. VII – Jura?
O expediente correu naturalmente depois da ligação de Lyon.
- se espreguiça – Nossa!! Achei que o expediente não ia acabar mais!!
- Com certeza! Hoje pareceu um daqueles dias em que o ponteiro do relógio não mexia.
- Vamos, general?
Roy que estava com os pés sobre a mesa estava viajando na batatinha.
- Hã?
- O expediente acabou.
- Nossa! Já? Vamos embora então, o que estamos esperando?
- ¬¬’
Como de costume, Riza o levou para casa e só depois seguiu para a sua.
-
-
No apartamento do Roy...
O moreno estava curioso em relação ao tal Lyon, sabia que o pai da loira era General-corenel, o que queria dizer que para o homem mandar esse tal para a cidade ele devia ser seu homem de confiança.
Quanto mais apoio conseguisse, melhor para quando fosse dar seu golpe de estado que o colocaria no poder. Já tinha o apoio do avô de Riza, ter o apoio do pai dela poderia ser muito bom e esse Lyon poderia ajudá-lo.
- Vou ligar para o Maes!!
Roy pula no sofá e pega o telefone.
Ligação on
- Mochi Mochi.
- Maes?
- É. Quem fala?
- O Roy, você pode falar?
- Bem, na verdade eu estava brincando de casinha com a minha lindinha...
- Ok. Vou falar.
- Mas...
- Cala boca e escuta.
- sem animação – Fala...
- Preciso que você descole a ficha de um cara.
- Você não podia ter deixado isso para amanhã, não?
- Não.
- Certo. Qual é o nome?
- Lyon.
- Lyon de que?
- Sei lá.
- Certo... Da onde?
- Leste.
- Será que você não poderia ser um pouquinho mais especifico?
- Ele é o braço direito do pai da capitã Hawkeye.
- Qual o nome do pai dela?
- Não faço a menor idéia, só sei que ele é general-coronel.
- Vamos ver se eu entendi, você quer que eu arrume a ficha de um cara que se chama Lyon, que mora no Leste e que é o braço direito do pai da Riza?
- É!
- Por quê?
- Ele vem para cidade e eu acho que seria bom conseguir o apoio do pai dela, o cara parece ter muita influencia.
- E não seria mais fácil você falar com ela e pedir para ela te apresentar ao pai?
- Eu vou fazer isso, mas primeiro quero dar uma sondada, ver se o general é conservador, gosta do governo...
- Ok, vou ver o que faço.
- Valeu amigão!
- Fazer o que, né...
- Ja ne.
Ligação off
Roy ainda deitado, joga o coturno no chão, tira a jaqueta e abre um pouco a camisa antes de ligar a televisão pelo controle remoto.
- Caramba, a Riza trabalha para mim há sete anos e eu não sei nem o nome do pai dela.
-
-
Em casa, Riza brinca um pouquinho com Black e depois vai tomar um banho de banheira. O inverno estava chegando com tudo na cidade Central.
Depois de um longo banho de banheira, ela vai até a sala onde um embrulho a esperava. Suspirou, já sabia o que era: O novo uniforme padrão feminino militar.
- Tanta coisa para fazer nesse país e eles resolvem mudar o uniforme feminino!
Ela se senta no sofá e abre o embrulho.
O novo uniforme era composto de uma saia de corte reto azul Royal até abaixo do joelho, uma camisa branca ou blusa negra e uma jaqueta azul mais ajustada ao corpo.
- Pelo menos não é uma mini-saia.
E agora nos dias de inverno o sapato azul seria trocado por uma bota preta e uma meia grossa.
- O que foi, Black?
O cachorrinho estava aos pés do sofá olhando para ela com uma cara de pidão.
- Hn... Quer colo?
O cachorrinho pula no colo da dona.
- Manhoso!!
Riza fica na sala por mais algum tempo afagando o amiguinho antes de comer alguma coisa e ir dormir, o dia seguinte seria longo, se quisesse ir receber Lyon na estação de trem teria de adiantar boa parte do serviço.
-
-
Plena quinta-feira e os rapazes estava abarrotados de serviço. Tinham que fazer muita coisa caso quisessem ter um fim de semana.
- Terminei!
- Já? Mas como?
- Eu fiz o que muitos chamam de trabalhar, Havoc.
