Entrei em casa lá estava meu pai na frente da televisão assistindo jornal e minha mãe na cozinha.

- Boa noite pai, boa noite mãe. – eu falei enquanto subia as escadas. Entrei no meu quarto fechei a porta e me joguei na cama, lembrei de cada momento que passei com o meu anjo, eu não podia acreditar, estaria mesmo acontecendo tudo aquilo? Fique eu e meus pensamentos naquele quarto.

Eram 4h15min quando eu despertei não sabia o que tinha acontecido, não sabia se era real, mas como eu deitei dormi. Levantei-me peguei minhas roupas e fui tomar um banho, lembrava de cada toque, da intensidade do olhar, era ele quem eu queria e hoje seria o momento ideal para fazer o que eu não tinha feito na noite anterior, sai do banho passava às 5h15min coloquei o meu hall star, minha calça jeans e meu moletom, deixei um recado avisando para não me esperarem que não voltaria tão cedo. Peguei minhas chaves e comecei a andar em direção a colina, só que hoje meu objetivo era permanecer subindo a colina.

Estava uma garoa fina, e quanto mais subia mais frio ficava o sol estava querendo invadir aquela floresta, da qual eu não conseguia ver um palmo a minha frente, eu só sabia que estava subindo. O sol começou a clarear poucas partes da floresta, eu via os fachos de luz, percebi que as arvores começaram a desaparecer pouco a pouco, percebi que estava chegando ao final da estrada, mas como assim final da estrada? Eu não estava indo em direção a La Push, notei que estava num penhasco, e que belo penhasco.

Aproximei-me cada vez mais uma brisa bateu em meu rosto fazendo minha franja bagunçar, respirei fundo, escutei o uivar do lobo mais uma vez, e em uma fração de segundo me virei e lá estava ele me olhando, eu dei um passo para trás, mas eu estava próximo demais, se me move-se mais um pouco poderia acontecer algo pior, eu encarei o que estava lá em baixo, possivelmente me esperando, a força da água contra a rocha era imensa, pelo menos eu teria uma morte menos dolorosa, morreria talvez no ar, ou talvez nas rochas, ou talvez virando almoço de lobo, chacoalhei a cabeça, percebi o que ele tinha se aproximado mais, eu comecei a observá-lo, o olhar dele me dizia algo, mas não sabia o que era, ele começou a caminhar calmamente em minha direção, eu não podia me mover então não hesitei, ele se aproximou o suficiente para puxar-me para longe da queda-livre que o penhasco me oferecia. Ele me puxou até uma distancia aceitável voltou a me observar, ele tinha uma intensidade nos olhos diferente do que o homem da noite passada, ele era encantador, meus pensamentos despertaram quando um lobo uivou, ele olhou para a floresta, eu não via nada, ele correu em direção para floresta, virou-se para dar uma ultima olhada, eu sorri.

Fiquei ali parada por uns instantes, quando ele pegou minha mão um calor percorreu todo o meu corpo, eu não senti frio, não naquele momento, voltei a caminhar em direção ao penhasco abri meus braços e me entreguei, esqueci tudo, só sentia a brisa bagunçando o meu cabelo, os arrepios indesejados causados pelo frio, ele uivou outra vez, e eu imitei o uivar de um lobo e depois sorri, um lobo selvagem caridoso não podia ser, aqueles olhos eu não conseguiria esquecer tão cedo, olhos pretos, iluminados, como um lobo conseguiria causar aquilo? Eu realmente estava ficando cada vez mais louca primeiro subir em uma colina ‘mal-assombrada’, logo após invadir a casa de estranho, dentro de a casa dar de cara com um homem perfeito, depois voltar a mesma colina e encontrar um lobo, não isso não poderia estar acontecendo, a neblina já estava quase por desaparecer o sol estava fazendo o seu trabalho, olhei para o lado contrario do qual eu tinha vindo e notei um caminho entre as arvores, possivelmente me levaria a um lugar mais perfeito que aquele. Percorri aquele caminho, não estava com pressa eu tinha o dia todo pela frente, sem perceber pisei em uma pedra com limo escorreguei e cai com tudo no chão.

Meu pé não parava de dor e eu fazia massagem, mas era em vão, levantei me segurando num tronco, cai por duas vezes mas eu consegui me apoiar bem e tomei um impulso, por pouco eu não caio de novo, o lobo estava ali e me ajudou a me levantar, ele cheirou meu pé, olhou para mim e uivou eu sorri, ele começou a andar e olhou para mim fazendo sinal para que eu o seguisse, eu lentamente e com bastante dificuldade comecei a caminhar, ele sempre parava para mim descansar, demoramos um pouco mas ao longe eu via uma cabana, uma pequena e humilde, deveria ser ali que morava o dono dele, ele empurrou a porta eu entrei olhando para os lados procurando vida naquele lugar,

- Tem alguém ai?

O lobo saiu do meu lado e foi para fora.

- Só um instante, já vou. – uma voz firme, ao mesmo tempo sedutora lá de fora. Eu sentei-me e coloquei o meu pé em cima da cadeira. Um homem entrou e eu o fitei de cima abaixo e ele fez o mesmo. Ele se aproximou, olhou para meu pé que estava inchado.

- Você esta perdida? – ele perguntou enquanto pegava algumas ervas.

- Não eu vim caminhar e acabei me machucando. Tenho que agradecer ao seu lobo, ele me ajudou e me trouxe até você. – eu falei olhando enquanto ele preparava um liquido.

- Sim ele é muito carinhoso. – ele veio e passou o liquido em meu pé, mas o liquido estava quente, mas eu não o percebi mexendo com fogo, eu estranhei. Ele me olhou, lembrei do lobo dele que me olhava com a mesma intensidade, ele deve estar a muito tempo com o lobo mesmo, pois o lobo tinha pegado a calor do seu corpo e o seu olhar.

- Como é seu nome?

- Black, Jacob Black e o seu é? – ele permanecia passando o liquido no meu pé,sem me olhar nos olhos.

- Nome bonito, Jacob Black, você vai muito à cidade Jacob? Porque eu nunca tinha escutado falar de você.

- Eu vou a La Push.

- Ah sim, La Push é para onde eu estava pensando em ir, mas meio que me perdi, mas valeu a pena essa quase perda. – eu sorri.

Ele acabou de passar o liquido em meu pé, já estava bem mais aliviada, mãos de deuses ele tem, ele levantou-se e colocou o liquido em um frasco.

- Alice. – eu falei – Meu nome é Alice. – eu sorri.

- Alice, muito lindo o seu nome, encantado Alice. – eu fiquei em pé e ele veio em minha direção e me entregou o frasco com o liquido e me começou a me fitar, e eu também.

Ele levou suas mãos quentes ao meu rosto, fechei meus olhos, o calor daquelas mãos percorreu todo o meu corpo, o frio tinha finalmente ido embora. Eu senti a respiração dele mais perto da minha, eu não conseguia me mover, com ele eu estava aquecida, eu me sentia, ele se aproximou mais de mim, agora eu sentia o calor que não somente as mãos dele transmitiam, mas sim o corpo inteiro, ele colocou as mãos em meus cabelos, eu permanecia de olhos fechados, ele se aproximou o suficiente eu já sentia o hálito fresco dele adentrando as minhas narinas. 

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