Scarlet Blood I - One Last Heartbeat escrita por Léo Prime


Capítulo 2
Capítulo 1




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  Olhando para todos os lados do beco, o garoto não viu nada nem ninguém. Apenas escutava o som da sirene cada vez mais próxima. Logo, uma luz azul e vermelha iluminou o beco. Rapidamente, ele "encolheu" as presas retráteis e seus olhos pretos voltaram a ser verdes. Seu rosto se transfigurou. Ele voltara a ser apenas mais um "garoto normal".
  O carro de polícia parou e o polícial desceu do veículo segurando uma lanterna. Ele olhou lá embaixo no beco - a viela estava em desnível em relação ao resto da rua. A claridade feriu os olhos do garoto, tão acostumado às sombras. Ele colocou uma das mãos na frente do rosto. 
 - Hey, garoto! - gritou o policial. - O que está acontecendo aqui?
 - Por favor, alguém tentou me matar! - a voz dele saiu desesperada. 
 - O quê? Quem? Onde ele está?
 - Fugiu, senhor... Ele fugiu.
  O garoto tinha apavoro estampado tanto em seu rosto quanto em sua voz. O policial o conduziu até o carro. Eles iam até a delegacia fazer um BO. Antes de o veículo entrar em movimento, o menino deu uma última olhada no beco, como que para se certificar de que estava tudo seguro.
  ---
  Matthew Spencer
  Esse era o nome do garoto que tinha escapado de ser morto num beco. 
  Decatur não era uma cidade tão pequena - contudo, estava longe de ser uma metrópole -, mas o caso gerou polêmica e teve grande repercussão. Saíram manchetes nos jornais e até uma reportagem de TV. Todos souberam do ocorrido e conheciam Matthew Spencer. A única grande preocupação é que tinha um assassino a solta na cidade. As pessoas sentiam medo e evitavam sair de suas casas a noite.
  ---

 - O garoto está gerando polêmica...

  Dissera um homem. Ele estava de costas, observando a cidade lá fora pela janela. Tinha um forte sotaque britânico. Trajava roupas sociais. Era alto, magro e imponente. Se encontrava na casa dos 30, quase 40 anos. Mantinha a postura ereta e seus braços estavam atrás do corpo. Virou a cabeça de leve para trás.

 - Não acha? 

 - Talvez...

  Falou o outro irônico. Estava sentado numa poltrona, todo esparramado. Vestia roupas pretas de estilo gótico. Era jovem ainda.

 - Mason! - o homem repreendeu-o. - Isso não é uma brincadeira. Não é outro de seus joguinhos. Fugiu de controle e está tomando proporções maiores do que devia.

 - Como se todo dia alguém não escapasse de um assassinato... 

 - Sim, isso acontece, mas nem todos os casos se dão numa cidade pequena como Decatur. Se fosse aqui, em Chicago, seria apenas mais um rosto no meio da multidão, apenas mais uma sombra que passa e se esvai. Mas lá, ah, não... Não se é tão facilmente esquecido. Lá, as pessoas não são apenas sombras. São seres humanos!

  Mason o encarou.

 - Entende o que eu quero dizer, Mason? O que aqui em Chicago não significa nada, em Decatur pode ser o bastante para abalar a cidade inteira.

 - Eu compreendi isso, Heinrik. Mas, a questão é, o que você quer que eu faça?

 - Acabe com isso. Dê um jeito no Spencer! 

 - Com prazer, meu soberano!

 - Pare com essa de "meu soberano", Mason, isso não combina com você.

 - Tem razão. Obrigado por não fazer questão de que eu o venere, Heinrik.

  Heinrik se virou para frente e sentou-se na sua enorme cadeira. Apoiou os cotovelos na mesa e encarou Mason.

 - Realmente não é necessário, meu caro. Já tenho muitos que me servem. Vez ou outra, é bom ter alguém mais cheio de personalidade como você, Mason. Apenas não abuse!

 - E acha que eu sou tolo a esse ponto? Sei bem qual é o meu lugar, Heinrik. Mesmo que seja uma linha bastante tênue, não pretendo ultrapassá-la. Eu estaria assinando minha sentença de morte, certo?

 - Cheio de personalidade e sábio. Orgulho-me disso! ... Sabe, o dia em que o transformei foi um marco.

 - Com certeza!

 - Mas maldito foi o dia em que eu transformei o Spencer... O garoto cheio de bondade no coração. "Ora, amigos vampiros, não bebamos sangue humano, isso é pecado, vamos apenas nos alimentarmos de sangue animal" - Heinrik afinou a voz para imitar Spencer. O agudo de sua voz quase estourou os timpanos de Mason. - Detestáveis criaturas aqueles que são como ele. Já vi muitos desse tipo. Matei todos!

 - Ainda existem muitos que se opõem a beber sangue humano, Heinrik. Não é como se o Spencer fosse uma exceção, certo?

 - Não, não é. Mas, foi ele quem conseguiu o maior numero de adeptos com sua filosofia de vida. Além do mais, ele já escapou uma vez. Mate-o, Mason!

 - Ora, seu desejo é uma ordem. Sabe que pode contar comigo e eu já me mostrei bastante capaz... Sou praticamente um "exterminador de vampiros benevolentes"!

 - Sei... Agora, mudando de assunto, sabe o que é esquisito? - Heinrik fez uma pequena pausa. - É estranho que, mesmo com toda a polêmica, o rosto do Spencer nunca apareceu de fato. 

 - É, estranho, não?! ... Quem sabe ele queira, hm, como eu diria, um pouco de privacidade.

   Assim, Mason se levantou e deixou a sala. Seu destino? Voltar para Decatur. Sua missão? Matar Spencer.


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