Bakuman Fanfic Giant Killing escrita por Rodrigo Elven Dos Santos


Capítulo 2
Ela




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-Nate! Nate...!

-hm... Alô, quem é?

-C-Como assim quem é? Sou eu, a Amanda! Aonde você esta? Já te mandei mensagens, e te liguei umas duas vezes! Eu estou mofando na parada de ônibus aqui! – Disse ela com um tom inabalável de raiva.

-Você dormiu? –Bocejo

-Lógico que não! Não sou você, um pervertido que dorme até as 9:03 da tarde!

-Da tarde? Mas 9:03 são... pera, eu me atraso três minutos e tenho que aturar seus esporros? Por que sou seu amigo mesmo? –perguntando e praguejando em minha mente, o dia em que ofereci um biscoito de morango aquela garotinha de olhos carentes e que logo após me aplicou um chute em lugares que é melhor não introduzir aqui e gritou, “Não somos namorados”. Passei um ano aturando as piadinhas dos colegas e os coros no recreio: “Namorados, Namorados.”.

-Porque é meu Nee-san! Você prometeu ser meu irmão mais velho! Agora pare de ver pornografia na internet e... –Enquanto ela grita no Celular eu já estou tomando uma ducha, acho que vou agasalho hoje... ele disfarça meu sobrepeso. Droga! Não fiz a barba.

Exatamente as 9:23, estou saindo de casa e recebo outro telefonema –Alô Danilo...?

-Fala cara! eu vi a Amanda na parada de ônibus, você vai no evento? –Pensei em perguntar “Por que o fato dela ir significa que eu vá?”. Mas logo percebi que ele estava tomado pelo ciúme e quando uma pessoa fica assim, torna-se quase um L em questão de perspicácia.

-Sim eu vou. Os meninos vão?

-Claro que sim. Mas quero ir com vocês, já estou na parada falando com ela, quer dar algum recado?

-Você esta falando com aquele pervertido? Eu vou matar...

Ótimo, mais um para testar minha paciência. Já prevejo discussões no ônibus e muitas tapas por parte de certa pessoa de um metro e meio. Por que ela não percebe logo que ele gosta dela, namoram e ficam juntos? Amor é algo complicado... não, não. Perdoem-me. Amamos as mulheres, logo o amor é complicado. Nada mais perfeito foi dito na face da terra naquele dia.

Japan Fest, um evento de cultura Otaku e cultura Nerd que temos em nossa cidade. Um evento grande, sempre tem muitas atrações e muitos motivos para todos frequentarem as festividades. Se vocês pararem para pensar, só por um único instante de intertextualidade, quantas histórias e quantos motivos levam tantas pessoas a saírem de casa e se deslocarem a outro recinto, apenas para olharem fãs das mesmas coisas, vestidos com roupas incomuns, falando coisas que nossos pais nem entendem. Quantos mundos existem em cada dia como esses? O que move tantas pessoas assim?

-Amor! –Grita um alto falante de uma loja de conveniência.

-Venham, garantam o presente do dia dos namorados.

Isso, amor! Talvez, a dedicação e a motivação de todos os movam até lá. O amor, o prazer ao ser bombardeado por sensações que só possuímos em conjunto. Essa seria a explicação o mundo? Amor?

Chegamos ao nosso destino. A universidade que recebe o evento esse ano é realmente linda, curiosamente, o que a minha mãe mais fala que me tiraria de um futuro promissor, me levou a uma universidade mais rápido que as horas de estudos que ela tanto me cobra. Sim, sei que os motivos são bem diferentes, mas a piada foi... pisei em um chiclete, não queria parar a narração assim, mas odeio pisar em chicletes.

-Ah! Já estava cansada de ficar naquele ônibus.

-Você reclama demais  -Odeio quando essa garota reclama, o pior é que o Danilo sempre dá razão.

-Você esta sendo muito duro com a Amanda, ela é pequena e frágil... –Não falei?

-Pequena? Frágil? Como ousa!? Eu vou te...

-Gente! Por favor, não gritem, todos estão olhando. –Odeio quando as pessoas gritam...

-Mas eu não...

-A qual é? Quer encarar? O que foi sua Cosputa? Eu vi seu Ask! Eu Vi! Me solta Nate! AAAAAH!

Eu a coloco no ombro e carrego-a até as barracas de lanches. Imagina arrumar briga com uma cosplayer da Tsunade, que tem quase o dobro do tamanho dela. Só mesmo um cara como o Danilo, pra gostar de uma garota como a Amanda...

-*Arroto*

-Amanda, sua porquinha!

-Por que usa o “inha”? Até parece que eu sou tão pequena a ponto de ser chamada no diminutivo, exijo ser chamada em tom normal!

-Sua Porca –Não Danilo, ela é uma Tsundere! Ela não sabe...

-Do que vocês me chamou Danilo? Porca o Cacete! Eu vou...

Enquanto os dois brigam, eu desvio o olhar para disfarçar. As pessoas podem pensar que eu sentei lá porque não tinha outro lugar vago. Nas idas e vindas  do meu olhar, acabo fixando-me em uma menina em pé, na escadaria que da acesso ao evento. Pera, essa feição madura. Olhos dela, bem verdes por sinal. Não consigo defini-la, coisas de paixão a primeira vista. Ela era “nem menina e nem mulher”.

Ela estava transvestida de colegial. Uma camisa, tipo um colete na cor verde. Uma gravata vermelha.  Ela puxava as mangas do colete, até as falanges dos dedos e sem querer, tornava-se a menina mais fofa que vi em minha vida. Usava uma saia e meias que iam quase até o joelho... Ela guarda o celular na meia. Torna-se uma evolução no conceito de “fofura”...

Droga, ela olhou. Não olha, não olha de volta. Calma, olha pra rua... relaxe.

Quando eu achava que estava tudo normalizado, eis que a desgraça tem inicio. Vindo da mesma parada que eu, a Amanda e o Danilo tomamos como caminho, vinha ele. Não reparei nele, até o momento em que o mesmo olhou para a garota que tanto admirei a uns instantes atrais, ele a encarou e sorriu. Ela sorriu de volta. Bem, não sei se ela sorriu, mas tenho certeza que ela apreciou a chegada dele. Assim como tenho certeza de que não lembrou se ela sorriu, também tenho certeza de que não esquecerei o que se seguiu. Um beijo, uma cena... um pensamento "não..." assim como quem não quer acreditar, mudar algo que já aconteceu. Não que seja possível mudar, mas falando de uma forma um tanto quanto infantil, "negar" é a primeira defesa que tive contra uma quebra de expectativa. Ora, sou humano.

-Filho da puta! –Soltei sem querer, me desculpem.

-O que foi Nathan? –Perguntou-me Danilo com uma de quem não tinha lido à descrição acima de uma menina perfeita.

-Nada, besteira. Acho que pisei em outro chiclete.

Falei como se tivesse esquecido o que acabei de ver... não esqueci.


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