Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles escrita por Casty Maat


Capítulo 5
Capítulo 5 - Laços e fios do Destino




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O local mais badalado era sem dúvida o grande bar, que em contraste com todo o estilo pacato e simples da Vila de Rodório, era moderno e grande. A dona do estabelecimento era uma amazona de prata, conhecida pelo gênio arisco que assustava a todos e pelo amor aos animais.
-Chaffin, ainda não entregou as cervejas na mesa daqueles quatro? -resmungou a amazona ao pupilo enquanto cobrava uma comanda.
-Capitalista como é, você sobrecarrega o bar e a mim, mestra!
O rapaz, cavaleiro de bronze de Carina, olhou pra um canto específico atrás do balcão. O rapaz que ultimamente estava irritando.
Sua mestra o trouxera a pouco tempo, sempre ajudava no bar, mas sua atenção desmedida ao visitante parecia tornar sua mestra outra pessoa.
-Ele está arrumando as coisas. Sabe que iremos fechar por um tempo. - suspirou a amazona ao notar no que seu pupilo estava emburrado.
-E porque ele não fica cuidando do bar? Mestra Casty!
-Se esta cerveja chegar aos clientes sem gelo, você vai se despedir do seu amiguinho debaixo. - o olhar aparentemente sem interesse aos demais era frio e cortante para o cavaleiro de bronze: ela havia se irritado.
Casty terminou de cobrar o cliente e foi para o espaço verificar o serviço do visitante, eram as malas dos três.
-Obrigada, Rosh...
-Está tudo bem abandonar o bar? Você tem tanto apreço... - disse o rapaz.
-Eu sou uma amazona, meu dever para com o Santuário continua independente de eu ter o bar.
-Posso cuidar disso pra você...
Casty sorriu, triste. Ela ergueu sua mão e tocou o rosto do homem, desviando as mechas prateadas do rosto.
-Se um inimigo atacar aqui e eu te perder, nem Atena seria capaz de me recuperar. Eu não seria capaz de proteger mais nada e só me atiraria do Cabo Sunion.
Aquele era a pessoa que a amazona resolvera amar. Uma missão na Itália fora o ponto de partida de tudo. Rosh era um solitário que muito ajudou a amazona em lhe dar abrigo. Durante a missão, tornaram-se muito amigos. Por fim, criou-se um amor profundo.
-Bom, temos umas mesas a servir, e Chaffin não parece dar conta! - riu o italiano.
-A troca de gentilezas entre vocês é incrível! - riu a amazona.

Os passos metálicos mostrava que quem caminhava vestia uma armadura. Aquela era a sétima casa, Libra.
-Minha mãe?
A voz de Matheus de Escorpião ecoou pelo hall. O sofá e todos os móveis estavam cobertos de papéis e livros, Elys parecia estar estudando algo, e vestia-se com roupas folgadas e confortáveis.
-Quero te pedir um favor.
-Diga, mãe...
-Casty de Vela está saindo de Rodório hoje e retornando a esta casa junto com o pupilo, Chaffin de Carina. Peço que escolte-os em meu lugar.
Matheus estranhou o pedido. Primeiro, porque 2 cavaleiros precisavam de escolta? E segundo, porque ela, Elys de Libra não o fazia, como mestra da amazona prateada?
-Estudos sobre os devas estão me consumindo, preciso traçar um plano logo. Por isso estou pedindo a você. Ela e Requim ajudaram a te criar...
-Porque uma escolta para dois de nós?
-Você se lembra da missão que Casty teve na Itália? - disse a dourada, começando a explicar, logo que o rapaz indicou que sim. - Ela voltou trazendo um rapaz solitário, que hoje é noivo dela. Se algo acontecer a esse rapaz, o golpe seria muito duro, ela ficaria louca e perderíamos uma poderosa guerreira.
-Entendo, minha mãe... Eu farei isso para a senhora! - o Escorpião fez uma reverência e se retirou.
Elys olhou para o grande mapa mundi e suspirou.
-Os tempos estão turbulentos. Quando teremos paz para sermos apenas nós? Que o vento continue te guiando, minha pupila...

-Ei! Não entendo por que minha mestra deixa que você feche o caixa!

Chaffin aproveitara que Casty havia ido terminar os detalhes da partida no pequeno apartamento acima do bar para cutucar o estrangeiro.

-Ela disse que faço contas melhor do que ela. A Casty odeia números e faz as contas de forma lenta. - Rosh sorriu, timidamente. - E ela também disse que não temos muito tempo.

Rosh terminara parte dos cálculos e ia para a última parte.

-Eu também não gosto de você, que está sempre perto dela há muito tempo. - disse o italiano de repente. - Tenho ciúmes até quando ela briga com você.

-Háh! Que bom, a recíproca é verdadeira!

-Eu... não queria ter que ver ela lutar.

Rosh parou as contas e olhou para a parede a frente, um olhar perdido. Costumavam dizer que se estavam juntos, foi por que a morte os uniu, mas se houvesse uma separação... Nenhum aguentaria. Por que não podiam ir embora da Grécia?

Então o bar teve sua porta aberta, interrompendo os pensamentos de Rosh.

-O bar está fechad...

Ao ver que a pessoa que entrara tinha uma armadura dourada, o italiano se calou. Sabia que um dos cavaleiros da elite viriam, mas ainda estava em choque com a presença.

-Matheus? Pensei que Elys-sama que viria! - disse Chaffin, indo saudar o cavaleiro, saindo de trás do balcão com um pulo.

-Mamãe está ocupada e me pediu para escoltá-los. A Casty, onde ela está?

