O Senhor dos Anéis: o Senhor do Fogo escrita por ririneu


Capítulo 6
Harlindon




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Ullara estava caminhando lentamente, pressionando o ombro com tal força que parecia querer esmagá-lo. A elfa era muito boa em geografia, e por causa disso sabia que não havia nenhuma cidade por perto, mais ainda acalentava esperança de alguma ajuda. Agora não sentia mais calor, mais apenas um frio que já havia se infiltrado por todo o seu corpo e agora cobria mais da metade deste. Em questão de pouco mais que um dia viraria apenas um espectro, desprovido de vontade própria, apenas “vivo” para servir a um ser negro.

 A elfa ainda se lembrava dos nove dias anteriores, mas agora todos eles pareciam ter sido há anos atrás. O caminho a sua frente estava começando a mostrar sinais diferentes dos de antes: alguns cogumelos apareciam onde antes havia apenas arbustos espinhosos, muitos dos pássaros que antes habitavam o alto das árvores haviam sumido, as árvores começavam a ficar retorcidas... A elfa tinha esperança de que isso quisesse dizer que estava chegando ao fim da floresta, mas sabia que isso também poderia querer dizer que estava apenas se embrenhando mais nela. Há pouco tempo atrás, cerca de duas horas, estivera quente e abafado, e agora, conforme Ullara avança quase se arrastando, começava a ficar úmido, meio frio e um pouco mais sombrio.

 Tudo parecia igual, menos a agulha que lhe estava a picar o ombro. Estava fraca e sedenta já que parara de encontrar as frutas secas e não bebia nada fazia quase um dia inteiro. Sua garganta estava seca, suas vestes escarlates estavam rasgadas, em breve não sobreviveria mais. Vários e indistintos sons podiam ser ouvidos do seu lado e a sua frente. Ullara estava sempre com a impressão que havia algo a seguindo, mas era impossível ter certeza, já que estava até mesmo começando a ver ilusões a sua frente. A elfa havia errado seus cálculos... Provavelmente morreria hoje mesmo.

 Não fazia idéia de quanto tempo estava a caminhar, mas parecia ser a mais de cinco horas quase ininterruptas e isso a fazia sentir as pernas fracas e os pés em chamas. Não conseguiria mais continuar nesse ritmo, teria de se recuperar antes que caísse no meio do trilho no qual estava andando e não conseguisse mais se mover até chegar o seu fim...

 Com um fraco suspiro resignado, a elfa preparou-se para sentar-se embaixo de uma árvore nodosa e antiga. As sombras da noite já começavam a dominar o sol, fazendo um estranho entardecer que a elfa poucas vezes virá. No lugar onde Ullara estava, havia alguns arbustos, alguns cogumelos e ainda muitas árvores que demonstravam grande sabedoria e tempo de vivência. Havia uma estranha sintonia no ar que fez com que a elfa lentamente perdesse os sentidos...

 Um dos arbustos ao seu lado começou a se mover. A elfa foi abruptamente interrompida do seu sono quando do arbusto primeiramente viu uma pele cinzenta, e depois uma pata. Ullara ergueu-se lentamente, mais sabia que se fosse o que ela temia não conseguiria escapar. De uma só vez, um urso apareceu, deixando a elfa ainda mais gelada de pavor.

 Com as últimas forças que a elfa tinha, começou a correr o mais rápido que podia. O urso deu um colossal urro atrás de si e começou a correr na sua direção, começando a alcança-lá numa velocidade assombrosa. Se a elfa tivesse se virado, poderia perceber que o urso tinha estranhas runas na sua pele acinzentada que davam um aspecto exótico para si. Ullara corria numa velocidade razoável... Poderia até ser que conseguisse escapar. O destino conspirou contra isto, fazendo que inesperadamente a elfa senti-se uma dor que pareceu um raio no seu braço, fazendo-a cair no chão com uma violência bruta, que por pouco não a fez quebrar um osso.

                                                  ***

 Faramir havia conseguido, com o habitual cuidado de não chamar a atenção nem dar o seu nome, comprar um cavalo e algumas parcas provisões que colocou na sela do animal. Estava de noite e o cavalo relinchava de impaciência, visto que Faramir já estava fazia algum tempo parado olhando um pequeno mapa em sua mão enluvada. A direção que o guardião queria ir era para noroeste, mas havia-se desviado um pouco do caminho, o que o forçava a passar perto de um lugar que até agora ele não havia estado. "O Condado" leu ele no mapa.

 Ele estava em cima de um barranco alto que proporcionava uma vista de quase toda a extensão. Havia uma grande quantidade de árvores a sua frente, o que impossibilitava uma vista detalhada do lugar onde ele estava. Estava indo em direção a Forlindon, perto dos Portos Cinzentos, perto de Valfenda, mas havia uma pequena floresta no seu antigo mapa que não havia nome, e era justamente neste lugar que o guardião estava.

 Desceu do seu cavalo, recebendo um relincho de agradecimento por parte deste. Preparou-se em seguida para recolher alguns gravetos secos e fazer uma fogueira, mas achou melhor não fazer isso em terra que ele não conhecia. Amarrou o cavalo em uma árvore perto de um local onde crescia uma linda grama, e deixou o animal pastar ali. Começou a desbravar um pouco do local, mas não reparou que uma pequena, mas espessa névoa começava a cobri-lo.

 Depois de algum tempo explorando, decidiu voltar, mas percebeu que agora a espessa névoa o cobria, sendo impossível observar um palmo sequer a sua frente. Faramir ergueu uma sobrancelha, mas não teve tempo de refletir. Um relinchar apavorado fez-se ouvir a alguns metros de onde estava (ou seriam quilômetros?). Desembainhou sua longa e comprida espada, pronto para algum incidente. O guardião parou de se mover quando um algo frio tocou em seu braço, fazendo-o cair no chão sem sentidos.


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