Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 30
Beijos da Fera


Notas iniciais do capítulo

tá eu amei fazer capt com momentos Shatan então ai vai mais um pouco.



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Minha nuca continua doendo, mas está melhor do que antes.

Não foi um corte profundo, minha cabeça bateu em um cascalho que estava no fundo da fonte e deu no que deu.

Obviamente ainda estou pensando no que aconteceu.

No que Nathan disse - sem querer ou intencionalmente -, no que fez.

Talvez ele estivesse bêbado.

Porque ele concertaria um carro enquanto estava bêbado?

Nathan.

Carter ainda não voltou da tal oficina e Nathan continua a observar aquele maldito motor de carro.

Ele vai mesmo fingir que nada aconteceu?

Não sei, mas é o que eu vou fazer.

Eu gosto de Nathan, mas ainda gosto mais de Carter. Mesmo sabendo que enquanto os dois ficarem no mesmo espaço juntos, cara a cara comigo, isto me levará a loucura.

Observo-o pela janela, o dia já está acabando e nem Carter nem Georgia deram sinal de vida.

- Como vai o pescoço? 

Olho para trás e Carter sorri.

- Ah oi. - digo. - Bem. Nathan fez um curativo.

- É. Ele disse que faria. - Ele larga as chaves do carro em cima da cama.

Não em que circunstâncias. 

Não está doendo? - pergunta ele colocando a mão em meu pescoço. Mesmo negando com a cabeça, sim está doendo. Muito mais agora com sua mão pressionando-a. - O que foi? Está com a cabeça longe?

- É. - digo. - Estou um pouco tonta.

- Não é melhor deitar? Nathan disse que ouviu o estalo de sua cabeça quando caíram na fonte. - Ah, porque ele estava muito preocupado com a minha cabeça batendo na fonte. - Tem certeza de que não está doendo?

- Minha cabeça foi furada por um cascalho, Carter. O curativo já está feito. - Ele cruza os braços e me encara. - Ok. Está doendo um pouco. Mas eu estou bem. Vou me deitar, vá jantar ok?

- Eu não estou com fome. - Ele levanta uma das sobrancelhas.

- Carter... - digo.

- O que foi? - pergunta ele. 

- Vá jantar. - digo pausadamente. 

- Não estou com fome. - diz ele pausadamente. - E além disso, você não é minha mãe.

- Sua mãe não cuidava muito de você. - digo, logo me arrependendo. - Desculpa. Eu não quis dizer...

- Só falou a verdade. Minha mãe nunca cuidou de mim. Maria foi praticamente minha mãe. Ah, eu não quero falar sobre isso.

- Você não quer falar. - digo encarando seus olhos.

 - Verdade. - Ele segura minha cintura e me beija.

Obviamente - e como esperado por mim e por Nathan - os beijos viram quase empurrões na direção da cama e já estou cansada disso.

Nathan já está no meu pé tempo suficiente.

Quando abro os olhos por um mísero segundo, Carter já está sem a camisa e suas mãos estão segurando a barra de minha blusa.

Escuto um tiro e vejo o furo no vidro da janela.

Empurro Carter e corro até a janela.

Nathan me encara, com a arma na mão e olhar furioso.

Encaro seus olhos e ele aponta bravo para o chão.

- Fique ai. - digo.

- Tá. - diz Carter um tanto irritado.

Desço as escadas correndo e ando até o carro.

- Qual o seu problema? - grito chegando mais perto.

- Qual o seu problema? - diz ele colocando a arma em cima do carro. - Já disse que não.

- Você não é meu pai, você não é meu irmão. Você não tem nenhum controle sobre mim! - grito. - Pare de tentar me controlar.

- Vai se arrepender.

Solto uma risada.

- É eu acho que não. - Me aproximo mais de seu rosto e pressiono o dedo contra seu peito. - Se fizer isso de novo, vou atirar na sua cabeça.

- Estarei esperando. - Ele cruza os braços e se encosta no carro. - Tenta de novo para você ver. Aquilo foi só um susto, na próxima ele vai literalmente morrer em cima de você.

Ando na direção da mansão e entro na cozinha.

Corro e pego um copo, servindo-o até a borda de água e bebendo em goles rápidos.

- O que houve? - Maria acaricia meus cabelos. 

Termino de beber o terceiro copo de água.

- Ela está tentando morrer afogada. - diz Nathan andando em nossa direção.

- Nada. - digo encarando-o. - Não aconteceu nada.

- Onde está o Carter? - pergunta Nathan de braços cruzados. Consigo ver a arma em seu bolso da calça. Ele me encara. - Shan?

- Não sei. - digo. - Vou para meu quarto. Boa noite.

- Mas e o jantar? - pergunta Maria. Nathan começa a subir as escadas.

- Não estou com fome. 

Corro e quando alcanço Nathan, ele já está indo na direção de meu quarto.

Abro a porta do quarto dele e o empurro para dentro fechando e trancando a porta.

- Você ia fazer isso? - pergunto encarando seus olhos.

- O que? - pergunta ele confuso.

Tiro a arma de seu bolso.

- Porque estava no seu bolso? - Ele ri. - Nathan Jones Jr.

- Shannon Miller. - diz ele com uma voz irritante. - Sempre está no meu bolso. Pare de ser estúpida. 

- Não sou eu quem leva uma promessa idiota do meu irmão. - digo.

- Primeiro: É, sou eu. Segundo: Não é idiota. É muito, muito sério.

