Jade M. E A Prisão Dos Deuses escrita por Sabidinharaiodesol


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Ok, ok ! Podem me culpar. A culpa é toda e 100% minha. Sou eu que sempre demoro pra postar, ok? Mas é difícil arrumar um tempinho entre meus estudos e meus livros... Sejam compreensivos, tenho provas, sem tempo para praticamente nada. Não abandonem a gente por isso! Estamos atualizando SEMPRE que dá. Dois (aliás, 1.000) beijos ~~Bruna



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374834/chapter/12

- Estar em uma missão não é tão ruim assim! - Fred insistia, enquanto andávamos até a Casa Grande. Revirei os olhos. - Pense que, se tudo der certo, você irá ser vista como uma heroína por todos no acampamento!

Respirei fundo e olhei ao redor. Os  campistas já haviam voltado à suas respectivas tarefas, porém permaneciam trocando olhares

desconfiados, e me olhavam de um jeito estranho. Como se a vida deles estivesse em minhas mãos. "E se estiver?" - Me perguntei.

- Claro. - Falei, sem muito ânimo. - Isso se tudo der certo, mesmo. 

Chegamos à Casa Grande. Quíron havia me chamado para uma conversa em particular logo depois que aceitei a missão.

- Hã, Fred... - Disse, me virando em sua direção. Ele já subia os degraus da entrada. - Acho que quero fazer isso sozinha.

- Oh, ok, tudo bem. - Ele assentiu com a cabeça várias vezes e saiu, batendo seus cascos em direção aos campos de morango.

Respirei fundo antes de bater na porta com os nós dos dedos três vezes; ela se abriu imediatamente, como se Quíron tivesse ficado ali atrás da porta esperando o tempo todo.

- Entre, filha de Zeus. Quanto menos isso durar, melhor para todos nós.

Continuei parada perto da porta, sem ter ideia de onde colocar as mãos.

- Sente-se. - Pediu ele, indicando uma poltrona velha perto de onde estava a mesa de Ping Pong. - Há algumas coisas a serem resolvidas antes da sua partida.

Me sentei, tentando não parecer nervosa. Quíron parece muito mais sério em sua cadeira de rodas,  o que só piorava as coisas.

- A profecia transmitiu uma ideia um tanto vaga... - Ele disse. - Mas conversei com Rachel, e ela concordou que o sequestro de Dionisio se encaixa perfeitamente com tudo isso. Só não sabemos ainda quem está por trás disto.

Assenti, calmamente.

- A única informação que você tem em mãos é que sua viagem está direcionada à leste... - Quíron continuou. - E três pessoas irão lhe acompanhar. Tem ideia de quem são?

- Então eu posso escolher?

Quíron assentiu. Eu quase podia ouvir a voz dele dentro da minha mente : "sabendo que um não vai voltar". Inconsciente, tinha decorado a profecia. Droga.

- Lunna, Fred, e ...

Parei. Não conhecia mais muitas pessoas no acampamento; muito menos conhecia os poderes de cada um. Mas havia alguém que eu sabia que podia lutar com perfeição; apesar de ser um belo de um trapaceiro. Bem, talvez fosse hereditário. E sempre se pode usar isso a seu favor.

- ... Haley. 

 Quíron não demonstrou nenhuma expressão de surpresa, como se já esperasse por aquilo. Agora não conseguia deixar de pensar: se um dos três teria de ficar, com qual me preocuparia menos? Poucos dias atrás, eu responderia com facilidade. Mas o tempo me trouxe um sentimento estranho e não-etiquetado em relação a Haley, e agora tinha certeza de que não poderia deixá-lo. O que queria mesmo era furar essa profecia e trazer os três de volta. Mas isso não seria possível. Um irá ficar.

E talvez essa escolha não seja minha. 

Quíron apenas acenou com a cabeça mostrando que eu já estava liberada, mas antes que eu cruzasse a porta ele pigarreou e me voltei para ele.

- Acho que é importante conhecer bem seus companheiros de viagem. - Ele disse, com um meio sorriso.

Mas eu já conhecia Lunna e Fred bem o suficiente. Ele queria que eu conversasse com Haley, o que não aparentava ser fácil.

Mas o que há para reclamar? Assenti e avancei pelo vão da porta.

***

- Você ficou LOUCA? - Perguntou Lunna, me sacudindo e apertando meus ombros com um pouco de força demais. - Não está no acampamento há nem uma semana! Não tem treinamento NENHUM! Como pôde aceitar a missão?

- Ora, você vai estar lá comigo. E eu acho que o treinamento básico vem como um bônus. TEM de haver uma parte boa em ter TDAH, não é?

Lunna suspirou.

- Quem está pronta para salvar o mundo?! - Perguntou Haley, aparecendo por trás de mim. Lunna ficou totalmente espantada.

- ELE vai com a gente? Por favor, me diga que não.

- Não posso.

Haley sorriu, irônico.

- Quíron me chamou para comunicar. Ele também pediu para avisá-las que teriam apenas uma manhã para se arrumar; partiremos logo após o almoço. Ele acha que, quanto antes começarmos, melhor.

Lunna revirou os olhos.

- Você tem algum motivo especial pra me odiar tanto assim, garota? - Haley perguntou, apoiando-se no ombro de Lunna.

