Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles escrita por Casty Maat


Capítulo 12
Capítulo 11 - O vôo dos pássaros


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo >.> Curso me dominando!



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As duas aves sagradas se encaravam respeitosamente. O cachecol de Grou dançava no ar, num silêncio de prelúdio.

–Você foi esperto, cavaleiro. Sua deusa deve se alegrar pela sua astúcia. Como conseguiu escapar de minha técnica? - indagou o rei Karura.

–Notei que você apenas prendia os movimentos físicos. Telecinese não iria me impedir.

–Muito bom, cavaleiro. Você tem meu respeito.

O deva elevou seu cosmo, encarando cavaleiro.

–Antes de lutarmos, quero saber quem é o homem que irei enfrentar. - disse o inimigo com uma voz calma e gentil

–Vakevicius de Grou, cavaleiro de prata.

Aquela shakti era imensamente provocante, isso o dourado e o cavaleiro de bronze não podiam negar. Aquela deva era deveras bonita e sensual. Mas eles conheciam as jogadas dela.

–Menininhos malvados, tinham que ser logo vocês?

A deva elevou um cosmo que Chaffin reconheceu facilmente como o seu. Com isso entenderam os atenenienses: Ragaraja não tinha um cosmo próprio, dependia de amor e luxúria para criar um cosmo próprio. Assim como quem possuísse tais sentimentos fortes poderia ficar mais forte.

–Vou devorar todo seu cosmo cavaleiro de Carina e vou finalmente ingerir o cosmo de um cavaleiro de ouro!

Ragaraja partiu para a luta, sua falta d cosmo era compensada com a força divina e as habilidades mortais com luta.

Mesmo diante de um cavaleiro menor e outro d elite, ela estava dando trabalho, a transformação que suas habilidades de manipular emoções profundas alteraram o cosmo de Chaffin nela.

Num golpe misterioso, usando apenas ar quente, jogou cada um de um lado, fazendo seus respectivos elmos tombarem. A armadura de bronze de Carina sofreu danos maiores, criando algumas rachaduras.

A deva estava numa pose arrogante, disposta a derrubá-los varias vezes, até o bronzeado ficar impossibilitado, afinal, ela queria aqueles cosmos.

Matheus foi o primeiro a se por de pé, uma vez que a armadura de Escorpião absorveu melhor aquele impacto repentino. Ragaraja o encarou com um sorriso sedutor, quando sentiu uma falta de equilíbrio, seguido de uma dor aguda em sua coxa esquerda.

–Perdão, mas acho que te piquei, gata. - gracejou o dourado, enquanto Chaffin se erguia, com suas mãos em chamas.

Todos estavam surpresos pelo que houve, ao sumirem dois guerreiros. Foi quando Casty de Vela subiu em um muro semi-derrubado e gritou:

–Todos os cavaleiros! Formação B ofensiva!

A experiente amazona já havia liderado outras tropas outrora e todos conheciam as táticas de guerra da prateada.

Ser também pupila da amazona dourada Elys de Libra pesava no curriculum da amazona de Vela junto de sua fama de "dura na queda", muitos homens a temiam.

Requim se juntou a parceira de treinos na liderança, logo enchendo o céu de corvos.

Ambos os exércitos entraram em choque, numa guerra furiosa, onde as duas amazonas que assumiram a liderança usavam suas técnicas a distância, enquanto observava cada detalhe.

–Sua magia será útil em pouco tempo. - disse Casty, retendo os movimentos com seu vento forte. - Estou abrindo o caminho para que cause a confusão certa.

–Sei que está preocupada com meus corvos. - sorriu a bruxa, por debaixo da máscara negra. Requim apenas a usava quando trajava sua armadura negra, nas batalhas.

–Os animais deveria ficar de fora das batalhas dos seres que raciocinam.

Reiga e Vaskevicius trocavam uma série de golpes físicos, dançando pelos ares e solo. Reiga tinha um estilo eficiente, ainda que parecesse tímido, que fazia a esquiva maestral do prateado Grou parecer o par perfeito. O mestiço lemuriano conseguia se desviar da sequência de chutes e socos girando e saltando, não importava quantos golpes lhe fossem desferidos.

O deva e o cavaleiro se estudavam sabiamente. Reiga tomava todo cuidado, seu inimigo não era apenas um hábil lutador, mas um lendário lemuriano com habilidades telecinéticas.

