Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 27
Nojo de sangue


Notas iniciais do capítulo

olha aqui, se me matarem vcs são os culpados.
Amo meus leitores d+ por isso n vou deixar vocês na espera e no desespero da talvez morte do nosso amado Nathan Jones Jr.
(lembrand q troca de pov **)



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Continuo de olhos fechados e as lágrimas começam a se formar em meus olhos, mesmo eu me impedindo de abrir os olhos.

Eu não vou ver.

Eu não vou ver.

- Oi. Desculpe a demora para responder, mas estava em choque.

Escuto algo pesado cair no chão e abro os olhos.

Vejo Nathan em pé, mas a pele da parte direita de seus pescoço está pendurada até a nuca.

- Ai Nathan! - digo me virando com as mãos nos olhos.

- O que foi? - pergunta ele rindo.

- Seu pescoço. - digo apertando as mãos nos olhos como uma criança.

- Ei. - Sinto-o segurar meu braço e escuto sua risada. - O que tem meu pescoço? Eu não sinto nada.

- Passe a mão. - digo. - Lado direito. A pele está pendurada na nuca.

- Shannon. - diz ele. - Olhe para mim.

- Não me torture. - digo com lágrimas nos olhos. - Não me faça olhar.

- Shannon, pare de ser maluca. - Ele puxa meu braço e eu olho para seu pescoço ensanguentado e o pedaço de carne em sua mão. - Eu só estou arranhado.

Passo a mão em seu pescoço e fico com sangue na mão, encarando-o.

- E isso é o que? Geleia de morango? - pergunto.

Ele estende um pedaço de carne esverdeada que obviamente não é dele.

Sorrio aliviada e ele ri.

- Você matou um bicho Shan. - Ele me abraça.

- Que nojo. - digo evitando tocar em seu pescoço. - Sai!

Ele ri e se afasta, puxando meu braço e indo na direção da seção de farmácia.

Ele pega lenços umedecidos e limpa o pescoço.

- Iria chorar mesmo se eu morresse? - ele pergunta.

- Obvio. - digo. - Georgia iria me matar.

Começamos a rir e eu fico totalmente aliviada.

- Viu? Não está matando seu irmão. – Ele segura meu ombro. – Está sobrevivendo.

Sorrio e ele para de limpar o pescoço.

- Tinha que ver a sua cara. – Ele ri.

- Para! – digo empurrando-o. – Eu tenho nojo de sangue. Vamos pegar o resto das coisas e por favor. Não vamos passar pela seção de carnes.

- Depois dessa eu viro até vegetariano. - diz ele.

Continuamos a pegar as coisas nas seções, sempre escolhendo o caminho mais claro e mais longe da seção de carnes.

Terminamos de pegar tudo e vemos que já são quase quatro da tarde.

Carter e Gerogia devem estar loucos agora.

Colocamos tudo rapidamente dentro da camionete e Nathan dirige muito rápido na direção da mansão.

- Dirija mais devagar. - digo.

- Georgia vai me dar uma chinelada se nao chegarmos logo. - diz ele desesperado.

- Você vai acabar batendo.

- Não tem ninguém na estrada.

- Vai mais devagar ok?

Ele suspira e diminui um pouco a velocidade, me deixando um pouco mais calma.

Chegamos a entrada da mansão e tiramos as comidas de dentro da caçamba da camionete e levamos para dentro.

As portas dos quartos se abrem e Carter e Georgia descem correndo pelas escadas.

- Onde vocês estavam? - grita Carter pulando os últimos três degraus.

- Eu deixei um bilhete.  - diz Nathan. - Em cima da mesa.

- Não tinha bilhete nenhum. - grita Georgia. - Onde vocês estavam?

- Primeiro fomos na casa do meu pai e achei um mercado novo. Só não trouxemos carne. - diz Nathan.

- Porque não trouxeram? - pergunta ela desapontada.

- Porque eu quase virei comida de bicho. - diz Nathan um tanto irritado, levando os sacos de tudo para a cozinha. - Um deles saltou da prateleira e se agarrou em meu pescoço.

- Como conseguiu matá-lo? - pergunta Carter ajudando a levar as coisas para a cozinha.

