Senti a ausência de Jefferson quando observei o doutor passar, fui em direção a porta e andei pelo corredor procurando, quando o encontrei sentado com as mãos na cabeça e inclinado para frente, perguntei o que havia acontecido.

– Leucemia Emma - Fala com águas nos olhos, respirou fundo para segurar os soluços.

Dei um passo para trás, arregalei os olhos e ponho as mãos na boca e reprimi Ai meu Deus.

Acelerei a respiração para manter minhas emoções sob controle, sentei ao seu lado e coloquei meu braço em volta dele, passei a mão em seu ombro, pude escutar seu coração se derramar em lágrimas. Peguei seu queixo e levei-o até meus olhos encontrar os seus.

– Vai dar tudo certo - Pelo menos uma palavra de conforto, poderia acalma-lo, acho que deu certo, Jeff enxugou o rosto e levantou-se, segurei seu braço e fomos até a sala.

Grace ainda estava inconsciente, esperei tudo ficar mais tranquilo para perguntar.

– Então, você está em condições de me contar o que será daqui pra frente? - Ele balançou a cabeça, precisava de mais tempo para recuperar seu estado emocional.

Maxon chega e entrega um cartão. - Sua filha já foi encaminhada para NY.

– O que? Como assim? - Me manifesto

– Depois de explico - Jeff segurou minha mão.

– Vocês vão embora? eu e Henry vamos juntos.

– Emma, você tem sua vida aqui, seu emprego

– Não quero ficar sem você - Acariciei seu rosto.

– Será preciso, amanhã mesmo terei que comprar as passagens e partiremos cedo. - Meu celular interrompe

– Mas Jeff... - Pego o celular e vejo que é Neal - Preciso atender - Reviro os olhos.

– Oi - Atendo

– Henry vai dormi comigo? já são 21 horas, ele precisa descansar - Escuto a voz dele - Peraê, ele quer falar - Passa o celular pra ele - Mãe?

– Oi garoto, já estou indo buscar você ok

– Ta, mas cadê a Grace? está aí com você? ela nem se despediu de mim na escola hoje - Apesar de terem apenas 4 anos, percebe-se que o sentimento entre eles é grande.

– Ela ta aqui, mas não pode falar agora, eu preciso desligar

– Xau, te amo mãe

– Te amo mais - Desligo o telefone - Jefferson você vai ficar bem? tenho que ir! amanhã me dar notícias por favor - Falo amargurada.

– Claro! - Ele me abraça e beija meu rosto, em seguida meus lábios.

(...)

Na manhã seguinte, Jefferson chega em casa, estava com olheiras, aparentava cansaço, com certeza não dormiu, eu estava me arrumando para ir ao trabalho.

– Então Jeff.. - Falo quando ele chega - Precisamos conversar

– Conversamos enquanto eu faço minhas malas, porquê o voo vai sair em algumas horas - Ele fala entrando no quarto, juntando um moinho de roupa, eu também o ajudo.

– Já sabe onde vai ficar? trabalhar? - Pergunto

– Ainda não, mais assim que eu arrumar uma casa, escrevo para você, e enquanto ao trabalho, acho que o que eu tenho dá para sobreviver - Jefferson achou que o sinal do celular não iria funcionar bem.. optando por escrever cartas em forma de contato, concordei.

– Ta certo - O local se tornou sereno, pego uma mala minha e coloco coisas da Grace. - Você vai trazer a menina pra se despedir do Henry? - O garoto ainda estava dormindo, mas com toda certeza faria questão de ver a garota que ele tanto considerada, pelo menos a última vez.

– Não posso traze-la, ela vai diretamente para o aeroporto com a equipe médica - Bufei, logo senti um sentimento que estava atrapalhando e fui me sentar na sala.

Ele senta ao meu lado, com tudo pronto.

– Você não está acreditando né Emma, por favor, você mesmo disse que ia da tudo certo, me confortei em suas palavras.

– Eu sei, mas.. - Me calei, ele tinha razão

– Essa Leucemia é considerada umas das com menos risco fatal, com 85% de cura, estou confiante, mas preciso ter certeza que você estará aqui também! Assim que ela estiver totalmente recuperada, eu volto para a cidade, e pra você. - Ele fala me fazendo chorar

– Eu estarei te esperando - Falo a pequenos soluços, o ajudo com as bagagem e vou até o aeroporto me despedir dos dois.

– Eu te amo Emma

– Eu te amo Jefferson.

Nos abraçamos e demos o beijo mais longo que já havíamos dado, parecia o último e talvez fosse.

(..)

POV. Jefferson

Grace acordou em pleno voo, perguntando para onde estamos indo, tentei explicar para ela de uma forma que não a assustasse, por incrível que pareça minha filha velou a sério e aceitou o fato, mesmo não entendendo tanto a doença.

Apoiei minha cabeça na janela e tentei descansar, era apenas o início de tudo o que irá por vim.

Demorou 6 horas para Chegarmos em New York, deixei-a no Mc em observação, gostaria muito que Emma viesse junto, mas não seria justo abandonar tudo para enfrentar isso comigo. Encontrei rapidamente um lugarzinho adequado para me acomodar! não era a mesma coisa de antes, mas eu me acostumava facilmente.. eu necessito sacar meu dinheiro para dar entrada no aluguel, tenho que economizar bastante pois será somente para comprar os medicamentos e pagar a mensalidade da residência. Eu sei que isso vai passar, eu só precisava acreditar e me empenhar.

Eu dormi no hospital, já estava tarde quando resolvi tudo, e pela manhã ia escrever para Emma dizendo que cheguei bem.

"Querida Emma, eu já cheguei em NY muito bem, Grace não está tendo recaídas e consegue se manter firme, não se preocupe com a gente por favor, tente explicar ao Henry de uma maneira que não venha assusta-lo, fale com linguagem infantil, isso deu certo com minha menina, ela realmente está conformada e crendo que vai ficar tudo bem.

O endereço:

Rua West End Avenue, 550, New York

Sinta-se a vontade de escrever o quanto puder, tudo o que acontecer.

Farei o mesmo"

Mandei minha carta e em menos de uma semana recebi minha resposta, pelo menos poderei manter contato com meu amor.