargalhada. – Coregrafia dominada, como eu falei.

– Ok! – Caroline disse. – Mas vocês precisam ir ao ensaio de hoje, Elena. É o último, se vocês faltarem a Sr. Lockwood vai ter um ataque.

– Tudo bem, nós vamos.

– Isso é sério, ok? Não inventem de sumir no meio de ensaio!

– Eu já disse que vamos… - o celular vibrou em cima da mesa. - Hey, é ele.

Elena se levantou diante do olhar fuminante da amiga:

– Elena, se vocês não aparecerem, eu mesma vou até à mansão e arranco os dois da cama.

– Car! – Bonnie riu.

– Não será preciso! – Elena respondeu saindo pela porta.

Do lado de fora do Grill, Damon estava de pé encostado em seu carro. Elena deu um suspiro assim que o viu. Ele era tão lindo que ela perdia o fôlego cada vez que se encontravam. Perguntava-se se um dia iria se acostumar com o quanto amava Damon, não apesar de tudo, mas por causa disso.

Para o próprio espanto, Elena se via cada vez mais envolvida pela ideia de se relacionar com um vampiro. Isso era tão louco quando ela pensava sobre o assunto, mas ao mesmo tempo era tão certo… Fazia muito sentido que Damon fosse um imortal, afinal foi isso que os fez se conhecerem. E ela não conseguia imaginar como seria sua vida se nunca tivesse o encontrado.

Damon passou os braços em volta da sua garota quando ela se aproximou.

– Hey… - deu-lhe um beijo casto nos lábios.

– Hey!

– Quanto tempo até o ensaio de hoje?

– É daqui a umas… - checou o relógio – duas horas.

– Quer me ajudar com uma coisa enquanto temos tempo livre?

– Claro, o que é?

– Ric precisa de uns livros que a biblioteca não tem, eu tenho quase certeza que os tenho lá em casa. Eu pensei em procurar logo porque depois vamos ficar ocupados até amanhã com toda essa coisa do concurso…

– Vamos lá então…

Damon abriu a porta do carro para ela. Assim que ele deu partida, Elena comentou:

– Ric não desconfia de você?

– Claro que desconfia. Ele acha que eu só quero me aproveitar de uma certa garota inocente.

– Eu não estou falando disso – Elena riu. – Ric tem umas ideias sobre como a história nunca é exatamente o que parece, tem umas teorias malucas sobre a cidade… Ele sabe da existência dos vampiros?

– Não, mas ele desconfia.

Elena ficou tensa.

– Mas tudo bem… - Damon tirou uma das mãos do volante e segurou a dela. – Ele mesmo duvida do que sabe. De qualquer forma, nem sempre é ruim quando alguém descobre.

Ela concordou. Nem todo mundo saia correndo ao descobrir que vampiros são reais.

Na mansão, os dois foram direto para a biblioteca. Elena já tinha notado que os livros estavam sempre limpos e organizados, mas ainda assim devia ser trabalhoso encontrar alguma coisa específica ali, tal era o tamanho do acervo.

– O que estamos procurando exatamente?

– Livros sobre a cidade. Pelo que eu me lembro, eles são pequenos e devem estar bem gastos… Eram do meu pai.

Significava que os livros deviam estar lá por pelo menos um século e meio. Elena começou a procurar por um lado, enquanto Damon foi pelo outro. Alguns minutos se passaram antes que ela tivesse coragem de tocar no assunto. Já tinha percebido que era algo um tanto quanto delicado para ele.

– Você nunca me falou sobre o seu pai.

Damon demorou um instante para responder.

– Não é uma história muito agradável.

– Não quer dividir?

Ele pensou um pouco, e decidiu que não era má ideia deixá-la saber. Não queria que houvesse qualquer segredo entre ele e Elena.

– Meu pai e eu não nos dávamos muito bem. Ele sempre foi mais afeiçoado ao Stefan… Não que eu me importasse. Sabe, Elena, pode ser difícil pra você acreditar, depois de tudo o que você presenciou, mas eu e Stefan eramos melhores amigos antes de nos transformarmos.

