Elemental Lords escrita por Sonhadora


Capítulo 2
Capítulo 2




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Com um broche que adornava seu vestido furou delicadamente seu dedo indicador e o passou pela fechadura encantada, manchando com o vermelho escarlate de seu sangue. Assim que as portas se abriram, ela correu até a ala central com o olhar fixo na salvação de seu reino, porém, toda magia requer um preço, e ela sabia disso.

Em segredo, abriu o livro e começou a recitar os cânticos, chamando os elementos até si para começar seu plano.

- Ave fogo! Ímpeto e ousado, elemento que desafia barreiras e fortalece laços com seu calor, venha até a mim, Orb do Fogo!

Declarou com o livro aberto em direção ao leste, onde o grande vulcão escondia a orb em suas profundezas. De seu interior uma esfera vermelha e brilhante voou pelos céus e pousou ao lado esquerdo da rainha, refletindo chamas douradas dentro de si.

Azeneth continuou a recitar o encantamento, agora apontava o livro para o oeste.

- Ave Água! Serena e sábia, onde tudo passa e tudo muda, elemento transformador...venha até a mim, Orb da Água!

Eis que do mar  ao lado leste do reino surge a Orb brilhante e vigorosa, com ondas revoltas em seu interior. Postou-se então ao lado direito da rainha.

- Ave Ar! Livre e leve, que quebra grilhões da ignorância e permite a leveza de espírito, venha até mim, Orb do Ar!

Assim que proferiu as palavras, veio do norte nuvens escuras e densas onde do meio delas saiu uma esfera cinza e elétrica com faíscas de raios se agitando loucamente dentro dela. Prostrou-se na frente da rainha que mirava seus olhos ao norte. Depois de sentir a presença do ar, virou-se na direção oposta, dizendo :

- Ave Terra! Da justiça sólida e incontestável, tramas da verdade que dão base a vida, venha até mim, Orb da Terra!

E das profundezas das grutas ao sul, surge a Orb verde em toda sua glória, brilhava como uma esmeralda e tinha a resistência de um diamante. Se pôs então na direção sul da esgotada rainha.

Faltava apenas um único elemento, e a rainha se colocou na posição de invocá-lo, exatamente no centro das quatro Orbs que estavam ali presentes ; fechou os seus lindos olhos violeta e recitou a frase :

- Ave Escuridão! Senhor da noite e mistérios, sagaz e presente em tudo e todos, venha até mim, Orb da Escuridão!

E de sua própria sombra saiu a esfera negra como a noite sem estrelas, porém fascinante como uma ônix, e parou ao lado de Azeneth, que caiu de joelhos devido ao consumo de mana, sua própria magia de espírito; Mas o ritual não havia completado, faltava a etapa final.

Com a adaga de prata que repousava sob o altar fez um corte na palma de sua mão esquerda, pingando o líquido quente e vermelho nas Orbs, em ordem inversa a que foi invocada : Primeiro a escuridão, depois a terra, ar, água e, por último o fogo.

Então, com o resto de suas forças, conjurou a promessa final :

- Que do meu sangue nasça a vida, e dos elementos o vigor, proteção e poder para o destino de Percem!

Ao fim dessas palavras, de cada esfera surgiu uma luz que espelhava cápsulas reluzentes e, dentro delas, bebês se alimentavam do poder de cada elemento. Enquanto isso, o corpo inerte da rainha caia ao lado dos herdeiros de Percem. Preço fora pago com a vida.

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A procura pela rainha era grande e, conforme os dias se passavam, todo o reino sentia a tristeza e a falta de sua sábia governante. O castelo foi revistado por inteiro e o aposento real foi o último em que os guardas e o primeiro-ministro entraram.

Lá, buscavam qualquer pista ou informação do paradeiro de sua senhora, até que uma caixa na cor pérola foi encontrada, escondida no meio dos livros e documentos reais. O primeiro ministro a abriu e, dentro dela havia uma carta endereçada a ele. A grafia era delicada e o papel tinha cheiro de rosas, o cheiro dela.

“Meu primeiro – ministro e querido amigo, hoje tomei uma importante decisão para o futuro de nosso amado reino, sei que não é a mais prudente ou sábia ,porém era a única saída que eu tinha. Amo meus súditos mais que a mim mesmo e por este motivo não demorei para aceitar meu destino, sei que conseguirei salvar o futuro e assegurar a continuidade dessa país,mesmo que eu não esteja nele.

Caso leia essa carta, saberá que meu plano deu certo...não chore ou se revolte mas sim tome conta de meu precioso tesouro e o torne um verdadeiro rei, esse é meu último pedido.Consegui decifrar o livro secreto para criar meu filho a partir  dos ritos antigos, ele se localiza na ala direita do castelo, na torre negra; por favor, vá e cuide bem de meu filho, dê o amor que eu não pude dar, governe com sabedoria até que ele esteja preparado para o trono...eu o confio a você, console meu povo com a luz da esperança. Siga o mapa e encontrará meu último presente.”

                                                                                                           Rainha Azeneth,

                                                                                                                                               A Dama Rosa.

Mesmo com cada palavra dilacerando seu coração, o ministro leu a carta em voz alta para as pessoas ali presentes, colocou então a carta em seu coração, como a última lembrança de sua rainha, de seu eterno amor.

Com a voz embargada pela dor, ordenou aos guardas :

- Vão! Peguem o mapa e rumem para a torre! Isso é uma ordem!

“ Que seja conforme sua vontade, minha amada rainha” – Fora o último pensamento antes de fechar a porta do local que um dia desejou ardentemente compartilhar com Azeneth.

Ao chegarem perante a porta dourada, um grande temor e pesar abateu-se sobre o ministro e seus homens ao ver a mancha de sangue. Adentraram rapidamente e viram que um emaranhado de tecidos rosa jazia no chão, onde um corpo alvo como a neve que antes era perfumado como mil rosas exalava a morte.

O sorriso antes tão sábio e doce fora substituído por lábios brancos e sem vida, a ametista que eram seus olhos teve seu brilho roubado de uma forma cruel. Atrás do corpo, um choro intenso de bebês preenchia o ambiente; todos se assustaram ao se deparar não com um bebê, mas cinco herdeiros que demonstravam não só toda a força de seus pulmões mas sim o grandioso poder que irradiava de cada um.

Ao lado de cada bebê, havia uma esfera diferente, ninguém conseguiu se aproximar por conta da imensa energia que respondia ao choro de uma forma cada vez mais intensa. Foi então que o primeiro- ministro tomou uma atitude :

- Calma, por favor príncipes, não precisa chorar....estou aqui e vou cuidar de vocês.

Como se entendessem cada palavra que foi dita, os cinco pararam de chorar imediatamente e fitaram o homem que pôde enfim se aproximar e, com muito amor, pegar um por um nos braços e entregá-los ao guardas. Agora estava nas mãos dele o futuro da nação.


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