POV BELLA

Chegamos na casa depois de alguns minutos. Várias pessoas da minha turma vieram até mim. Saí do carro e fui bombardeada por perguntas.

–Gente, gente! – gritei. – Eu tô bem! Ainda não foi dessa vez que vocês se livraram de mim tá? – eu disse rindo.

–Ah, Bella! Não me assusta desse jeito nunca mais ouviu? Sua doida! – disse Emmett vindo me dar um daqueles seus abraços de urso.

–Tá bom. – eu disse sorrindo.

Depois de assegurar pra todo mundo que eu estava bem, fui pra casa tomar um banho, eu ainda estava cheia de areia.

Deixei que a água quente caísse pelo meu corpo durante um longo tempo. Era boa a sensação da água quente novamente. Eu ainda não consegui digerir tudo que aconteceu comigo hoje. Eu quase morri hoje! Dizem que depois de uma experiência de quase morte, você fica meio que dopado. E é isso que eu estou sentindo agora.

Depois de um longo banho, fui almoçar e tentar engolir aquele remédio enorme. Tive dificuldade pra comer, minha garganta estava doendo. Depois de conseguir comer um pouco, fui me deitar. Eu estava exausta e confusa. Logo caí na inconsciência.

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Acordei confusa. A luz do sol estava baixa. Olhei em meu celular e pela hora, constatei que dormi a tarde toda. Havia um monte de chamadas perdidas de Rose. Alguém havia contado a ela.

Liguei pra ela e ela estava assustada. Demorei um tempão pra tranquiliza-la. Depois que desliguei, saí da casa e fui sentar naquela mesma duna alta que me sentei de manhã, pra ver o lindo sol poente.

A paisagem era maravilhosa. O mar parecia engolir o sol. Ouvi um barulho de alguém se aproximando. Olhei para trás e era Edward.

–Me seguindo é? – perguntei.

–Hey, você tá no meu território. Eu venho aqui todo dia apreciar o sol poente. – ele respondeu.

–Todo dia?

–Todo dia.

Assenti e ficamos em silêncio, olhando pro mar, que finalmente engolia a última faísca do sol. Olhei pro lado e Edward estava se aproximando de mim. Fiquei paralisada com aqueles olhos azuis como o mar me encarando daquele jeito. Seu charme era tão irresistível...

POV EDWARD

Eu estava tão perto daquela boca vermelha, daqueles olhos verdes... Ela estava quase se rendendo, até que...

–Porra, Edward! – ela grunhiu, se levantando bruscamente.

Cara, ela era durona. Eu já estava contando com a vitória na aposta e já estava doidinho pra sentir o gosto daquela boca. Ela já ia andando quando eu levantei e peguei em seu pulso.

–Espera! Fica... – eu disse suavemente.

Ela hesitou por um momento, olhando pra mim e para minha mão em seu pulso. Ela soltou o ar de seus pulmões lentamente. Ela parecia sentir dor. E se sentou novamente.

–Tudo bem, tô te devendo uma mesmo. – ela disse.

–A propósito, você está bem? – perguntei.

–Tô sim, tirando a dor que tô sentindo pra comer e respirar. Ah, e muito obrigada por ter me salvado hoje. – ela disse dando um sorrisinho.

Aquele sorrisinho era tão lindo!

–Tudo bem, não foi mais do que eu deveria ter feito.

–É sério. Obrigada mesmo! Se não fosse por você eu estava... morta. – ela falou, com os olhos marejados.

Senti uma vontade imensa de abraça-la e reconforta-la, porém acho que ela recuaria de novo. Então continuei onde estava.

–Tudo bem, vamos parar de falar nisso né? – quebrei o silêncio. – Então, você quer ser jornalista, certo? – perguntei.

Ela me olhou, analisando-me. Ela mordeu os lábios. Isso era estimulante.

–Sim. – ela respondeu. – Meu sonho é me formar e trabalhar em revista de entretenimento.

Ela olhou pro mar com os olhos vagos, como se estivesse imaginando.

POV BELLA

Pude me imaginar formada e com um bom emprego. Saindo da editora e indo fazer uma entrevista ou uma matéria fora.

–Ah, interessante. Acho que ainda vou ouvir muito seu nome por aí então. – disse Edward, me interrompendo de minha visão do futuro.

Olhei pra ele e ri. Ele era fofo. Meu fofo salvador. Mas eu não posso me deixar levar por causa disso. Afinal, ele não deixou de ser mulherengo. Antes que essa situação piorasse, resolvi ir embora.

–Tenho que ir. – eu disse, levantando-me.

–Não vai me convidar pra entrar? – perguntou ele, com olhar malicioso em minhas pernas.

–Aff... tô indo. – eu disse.

–Espera. Vou dar uma festa na minha casa no sábado. Você vem?

–Vou pensar. Tchau.

E saí andando. Dei alguns passos e olhei pra trás. Ele continuava a me olhar Ele sorriu e eu continuei andando.

Quando cheguei na casa eles estavam jantando. Peguei um prato de comida e me juntei à eles na sala, conversando sobre o trabalho a ser feito.

–E aí, Bella! Já começou seu trabalho? – perguntou Emmett quando me sentei no chão ao seu lado.

–Ainda não. Pretendo começar amanhã pra que depois eu possa aproveitar essas férias tranquilamente. – respondi.

–Eu já comecei o meu! – disse Jessica se gabando.

Mas é claro que essa puta já sabe alguma coisa sobre os caribenhos. Andou praticando com Edward. Dei um risinho.

–Que foi Bella? – perguntou Angela.

–Trabalho prático. – eu disse ironicamente, olhando pra Jessica.

Todos entenderam e começaram a rir. Jessica me fuzilou com os olhos e saiu pisando forte. Ah como eu adoro irritar ela!

O clima que se seguiu no jantar foi descontraído e conversamos alegremente. Depois, alguns saíram para se divertir e outros ficaram na casa. Eu optei por ficar por aqui. Já passei por emoção demais por hoje.

–Tem certeza que vai ficar bem? – perguntou Alice enquanto estava se arrumando pra sair.

–Tenho. Pode ir, e divirta-se com o Jacob. – respondi piscando o olho.

–Mas vai ficar aqui nesse quarto sozinha? – insistiu Angela.

–Gente, gente! Podem ir OK? Eu tô bem, e vou ficar bem. Só estou um pouco cansada, só isso. E além do mais, tô em ótima companhia! – indiquei meu exemplar de “Antes que eu vá” de Lauren Oliver em cima da cama.

Elas olharam e assentiram.

–Tudo bem então. Beijo, se cuida! – elas disseram.

Dei um beijo em cada uma delas e elas saíram. Fui na cozinha e peguei um pote de Nutella pra comer enquanto lia. Eu era viciada nisso.

Sentei na cama e comecei a ler, comendo. Depois de alguns minutos escutei um barulho. No começo não liguei porque poderia ser do quiosque. Mas o barulho ficou insistente e reparei que vinha da janela.

Levantei-me e fui abrir a janela. Havia alguém jogando pedras. Olhei bem lá em baixo e não acreditei no que vi...