Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 8
Convite para tomar sopa com classe.


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu estou totalmente sem ideias então o que vier nos capítulos veio na hora.



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Observo o lago cristalino no final do gramado verde. 

Aqui consigo me esquecer do que há lá fora. Que há bichos querendo minha carne. 

- É legal aqui, não? - pergunta Carter.

Concordo com a cabeça.

- Maria me contou dos seus pais. - digo.

- Ah. - Ele olha para o chão. - O que ela falou?

- Não muito. - digo encarando-o. - Que eles estão na Rússia para tentar parar a epidemia.

- Não vai dar certo. - Ele dá de ombros, com as mãos nos bolsos da calça marrom. 

- Acha que não vai funcionar?

- Se eles tivessem estudado e tentando desenvolver essa vacina no começo, até funcionaria, mas agora não vai fazer diferença. O mundo vai continuar assim. Mas não há um telefone que eu possa falar com meu pai e dizer que já tenho dezenove anos e que eles meio que esqueceram de nós. - Ele suspira. - Eu não me importo mais com eles. Quer mais é que morram congelados. A gente não é importante para eles. 

- Não acha que eles podem voltar?

- Farei questão de atropelá-lo com o carro caríssimo dele, quando passar pela entrada da casa. 

- Você é rancoroso.

- Você não deveria ser tão doce, vive com o Nathan.

Dou de ombros.

- Tento viver como se estivesse vivendo somente com meu irmão.

- É, mas sei que eles eram bem diferentes. Isso dá pra notar. Seu irmão não gostava muito de você, certo?

- Ele pediu desculpas quando morreu. Agora faz sentido. - digo. - Mas sei lá, não é tão ruim viver com o Nathan. Ele pode não ser gentil, mas pelo menos se preocupava em me manter viva. 

- Eu posso manter você viva. - diz ele. - Sério, não quero que vá embora.

- Porque não?

- Não aguento mais viver só com a minha irmã. E você gostou do chuveiro.

Começamos a rir. Ele sabe que sim. É uma vida de luxo. Até acho que Nathan não irá querer ir embora.

- Shan! - Olho para trás e Nathan segura uma caixa de ferramentas. - Vamos concertar o carro.

- Você que o quebrou. - digo.

- Por favor! Vamos logo! - diz ele. 

Ando até ele e vamos até o carro. 

Nathan encara a batida e depois abre o capô do motor.

- Você quer mesmo ir embora? - pergunto sentada no banco do motorista. 

Ele me encara.

- Não vai ser um chuveiro quente que vai me manter aqui. - diz ele encarando meus olhos.

- Mas e a Georgia?

- O que tem ela? - Ele analisa o motor.

- Quer mesmo deixá-la?

Ele me encara com os olhos quase fechados.

- Eu sou casada com ela por acaso? - pergunta ele com uma chave de fenda na mão.

- Não. Mas...

- Mas nada. - diz ele sério. - Não vou deixar de viver por causa de uma garota. A não ser que seja você. Mas só porque eu prometi para o seu irmão.

- Você ficaria chateado se eu ficasse?

- Carter convidou você para ficar? - Ele ri.

- É. - digo.

- Não. Mas bravo porque eu vou ter que ficar. - Ele se aproxima de mim. - Acha mesmo que eu vou deixar a irmã do Abe com um ricaço que nos acolheu na estrada porque eu bebi demais? Shannon, você não vai se livrar de mim tão cedo. 

- Então, quer dizer que você não se importa com a Georgia?

- Para de me encher o saco e vai ficar com o Carter. - murmura ele. - Eu concerto o carro.

- Tá. - digo saindo do carro e indo na direção da casa. 

Ok. Nathan quer ir embora. Mas eu não. Não sei se é injusto eu ficar e obrigá-lo a ficar ou se vou embora junto com ele.

Mas ele é em parte burro. Teremos comida e água por um bom tempo em quanto estivermos aqui. Não precisaremos mais nos mudar nem nos colocarmos em risco para pegar suprimentos. Eu não vou sobreviver se Nathan morrer como meu irmão. Estarei sozinha. 

Sinto alguém atrás de mim.

Viro-me e Carter sorri.

- Meus pais vão voltar. - diz ele sorrindo. - Acabei de receber o telefonema deles. Meus pais vão voltar.

- Você disse que não se importava. - digo.

- Faz diferença? Agora me importo! - Ele não para de sorrir. - Enfim, perdi o foco. Teremos um jantar hoje. Minha mãe é bem extravagante então  será tipo um baile. No quarto que você está tem os vestidos da minha irmã.

- Georgia vai adorar me ver usando um dos vestidos dela.

Ele ri, mas não feliz.

- É. Da minha outra irmã. Ela morreu á um ano. 

- Eu sinto muito. - digo.

- Não tem problema. Pode usar qualquer um deles. Vocês eram parecidas. 

Sorrio e concordo com a cabeça. 

Olho para trás e vejo Nathan e Georgia se beijando euforicamente.

É, você não se importa com ela.


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