Jade M. E A Prisão Dos Deuses escrita por Sabidinharaiodesol


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Nos abandoram :(((
— Duda



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Demorei a dormir naquela noite; não podia deixar de pensar em tudo o que havia acontecido naquele dia.

Pela primeira vez, fui homenageada por alguma coisa, mesmo que tenha sido só por ter pegado a bandeira. 

E é claro que eu não pude deixar de pensar no que Haley disse. Ele consegue ser extremamente irritante de vez em quando, mas ainda sabe como chamar minha atenção. O que é extremamente irritante. 

Parecia que eu havia dormido por somente meia hora naquela manhã. Minhas pernas doíam e me sentia exausta.  

Vesti a camisa do acampamento e  minha velha calça jeans, e saí para tomar café.  

Um tumulto se formava lá fora, perto da Casa Grande.

Avistei Lunna no meio da multidão, conversando com uma garota ruiva.

- Lunna... - disse, me aproximando. - Você está pálida.

Ela tentou disfarçar com um sorriso.

- Hã... Estou? - ela respondeu.

- O que houve? 

Ela respirou fundo e olhou para mim.

- O Sr. D sumiu. Não está na Casa Grande nem em lugar algum. Desapareceu do acampamento.

Olhei para ela, confusa. Por que aquilo a preocuparia? 

- Mas o que há de ruim nisso? Ele pode ter saído rapidamente, para voltar daqui a pouco.

Ela voltou a tentar disfarçar.

- Hã... Então, você já conhece a Rachel? - ela perguntou. Havia me esquecido totalmente da garota ao nosso lado. Talvez aquele não fosse um assunto para se falar na frente dela. Ou talvez não fosse um assunto para se falar na minha frente. 

- Não... Bem, oi Rachel. Meu nome é Jade, Jade Mitchell.

- Olá, Jade. Sou Rachel Elizabeth Dare. Você é novata, não é? Filha de quem ? - Perguntou, os olhos verdes brilhando. Ela não parecia com nenhum semideus no acampamento.

- Filha de Zeus. - Respondi.

- Filha de Zeus ?! - Perguntou ela, arregalando os olhos, toda a alegria e a cor sumindo do seu rosto de repente, como se fosse desmaiar.

- Oh, não. - Lunna falou, apreensiva. Alguns campistas apontaram, surpresos; dois campistas trouxeram juntos um banquinho, em que Rachel se sentou, os olhos cerrados, o rosto sem nenhuma expressão.

Ela abriu a boca lentamente e soltou uma onda de fumaça esverdeada. E depois começou a falar.

- Uma vingança planejada durante anos de solidão... - começou ela. Sua voz tornou-se mais grossa, e parecia estar triplicada. Seus olhos se concentram em um único local, longe de nós. -Condena à filha dos Céus arriscada missão. 

"Viajarás para leste e somente três irá levar,

E pela promessa do pai um terá de ficar."

Um completo silêncio se formou entre os campistas, e todos voltaram seus olhos para mim. 

Mas eu ainda não compreendia o quão importante aquilo seria.

- Mas que diabos foi isso?! - deixei escapar. 

De repente, o silêncio deu lugar a uma onda de murmúrios. Apenas Lunna permanecia calada, pálida. Antes que eu pudesse ouvir qualquer coisa, Quíron se aproximou de mim em sua forma de centauro.

- Atenção, campistas. Sem mais explicações, dirijam-se ao refeitório para o café da manhã.

Todos obedeceram, mas os murmúrios continuavam, e dessa vez eu podia ouvir.

"Só há uma filha dos céus no acampamento..."

"Não irão enviá-la. Ela não tem treinamento algum."

"Eu avisei que ia dar problema..."

Quando me sentei, as vozes foram se afastando. O café da manhã foi tão normal que eu poderia ter esquecido sobre a minha estranha manhã. Mas não foi isso o que aconteceu; quando todos já tinham acabado de comer, Quíron ficou de pé (ou de quatro) e... Bem, esclareceu algumas coisas.

- Acredito que vocês já estejam cientes do ocorrido... - ele começou. Silêncio completo no refeitório. - E essa nova profecia não melhora muito as coisas.

Todos trocam olhares desconfiados, ainda sem dizer uma palavra. Uma profecia? Aquilo era uma profecia? Uma profecia a meu respeito?

- ... Sinto que seria justo se vocês soubessem  - Quíron continuou. - Que o desaparecimento de Dionisio não ocorreu por acaso. Foi um sequestro. 

Os murmúrios começaram a tomar conta da multidão, e Quíron esperou o silêncio para continuar:

- É claro que esta profecia incita uma missão... Uma missão que será realizada, como manda a profecia, pela única filha dos céus presente neste acampamento.

Droga. DROGA, DROGA, DROGA.

- Jade, você aceita a missão?

 Em um segundo, pude imaginar um milhão de alternativas. Podia dizer "não" e viver mais alguns dias, até o mundo provavelmente acabar por eu ter contrariado a profecia. E passar por covarde na frente de todo o acampamento. Podia dizer "sim" e correr risco de vida provavelmente mais de uma vez. E deixar meu primeiro lar, e pior de tudo, colocar a vida de mais 3 pessoas em risco também. Mas talvez fosse o único jeito... E, bem, tinham me dado a chance de salvar o mundo. Mais ou menos. Se bem que, salvar Dioniso não era bem o que eu chamava de "salvar o mundo." E a profecia já me dizia que seria uma missão arriscada... E que um ficaria para trás. Senti um peso se formar sobre as minhas costas.

As palavra saltaram da minha boca sem que eu pudesse segurá-las.

- Sim, eu aceito.


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