Ambos se separaram da dança, enquanto recuperavam o fôlego. Eles se encaravam.

–Muito bom, cavaleiro! Além de excepcional com o teletransporte, se mostrou um excelente guerreiro! - disse o deva.

–Você também me impressionou! Mas preciso terminar com isso e voltar para ajudar meus companheiros.

Grou avançou dessa vez, escondendo o jogo sobre qual golpe iria usar em Reiga.

–Maldito! - resmungou Ragaraja, chorosa.

Ela via seu sangue escorrer pelas belíssimas coxas. Ela encarava Matheus, com ódio profundo naqueles olhos lilases.

–Levou a picadura do escorpião. - o dourado deu de ombros. - Ainda tem mais.

A deva estava tão distraída com a dor e ódio pelo cavaleiro dourado que não viu quando Chaffin a atingiu com um soco flamejante, fazendo a mulher cair no chão.

–Isso ainda não é nada perto do que merece, vadia! - rosnou o cavaleiro de bronze.

O choque que deixou a deva parada não durou muito, até haver outra explosão de cosmo modificado.

As chamas eram muito mais intensas que as que Chaffin normalmente produzia e a única escolha que ele teve foi recuar. Apesar da deva não ter um cosmo próprio, era inegável que seu dom era terrível. Apesar da armadura dourada ser capaz de aguentar, o metal da vestimenta transmitia um calor sufocante a Matheus.

O Escorpião suspirou.

–Escute Chaffin, tenho uma teoria e se eu estiver correto, vai ter que surrar ela só no final.

–Que merda você tá falando?

–Digamos que vou abrir espaço para você conquistar algo que te interessa.Se eu estiver certo, você vai conseguir algo mais do que surrar ela.

–Tipo... "pepeca"?

Outra explosão de cosmo fez com que Chaffin recuasse mais uma vez. Mesmo ele acostumado ao calor parecia não aguentar o tranco. Havia também se recuperado a pouco do primeiro encontro com a deva, mas Matheus permanecia onde estava, derretendo de suor, enquanto elevava seu cosmo.

Ragaraja tinha seu belo rosto retorcido em ódio, tornando as chamas muito intensas.

A última coisa que se lembra de ter visto foi uma pena cruzar seu caminhos, antes de sentir perder as forças. Vaskevicius se viu numa escuridão lhe tirar o sentido de direção, e ocultar o cosmo de seu inimigo.

De repente, tudo ficou iluminado, cegando temporariamente o cavaleiro de prata e ele sentiu o ar gélido das terras de Asgard, o movimento do centro da vila nos arredores do palácio de Odin.

Ele estava todo perdido e confuso. Como parou ali? Ele não se lembrava de ter se transportado e sim, lutar.

Até estava sem armadura, vestindo um longo e pesado sobretudo.

–Vaskes!

Ele ouviu alguém lhe chamar, ficando surpreso. Era impossível aquela pessoa estar ali, estava morta.

–Daidí... - murmurou ao ver a figura de seu pai.

–Sua mãe ainda está esperando a carne que você saiu para comprar. Por que ainda não voltou? - indagou seu pai, com um sorriso.

Grou estava todo perdido. Primeiro, seu falecido pai estava ali; segundo, seu inimigo sumira e ele estava em Asgard e terceiro: ele nunca saiu para comprar carne para sua mãe.

Sua inatividade fez o velho senhor a sua frente ficar olhando para ele confuso.

–Você escorregou na neve e bateu a cabeça, filho?

E olhando para o vidro do estabelecimento, ele procurava por seu reflexo, desconhecendo suas marcas como lemuriano: haviam apenas sobrancelhas normais.

–Minhas... sobrancelhas não são assim...

–O que está falando? - gracejou o senhor. - Elas sempre foram assim.

–Não, os lemurianos não tem...

–Lemurianos? O que é isso? Ora, vamos, vou comprar com você. Acho que está lendo romances demais.

O senhor tocou-o nos ombros, o qual ele reagiu, andando metros atrás. Parecia assustado e confuso.

–Não, isso não é real. Daidí... O senhor e a mam estão mortos... Estou no meio de uma luta...

–Vaskes... O que está acontecendo.

–Isso tudo não é real... - ele segurou firme o cachecol, lembrando do adorado perfume de sua mãe, encontrando forças para reacender o seu cosmo. - Eu sou um cavaleiro de Atena!

