Tema: A Culpa é das Estrelas

Shipper: Hazel e Isaac

O amor é cego e não respira

Indiana estava normal com seu tempo de sempre. Tempo nublado e ameaçando os moradores da cidade que iria chover no final de semana, ultimamente o tempo para mim era a coisa mais valiosa do mundo, não o tempo da cidade e sim o tempo de passar rápido.

As melhores coisas da vida parecem acabar rápido, como Augustus. Não posso me queixar que o esqueci, nesses dois meses as pessoas mudaram dês de sua morte, uns para melhor e outros para pior. Primeiramente a Sra. E Sr. Waters estão sofrendo com a morte de seu filho, meus pais continuam suas vidas ainda com medo que eu faça alguma besteira e Isaac sofreu nos primeiros meses mas decidimos fazer coisas juntos para tentarmos nos alegrar, até estamos fazendo aulas em uma escola comunitária para passar o tempo mas faz uma semana que Isaac não me liga ou fala comigo, o que está me deixando preocupada.

Eu sei que Isaac está bem com sua mãe mas de um tempo para cá ele está diferente, bom, ele está diferente comigo.

Estava deitada em minha cama conectada ainda no BiPAP pegando meu notebook para ver se Isaac estava online para poder falar com ele.

Mas não, Isaac não estava online. Pensei em ligar mas seria uma bobagem, ligar e só falar “ oi” e “ O que está acontecendo?”, então decidi ficar procurando coisas na internet que me interessasse.

Fiquei por horas procurando alguma coisa que me prendia na internet mas não pensava em nada a não ser em Isaac, sem nada para fazer nesse final de semana calado, pesquisei no Google as seguintes palavras “ Isaac, Indiana, particularmente cego mas amigável”. Não encontrei nada só o seu perfil em uma rede social, a rede social estava abandonada, a última postagem foi de 4 meses atrás e era uma foto entre ele e a Monica com um texto enorme falando que eles sempre vão ficar juntos. O pior nem foi a atitude de Isaac em fazer esse texto enorme e sim a responda da Monica “ Sempre”.

Ignorei a foto dos dois e comecei a ver as últimas postagens de Isaac, a maioria seria festas que ele ia com Augustus, outras são músicas que ele escutava, cada vez que abaixava o seu perfil ficava cada vez mais curiosa e começa a gostar mais dele.

Decidida decidi parar de ver o perfil dele e comecei a navegar novamente para ver se encontrava alguma coisa que poderia fazer em Indiana e a resposta veio em segundos em um site com letreiros azuis escrito: Festival de Música em Indiana. Queria ir no festival mas não sozinha, queria ir com Isaac mas não sabia se ele estava de mal comigo.

“ VAMOS HAZEL GRACE NÃO SEJA MEDROSA!!!”

Sem pensar duas vezes, peguei o celular e disquei o número de Isaac, coloquei ele no ouvido e esperei a voz sonolenta de Isaac.

– Quem é?

– Hazel.

– Hazel Grace? – Pergunta ele assustado como se um fantasma estivesse falando com ele.

– Isaac só faz uma semana que não nós falamos, eu ainda não morri!

– Ah sim, desculpe. – Disse ele se sentindo um pouco culpado mas ainda com seu tom sonolento na voz. – Então, o que aconteceu para me ligar oito horas da manhã?

– Vamos sair a noite.

– E se eu não quiser ir?

– Você vai gostar. – Mas percebi que o tom de sua voz não foi um dos melhores. - Vai, por mim.

– Tudo bem, eu vou. Que horas que você vai passar aqui.

– Ás 7 horas e coloque uma roupa legal. Tchau

– Tchau.

Desliguei o telefone rapidamente e comecei a suspirar.

– Hazel Grace, você está pirando.

(...)

Já estava chegando na casa de Isaac, a rua estava calma e conseguia ver Isaac se apoiando na carta de correios de sua casa.

Estacionei na frente dele e saí do carro para ajuda-ló.

– Oi.

– Oi. – Disse ele um pouco tímido, estranho ele nunca havia ficado assim. – Então, para onde está me levando?

– Você já vai saber.

O garoto de cabelos dourados começou a bufar e comecei a rir.

Entramos no carro e começamos a dirigir. A viagem inteira Isaac começou a perguntar “ Estamos chegando?” e quando falava “ Já estamos Isaac” ele ajustava seu óculos e mexia em seus cabelos bagunçados o que me arrancava longos suspiros.

Chegamos ao endereço que não era nenhum FESTIVAL como falava no site e sim um palco em um parque com algumas pessoas em volta sentadas em uma toalha e comendo. Era um lugar calmo e com música, Isaac ouvira o som do baixo e percebeu onde estávamos.

– Estamos em um show? – Perguntei ele sorrindo.

– Sim.

– Estamos em um parque?

Não respondi ele e me apoiei nele segurando Felipe e Isaac olhando para o lado sem saber para onde ir.

Sentamos em uma toalha e nós deitamos ouvindo a calma música que a banda tocara.

– Não poderíamos estar em um lugar melhor na Terra do que esse. – Disse ele sussurrando em meu ouvido. – Obrigado Hazel.

Me virei e comecei a olhar o garoto que também acabara de se virar e ficar na frente de meu rosto.

– Como queria ver seus olhos mais uma vez. – Disse ele acariciando meu rosto.

– Isaac...

– Hazel...

Parecia que nossas falas não saíam mas não precisa disso, só de olhar para aqueles óculos escuros eu já sabia da resposta. Isaac acariciou meus cabelos e tirou seus óculos para não atrapalhar nosso beijo que foi realmente apaixonado. Naquele momento eu não me sentia triste ou como se lamentasse de alguma coisa. Eu não queria morrer, com Isaac me sentia completa, com um motivo de viver.

Isaac não era apenas uma paixonite aguda e sim a pessoa que me motiva a viver, a ver seu sorriso, a olhar para seus cabelos bagunçados e jogar com ele todas as manhãs “ o preço do alvorecer”. Naquele momento percebi que não só eu estava pensando nisso e sim ele também.

– Você me promete uma coisa? – Perguntei para ele com um sorriso no rosto.

– O que você quer que eu prometa?

– Nunca fale sempre para mim pois eu sei que ficaremos juntos.

Isaac deu um breve sorriso e voltou a me beijar ainda ouvindo a música calma, deitados.

Decididamente o amor é cego mas também não respira.