Ela fez uma cara de espanto. Era mesmo difícil de acreditar nisso.

– O que deu errado, então?

– Katherine. Ela jogou com nós dois. Meu pai a tinha recebido em casa, depois que ela supostamente perdeu toda a família ou algo assim… Acontece que um belo dia o conselho da cidade descobriu a existência dos vampiros em Mystic Falls, descobriram Katherine. Nós dois idiotas tentamos ajudá-la a escapar e essa era uma vergonha que o nosso pai não podia aceitar. Ele nos matou, Elena.

– O quê?!

– Nosso pai atirou em nós dois. Nós morremos com sangue de vampiro no corpo e cá estamos. – Damon concluiu com um sorriso, tentando não deixar a namorada tão chocada.

– Céus…

– Bizarro, não?

– Bizarro?! Damon, isso é… meu Deus, eu nem sei o que dizer…

– Eu disse que não era uma história agradável.

– O que ele disse quando viu que vocês se transformaram?

– Não sei bem, eu não cheguei a falar com ele. Eu tinha decidido não completar a transição, não tinha motivos pra querer viver pra sempre. Na época, eu ainda tinha aqueles sentimentos por Katherine, mas ela supostamente estava morta, então… Stefan foi ver nosso pai, eles brigaram e o sangue… bem, Stefan não resistiu.

Elena levou um minuto para processar a informação.

– Ele matou o seu pai?

– E depois me trouxe uma garota com sangue escorrendo pelo pescoço. Foi minha vez de não resistir.

– Está me dizendo que ele induziu a sua transformação?

– Estou dizendo que ele não queria ficar sozinho pela eternidade. Ser imortal ser ter um bom motivo pra isso é uma merda, Elena. A gente precisa de uma motivação.

Ela ficou abismada como Damon ainda defendia o irmão, depois de tudo. Lamentava por ele o fato de Stefan não o retribuir, mas não deixava de ficar feliz pelo cunhado ter se afastado deles.

Damon percebeu como ela ficou meio tensa e mudou de assunto. Contou-lhe sobre a guerra que tinha participado em 1864 e como tinha chocado a família ao desertar. Quando conseguiram achar os livros que o professor Alaric precisaria, Elena percebeu que já havia se passado mais tempo que o previsto.

– Caroline vai me matar! Estamos atrasados!

– Relaxa, nós sabemos a coreografia.

– Ela disse que viria nos arrancar da cama se nós não fôssemos.

– Não estamos na cama… embora sempre seja tempo de providenciar isso.

Damon ergueu-a pela cintura e a colocou sentada sobre a mesa. Elena passou as pernas ao redor dos seus quadris, levando-o pra perto, e jogou os braços em torno do seu pescoço. Ele começou beijando-a no ombro e subindo pelo pescoço, dando leves sucções e deixando que a garota sentisse os seus dentes roçando a pele.

Qualquer pessoa poderia ficar assustada em ter um contato desse tipo com um vampiro, mas não Elena. Nos últimos meses a sua relação com Damon alcançou um grau de intimidade e cumplicidade que ela nunca pensou existir. Não era apenas o amor que sentiam um pelo outro, ou mesmo o prazer que compartilhavam na cama. Era uma relação de confiança cega, mas ao mesmo tempo com total consciência do que aquilo significava.

O compartilhamento de sangue era algo que ambos necessitavam como o próprio ar. Damon tinha loucura por possuir aquela garota de todas as formas possíveis, enquanto ela ficava feliz em poder proporcionar tal prazer a ele e ao mesmo tempo a si mesma. Parecia uma insanidade quando ela parava pra pensar no assunto, mas Elena se deliciava ao beber o sangue de Damon. A sensualidade do ato era tal que ela queria sempre mais e mais, Damon por várias vezes tentava refreá-la um pouco – temendo que ela pudesse se sentir abusada de alguma forma -, e evitava mordê-la, apesar de querer isso, pra que ela não perdesse tanto sangue.