- Você sabe que não é ódio, Haley. É... Bem complicado, sabem.

- Tudo bem então... - Haley disse, ajeitando-se de pé. - O sátiro já sabe? 

- Quíron deve ter lhe contado... - Falei. - A reação dele não deve ter sido das melhores. Ele não é muito corajoso, mas... Sabe, sátiros também podem ser úteis. E é meu amigo; ficaria magoado se eu não quisesse ele comigo na missão.

Os dois assentiram ao mesmo tempo, o que foi meio estranho.

- Mas então... Vocês fazem alguma ideia para onde ir? Leste não me diz muita coisa, sabem.

Haley olhou para Lunna, e depois pra mim.

- Tenho certeza que daremos conta disso; orientação é o meu forte, e como a Lunna é quase vidente ...

- Não tenho o dom da profecia. - Ressaltou ela. - Não tanto quanto alguns semideuses em meu chalé.

- Não importa, você tem, mesmo que só um pouco. - Contrariou Haley. - Enfim, tenho certeza que alguma coisa nos virá antes de sair.

- É melhor arrumar nossas coisas. Não podemos nos atrasar, e o almoço será em algumas horas. - Disse Lunna.

- Tem razão. - Falei, e nós três nos separamos, cada um na direção do seu chalé.

  ***

Abri novamente a mochila, para verificar se estava tudo lá. Um conjunto de roupas que o acampamento havia me fornecido,  Néctar, Ambrosia, cem dólares e alguns dracmas de ouro, as moedas gregas. E, é claro, meu anel mágico no meu dedo indicador.

Saí do chalé, com a mochila em ombros, em direção ao refeitório.

Quíron me disse para ter uma alimentação farta, e não discuti sobre isso. Comi tudo o que tinha direito e, depois da oferenda aos deuses, me encontrei com Lunna, Fred e Haley na entrada.

Quíron também estava lá; e também Percy, e um cara que eu nunca tinha visto antes no acampamento. Não usava uma daquelas camisetas laranjas, e parecia um pouco mas velho; mas a parte mais estranha era que tinha olhos espalhados no corpo inteiro. Nas mãos, subindo pelos braços, nos tornozelos, testa, nariz, tudo.

- O que há com ele? - Sussurrei para Fred. Graças aos deuses, ele estava vestido como um garoto normal; jeans largos demais, botas pretas para esconder os cascos, uma camiseta laranja do acampamento e um boné preto virado para trás. Parecia um típico adolescente de Connecticut, nossa cidade natal, que também era onde ficava nosso antigo orfanato. Não sei se tinha saudade daqueles tempos; agora eu tinha um lar, mas parecia estar correndo risco de vida o tempo todo.

Balancei a cabeça para despertar dos devaneios, a tempo de ouvir a resposta de Haley.

- Este é Argos... - Ele disse. - Ele está bem.

Eu não considerava ter o corpo coberto de olhos como "estar bem". Ainda tinha de me acostumar com esse tipo de coisa.

- Então, semideuses... - Começou Percy. - Prontos?

Nos entreolhamos. Nunca havia recebido treinamento algum, e ainda estava me familiarizando com esse novo mundo de monstros e outros seres estranhos. Não. Eu não estava nem de longe pronta, e Percy pareceu notar isso. Quando Quíron estava conversando com Fred, Haley e Lunna (e Argos continuava observando de longe, sabe-se lá o porquê), ele sussurrou para mim.

- Não fique com... Medo, você sabe, a respeito da profecia. - Ele se agachava para falar no meu ouvido. Era quase duas cabeças mais alto do que eu. - Às vezes existem controvérsias.

Sorri fraco, tentando parecer confiante.

- Eu estou bem. Ei, por que você está aqui? Por que não está realizando alguma das tarefas do acampamento? - Não deveria ser tão interesseira. Talvez esse meu constante jeito de rebelde sem causa, fizesse parte de ser filha de Zeus.  Fred sempre falou que isso era horrível da minha parte. Falar o que penso, era até um pouco de falta de educação. E daí? Cresci num orfanato, e isso não quer dizer que recebi uma educação de qualidade, é claro.

- Nostalgia. - Respondeu Percy, o que não respondeu muita coisa. - Parti em todas as últimas missões enviadas pelo acampamento. Essa é a primeira em que eu não estou indo, nem tentando fugir para ir.

Ri e confirmei com a cabeça. Então, ouvi Lunna me chamar.

- Melhor ir.

- Boa sorte. - Desejou Percy. - Ah, e não ligue muito pra Argos... Ele não fala. Dizem que ele tem olhos até na língua, e por isso nunca abre a boca.

- Obrigada. - Sorri.

- Não foi nada. Você me lembra muito a ...

Lunna me gritou mais uma vez, interrompendo a fala dele.

- Thalia? - Adivinhei. E saí correndo, sem me despedir, e sem olhar pra trás. Só pude imaginar a cara de surpresa de Percy às minhas costas, ao descobrir que eu sabia sobre a existência da minha irmã, enquanto me sentava no banco de trás da van do acampamento, com Lunna de um lado e Haley do outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai, eu amei esse capítulo... SAUDADES REVIEWS :((



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jade M. E A Prisão Dos Deuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.