- Mas e nós?
- Bem... Eu não sei.
Roy assinava furiosamente as pilhas de papéis.
- General...
- Hã?
- Posso sair? Eu já terminei meu serviço.
- Pode... Mas onde você vai?
- Buscar meu amigo... O senhor vai ficar bem?
- Vou... Bem, eu acho que vou.
Roy não sabia mais onde ficava a esquerda e a direita.
Tanto papel...
- Certo, qualquer coisa me ligue.
- Ok.
Pouco depois que Riza saiu Maes invadiu a sala.
- E ai, Negada!! O que é isso? Cruzes! Tem papel saindo pelo ladrão!
- Não enche!!!
Alguém disse.
Maes trazia uma pasta debaixo do braço.
- Será que você pode ir lá na minha sala, Man?
- Eu?
- Tem outro Roy aqui?
- Não dá não! Eu tenho isso tudo para assinar!
- Toma vergonha na cara, você deveria ter feito isso durante a semana! Rezar na hora da morte não adianta nada!
- Fala o que você quer, Maes?
- Sobre aquele assunto.
- Que assunto?
- Aquele!
- Aquele qual?
- Aquele!!!!
A ficha do moreno cai.
- Ahhhhhhh!! Por que você não falou logo??
- Eu falei!! Você é que foi lerdo!
- Olha o respeito!!
Os dois saem da sala deixando o povo com a pulga atrás da orelha.
Roy se joga no sofá da sala do Maes.
- O que descobriu?
- O nome dele é Lyon Augusto Correia de Andrade Yukimura, ele é coronel-brigadeiro, tem vinte e oito anos e o braço direito do general Richard Henrique Hawkeye e é filho do general Anthony Correia de Andrade Yukimura. Esse pessoal é a nata do Leste Amestrino. Seriam como as Armistrong aqui na Central.
- Brincadeira...
- Não. Os Monteclaire, família do general Grumman, os Correia de Andrade Yukimura e os Hawkeye mandam e desmandam no Leste do país.
- Eu sabia que tinham famílias influentes lá, só não sabia que era tanto.
- Tanto? Roy, esse pessoal participou da formação de Ametris e do exercito! Caramba, a Riza trabalha há quase dez anos para você e você não sabia nem que ela era a herdeira de duas das três famílias mais influentes do Leste!
- Ela nunca comentou nada.
- Eles são discretos, não gostam de holofotes.
- E qual é a deles? Conservadores?
- Pelo que descobri tem uma mente bem aberta, não são de direita nem de esquerda... Se locomovem conforme a maré e ao que é melhor para eles e o país.
- Alguma chance de eu conseguir apoio?
- Sim. Eles querem apoiar alguém para o topo e eles queriam um deles, no caso, o Lyon, mas ele não quer isso... Não tem vocação para líder de nação. Ou seja, se gostarem de você... Você está feito.
- O cara não quer ser marechal? Isso é o sonho de quase todos os militares!
- Ele parece ter pretensões de general, quer ajudar a comandar o país e não, comandá-lo.
- Melhor para mim, menos concorrência.
- E o que você vai fazer agora?
- Ver qual é a desse cara. Depois vejo como farei para me aproximar da família deles...
- A Riza te apresentaria sem problemas.
- Quero me preparar, não quero parecer um bobão.
- Faz sentido.
-
-
A estação de trem estava lotada. Véspera de fim de semana na Cidade Central era sempre assim.
Riza estava parada a procura de uma figura conhecida.
Ventava bastante e logo, logo começaria as tempestades de neve tão típicas daquela época do ano.
- Riiz!!!
Ela sente um par de braços a abraçar por trás!
- Lyon?
- Eu mesmo!
O ruivo dá um beijo na bochecha da loira.
- Nossa! Quanto tempo!
Ela passa os braços em volta do pescoço dele e ele a ergue do chão.
- Pensei que estaria trabalhando!
- Eu adiantei meu serviço, mas e como vai você e as coisas lá no Leste?
- Primeiro acho melhor irmos para um lugar mais calmo.
- Com certeza!
Riza e Lyon caminharam até o carro e seguiram para o apartamento dela.
- Nossa! Está bem a sua cara...
- Isso é bom? Põe a mala ai no chão, depois a gente cuida disso!
