POV EDWARD

-E aí, Jacob! – eu disse quando cheguei onde ele estava.

-Oi cara! – ele respondeu, sem olhar pra mim.

Acompanhei seu olhar e ele estava observando as duas garotas no mar.

-Aí, preciso de um favor seu. – eu disse – Já que tá pegando a amiga dela, poderia me ajudar com a modelo de longos cabelos negros? Ela é durona, nem o nome dela me disse.

-Ah, posso tentar falar com a Alice, mas ela parece bem resistente mesmo.

-Tudo bem, valeu!

Dei um toque na mão dele. De repente escutei vários gritos de socorro. Olhei na direção dos gritos e era Alice.

-Alice! – Jacob gritou e saiu correndo. Eu fui logo em seguida.

Corremos até onde a água permitia e depois nadamos. Alice continuava a gritar freneticamente, mas a sequência de ondas estava dificultando nossa chegada lá. Elas estavam longe demais da beira.

Até que as ondas ficaram mais baixas e conseguimos chegar. Alice chorava.

-O que foi, você tá bem? – perguntou Jacob a ela.

Foi quando percebi a ausência da outra garota.

-Eu tô, mas a Bella não. Não consigo acha-la, as ondas a puxaram e...

Ela não conseguiu terminar de falar, o choro era incessante. Me apavorei, onde estaria a outra garota?

Mergulhei para ver se enxergava algo, e não muito longe dali, vi alguma coisa boiando. Nadei rapidamente até lá e era a garota dos olhos verdes. Ela estava desacordada.

Peguei-a e a levei até a superfície.

-Jacob, aqui! Me ajuda! - gritei e acenei pra ele.

Ele nadou depressa e nós arrastamos a garota pela água. Alice estava apavorada.

-Ah, meu Deus! Não pode ser! Fala comigo, Bella! - ela gritava.

Enfim conseguimos chegar à areia e nós a colocamos no chão. Ela continuava desacordada. Será que... não, pare de pensar isso!

Eu já havia feito um curso de primeiros-socorros, então comecei a examiná-la. Graças a Deus pude sentir seu pulso. Ela só estava inconsciente.

E então tive que fazer respiração boca a boca e flexões em seu pulmão. Foi quando ela começou a tossir e a jogar a água pra fora. Eu estava quase jogando mais ar pra dentro dela quando ela abriu os olhos.

Nossos rostos ficaram a poucos centímetros de distância. Seus olhos verdes olharam profundamente dentro dos meus. Foi quando Alice interrompeu.

-Bella! Ah, meu Deus você tá bem? - disse ela, me empurrando pro lado.

POV BELLA

Eu podia sentir algo me puxando de volta à consciência. Havia ar entrando em meus pulmões, mas eu não estava respirando.

Logo depois senti alguns resbalos em meu peito que me fez expulsar a água pra fora, tossindo freneticamente. E abri os olhos.

Quem estava a alguns centímetros de mim eram aqueles olhos azuis como o mar. Olhei-os profundamente. Ele me salvou?

-Bella! Ah, meu Deus você tá bem? - disse Alice freneticamente, empurrando o rapaz.

Me levantei pra sentar, mas minha cabeça estava zonza, e logo caí na areia de novo.

-Precisamos levá-la pro hospital. - disse o rapaz cujo nome eu nem sabia.

-Não precisa, eu tô bem! - eu disse.

Mas ele nem escutou. Me pegou no colo e andou comigo até seu carro. Por que tal gentileza?

-Eu já disse que não precisa. Eu tô legal, porra! - rosnei.

De nada adiantou de novo. Ele me colocou no banco de trás e Alice entrou logo depois. Eu não gostava de hospital. Na verdade, eu odeio! Isso só vai me deixar pior. Fui emburrada durante todo o trajeto.

Chegamos lá, e enquanto ele foi fazer a ficha na recepção, Alice me levou pra dentro. Logo o doutor me atendeu.

-Olá, Isabella! Como se sente? - ele perguntou.

-Tô bem, só um pouco zonza.

Ele me analisou mais um pouco.

-Os sinais vitais estão bons. Sua cabeça vai melhorar logo logo. Vou preencher o receituário. - disse o doutor.

Assenti. Dois minutos depois ele voltou com uma folha e me entregou. Alice e eu saímos da emergência e o rapaz ainda esperava na recepção.

-E aí? - ele perguntou.

-Graças a Deus não foi nada. Ela só precisa tomar esse remédio durante 3 dias. Vou ali comprar. - disse Alice.

-Tudo bem, eu a levo pro carro. - ele respondeu.

Olhei pra ele com cara feia, insinuando que não queria ser carregada novamente. Então ele apenas estendeu o braço pra mim. Entrei no carro e fiquei em silêncio.

-Seu nome é Isabella? - ele perguntou depois de um tempo.

-É sim. E o seu?

-Edward Cullen. - ele respondeu.

-Olha cara, eu sinto te informar mas seu carro está molhado e cheio de areia.

-Ah, meu Deus, meu carpete novo! - ele disse espantado.

-Porra, eu não te pedi pra me trazer! - respondi.

Ele deu uma gargalhada.

-Eu tava brincando, Isabella!

-Me chama de Bella, por favor!

-Tudo bem... Bella. - ele respondeu.

Nesse momento, a porta do Volvo preto se abriu. Era Alice.

-Vamos? - ela perguntou.

-Ao seu dispor. - Edward respondeu.

E então fomos de volta a casa de praia. Eu não seu porquê, mas Edward parecia mesmo preocupado comigo. Ele me salvou. Eu poderia não estar aqui agora, mas ele me salvou.

Teria sido esse o motivo do arrepio que senti quando cheguei aqui?