Mas uma vez que Elena se deu conta dos poderes curativos do sangue de vampiro, ela não via porque não compartilharem sangue com a frequência que gostariam. Era só Damon beber primeiro dela e ela em seguida beber dele, o que a recuperaria em instantes. Era muito conveniente.

Damon continou a trilha de beijos até chegar aos lábios da sua garota. Deu uma mordidinha leve, sem romper a pele, apenas porque sabia que aquilo a excitava. Elena avançou na sua boca com voracidade, fazendo o que ele não fez e tirando uma gota vermelha dos lábios dele.

– Hey… - ele lhe sorriu, fascinado.

Teve vontade de dizer que ela tinha tudo para ser uma vampira incrível, mas não queria que Elena se sentisse pressionada. Ele acreditava no amor que ela afirmava sentir, porém não podia esperar que ela abdicasse de uma vida humana para se transformar em um tipo de monstro como ele… Apesar de ele ter certeza que o vampirismo só poderia deixá-la ainda melhor, se isso era possível.

– Desculpe… ou não. – ela disse com malícia. Damon não se conteve:

– Elena, você já pensou em…

O celular dela tocou em algum lugar no meio dos livros.

– Pensei em quê?

– Não vai atender?

– Deve ser Caroline. Se eu já pensei em quê?

– Esquece.

– Ah, não. Eu sou curiosa, nem pense em parar a pergunta na metade.

Damon pensou rápido:

– Eu ia perguntar se você já pensou que desculpa nós vamos dar por faltar ao último ensaio.

Elena o olhou em dúvida. Não acreditou muito no que ele disse. O celular continuava tocando. Ela desceu da mesa e pegou o aparelho.

– Bem, vamos ver… Oi, Car.

– “Oi, Car”?! Onde você está, sua ninfomaníaca?!

– Na casa de Damon…

– Ponham suas roupas e venham imediatamente! A Sra. Lockwood está nos enlouquecendo! Mudou as marcações de última hora, vocês têm que vir logo!

– Não tem ninguém pelado aqui, só pra você saber. Nós estamos selecionando uns livros na biblioteca…

– Livros?! Elena, nós temos um concurso amanhã! Você não quer se sair bem?

– Nós duas sabemos que você é quem vai ganhar esse título, Car.

– Mas não é por isso que eu vou deixar minha melhor amiga errar os passos e passar vergonha!

– Ok, Sra. Eu-tenho-o-controle. Nós estamos indo, não surte à toa. Daqui a pouco chegamos aí.

Elena desligou e Damon soltou uma gargalhada.

– Sua amiga é definitivamente louca!

– Acredite, essa é a versão calma de Caroline. Você não vai querer ver a versão louca…

.

Na mansão Lockwood, Caroline frequentemente olhava pela janela à espera de Elena e Damon. A primeira-dama tinha dado uma pausa nos ensaios e Matt tentava convencê-la de o mundo não estava acabando só porque Elena não estava dando a mínima para o concurso.

Então Caroline respirou aliviada quando viu Elena do outro lado da rua. Damon, porém, não estava por perto. A loira deixou Matt por um minuto e foi até onde a amiga estava.

– Cadê ele? A Sra. Lockwood já volta para o ensaio…

– Ensaio? – a outra pareceu confusa.

– Qual é, Elena! Você está impossível hoje… Isso é o efeito “Damon”? Caramba, nunca pensei que diria isso, mas vocês precisam diminuir o ritmo. Onde ele foi?

– Damon?

– Sim, Damon! Onde raios o seu namorado se meteu?

Nenhuma resposta.

– Quer saber? Tanto faz. Ligue pra ele.

– Eu não estava com ele…

– Não? Você mentiu sobre os livros, então? Claro que mentiu… Eu bem estava me perguntando quando você tinha arranjado tempo pra ir ao cabeleireiro. Pelo amor de Deus, de onde você tirou a ideia de fazer esses cachos?!


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Notas finais do capítulo

Não vou comentar nada. Deixem suas opiniões!

Até o próximo!
Xoxo ;)