- Ótimo! Você é demais!
- Já vai começar a bajulação, o que o meu pai quer?
- Nossa, Riz, que mal juízo faz de mim!
Lyon estava devidamente fardado, com o sobretudo preto, mãos enluvadas e um cachecol escuro.
Os cabelos ruivos estavam presos em um rabo-de-cavalo baixo e a franja caia levemente sobre os olhos cor de jade.
- Sei... Mas como anda sua vida?
- O de sempre, trabalhando um bocado, cuidando dos negócios da família...
- Quem foi a vitima?
- De que?
- Do seu charme!
- Eu estava ficando com a Anna Julia, mas não é nada demais. E você?
- Só trabalhando!
- Só? Você está falando com o Lyon, abre o jogo!
- Juro! Eu ando trabalhando tanto que não tenho tempo para nada! Faz um século que eu não saio para me divertir, dançar...
- Como uma mulher tão linda e fascinante pode passar tanto tempo sozinha?
- Obrigada pelos elogios, mas eu acho que sou osso duro demais, os homens tem um pouco de medo de mim.
- Não sabem o que estão perdendo! As difíceis são as melhores!
- Mas eles preferem as fáceis!
- Hum... Se bem te conheço tem uma cara na jogada!
- Cara? Bebeu foi?
- Sei...
Ele olha a loira de cima a baixo.
- Você ficou muito bem com esse uniforme.
- ela cora levemente – Bobo.
Ela o abraça.
- Nossa! Como senti falta de você!
- Fomos criados juntos...
- Bons tempos! – ela ri – Perfume novo?
- Hugo Boss!
- É muito bom!
- Deixe ver o seu...
O ruivo afunda o rosto no pescoço dela.
- O mesmo que eu me lembrava....
- Se lembra do meu perfume?
- Como não, ele ficou empestado em mim no nosso último encontro.
- Oh... Você se lembra de cada coisa.
- O que fazer se você é um furacão, intensa e inesquecível!
- Acho que já ouvi isso!
Ela abre um meio sorriso.
- Me dá um beijo, Riz...
- Não seja impertinente!
- Você não quer me dar um beijo?
- Querer eu quero, mas não posso ceder tão fácil.
Lyon estava sentado com as costas contra o braço do sofá e ela com uma perna de cada lado do corpo dele.
- Só um... Eu nunca encontrei alguém que beijasse como você.
Riza estava de testa colada com Lyon.
- Nenhuma...
- Nenhuma.
A loira calmamente vai selando a distancia entre os lábios dela e do ruivo, deixando a boca levemente aberta num convite sedutor para que o ruivo passasse a língua para dentro da boca dela.
Foi uma briga pelo controle, briga qual ela perdeu. Lyon conhecia Riza a tempo demais e sabia perfeitamente como vencê-la.
- Nossa!
Ela se afastou para poder respirar.
- Bom como sempre!
Ele Lança para ela um daqueles sorrisos matadores antes de lhe dar outro beijo.
Trim Trim
Trim Trim
Os dois olham para o aparelho que se esgoelava.
- Tinha que tocar agora?
- Vou atender!
Muito a contra gosto a loira foi atender o telefone.
Só podia ser praga.
Por que tocar logo naquele momento?
- Mochi mochi... General? O que aconteceu...? Sei... Não, eu posso... Chego ai daqui alguns minutos.
Ela põe o telefone de volta no gancho.
- O que foi?
- Meu chefe. Ele se enrolou e eu vou ter que ir lá ajudá-lo!
- Certo! Eu também tenho que fazer algumas coisas...
Ambos estavam frustrados.
- Você sabe onde ficam os quartos e se quiser alguma coisa pode pegar. Desculpe mesmo, mas se eu não for o meu chefe vai acabar todo enrolado.
- Que isso! Vai lá... Eu vou ficar durante um bom tempinho por aqui.
- Muito bom!
Riza pega o casaco e vai para o quartel.
Lyon por sua vez pega sua mala e se dirige para o quarto de hospedes, naquele momento estava amaldiçoando o chefe da loira, que horinha mais imprópria para ligar!
Mas teriam tempo, ia começar a fazer as pesquisas para começar seu trabalho. Ligou o note book e começou a trabalhar.
Continua...