Com isso, explodiu seu cosmo. Ele logo viu suas vestes, a vila, seu pai, tudo ao redor parecer se derreter, ganhando forma de penas que caiam ao chão. Quando tudo desapareceu, ele estava de novo no campo de batalha, trajando sua armadura de prata.

–Você não perde o foco. Eu senti seu coração vacilar, seu pai era importante mesmo para você.

A voz de Reiga fez Vaskevicius se voltar para o deva. Era uma ilusão.

–Isso foi bem desleal!

–Mas muito mais gentil que estraçalhar seu corpo. Você morreria devagar, embalado num sonho agradável. - suspirou o rei das águias. - Mas vejo que você é um inimigo incomum, não tenho alternativa.

Reiga elevou seu cosmo, assim como cavaleiro de prata. Sabiam que a luta chegara ao final. Estender seria um erro.

–Karura Kayoku-jin!

Inúmeras penas de Garuda surgiram, incendiárias, voando contra o cavaleiro que se desviou das mais perigosas, ainda tendo seu corto cortados por outras.

A cada corrida que dava, Vaskevicius elevava mais e mais o seu cosmo. Saltou por sobre Reiga, lançando sobre ele seu cachecol o paralisando com a telecinese.

Mesmo assim, o cosmo do deva guiava seu ataque, causando mais ferimentos ao prateado.

–Kenbu... SHOSENKYAKUUUUUUUU!!!!!!!!!!!

Ignorando seus ferimentos, Vaskevicius desferius seus chutes velozes, desestabilizando pouco a pouco o deva, num vôo gracioso e belo.

O último chute atravessou a garganta do inimigo, fazendo o sangue de Reiga jorrar numa chuva vermelha, machando o cavaleiro, misturando ao seu próprio sangue que saía dos inúmeros cortes.

Quando a adrenalina abaixou, Grou constatou que Reiga fizera um bom serviço: os cortes eram profundos e graves, tornando a perda de sangre perigosa.

Vaskevicius caiu ao chão, exaurido, ao lado do cadáver de Reiga, totalmente indefeso.

Foi quando surgiu uma outra inimiga, prestes a se aproveitar da situação para finalizar o cavaleiro de prata. Seu pulso foi parado por correntes pesadas.

–Ei, espera aí. É covardia demais atacar alguém indefeso. Venha lutar com o grande Gutto de Cérbero!

–Escorpiões sempre se matam quando vêem fogo. - sorriu Ragaraja, sua voz saindo rasgada pela fúria em batalha.

–Eu curto fogo... mas na minha cama!

Ele disse erguendo seu dedo indicador, com a unha protuberante e vermelho.

–Enquanto tentava demonstrar poderio, te envenenei de novo.

Ragaraja sentiu o sangue fluir por outros pontos de picada e uma dor tremenda possuí-la. Ela gritava a plenos pulmões, o que desestabilizou as chamas.

–A Agulha do escorpião lhe oferece apenas duas escolhas, deva: rendição ou loucura. Você recebeu 9 das 15 agulhas. Você tem que aprender que pessoas de suporte não devem ir para a linha de frente.

Ragaraja certamente cedera a loucura, por ela avançou completamente demente contra o cavaleiro de ouro, que jogou contra ela mais picadas, totalizando 14 ferimentos. O chão se empapava com a hemorragia, que parecia explodir o corpo divino da mulher. Ela urrava, entregue a dor e loucura.

–Chaffin, atravesse o corpo dela. Recupere todo seu cosmo!

Chaffin entendia agora o que o colega queria dizer aquela hora. Antes de Ragaraja cair do salto que havia dado para atacar, Chaffin golpeu o peito da bela mulher, atravessando a caixa toráxica, levando em sua mão direita o coração pulsante da deva.

Os pulmões se encheram com o sangue, fazendo o corpo ter como última reação o sufocamento e uma tosse regada ao líquido rubro.

O cavaleiro de bronze fincara os dedos no orgão e logo seu cosmo renovado pela magia da mestra das paixões e luxúrias o invadia, retornando ao dono de direito. Chaffin soltara o coração, o choque do cosmo potencializado em seu corpo o fizera tombar, tão logo a essência o possuira.

–Acho que levei uma surra do meu próprio cosmo, cara. - resmungou o cavaleiro de Carina, com um sorriso traquina no rosto.

–Enfim, vingamos aquela confusão. - respondeu Matheus, com um sorriso igualmente maroto.


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