- Não parece tão sério. Pelo menos para você não é.

- Porque eu sou o Nathan. Eu não levo a sério. Nunca e levei e a princípio, não vou levar nunca.

- Então porque eu deveria? 

- Porque... - Ele suspira e olha para o lado. - Sinceramente? - Concordo com a cabeça. - Seu irmão disse que era importante. Que seria importante para você. Ele achou que você fosse se importar. Não que levasse isso como qualquer coisa. Que fizesse como eu. 

- Mas você não prometeu á Abe isso. - digo.

- É, não prometi. Mas deveria ter prometido. 

 Valeria mais a pena.

- Você nunca se importou comigo. Sempre disse que era para eu fazer o que eu quisesse, e eu nunca fiz nada de errado. Porque agora se importa?

- Porque está se tornando perigoso.

- Para quem?  

- Para todo mundo. 

- Ah. Tchau Nathan. - Ando até a porta, destranco-a e vou para meu quarto, vendo Carter sentado na ponta da cama, encarando a janela. - Oi.

- Foi ele, não foi? 

- Mas é claro que foi. - digo me sentando ao seu lado. - Ele disse que se ele vir de novo, o próximo alvo será você.

- Mas o alvo já era eu. 

- Ele quis dar um susto, só. - digo sorrindo. - Cadê a Georgia?

- Não sei. Maria disse que fez umas amizades e ficou por lá. - Ele dá de ombros. - Ok. É melhor eu ir.

- Está bem. - digo e ele beija o topo de minha cabeça. - Boa noite.

- Boa noite. - Ele fecha a porta e eu solto um grunhido.

Certamente, eu com certeza ainda matarei Nathan.

Coloco um pijama e deito-me debaixo das cobertas.

Fecho os olhos e começo a escutar o barulho de alguma coisa batendo na parede.

- Ah não. - digo levantando-me e indo até a janela. 

Outro bicho preso na janela, se debatendo para sair.

Seu braço etá preso no buraco da parede e ele não pena nem em movê-lo.

Corro até o quarto de Nathan, abro a porta e acendo as luzes.

- Que merda é aquela? - grito.

Ele se senta na cama e esfrega os olhos, tapando-os com as mãos.

- Primeiramente, boa noite. - diz ele. 

- Tem outro bicho preso na minha janela. De novo. - digo. - Vai lá matar. Agora!

- Você não é minha irmã, nem minha mãe. Você não tem controle sobre mim. - Ele se cobre com as cobertas. - E você não pode dormir no quarto do Carter.

- Mas o bicho vai entrar em meu quarto quando se soltar. Eu vou morrer Nathan.

- Mas não vai morrer se dormir aqui. - diz ele e ri. - É sua única escolha.

- Vou dormir na sala. - digo abrindo a porta.

- Apague as luzes.

Apago as luzes e ando até meu quarto.

Pego as cobertas e o travesseiro e corro para fora do quarto.

Desço as escadas e me ajeito no sofá.

Escuto alguém descer as escadas e vejo que é Carter.

- Melhor nem vir aqui. - digo.

- Eu vim pegar água. - diz ele rindo. - O que houve?

- Nada. Vá pegar sua água.

- Ok. - diz ele acariciando meus cabelos e andando na direção da cozinha.

Fecho os olhos e finalmente consigo dormir.

** 

Abro os olhos e encaro a porta do quarto de Nathan.

Suspiro, viro o corpo e encaro sua nuca.

Me sento na cama e respiro devagar.

- Nathan? - digo.

- Hm. - diz ele em um grunhido.

- Nathan.

- Que foi?

- Olhe para mim.

- Tem algum presente? 

- Como assim?

- Está com roupa?

- Estou. 

- Então o que há de especial.

- Olhe para mim.

Ele vira o corpo e me encara.

Começo a lançar-lhe tapas e socos.

- O que estava pensando quando me trouxe para cá?- digo ainda socando-o.

- Eu vou ficar roxo! - grita ele segurando meus punhos. - Pare de reclamar! Eu matei o maldito bicho no seu quarto, mas ficou um fedor dos infernos lá dentro. Tirei você do chão. Sim você caiu no chão e trouxe você para cá. E eu nem ao menos encostei em você. Considere-se sortuda. Ou azarada, não sei mais como seu cérebro funciona.

Ele se vira e cobre a cabeça com as cobertas.

- Porque fez isso? - pergunto.

- Não se deixa uma mulher no chão, a menos que você também esteja. E seria um pouco estranho nós dois deitados no chão. - Ele suspira. - Explicado? Nem um obrigada? Nada? Por ter te tirado do chão?

- Obrigada. - digo de braços cruzados. - Agora tchau.

Me levando e ele agarra meu braço, ainda coberto pelas cobertas.

- Eu quero uma coisa, antes de ir.

Fico imóvel, já sabendo o que está por vir.

- O que?

- Eu tirei você do chão, acho que mereço um beijo.

Ele continua segurando meu braço.

- Isso é o que você acha. Eu não vou beijar você.

- E se eu fizer isso?

- Eu vou dar um tapa na sua cara.

Ele se descobre, ainda segurando meu braço e envolve minhas pernas com as suas, me prendendo.

- Vale a pena. 

Ele segura meu pescoço e me beija. Empurro-o e dou o tapa mais forte que dei em toda a minha vida em seu rosto.

Posso ver a marca de minha mão em sua bochecha. Ele estala a língua.

- Como eu disse, valeu a pena. 


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Notas finais do capítulo

até despois moçada