Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles escrita por Casty Maat


Capítulo 14
Capítulo 13 - Bem e Mal


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não posto nada, né? O.õ Desculpa, tive um mindblock fudido...
Então pra compensar passei de 2000 palavras, coisa rara para comigo ^^ Divirtam-se!



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Gutto tinha certeza de algumas coisas sobre os devas: eles eram os malvados... mas tinham uma capacidade de terem verdadeiras beldades em seu exército.

Sua inimiga era a mulher mais linda que tinha visto. Olhos dourados, pele bem morena, traços delicados, que contrastavam com sua shakti branco-pérola e harmonizavam com as longas madeixas negras e brilhantes.

–Confesso que não é de meu feitio dar golpes assim. - disse a inimiga, séria. - Apenas pensei em poupar seu amigo.

–Ele vai sair dessa. Agora, gatinha, acho que você deveria sair daqui, não quero ferir seu rosto.

A deva sorriu, ironica:

–Do que está falando? Nem meu mestre conseguiu ferir meu rosto. E ele é Setsuna de Shiva, meu caro.

A deva elevou seu cosmo, cálido, gentil e poderoso, diferente do que Cérbero imaginaria de um deva.

–Me chamo Ayla de Lakshimi, e você e seu amigo prateado terão o seu fim aqui!

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O grupo dos cavaleiros dourados saíram do local onde encontraram Kendappa e se dirigiam ao novo local, escadas acima. Logo entraram num novo templo, um local que mais parecia vazio e ermo. Até sentirem um cosmo que parecia... dois...?

Os cavaleiros dourados rodearam Stephanie e a Geovanne, o único de bronze que havia ficado e seguido em frente com a elite.

Logo surgiu uma figura esguia, com músculos delicados e definidos à mostra, longa cabeleira negra arrepiada, mas uma expressão suave e bonita. Vestia-se com uma calça larga e as mãos estavam enfaixadas, igual ao que os guerreiros de Atena usavam em treinos.

–Sou o samraat Prabir de Ashura. - a voz era até juvenil. - Senhores, não estão com permissão de seguir em frente.

–Então abriremos o caminho a força! - rosnou Navarro.

–Porém, tenho ciência da situação e apesar de tudo, não concordo que destruir a terra seja o ideal para recomeçar do zero. O senhor Brhama criou este mundo com muito carinho para Kali dominar. - ele começou a falar e se desviou. - Cheguei até em pensar em ajudar vocês contra samraajni Kendappa, mas fico feliz em saber que não precisei.

Todos ali ficaram surpresos. Um traidor entre os deva? O que ele fazia ali então?

–Peço que vão, rápido. Não sei quanto tempo terei...

Os cavaleiros se entreolharam e ao verem Stephanie assentir, todos seguiram pacificamente para o lado de fora. Prabir tinha um cosmo suave e gentil. Cálido e puro, ninguém poderia ser capaz de duvidar.

Já estavam quase na saída quando sentiram o outro cosmo, bruto, cruel e violento. Um ataque muito rápido se encaminhou para o grupo, ao que Sacha de Virgem tomou a frente e invocou sua barreira, Kahn, para servir de escudo.

–Mas que diabos...?! - resmungou Geovanne, confuso.

–Como eu esperava... - disse calmamente o dourado. - Essa pessoa tem dupla personalidade, dois cosmos...

–Como assim? - indagou Rodrigo, quando ele viu a silhueta ao longe, com olhos vermelhos brilhantes.

Era Prabir, mas desta vez trajando uma armadura dourada e vermelho sangue, assustadora e monstruosa. Em sua aparência, apenas os olhos azuis celestiais convertidos em um vermelho brilhantes. Segurava uma espada de vidro.

–Deu trabalho botar o outro para dormir. Agora posso brincar com vocês, cavaleiros de Atena.

Era a mesma voz, exatamente a mesma, mas Prabir agora soava como um sádico. Sacha aumentou a barreira, fazendo-a ocupar cada borda, cada canto vazio da porta da saída.

–Atena-sama... Meus companheiros... Saiam! - gritou Sacha, sem tirar os olhos do deva de Ashura. - Eu irei enfrentar esse homem.

–Sacha! - rebateu Messura, mas não teve como continuar, o cavaleiro de Virgem o interrompeu.

–Nenhum de vocês terá condições de enfrentá-lo. Não temos tempo, precisamos deter Kali.

Stephanie o observava atentamente. A deusa trincou os dentes, e segurou com força o báculo de Niké.

–Vamos... - ela murmurou. A voz baixa soou meio indecisa e então ela repetiu. Ela entendeu uma coisa: Ashura não era um deva qualquer. E ele caindo, levaria quem estivesse ali. Sacha não retornaria mais. - Vamos! Temos que derrotar Kali ou nenhum de nós continuaremos aqui.