-Aqui, Matheus.
A amazona vinha descendo com a última mochila, e ela sorriu em saudação. Ainda com a mochila nas costas, foi até o caixa e tocou as mãos de Rosh.

-Tudo bem, não precisa terminar o caixa. Apenas guarde o dinheiro naquela bolsa para levarmos.

-Não! Por acaso você acha que...

-Apenas acho que por hora é desnecessário. - ela sorriu.

"Ela enlouqueceria". Por algum motivo a fala de sua mãe parecia fazer algum sentido e Matheus via isso nos olhos dos dois.

Chaffin e Casty pegaram suas Pandora Box e as malas, e logo os 4 estavam indo rumo ao Santuário.

-Ayla!

Setsuna estava trajando sua armadura e percorria o Grande Jardim que havia no território secreto dos  Guerreiros Deva.

A jovem a sua frente tinha a pele bronzeada e uma longe cabeleira negra e olhos dourados, brincava com uma moeda.

-Sim, Samraat Setsuna de Shiva.

-Onde está Ragajana?

-Bem, eu não vi a Samraajni desde a manhã. - e a menina fez a moeda sumir.

Então outro entrou no jardim, tinha uma expressão suave e pacífica, em vista da grande maioria dos Deva naquele lugar.

-Eu vi a Samraajni partir com aquela cara de quem vai aprontar.

O rapaz tinha cabelos alaranjados e não travaja armadura, apenas uma roupa comum dos hindus.

-Ela deve ter ido atacar o Santuário sem minha permissão! Reiga, alguma noticia de Ryuga e Lenge? - disse Setsuna, com a voz ainda mais fria.

-Lenge está voltando, mas antes enviou um raso dizendo que precisará de tempo. Parece que Ryuga foi envenenado em combate.

-Envenenado? - disse Ayla surpresa. - Esses atenienses são tão baixos!

-Só saberemos detalhes quando eles voltarem, Samraajni Ayla de Lakshimi. - suspirou Reiga de Karura. - Enfim, é tudo o que sei, Samraat Setsuna.

-É o suficiente. - Setsuna seguia rumo a saída do território dos Deva.

-Samraat! O senhor vai buscar Samraajni Ragajana? - indagou Ayla, preocupada. - Samraat!

Não houve resposta, senão o sumiço do cosmo do deva mais alto depois de Kali.

Meses antes, Itália

Naquele vilarejo próximo ao um vale, havia um rapaz solitário que nada via de importante. Seus cabelos prateados estavam dançando ao vento, enquanto ele olhava para o precipício. Ninguém o procuraria mesmo, seria o enterro perfeito. Seus passos eram firmes e decididos rumo ao seu próprio fim.

Ele se jogou, mas não durou muito tempo a queda.  Algo o impedira de cair e o sustentava no ar, o deixando frustrado.

-Kaze no Kekkai...

Ele ouviu uma voz feminina dizer as palavras e logo, o que quer que estivesse o impedindo de cair o fez voar para o alto e suavizou sua queda na área do penhasco. Quando ergueu sua cabeça viu uma mulher trajando armadura e um óculos estranho, que parecia cobrir a área de visão como se tivesse saído de um filme de ficção científica.

-O que pensa que estava fazendo, rapaz? É por tipos assim que estou lutando?

Era a mesma voz que ouvira, mas agora era séria e rispida, ao contrário da voz suave e delicada de antes.

-O que eu estava fazendo era o que você viu mesmo, estava acabando com minha vida!

Casty não entendia o por que estava com uma sensação de revolta assim por um humano, sempre tinha tal sentimento por um animal inocente e puro. E antes que o rapaz pudesse ver, a mulher a sua frente o jogara alguns metros longe, em direção oposta a fenda e estava com os punhos sobre o peito, como quem parara um golpe mortal.

-Então já que você não tem objetivo algum, você vai oferecer sua casa e hospedagem a mim durante minha missão! Ao menos vai me ajudar a fazer algo de bom por esse mundo em nome de Atena! - bradou Casty. - Diga seu nome!

-Rosh...

O rapaz estava confuso e atônito. Sem saber que em pouco tempo, aquela mulher bélica e irritante se tornaria o motivo de considerar que estavam juntos para sempre.

Já estava na fronteira entre Rodório e o Santuário quando viram alguns soldados rasos dos devas circulando.

Casty e Chaffin vestiram suas armaduras por precaução, mas isso chamara a atenção dos devas.

O cavaleiro de bronze decidiu atacar, sua mestra e Matheus não precisavam gastar tempo e energia e logo parte dos soldados já estava caída ao chão.

-Bem que mamãe suspeitou, os malditos já estão aqui! - rosnou o cavaleiro de Ouro.

Casty se punha de forma defensiva para com o noivo e logo pressentiu os ataques vindos por trás e, bem antes de chegarem a Rosh, ela os havia bloqueado com o Kaze no Kekkai.

-Vocês não tem maestria e honra para atacarem de frente? - gritou a amazona visivelmente irritada. - Vocês não vão sair vivos daqui! Wind Sword!

Seu golpe varrera parte dos devas que estavam ali, mas pareciam sempre brotar mais e mais.

Rosh estava bem entre a amazona e o cavaleiro de ouro, mas tentava se manter atento.

Foi quando Chaffin ouviu um lamento ao fundo, vendo uma jovem mulher caída.

"Esses malditos não se importam nem com uma donzela!?"

O cavaleiro de Carina furou todo o bloqueio de devas, indo socorrer a jovem, enquanto Casty e Matheus atacavam os soldados rasos para protegerem o mero humano que se meteu com o submundo da mitologia.


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