- Shannon pegou minha arma e matou. - Nathan sorri. - Parece que não matará mais o Abe.

- Não quero mais ver nenhum bicho na minha vida. - murmuro de braços cruzados.

- Época errada. - diz Nathan levando as últimas garrafas de água para a geladeira. – É a coisa que você mais vai ver até o resto de sua vida.

Sei disso. E é um dos piores fatos do mundo.

Como Nathan consegue não sentir nada quando mata um desses bichos? Mesmo sabendo que já foi uma pessoa como ele ou eu.

- Sabe que os bichos foram pessoas como nós, não sabe? - digo encarando-o.

Ele suspira e encara meus olhos.

Ele concorda com a cabeça.

- É. Mas eles não pensam mais. Eles provaram isso. Uma mulher se voluntariou e virou um bicho. Colocaram o filho dela em sua frente, ela o encarou e quase arrancou um pedaço dele, como se fosse um pedaço de bife e não uma pessoa. - diz ele. - Não vale a pena arriscar salvar um deles e matar um de nós. 

- Eu sei. - digo. - Mas ainda acho errado.

- Acho errado alguém lançar um gás e criar isso. Só um maluco. - diz Carter me abraçando e beijando minha bochecha. - Não quero que saiam mais ok? Se forem sair, avisem antecipadamente e você tem que sair com o celular, respondendo minhas mensagens a cada dois minutos.

- Não eram cinco minutos? - pergunto.

- Com este incidente, é melhor encurtar o tempo. – Ele fica com uma cara séria. – Conseguiram comprar tudo o que precisávamos? Além de carne?

Nathan e eu concordamos com a cabeça, ainda confusos do porque esta restrição de saída da mansão.

**

Encaro Carter estranhamente e subo para o quarto. Digo para que Georgia me deixe sozinho e acredito que Shannon já estava revirando os olhos, prevendo que eu teria que conversar com ela.

Deito-me na cama, suspiro, apoio a cabeça nos braços cruzados atrás da cabeça e encaro o teto.

Carter está estranho.

Muito mais estranho que antes.

Mas obviamente, ele quer prender Shannon dentro desta mansão.

Não sei se isso pode ter alguma coisa a ver com o que meu pai disse, mas ah, fala sério. Meu pai não fala coisa com coisa.

Mesmo tendo argumentos que te fazem pensar que ele está lendo sua mente ou até mesmo estava lá, escondido quando alguma coisa aconteceu, ele ainda tem uma deficiência cerebral por causa das drogas. Isso qualquer um tem certeza.

Solto uma risada ao me lembrar da cara de Shannon quando achou que o bicho havia arrancado um pedaço de meu pescoço.

Não achei que - se isso fosse mesmo verdade - ela ficaria assim se eu morresse.

Achei que ela sairia correndo por causa do sangue e continuaria a vida. Assim como continuou quando Abe morreu.

Argh! Como eu deixei acontecer?

Eu deveria ter atirado logo e tentar a sorte, não deixar que ele desse uma facada na cabeça do bicho, mesmo com o braço praticamente sem pele depois de o bicho fazer o que Shan achou que havia acontecido comigo.  

A imagem fez meu estômago revirar.

Abe não deixou de lutar para sobreviver e eu não fui capaz de tentar atirar por falta de confiança em minha mira que é suficiente para atirar em um bicho, sem atingir um humano.

Mas não funcionou.

Minhas mãos ficaram trêmulas e tudo o que eu podia pensar era em Shannon.

Me leve de volta. - ele disse. - Preciso falar com Shannon. Preciso pedir desculpas.

A uma hora como essas, ele já estava sendo consumido pelo vírus e seu cérebro já estava sendo afetado, fazendo-o não falar muitas coisas com sentido.

E eu já sabia o que esperar dela.

Socos, gritos, lágrimas.

Ser deixado comigo depois de ver seu irmão morrer, não é algo bom.

Não sei se aquele pedido de desculpas foi por isso, mas todos nós entendemos como.

Talvez fosse por outra coisa. Uma coisa do dois quando eram crianças, mas acho que ela entendeu como isso estes anos todos.

E com razão.      


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Notas finais do capítulo

kkkkk até amanhã!



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