A reencarnação de Atena deu as costas a Sacha e os guerreiros dourados a imitaram. Ela deu uma última olhada para as costas de seu cavaleiro e internamente se despediu. Saíram todos correndo, em direção ao novo templo.

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Ayla e Gutto se encaravam. Ainda não haviam feito movimentos. Era comum do Cérbero se gabar, mas a situação era bem complicado, afinal, seria ótimo se estivesse sozinho para se gabar. Mas não, ele não estava ali, sozinho com o adversário. Seu irmão de armas estava ali, desacordado, a cada segundo perto de ir fazer uma visita sem volta para Hades por conta de uma hemorragia.

Estudar o adversário ou ir em frente de uma vez? O tempo era curto demais para pensar. Gutto avançou por fim, desferindo uma sequencia de socos. A deva graciosamente se esquivava, mexendo o corpo para o lado oposto do golpe do prateado. Numa esquiva, Ayla contra-atacou, saltando por trás o atingindo com um poderoso chute. Cérbero voou longe e foi observado até parar pela bela guerreira. Ela nem havia soado!

–Eu disse, cavaleiro, ninguém nunca tocou em mim!

–Eu serei o primeiro, pode ter certeza! - retrucou com um sorrisinho malandro o cavaleiro de prata. - Sabe como é, eu sou invencível!

Gutto elevou seu cosmo ardente, deixando a temperatura do local mais alta.

–Será uma pena desfigurar esse rosto tão belo com queimaduras.

Ayla permaneceu apenas observando com desdém. Ninguém a queimaria... Ninguém a tocaria...

Por que ELA controla não só a beleza... Mas a sorte... E todos teriam azar em golpeá-la.

–Jamais irá conseguir, cavaleiro de Atena.

Tamanha confiança que tinha, Ayla ficou com os braços largados, apenas devolvendo o olhar.

Gutto começou a correr em direção a inimiga e as chamas surgiram em suas mãos.

–Kerberus Inferno!

Usou de várias bolas lançadas que, juntas graças a alta velocidade, se agruparam numa grande rajada de fogo. O fogo se dividiu em 2 partes, como a água ao encontrar uma barreira plana. Quando o prateado parou de atacar, viu uma flor de lótus a proteger e moedas douradas dançarem ao redor da deva. Ayla erguera uma barreira em volta de si.

–Será que você entendeu, Cérbero? Você não pode me ferir! No seu Santuário não ensinam outras mitologias não? Lakshimi é a deusa da beleza, da fortuna e da sorte. Se eu decidir que não vai me ferir, você não vai me ferir. Seja um bom menino e me deixe te matar!

–Er... Não... Você pode até controlar a sorte, mas você não conhece nossas armas.

–Nada supera o poder de minha decisão... E eu escolho que sua sorte... é a morte! - ela avançou, ligeira como um guepardo ao ataque. E um soco atingiu Gutto novamente, perto do coração. Sua armadura cumpriu bem o papel de protegê-lo, mas o ataque fora cruel com a proteção, que se rachou. Mas o ataque ainda não acabou, um chute veio girando pela lateral, a canela de Ayla atingiu a proteção do ombro e por fim, encontrou seu objetivo no rosto do cavaleiro, novamente o lançando metros longe no chão. O corpo todo do cavaleiro de prata parecia estar moído, Ayla sabia bater forte pra caramba.

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Sacha explodiu o Kahn, lançando Prabir longe. Isso custou boa parte da construção daquele templo. Não adiantou muito, pois o deva resistiu bem.

–Ashura, o senhor da carnificina e suas duas faces... - dizia Sacha caminhando calmamente até uma boa distancia do deva. Os olhos estavam ocultos pelas pálpebras, mas muito atentos. - Só eu mesmo poderia reconhecer você.

–Já tinha ouvido falar do cavaleiro que tem como base a cultura desta terra. E sei também que você é um ótimo ilusionista. - Prabir levou a espada aos lábios e lambeu a extensão da lâmina. - Quer me mostrar o inferno? Ele não abala este eu presente.

–Eu imagino que não, Ashura... Eu também não pretendo me demorar.

–Tampouco eu... PARA ARRANCAR SUA CABEÇA!

Prabir começou a correr, a espada pronta para o ataque. Ele sorria feito um louco, avançando indiferente.

–SUA CABEÇA, SEU SANGUE! IRÃO PAVIMENTAR A DESTRUIÇÃO DESTE MUNDO!

Foi num segundo. Numa pisada, as paredes instáveis do templo desapareceram. Um universo infinito de pinturas de Buda envolveram o ambiente num caloroso, mas terrível abraço. Prabir foi atirado longe, caindo no chão imaginário, sentindo a língua formigar.

–Tenbu Hôrin... Retirada do primeiro sentido... - murmurou Sacha, agora olhos bem abertos.

O deva riu por dentro. Que merda de ataque era aquele. Brandiu sua espada de novo, partindo para o ataque, que novamente foi rechaçado, ao custo de seu tato.

–Meu cosmo está me guiando, cavaleiro idiota!

