Max Hunter era um garoto muito religioso. Sempre ia à igreja junto com sua família. Desde que descobrira sobre a existência de vampiros, ele passou a visitar mais o santuário. Constantemente pedia proteção para ele, sua família e os amigos. Afinal, quem poderia estar seguro?

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  Já era bem tarde, por volta das 23 horas.

  Max havia ido à igreja fazer uma oração. Além dele, ninguém mais se encontrava lá. Por mais religioso que Max fosse, estar em meio a todo aquele silêncio e aquelas imagens de santos, a arquitetura gótica... Era de dar arrepios.

  Aproveitando a oportunidade, Max levou consigo uma garrafinha de água para ungí-la. Como Matt dissera: "tenham sempre com vocês uma garrafa de água benta". Max sabia que podia fazer isso em casa, mas preferia rezar pela água na igreja. Sentia-se mais “seguro” desta forma.

  Assim que terminou suas preces, Max se levantou. Caminhava pelo longo corredor em direção à porta. O que sentiu primeiro foi um calafrio intenso tomando conta de seu corpo, fazendo seus pêlos se eriçarem. Depois, ouviu o chamado.

 - Max! Max! Max!

  Era um sussurro. Um sussurro malígno que tomara conta de toda a igreja. Max começou a olhar por todos os lados, procurando por quem quer que fosse que estivesse fazendo aquilo. Só encontrou os grandes candelabros dependurados no teto da capela. As chamas intensas das velas iluminavam o ambiente. Quem poderia estar ali?, pensou ele.

 - Olá? - falou com a voz tremendo. - Olá! - suas palavras ecoavam pela igreja vazia. - Quem está aí?

  Um riso preencheu o lugar. O coração de Max disparou.

 - Max Hunter...

  A pessoa tinha uma voz sedutora e um puxado sotaque britânico.

 - Então nós finalmente nos conhecemos formalmente!

 - Quem é você? - perguntou Max desesperado.

 - Ora, bobinho, não parece óbvio? - a voz do outro saiu carregada de ironia.

 - Não, por favor, não... - Max disse baixinho. Começou a rezar.

  De repente, Max sentiu um ar frio invadindo o lugar. Lá em cima, no teto, a pessoa pulava de candelabro a candelabro, apagando todas as velas. O garoto tentava acompanhar os movimentos ágeis, mas tudo que via era um vulto tremido. Logo, a igreja toda estava em meio a sombras. Um silêncio e um frio ainda mais intensos tomaram conta do lugar. Sem pensar, Max correu em direção à porta o mais rápido que conseguia. Faltavam poucos metros quando uma figura negra pousou a sua frente. Caiu no chão agachado e levantou-se lentamente. Sua cabeça estava abaixada. Max congelou onde se encontrava. Quando a pessoa começou a se aproximar, o garoto retomou sua reza.

 - Meu nome é - cada palavra era um síbilo - Mason!

 - Eu expulso você, criatura das sombras! - gritou Max.

  A risada de Mason preencheu o lugar. Alta e malígna. Ele colocou as mãos na cintura. Max só conseguia ver que ele estava vestido de preto e que tinha olhos verdes, mas a escuridão não o permitiu enxergar seu rosto.

 - Você não pode entrar aqui! - falou Max bem alto.

 - E quem lhe disse isso, Max Hunter?

 - Matthew disse!

  Novamente Mason riu.

 - E você ainda acredita nas coisas que aquele paspalho fala?

  Max ficou sem reação. Mason começou a se aproximar. O corpo de Max ficava cada vez mais trêmulo. Quando o vampiro estava a poucos metros dele, pegou sua garrafa de água benta e destampou-a. Max despejou todo o conteúdo em Mason. Suas roupas se encharcaram e ele começou a gritar. Por fim, um alívio pairou sobre Max. Porém, Mason parou de gritar e apenas voltou a rir. Max arregalou os olhos e disparou correndo na direção contrária. Só o que sentiu, em seguida, foi seu pescoço ser perfurado por duas longas presas.

  O garoto tentou lutar, porém, qualquer tentativa era inútil. Sua vida se esvaiu enquanto seu sangue era drenado.

  Mason tirou suas presas do pescoço de Max. Ele o segurava nos braços. Antes de partir, Max conseguiu finalmente ver o rosto de Mason.

 - Você... - disse fracamente. - Seu... seu tr...

  E essas foram as últimas palavras de Max Hunter.