–Idiota é você em não entender que minha técnica é o ataque e defesa perfeitos. Eu não tenho tempo para brincar com você, Ashura. Eu vou exorcizar você!

E antes de Prabir ter alguma reação, o olfato foi retirado e assim que levantou de novo, a audição lhe foi retirada.

–E agora... Sua visão...

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Gutto se levantou de novo e encarou Ayla:

–Você jamais irá derrotar o grandioso cavaleiro de Cérbero!

O cavaleiro de prata começou a queimar o seu cosmo, elevando-o bem alto. Iria mostrar que não tem essa de controlar a sorte, os cavaleiros faziam milagres! Com as mãos em chamas partiu para o ataque numa velocidade tão alta, que Ayla foi incapaz de deter o golpe, o soco a atingiu com tudo no rosto e logo as chamas se espalharam para golpear a deva em mais partes no corpo, lançando-a longe.

A deva se levantou confusa, sentindo a pele pinicar. Como ele conseguiu atingí-la? O cosmo de Ayla explodiu em fúria, tirando o sorriso que Gutto tinha no rosto por finalmente atingí-la. O cosmo de Ayla pareceu criar diversas moedas e elas se lançaram contra Vaskevicius. O cavaleiro de prata entrou em pânico, não ia chegar a tempo ao amigo.

As moedas explodiram ao se chocar com uma grande barreira de estacas de gelo e uma estranha barreira energética. Quando as técnicas se desfizeram, Gutto viu que estavam duas amazonas ali: Lita de Sextante e Sarah de Taça.

–Quem mandou você estragarem meu show?! - resmungou o cavaleiro de prata.

–Feliz em te ver também, quadrúpede! - a voz de Sarah soou como troça por trás da máscara.

Sarah retirou sua própria armadura, que formou-se na forma de descanso e Lita se pôs a frente da outra amazona.

–Continue lutando, irmão mais novo do Leão! - disse Lita. - Irei proteger Vaskevicius e Sarah se essa deva vier atacar. Arko Stelo!

A barreira energética surgiu, como um compasso a abrir suas pernas. Gutto viu Sarah tomar o colega lemuriano nos braços e com uma das mãos em cunha, lhe oferecer a água de sua armadura. Ayla tentou novamente atacar, mas Gutto usou as correntes das bolas espinhosas para segurar seus pulsos. Incendiou o cosmo, fazendo as chamas percorrerem o caminho até o corpo da deva, mas ela se soltou das amarras antes e passou com o objetivo de atacar o grupo que resgatava Grou.

–Malditos cavaleiros de Atena!

Gutto se pôs a frente e, elevando o cosmo ao máximo, lançou um golpe, uma versão ainda mais potente do que já seria:

–Hell Flare!!!!!!!

Ayla invocou sua técnica de defesa, feita de flor de lótus e moedas. A proteção resistiu por um longo tempo e se quebrou, fazendo as chamas de Gutto a atingirem. e lançando-a longe.

Os dois inimigos se encaravam, respirando pesadamente.

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Enquanto isso, Prabir já estava sem seus 5 sentidos. Sacha ainda mantinha sua técnica ativa. O deva estava no chão, tentando se levantar de novo. O cosmo do lado bondoso de Prabir se comunicava com Sacha.

"Eu lhe peço... Mate-nos..."

"Eu farei. Mas talvez eu precise do seu esforço também" - respondeu o cavaleiro dourado.

Sacha atingiu o sexto sentido, sobrando apenas o sétimo para o deva, que ainda queimava o cosmo. Segurando a espada com força conseguiu finalmente atingir o dourado. A espada era poderosa o suficiente para atravessar a proteção do cavaleiro de Virgem.

"Está me escutando? Você consegue..."

Sacha suspirou ao notar que o lado benéfico de Prabir se concentrava em conter o maléfico.

–O último passo do Tenbu Hôrin... A técnica secreta de Sacha de Virgem... Shukenja no zetsumetsu!

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–A roda da fortuna! - disse Ayla, parecendo recuperar sua calma tradicional. Encarava o grupo de cavaleiros enquanto surgia uma grande roda cercada de moedas que girava sem parar, rapidamente. - Decidiremos numa roleta russa! A destruição de quem!

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Sacha queimava sua própria vida, seu corpo em chamas de cosmo como o corpo de Prabir também. O dourado mantinha uma incrível serenidade, ainda que o golpe suicida também lhe causasse grande dor. Ao aplicador era apenas a morte física, mas ao alvo era a extinção de sua própria alma. Prabir berrava a plenos pulmões.

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A roda girava, girava e girava. Por fim ela parou.

Ayla não podia acreditar: a roda ditava... seu prórpio fim! A deva começou a ser consumida por uma luz avermelhada, seu corpo desaparecendo aos poucos com a luz...

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... até não sobrar nada. Nem de Sacha, nem de Prabir...

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... ou de Ayla.


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